Destaques

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Paulo Maluf eterno

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Com meses de atraso, cumpro aqui o dever de repassar algo de interessante do livro "Ele - Maluf, trajetória da audácia", de Tão Gomes de Pinto (Ediouro, 2008). É claro que, de política, tem 400 causos interessantes, mas, pela falta de espaço, pincei um ou outro. Procurei atentar para fatos relacionados ao futebol e à cachaça, que também regristro aqui. Numa análise geral, gostei do livro, apesar de não ter o menor apreço pelo empresário e político Maluf, que chegou a ser preso em 2005.

Mas não se pode negar que é uma figuraça. Capaz de frases lapidares como essa: "Domingo na minha casa os meus filhos e netos comem quibes feitos pela nossa cozinheira. A minha sogra tem quarenta bisnetos que comem quibes e esfirras". Ou então de um incrível bom humor e auto-sarcasmo: "No município de Peruíbe, encontrei um muro com uma pichação gigante e uma seta apontando para o mar: 'Oceano Atlântico, obra de Maluf'". E de gestos de politicagem matreira como, numa cidade do interior de São Paulo, passar três horas decorando o obituário do jornalzinho local para saber, na ponta da língua, quais famílias (de eleitores, lógico) estavam passando pela dor do luto - e que mereceram suas condolências. Mas vamos a alguns trechos do livro:

Futebol
Maluf se orgulha de ter demolido a antiga concha acústica (foto à direita) do estádio Pacaembu em 1969, quando assumiu o cargo de prefeito nomeado (ou "biônico") em São Paulo, para construir o setor de arquibancadas que atualmente é conhecido como Tobogã. A obra causa polêmica ainda hoje, pois muita gente diz que a capacidade do estádio diminuiu, em vez de crescer. O governador José Serra (PSDB) chegou até a cogitar a hipótese de reconstruir a concha acústica. Já Maluf defende o Tobogã: "É incrível, mas é uma obra minha. Fui lá duas vezes durante a construção e inaugurei numa partida do Corinthians x Cruzeiro, de Belo Horizonte, em companhia do Carlos Caldeira Filho, dono da Folha. Ampliei a capacidade do Pacaembu de 35 mil para 44 mil torcedores". Há controvérsias...

Política
Como disse, o livro tem história a dar com pau, como, por exemplo, os bastidores da eleição indireta que derrotou Maluf e elegeu Tancredo Neves presidente, em 1985. Mas uma que me chamou a atenção, pela cara de pau, foi essa: "Durante o governo Geisel, em 1976, houve o desastre na Via Dutra e o Juscelino [Kubitschek] faleceu. Quatro anos depois, eu era governador de São Paulo e recebi um pedido de audiência de d. Sara Kubitschek. Imediatamente concedi-lhe a audiência e ela veio com o dr. Renato Azeredo, que é pai do atual senador Eduardo Azeredo e foi governador de Minas. (...) E d. Sara me pediu um auxílio para a construção do Memorial JK, em Brasília. (...) E disse: 'D. sara, quanto a senhora precisa para terminar esse memorial?'. Ela disse: 'Governador, preciso de 50 milhões de cruzeiros'. Na época devia ser uns 3 milhões de dólares. Como o dólar desvalorizou muito, seria hoje equivalente a uns 30 milhões de dólares. (...) Mandei uma mensagem para a Assembléia Legislativa de São Paulo, mas usei um truque. Porque São Paulo só poderia investir fora do seu território se fosse autorizado por lei. (...) O meu truque foi o seguinte: na minha exposição de motivos, eu pedia esse crédito suplementar sob a alegação de que Juscelino tinha sido o melhor governador que São Paulo havia tido. Se quiser ver, está lá nos anais. (...) Mas a verdade é que foi a colocação da indústria automobilística em São Paulo (...) que deu grande impulso ao Estado". Taí: foi assim que "doamos" mais de 60 milhões de reais para o Memorial JK (foto acima).

Cachaça
Uma passagem que Maluf fala de bebida mistura também bastidores políticos. Quando Paulo Egydio (foto à direita) era governador de São Paulo, na década de 1970, tentou abortar a carreira política de Maluf. "Do 'turco' eu me livrei!", chegou a afirmar ao senador Antonio Balbino, da Bahia. A estratégia era encostar Maluf num cargo em uma empresa fomentadora de exportação que praticamente nem existia. Mas o "turco" ainda tentou negociar a situação na manguaça: "Era uma noite muito fria. Fomos tomar um uísque e, naturalmente, decidir qual seria meu futuro no governo. Para minha sorte, ele não cumpriu nada do que prometera". Maluf declinou do convite para o cargo obscuro e voltou para a direção da empresa Eucatex. Depois, retomou a politicagem na Associação Comercial de São Paulo e, em seguida, conseguiu suceder o próprio Paulo Egydio no governo do Estado. De fato, uma raposa velha...

Provocação
Não poderia encerrar o post sem reproduzir a provocação de Maluf ao atual governo tucano de São Paulo, em relação ao desabamento de um trecho da obra da nova linha do Metrô: "Aquilo foi um erro de concepção do projeto do goveno e da Companhia do Metrô. Eles deveriam ter escolhido um projeto de execução mais fácil, como nós fizemos na Linha 1. Se tivessem escolhido um projeto diferente na Linha 4, aquela travessia poderia custar dez vezes menos. Porque uma ponte é muito mais barata do que um túnel". Tudo bem que crítica do Maluf é sempre discutível, mas ele traz à tona uma pauta que a imprensinha insiste em ignorar, para poupar o tão precioso PSDB.

PQFMTMNETA 7 - Ademar Braga, técnico corintiano (2006)

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Breve introdução aos que não conhecem a série: PQFMTMNETA é abreviação para "Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim". Nesse espaço, mostraremos eventos do futebol acontecidos há, no máximo, cinco anos, que causaram polêmica na sua época, e que depois caíram no esquecimento.


PQFMTMNETA 7 - Ademar Braga, técnico corintiano (2006)

A última participação do Corinthians em uma Libertadores está na mente de quase todos os aficcionados por futebol. Pudera: o desfecho da empreitada alvinegra foi inesquecível. A derrota, a eliminação e, principalmente, o quebra-quebra que se viu no Pacaembu após o Corinthians perder para o River Plate ficaram em definitivo como um dos episódios mais marcantes do futebol brasileiro.

