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Seria a Lei Zidane? Ou a Lei Platini? Isso é um detalhe secundário e até improvável, mas o fato é que o governo francês apresentou um plano de 163 páginas que para transformar os clubes de futebol profissional em empresas. A legislação está prevista para sair em março de 2009, se tudo correr como pretende Nicolas Sarkozy. A notícia está no Valor Econômico (para assinantes).
No mês passado, Sarkozy anunciou que mandaria parar qualquer partida da seleção francesa em que o hino nacional fosse vaiado – no que foi duramente criticado por Michel Platini.
O cerne do projeto é implantar mecanismos de controle de gestão nos clubes, incentivar a construção de estádios privados e levar os times a funcionar como empresas. Clubes com dívidas serão impedidos de contratar novos jogadores, haverá limite de gastos e teto salarial para atletas contratados futuramente. A preocupação é com o crescimento do ordenado da turma da bola, que dobrou na França e cresceu 250% na Inglaterra.
Na parte de sanções aos clubes, a prática é bem diferentes das adotadas no Brasil, onde a Timemania foi a forma de se permitir arrecadar os recursos para pagar dívidas das agremiações com o INSS.
Tevê-dependência
O futebol francês é um dos que mais depende das cotas de TV na Europa, algo que lembra (com valores completamente diferentes) o que acontece no Brasil – com a diferença que, por aqui, a negociação de jogadores tem peso grande. Por isso, há medidas para melhorar os estádios e atrair mais torcedores. Eles ainda querem briga com a Comissão Européia, ao tentar restringir a cinco o número de estrangeiros de cada lado do campo.
O jornal faz uma comparação entre as receitas dos times da Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e França. Os mais ricos são os ingleses, mas quatro clubes (Manchester United, Arsenal, Chelsea e Liverpool) detêm um terço dos 3,7 bilhõesde euros em dívidas, montante superior aos 2,3 bi de receita. Os italianos conseguem depender mais da cota da TV do que qualquer outro. Os alemães são os equilibrados que, proporcionalmente, mais faturam de promoção comercial (venda de patrocínio, de camisas e brindes, bem como do nome do estádio etc.). Na Espanha, 11 times caminham para a bancarrota.
Pelo jeito, não são só os brasileiros que sofrem com a crise. Mas que tipo de empresas seriam essas? O Blog do Santinha publicou ontem uma retrospectiva de dez anos da Lei Pelé e as divisões de base. O debate continua aberto.