Mas apesar dessa lembrança, há um aspecto daquele jogo que dificilmente é respondido no bate-pronto por quem gosta de futebol. Quem era o técnico do Corinthians naquele dia? Antônio Lopes, campeão brasileiro meses antes? Geninho, imortalizado pelo "pega-pega" diante do mesmo River em 2003? Daniel Passarella, figura emblemática da parceria MSI/Corinthians?

Nada disso. O treinador alvinegro era Ademar Braga.

Braga é mais um entre tantos os interinos do futebol brasileiro que acabam ficando no cargo por mais tempo que previam. Ele integrava a comissão técnica do Corinthians desde 2005, como auxiliar. Chegou ao Parque São Jorge após uma carreira vasta, que teve início no futebol do Rio e passagens pelo chamado "mundo árabe".

Era apenas um assistente no Timão quando Antônio Lopes começou a balançar no cargo. O delegado nunca tinha chegado a emplacar no Parque São Jorge, verdade seja dita, apesar de ser o técnico do título brasileiro de 2005. Quando ele caiu, Ademar veio à tona e assumiu como interino. Mas de repente a diretoria corintiana resolveu bancar Braga, e afirmou que ele seria o técnico do time até o final da Libertadores.

Vale lembrar que aquela Libertadores era uma verdadeira obsessão no Corinthians. Trata-se do título mais importante que o clube não tem (e que todos os rivais têm, o que intensifica a meta), e, no contexto de 2006, era o que coroaria o projeto MSI. Todas as fichas do Corinthians e sua parceira estavam naquele campeonato. Mas não deu certo. O time até que fazia boa campanha no torneio, mas desandou quando teve o River pela frente. Perdeu por 3x2 na Argentina e até se animou para o jogo de volta; mas, no Pacaembu, o River sufocou o Corinthians e venceu, de virada, por 3x1.

Pouco após a eliminação na Libertadores acabava a era Ademar Braga. Ele perdeu o cargo para Geninho, que conseguiu fazer campanha ainda mais pífia. Foi o desfecho de uma rápida estada no mainstream de um técnico que chamou a atenção menos por inovações táticas do que pelo seu comportamento - a fala richarlysoniana e uma auto-declarada metrossexualidade fizeram de Ademar figura rara no mundo do futebol.

Comentários de um não-sãopaulino sobre um empate inusitado

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Passei o dia esperando que algum dos tricolores do Futepoca escrevesse sobre o empate de quarta-feira diante do Independiente de Medellin, em pleno Morumbi. Desde cedo já estava com meu comentário pronto, independentemente do teor do post que viesse. Como não veio, aí vão meus comentários:

1) Nunca tinha achado o Hernanes cai-cai. No jogo de ontem ele não foi bem, e teve seus momentos de tentar cavar faltas. Engraçado que em outros lances ele se segurava em pé tomando pernada. Vá entender...
2) Quando os meias não jogam o São Paulo é só balãozinho na área.
3) Alguém precisa aprender a marcar a jogada de pivô do Borges, que é muito bem feita, embora nem sempre dê resultado.
4) O Muricy, com razão, não confia em sua defesa neste ano. Caio Ribeiro, comentarista da globo, torceu mais que a vizinhança perto de casa. Mas não entendeu isso.
5) André Dias deveria ter sido expulso. Talvez duas vezes.
6) André Lima também, por um cotovelaço dentro da área.
7) O goleiro paraguaio Aldo Bobadilla foi impecável no jogo todo, até os 48 minutos quando espanou uma bola.



Ficou sem continuidade e bem restrito. Os comentaristas que completem.

O começo da copa mais sem lógica do Brasil

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Começou ontem a Copa mais sem lógica do Brasil. Sei que vou tomar cartão pela brincadeira, mas é verdade. Nenhum outro campeonato que envolve times da primeira divisão nacional teve campeões como Paulista de Jundiaí e Santo André. Aliás, times que foram parar na Libertadores por causa dessa copa, sem ela não teriam chance...


Para não voltar muito no tempo, é o caso do Sport, que não pode ser considerado uma zebra total, mas eliminou times favoritos como o Palmeiras de Luxemburgo e o Internacional de Alex e hoje está no maior campeonato da América do Sul. 

Blablablá à parte, ontem começou o campeonato e a zebra já apareceu com a vitória do União de Rondonópolis por uma a zero contra o Inter. Praga do centenário? Acho que ainda não, o time gaúcho deve passar fácil no jogo de volta, mas não juro por minha mãe. 

Outros resultados inesperados foram as vitórias do Sampaio Correa, do Maranhão, contra o Figueirense (SC), que até o ano passado estava na primeira divisão do Brasileiro, a vitória apertada do Fluminense contra o Nacional de Patos, PB (1 a 0), e a do Santos sobre o Rio Branco do Acre (2 a 1). Agora, terão de fazer o segundo jogo para espantar a zebra...

Mas é um bom exercício também ver possíveis cruzamentos, se der a lógica. Aparentemente, o lado em que estão Atlético (MG) e Vasco é o mais fraco. Os dois se cruzariam nas oitavas-de-final, se der a lógica. No caminho dos mineiros até as quartas o único time de primeira divisão é o Vitória (BA). Na parte de baixo, Corinthians, Fluminense, Atlético (PR) e Goiás se pegam até as oitavas.  O vencedor enfrentaria Vasco, Galo ou Vitória.

Do outro lado, Botafogo, Santos, Coritiba eliminariam-se para enfrentar quem sair de Flamengo, Internacional e Náutico. Sem menosprezar nenhum outro time, o critério foram os que estão na primeira do Brasileirão.

Essa é a lógica, mas tudo cairá por terra quando aparecerem as primeiras zebras. Façam suas apostas...

Militância?!??

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Na tentativa de pegar José Serra pelo contrapé, o também tucano Aécio Neves tenta convencê-lo a disputar prévias para decidir quem será o candidato do PSDB à Presidência da República no próximo ano. Anteontem, Serra acenou com uma possível concordância, mas refutou o que considera uma "mega-antecipação" da campanha. Mesmo assim, Aécio, animado com a boa recepção do governador paulista em participar de eleições prévias no partido, lançou novo desafio: um convite para que ele e Serra viajem juntos pelo país, para juntos fazerem campanha entre os tucanos. "Vamos fazer uma mesma agenda, vamos falar para a militância do partido, vamos debater em altíssimo nível", disse o governador de Minas Gerais. Só fiquei com uma dúvida: de que "militância" ele está falando?!??

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Entra na lista?

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Pesquisando fotos antigas do Clube Atlético Taquaritinga (CAT), acabei tropeçando na ficha de uma partida que poderia ter entrado no ranking que o Glauco e o Olavo fizeram outro dia para o site Impedimento. Trata-se de uma derrota do Santos por 4 a 0 para o América, em São José do Rio Preto (SP), no Paulistão de 1980. E o herói do jogo foi o ponta-esquerda Mazzola, autor dos dois últimos gols. Seis anos depois, ele jogaria no Taquaritinga (foto acima), pela Divisão Intermediária do Paulista, a segunda divisão da época ou Série A-2 de hoje. Vítima de uma operação malsucedida no joelho direito, o ponta-esquerda encerraria a carreira precocemente no Corinthians de Presidente Prudente, aos 30 anos, em 1988.

Quem recuperou a goleada do América contra o Santos foi Edwellington Villa, da coluna Flash Bola, no Diário da Região de Rio Preto. Ele traçou um perfil de Mazzola, que, na foto à direita, exibe a camisa que vestiu na partida histórica. Conterrâneo do craque Neto, que brilhou principalmente no Corinthians e hoje é comentarista, o ex-ponta-esquerda nasceu em Santo Antônio de Posse, na região de Campinas, há 50 anos. Tentou a sorte no Mogi Mirim e no Botafogo de Ribeirão Preto antes de profissionalizar-se no América, em 1979. Também jogou pelo Bandeirante de Birigui e Ituano.

Mas foi em 1980 a consagração de Mazzola, com grandes atuações tanto no Paulistão quanto na Taça de Prata do Brasileiro (equivalente à Série B), quando o América subiu para a Taça de Ouro. Uma das melhores partidas do ponta-esquerda na campanha do acesso foi a goleada por 6 a 2 sobre o Figueirense. Mas a vitória épica foi mesmo contra o Santos, que terminaria como vice-campeão paulista. Um detalhe curioso é que o técnico do América era Urubatão, e o do Santos, o ídolo Pepe - dois dos titulares do alvinegro praiano na conquista do bicampeonato paulista de 1955/ 1956.

FICHA TÉCNICA
América 4 x 0 Santos
Data: 1º/10/1980
Competição: Campeonato Paulista (2º turno)
Local: Estádio Mário Alves Mendonça (São José do Rio Preto-SP)
Juiz: Dulcídio Wanderley Boschillia
Gols: Marinho (1), Marinho (10), Mazzola (49) e Mazzola (54)
Expulsões: Gerson Andreotti, João Paulo e Neto
Renda: Cr$ 1.684.630,00
Público: 19.223 pagantes

América - Valô; Berto, Camilo, Jorge Lima e Ademir Gomes; Gerson Andreotti, Serginho Índio e Marcelo (Zé Cláudio); Marinho, Mazzola e Cândido. Técnico: Urubatão.

Santos - Marola; Nelsinho Baptista, Márcio Rossini, Neto e Washington; Miro (Toninho Vieira), Rubens Feijão e Pita; Nilton Batata (Claudinho), Campos e João Paulo. Técnico: Pepe.


América de Rio Preto (1980) - Em pé: Paulinho, Jorge Lima, Gerson Andreotti, Ailton Silva, Luiz Fernando Calori e Reginaldo; Agachados: Marinho, Rotta, Luis Fernando Gaúcho, Serginho Índio e Mazzola

Reminiscências dos tempos de antanho...

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Outro dia eu conversava com um amigo sobre a gênese do rockinho brasileiro, com a explosão de "Você não soube me amar", da Blitz, em 1982. Tentamos lembrar o que tocava no rádio antes disso. Observei que Rita Lee, 14 Bis, A Cor do Som, Baby Consuelo, Pepeu Gomes e mesmo Lulu Santos tinham emplacado alguns rockinhos até 1981. Mas ele retrucou: "-Não, não tô falando de rock. Lá na minha casa, só se ouvia Luiz Ayrão!". Verdade. Era isso o que eu ouvia no rádio (o dia inteiro!) antes dos Ritchie, Rádio Táxi e Herva Doce da vida: "Aquele lencinho/ Que você deixou/ É um pedacinho/ Da saudade que ficou". E, especificamente naquele ano de 1982, com a Copa da Espanha, o que eu mais ouvi desse sambista foi o seguinte:

MEU CANARINHO
(Luiz Ayrão)

Dá-lhe, dá-lhe bola
Meu canarinho vai deixar a gaiola
Vai pra Espanha de mala e viola
Vai dar olé à espanhola
E rola, e rola, e rola
E rola essa bola
Eu quero ver toureiro de castanhola
E o goleiro babando na gola
Com as mãos na cachola
Tomar mais um gol na sacola!

Hei, Brasil! Lálaiá, lara, hei Brasil!
Quero ver essa massa vibrando com raça, são quase 200 milhões
E a galera em close, com a camisa 12, jogando com seus corações
Quero o povo gritando, o gol festejando, o vento socando com toda emoção
E a seleção canarinho voltando pro ninho com a taça na mão

Brasil, olé! Brasil, olé! Brasil, olé! Brasil!




E, na mesma esteira da "seleção canarinho", outra música que tocou demais naquele ano foi essa aqui, na voz do lateral-esquerdo flamenguista Júnior:

POVO FELIZ (VOA CANARINHO)
(Nonô/ Memeco)

Voa, canarinho, voa
Mostra pra este povo que é rei
Voa, canarinho, voa
Mostra na Espanha o que eu já sei

Verde, amarelo, azul e branco
Formam o pavilhão do meu país
O verde toma conta do meu canto
Amarelo, azul e branco
Fazem meu povo feliz

E o meu povo toma conta do cenário
Faz vibrar o meu canário, enaltece o que ele faz
Bola rolando e o mundo se encantando
Com a galera delirando, tô aqui e quero mais




Pois é, moçada. A idade chega e as lembranças voltam...

No butiquim da Política - A calmaria...e a 'moça'!

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CLÓVIS MESSIAS*

Aqui no buteco, os papos estão muito "miúdos" para o momento que se vive. Depois de uma cochilada, o Palácio dos Bandeirantes mandou recolher, na Assembléia Legislativa (à direita), o projeto que dá condições aos municípios das regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Baixada Santista de cobrarem pedágios nas ruas e avenidas. A justificativa era obrigar as pessoas a deixarem os automóveis em casa e usarem o transporte coletivo. Ou seja: eles querem que você use o que não tem. Aliás, este tem sido o comportamento dos Executivos federal, estadual e municipal. Quando vai mexer no bolso dos empresários por não cumprirem suas obrigações, transfere-se a responsabilidade para nós, o povo.

Bom, mas a matéria, aqui no Legislativo estadual de São Paulo, foi retirada por ser "impopular". Lembrem-se: vai haver eleições. Assim, a cobrança de mais imposto foi postergada. Afinal, todos estão dando bom dia com o chapéu dos outros. "Por aqui", comenta um chegado, "eles não querem 'falação' de maneira nenhuma. Quem discute qualquer tema que envolva atitude política é traidor". Boa. Nova forma de ver essa democracia. É a democracia do "acordão", do silêncio. Sem debate. Um outro manguaça canela: "É o AI-5 com novo viés. AI-5 democrático!". Mas, pra sorte da moçada, a coisa está pegando justamente na liderança do PSDB. Irônico, não? O burburinho vem do próprio governo.

Há grande possibilidade de, na próxima Mesa Diretora, o deputado Estevam Galvão, do DEM (à esquerda), ser o líder do governo tucano de José Serra. O deputado Barros Munhoz (PSDB), como dissemos tempos atrás, será o presidente da Assembléia Legislativa. O 1º vice-presidente será o deputado Roberto Engler, também do PSDB. Já o deputado Rui Falcão (PT) abriu mão da 1ª secretaria em favor de seu colega de partido, deputado Carlinhos Almeida. A 2ªa secretaria, seguindo a proporcionalidade, vai para o DEM, que indicou o deputado Aldo Demarchi. Os outros cargos da Mesa são decorativos, mesmo os que estão querendo criar, ou seja, a 3ª e a 4ª vice-presidências.

Decorativos, mas com dinheiro - o do contribuinte, o nosso. Eles alegam que os novos cargos são para uma melhor distribuição dos partidos representados na Casa, tendo cargo na Mesa Diretora. "Desse jeito, onde vamos parar?", pergunta um sujeito já com quatro canas a mais, no bar. "É jantar, é almoço, é lanche, é reunião. Mas nós, o povão, continuamos com nada, só observando a festa!", prossegue, indignado. Não podemos esquecer, retruco, que, se eles estão lá, na Assembléia Legislativa, é porque nós votamos. Nisso, rindo e lendo um jornal, outro frequentador do buteco questiona: "E se a 'moça' candidata chegar, nas pesquisas, a somar mais dez pontos? Pra onde vai essa calmaria?".

Aqui em São Paulo, José Serra pensa estar nadando de braçada. Mas a 'moça' já está com mais de 13 pontos nas pesquisas...

Em tempo: cruzei, nos corredores do Legislativo, com um auditor do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). Acreditem, é verdade, está havendo uma auditoria na Casa. Há muitos, mas muitos anos que isso não acontecia. Será influência da construção inacabada do prédio anexo?

*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino, dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa e colabora com esta coluna para o Futepoca.

No primeiro teste para valer, o Palmeiras não passou

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Depois de um início de temporada com nove vitórias em nove partidas oficiais, o Palmeiras perdeu sua invencibilidade. No primeiro jogo difícil, o time levou a pior diante da LDU em Quito, por 3 a 2. No estádio Casa Blanca, os seis dias de treinamento parecem até ter minimizado os efeitos dos 2.800 metros de altitude. Quer dizer: a derrota não foi para a altitude.

O Palmeiras entrou mais defensivo como era de se esperar, ainda que tenha ido buscar jogo para tentar o empate. Não funcionou tão bem. A LDU foi capaz de fazer o resultado, apesar de não ter os dois principais jogadores nem o técnico da conquista do título de 2008. Começou o jogo melhor e, com disciplina tática e com menos falhas do que o adversário, os equatorianos faturaram.

O Palmeiras saiu perdendo aos 24 do primeiro tempo, mas empatou em quatro minutos com Willians em sobra de chute de Diego Souza. Calderón fez seu segundo em trapalhada de Edmilson e Marcos, o Goleiro. Vanderlei Luxemburgo arriscou tirar o zagueiro Maurício Ramos por Marquinhos, e Edmilson parecia se redimir ao fazer o 2 a 2 no começo do segundo tempo em cobrança de falta. Quando os visitantes faziam seus torcedores acreditarem que fariam história, os números finais foram dados por Manso em cobrança de falta – cometida pelo mesmo zagueiro palmeirense.

Marcos, o Goleiro, falhou no segundo gol. Deixar um atleta desses no banco em condições de jogo é uma opção difícil para qualquer treinador. Se ele não estava em condições, é outra história.

Diego Souza foi bem, Cleiton Xavier não. Keirrison foi quase nada. A primeira tentativa de tornar o time ofensivo foi melhor porque saiu o empate. Mas Luxemburgo colocou Evandro em campo no lugar de Fabinho Capixaba, a partir de quando, coincidentemente, não houve mais ataques do time. Se a LDU quisesse, poderia ter explorado melhor os contrataques.

Armero teve suas decidas contidas pelos avanços do argentino Manso. Poderia ter sido expulso pelo carrinho em que tomou cartão amarelo ao 25 do segundo tempo e por um cotovelo que sobrou para um rival. Síndrome de Kléber? Danilo e mesmo Edmilson também exageraram em alguns carrinhos.

O resultado foi muito pior do que a atuação do time, tirando a parte defensiva. Mas foi bem ruim para a estreia na fase de grupos da Libertadores. A próxima partida é contra o chileno Colo Colo no dia 3 de março. Depois tem o Sport na Ilha do Retiro em 8 de abril. Muita dificuldade pela frente.

A primeira derrota não significa que o time seja uma porcaria. Mas só agora aparecem os primeiros comentaristas a lembrar que o time do Palmeiras tem poucos atletas com participações anteriores em Libertadores.

No sábado tem Portuguesa no Canindé pelo Paulista.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Meu último "post" sobre juízes mineiros

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Ok, confesso que exagerei ao chamar o Alício Pena Júnior de ladrão. Por questão de justiça e ética, só posso atribuir crime a alguém quando tiver provas. E não as tenho, apenas indícios e a repetição de práticas que só beneficiam um lado, o Cruzeiro, como se verá até final deste "post".


Vamos à descrição encontrada no UOL Esportes e selecionada por mim dos cinco jogos que o Cruzeiro fez este ano pelo Campeonato Mineiro, do último para o primeiro:

Cruzeiro e Atlético:
Foi um jogo disputado intensamente, especialmente no primeiro tempo, quando houve tumulto também. Antes mesmo da expulsão do zagueiro atleticano Welton Felipe, aos 37min do primeiro tempo, os jogadores atleticanos e o técnico Emerson Leão já reclamavam muito do árbitro Alício Pena Júnior. Quando acabou a etapa inicial, o treinador atleticano aumentou seus protestos.

Comentário
Um zagueiro do Cruzeiro fez pênalti com 5 minutos, num jogador que ia sozinho em direção ao gol. Deveria dar o pênalti e expulsar. Nada disso aconteceu. O juiz era Alício Pena Júnior, e é bom ver a coincidência daqui a pouco em outro jogo que ele apitou do time azul.

Cruzeiro e Guarani de Divinópolis
O primeiro tempo foi um pouco mais disputado e o goleiro Andrey, que atuou no lugar de Fábio, foi obrigado a fazer duas boas defesas. O Cruzeiro marcou o seu gol, aos 22min, por intermédio de Alessandro. No segundo tempo, no entanto, a história foi diferente e o clube celeste ampliou o seu triunfo sem dificuldade.  

Comentário
O que aconteceu: a expulsão de Diego Paulista (do Guarani).

Villa Nova e Cruzeiro 
"O atacante Soares, que entrou na vaga de Wellington Paulista, aproveitou a oportunidade e marcou dois gols. O terceiro foi do volante Ramires, que chegou a três gols na competição. O Villa Nova descontou com Everton e Marcelinho e pressionou no final. O Cruzeiro atuou boa parte do segundo com um jogador a mais, uma vez que Rodrigão foi expulso no time de Nova Lima."

Sem comentário

Cruzeiro e Social
"O Cruzeiro levou um susto, aos 8min, quando Nei Bala teve a oportunidade de concluir a gol de dentro da área cruzeirense, mas a bola saiu pela linha de fundo. "Foram criadas situações, eles tiveram a sua no comecinho do jogo e não fizeram, nós tivemos as nossas. Com a expulsão acabou facilitando um pouco mais", disse Adilson Batista, que apesar do marcador, destacou "erros a serem corrigidos". "Tem muita coisa a melhorar", acrescentou.
Ele se referiu ao cartão vermelho dado pelo árbitro Alício Pena Júnior ao zagueiro Thiago, aos 21min do primeiro tempo, imediatamente após o gol marcado por Jonathan, aos 20m. O defensor do Social fez falta em Wellington Paulista, que arrancava em direção ao gol.
Comentário
Notem, quem fala que a expulsão facilitou foi o técnico do Cruzeiro. O árbitro foi o mesmo Alício Pena Júnior, que expulsou um zagueiro do adversário do Cruzeiro na metade do primeiro tempo porque fez falta em um jogador que ia em direção ao gol. Alguma coincidência com o jogo contra o Atlético?

Cruzeiro e Uberlândia
O Cruzeiro abriu o placar ainda no primeiro tempo, com Gérson Magrão, substituto do meia Wagner, vetado pelo departamento médico. Na etapa final, o time celeste diminuiu o ritmo e o Uberlândia empatou com Rogério Corrêa. A vitória celeste veio Fernandinho em cobrança de pênalti, sofrido pelo volante Ramires.

Comentário
Vi parte desse jogo, não foi pênalti e o juiz ainda expulsou um jogador do Uberlândia quando o jogo estava empatado. Vale notar na ficha do jogo a seguir o nome do árbitro:
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (Fifa-MG)
Cartões vermelhos: Ley (Uberlândia)
Após as denúncias desta semana, descobriu-se que o Ricardo Marques Ribeiro trabalha com o vice-presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro. Apesar das reclamações do Sport e do Flamengo no ano passado por conta de arbitragens suas foi indicado para a Fifa pelo chefe da arbitragem de Minas, Afonso Lincoln Bicalho.

O Cruzeiro não teve nenhum jogador expulso nem pênalti marcado contra si nos primeiros quatro jogos. Foi marcado pênalti a favor do Atlético, que parece que nem aconteceu, e expulso o atacante Thiago Ribeiro aos 43 minutos do segundo tempo. A compensação tentada só denigre mais quem apitou.

Vou evitar comentar mais porque está longo e os fatos falam por si.

Ministro manguaça pede demissão no Japão

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Shoichi Nakagawa, ministro das Finanças do Japão, chamou a atenção do mundo no sábado quando concedeu entrevista após reunião do G8. Mas não pelas palavras ou opiniões emitidas, e sim pela sua aparência. Ao que tudo indica, o cidadão foi encarar os jornalistas com uma bela dose de cachaça (ou, mais provavelmente, saquê) na cabeça.

O resultado foi uma entrevista em que Nakagawa permaneceu com os olhos cerrados por quase todo o tempo - chegando a fechá-los em alguns momentos -, mal conseguiu articular frases e pouco tocou nas políticas econômicas do seu país.

O ocorrido, claro, gerou barulho. Ainda mais quando veio à tona boato que diz que Nakagawa é chegado em uma birita. A pressão cresceu e não deu outra: hoje, dia 17, Nakagawa pediu demissão do cargo. Ele alegou que estava sobre o efeito de medicamentos - vocês já não ouviram isso antes? - mas a desculpa não colou. "Pensei que seria melhor para o país que pedisse demissão. O primeiro-ministro não tentou me convencer do contrário", falou o manguaça, dando a indicação que não houve aquela conivência com sua atuação frente à imprensa.

Confiram, aqui, um compacto dos melhores momentos da fatídica entrevista de Shoichi Nakagawa (não estou conseguindo colocar a janelinha do youtube).

Pé redondo na cozinha - A festa e o Maciel Benjor

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MARCOS XINEF*

Salve, camaradas do Futepoca! Estamos de volta com a segunda temporada de receitas exclusivas para o blogue. Mas, antes, vamos contar um pouco sobre o que aconteceu na festa de final de ano que testou nossas invenções - e que o xará Marcão, por desatenção (imagino que alcoólica), esqueceu-se de postar. No evento etílico realizado em São Bernardo do Campo (SP), foram consumidas 9 caixas de cerveja, 2 garrafas de uisque, 1 e 1/2 de vodka e 1 de cachaça. Antes, no "esquenta", foi consumido muito mais, mas ninguém com tanta cana na ideia consegue contar além de 10!

Para comer, várias receitas já publicadas no Futepoca, como a Kriptocaponata do Mumu, o Chococanadim, a Calabresa acebolada no pão italiano com cachaça e pinhão e a Vaca atolada by Tio Aldo. Depois de todo esse goró (líquido e sólido), imaginem o que aconteceu quando 15 caras muito loucos tentaram jogar paintball, algo que requer um mínimo de concentração. Bem, uma vez que os bêbados não entenderam as regras do jogo, iniciou-se uma chacina de tinta. Todos mataram e morreram. Com isso, concluímos: nunca beba em combate, seu inimigo pode ser você mesmo!

Mas vamos à primeira receita de 2009. Reza a lenda que Jorge Benjor mora no Rio de Janeiro. Mero engano, ele mora em São Bernardo, chama-se Maciel, é engenheiro, fala um inglês que mais parece javanês e realmente se parece muito com o Benjor. Só que, se deixarem, bebe até água de bateria. Mas tem uma inteligência acima da média e um coração do tamanho das mãos de LeBron James, do qual ele é fã. E vive no que ele denomina de quadrilátero: quarteirão que concentra duas padarias e dois bares (não precisamos dizer mais nada...).

Só que Maciel Benjor não anda lá muito bem, por isso todos nós, comerciantes do quadrilátero, nos esforçamos para que ele beba menos. Então, conforme vai fazendo sua "via sacra", vamos trocando informações para mantê-lo na cota aceitável de teor alcoólico no sangue, durante o dia vigente. Como eu e o nutricionista Bruno Castellan somos donos do bar que fica por último, sempre recebemos a encomenda quase "pronta". Além de fazê-lo tirar o pé do acelerador (ou melhor, a boca do copo), temos de obrigá-lo a jantar, para que durma melhor.

Acostumado com os mimos, o nosso Benjor já chega cantando músicas do xará famoso e pedindo: "-Quero um prato leve, meu médico mandou maneirar no tempero! Mas não vai esquecer do toquinho especial". Foi então que criamos o seguinte prato:

LAZANHA MACIEL BENJOR

Ingredientes:
3 fatias de massa de lazanha pré pronta
3 fatias de berinjela
3 fatias de queijo tipo minas
3 colheres de sobremesa de molho branco
1 dose de conhaque
2 colheres de parmesão ralado

Modo de preparo:
Ponha para grelhar as fatias de berinjela com um pouco de azeite. Flambe com o conhaque num prato fundo. Depois, monte em camadas, pela ordem: molho branco, massa, queijo, berinjela, repetindo até cobrir, por último, com o parmesão ralado. Leve ao microondas por 5 minutos e sirva.


É isso aí. Só lembrando que a dose de conhaque depende do estado do fígado (que fígado?) ou da recomendação médica. Até a próxima!

*Marcos Xinef é chef internacional de cozinha, gaúcho, torcedor fanático do Inter de Porto Alegre e socialista convicto. Regularmente, publica no Futepoca receitas que tenham bebidas alcóolicas entre seus ingredientes.

Som na caixa, manguaça! - Volume 34

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PINGA
(John Ulhoa)

Pato Fu

Eu tomo pinga
Eu não sei o que é melhor pra mim
Eu tomo pinga
Mesmo já sabendo o que vai dar no fim
Eu tomo pinga
Será que eu tô gostando de viver assim?
Eu tomo pinga
Será que isso é bom ou ruim?

Aah... aah....

Se eu fosse o Pelé tomava café
Se eu fosse o Tostão tirava o calção
Se eu fosse o Dario pulava no rio
Se eu fosse o Garrincha não pulava não

Eu tomo pinga
Eu não sei o que é melhor pra mim
Mesmo já sabendo o que vai dar no fim
Será que eu tô gostando de viver assim?
Será que isso é bom ou ruim?

Aah... aah....

Se eu fosse o Pelé...
Se eu fosse o Tostão...
Seu eu fosse o Dario...

(Do CD "Tem mas acabou", Sony BMG, 1996)

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

De olho na redonda: Santos empurra bêbado ladeira abaixo

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O Santos bateu o fraquíssimo Guarani na Vila Belmiro por 3 a 1. Chulapa comandou a equipe e Vágner Mancini acompanhou a partida, que poderia ter o Santos goleando já no primeiro tempo, mas Róbson não queria marcar gols ontem. Roni e Kléber Pereira também perderam tentos incríveis.

Resultado: com um a zero no início do segundo tempo, o Guarani voltou pressionando. Tomou o segundo gol, mas soube aproveitar os contra-ataques e marcou o seu. Jogo fácil, que só não se complicou porque o garoto Paulo Henrique marcou o terceiro, em um lance que lembrou as finalizações de Marcelo Passos, só que do lado invertido da área. Nada comovente a vitória, mas os três pontos agora são fundamentais para garantir uma vaguinha entre os quatro.



A saber: o goleiro Douglas, que não é digno de confiança do torcedor, fez quatro defesas difíceis e espalmou duas bolas... pra fora, e não para o meio da área como vinha fazendo o titular. Melhorou o nível, resta saber como Mancini e a diretoria vão lidar com os brigões Fábio Costa e Fabiano Eller. Ao que parece, uma reconciliação beira o impossível.

O "descritério" de Mano

Enquanto Mano Menezes enfrentou os times da Série B, parecia até outro treinador. Comedido, moderado, não lembrava o descontrolado comandante da entrevista coletiva pós-final da Copa do Brasil. Mas foi só passar por um perrenguezinho que voltou à forma.

A argumentação de que há “ajuda externa” na marcação que resultou no cartão vermelho de Túlio seria patética só pelo fato de não se ter nenhum elemento mínimo de comprovação. Mas, se alguém acompanhar o vídeo, vai perceber que, após a agressão, o zagueiro Rodrigo já aponta para o auxiliar, e o sósia do Mauro Naves, José Henrique de Carvalho, olha para o bandeira quando dá o cartão no meio de campo para Moraes. Só depois disso que o lance é reprisado na televisão. Ou seja, a Federação ou a Comissão de Arbitragem teriam que ter um sistema mais moderno do que a Globo para detectar e avisar o auxiliar do lance. E, se qualquer um dos três tem comunicador, porque a “ajuda externa” não seria realizada diretamente para o árbitro, tendo que haver uma ponte com o bandeirinha?

Mas o melhor (sic) da entrevista é que Mano Menezes de fato quer introduzir um novo vocábulo no nosso cotidiano. Assim como fez após aquela partida contra o Sport , disse que o problema do árbitro foi o “descritério”. Ah, se fosse o Lula...

Impotência futebolística e as humilhações santistas

Volta e meia os autores do Futepoca também colaboram com outros veículos. Assim, quem quiser ler o texto do Marcão sobre a “impotência futebolística”, pode acessar o Papo de Homem . E quem tiver interesse em saber quais são as dez maiores humilhações da história do Santos na opinião deste escriba e do Olavo, acesse o Impedimento .

Cadê os boleiros barbudos?

Imperdível o texto do Fabricio Carpinejar  sobre a ausência de jogadores de futebol barbudos nos dias de hoje. Já que tive como ídolo de infância Rodolfo Rodríguez e também sou às vezes adepto do barbeador à distância, me identifiquei facilmente com o post.

Um dia sem fim

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Foi num 16 de fevereiro, mas não como agora. Era terça-feira de Carnaval. Eu estava fazendo embaixadas com uma bola de tênis, logo depois do almoço. Ouvindo algum LP no aparelho de som, mas já não sei qual. Só me lembro que o telefone tocou, eu atendi. Uma voz aflita, de mulher, pediu para eu chamar minha mãe com urgência. Minha mãe, naquele horário, descansava rezando seu rosário. Voltei para a outra sala e desliguei o som. Fiquei aguardando alguma coisa terrível, pois a aflição de minha mãe, no telefone, me pareceu pior do que a da pessoa que estava do outro lado da linha.

E o terrível aconteceu: "-Marcos, seu tio Estevam não voltou pra casa essa noite e acabaram de encontrar o carro dele dentro de uma lagoa, em outra cidade. Eu estou indo ficar com a sua tia. Avise seu pai". E saiu, desesperada, para socorrer a irmã mais nova. Fiquei ali, parado, sabendo que tinha ouvido uma versão amenizada. Minha mãe não sabe mentir. Havia um contexto perigoso. Meu tio, ex-presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga, terminava seu mandato como vereador. E vinha fazendo algumas denúncias muito graves pelo microfone de uma rádio local.

Mas, para mim, ele era acima de tudo o meu padrinho, que sempre se portou como um tipo de "segundo pai", conversando comigo e me aconselhando. Principalmente ali, quando estava com meus 13 ou 14 anos. Por isso, temi pelo pior. E ele veio, quando meu pai apareceu, chorando: "-Mataram teu tio!". A partir dali, vivi uma espécie de paralisia sentimental. Não conseguia chorar, não conseguia pensar na vítima de tal brutalidade como sendo o meu tio, o meu padrinho. Fiquei nesse torpor durante horas, o resto do dia.

Um dia cinzento, chuvoso, feio. Tive que ir para a casa de uma das minhas irmãs enquanto meus pais tentavam colaborar de alguma forma naquele caos familiar. Fiquei lá naquela casa, numa varanda, olhando o vazio. Sem pensar em nada, sem sentir nada. Meu pai retornou à noite e me perguntou se eu queria ir ao velório. Sonâmbulo, desatento e sem vontade própria, assenti com a cabeça. Nada me importava, aquilo só podia mesmo ser um sonho. Um pesadelo do qual, com certeza, eu acordaria. Quem dera...

No local, a cidade inteira se espremia para se despedir do vereador. Aos empurrões, cheguei à beira do caixão. Ainda hoje não suporto a mistura enjoativa do cheiro de vela com flores. Olhei para o meu tio. Um corte suturado com pontos assinalava o local onde a bala entrou, no rosto. Minha tia me puxou e disse: "-Olha o que fizeram com ele!". Só então notei a presença dos meus primos, em choque. Na hora, senti tudo o que estava acontecendo. A ficha caiu, o choro explodiu. Não me lembro como saí dali. Na verdade, penso, às vezes, que nunca saí daquela situação.

Porque ela volta todos os dias 16 de fevereiro. Como hoje. E sempre voltará, com certeza, até o final dos meus dias.

Clássico sem muito futebol no Morumbi

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Corinthians e São Paulo fizeram neste domingo um jogo bem fraquinho, ainda que tenso. Faltas a granel dos dois lados e falta de técnica foram a tônica do jogo, com a exceção dos dois gols, que mostraram que tem gente que sabe jogar bola nas duas equipes.

O Corinthians entrou em campo com uma formação diferente – e meio que covarde. Eram três zagueiros (com William no meio, o esquisito Jean na direita e o, digamos, firme Escudero na esquerda), três volantes (Christian, Elias e Túlio, este como dublê de ala direito – o que não deu nada certo), André Santos livre pela esquerda e Douglas pelo meio. Para dar velocidade, o ataque foi formado por Morais e Jorge Henrique. A intenção clara da escalação é atrair o adversário e jogar no contra-ataque – que, se é uma arma indispensável a qualquer boa equipe, não pode ser a estratégia central de um time do Corinthians.


O São Paulo entrou com um time meio diferente, mas o mesmo esquema. Jean protegia os três zagueiro, enquanto Richarlyson, Arouca, Wagner Diniz e Júnior César faziam a linha de armadores/marcadores do meio campo. No ataque, um horroroso André Lima fazia companhia a Dagoberto, em tarde bastante inspirada.


Com essa formação e péssimo desempenho dos homens de armação, o Corinthians deu muito espaço ao São Paulo, que teve mais posse de bola e mais chances de gol – apesar de nenhuma tão clara assim. Os tais contra-ataques não saíram e ficou tudo por isso mesmo. A grande emoção do primeiro tempo ficou a cargo do volante e pseudo ala direito Túlio, que depois de simular grotescamente uma falta na área, reagiu a uma provocação de André Dias com um ridículo “soco” na barriga, o que levou a sua expulsão.


Na etapa complementar, Mano Menezes colocou Souza, desafeto da maioria da torcida. Após a partida, o treinador assumiu o erro na escalação, segundo o Uol: “Tivemos alguns problemas táticos na primeira parte, mas disse aos jogadores que a culpa é minha. As opções que fiz tornaram a equipe muito pouco ofensiva”, disse ao Uol. Antes da partida, Mano havia explicado a opção: “Como perdemos dois jogadores importantes no mesmo setor [Chicão e Alessandro], optei pela linha de três [zagueiros] para adiantar o homem do lado [André Santos]. Acho que vai dar um encaixe melhor”. Assumir os erros é uma virtude. Não cometê-los seria ainda melhor, mas bola pra frente.


Não sei se foi a presença do grandalhão, mas o Corinthians manteve um pouco mais a posse de bola e se mostrou um pouco mais seguro. O São Paulo continuava melhor, especialmente pela boa movimentação de Dagoberto, mas não conseguia aproveitar a vantagem numérica para abrir o placar. Muricy tornou o tricolor mais ofensivo ao botar Hernanes e Borges, tirando o zagueiro Rodrigo e o inoperante André Lima. A mudança surtiu efeito: bela troca de passes entre Hernanes e Dagoberto quebrou a zaga alvinegra e Borges botou pra dentro.


O gol aconteceu dois minutos após Wagner Diniz tomar o segundo amarelo, depois de falta tosca em André Santos e ir para o chuveiro. O Corinthians sentiu o gol, mas segurou a pressão do São Paulo. Pouco depois, Douglas cansou e pediu para sair – a essa altura, eu estava cansado é da moleza do meia. Mano Menezes deve ter pensado em palavras como “estrela”, “sorte” e “talismã” quando mandou a campo o garoto Boquita, autor do gol que aliviou o time na partida contra o Mogi Mirim. Pois foi recompensado: o meia se movimentou muito e deu opções aos companheiros, além, é claro, do belo passe para o gol de empate, marcado por André Santos. Daí pra frente, o jogo ficou equilibrado e os dois times tiveram algumas chances, mas ficou por isso mesmo.


Eleições


O Corinthians realizou nesse sábado, dia 14, as primeiras eleições diretas para presidente do clube. Votaram 2.415 dos 10.569 sócios que estavam aptos a irem às urnas. Andres Sanches confirmouo favoritismo e recebeu 1.615 votos (66,9% do total). Paulo Garcia ficou com o segundo lugar (24,3%) e Osmar Stábile conquistou a preferência de apenas 8,8%. As opiniões de quem participou do pleito são divergentes: enquanto a Yule elogiou, o Marcelo do Vertebrais FC também, enquanto o Benjamin Back detonou. De minha parte, comemoro a prática democrática.

domingo, fevereiro 15, 2009

Violência e cartões marcam o 1x1 de São Paulo e Corinthians

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Um jogo marcado pela violência e pela baixa qualidade, eu queimei a língua quando manifestei em comentário minha esperança de que os clássicos seriam bons. Não vi Santos e Palmeiras, mas este foi senão sofrível pelo menos muito pouco interessante. O São Paulo apresentou um evidente maior volume de jogo e chegou mais vezes próximo ao gol, muito em virtude de uma postura defensiva de Mano Menezes (que é extremamente perigosa e já custou ao Corinthians pelo menos o título da última Copa do Brasil) do que de uma real superioridade técnica. E a impressão ao acabar o jogo é que estava todo mundo aliviado de ter terminado empatado.

O que valeu a pena? Os gols, lindos, tanto o ágil e criativo toque de bola que envolveu Hernanes, Dagoberto e Borges quanto a genial assistência de Boquita para André Santos e sua certeira conclusão. O pior? A meu ver, o nível técnico do jogo, seguido pela arbitragem de José Henrique de Carvalho. Não deu pra engolir a expulsão do Túlio, não mesmo. Depois do lance em que ele perde a bola, o André Dias passa meio atropelando o Túlio, que sente a provocação e dá um tapinha, o outro se joga no chão tendo convulsões dignas de um parto. As versões de ambos mostram como a encenação superou em muito o atrito. E ainda não entendi por que o Dagoberto não tomou nem um amarelo (merecia vermelho) pela acintosa pernada que deu, esquecendo de longe a bola, derrubando o jogador corintiano, lá pelos 40 minutos do primeiro tempo. E foi na cara do juiz. Na hora não foi falta porque houve vantagem, mas não vejo como não expulsá-lo ao final da jogada.

De resto, sobrou pernada pra todo lado. Os outros cartões foram justos (três vermelhos e 13 amarelos, ao todo). Esperemos que os próximos clássicos sejam melhores.

Alício Pena Júnior ladrão

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Vai assim com todas as letras e se alguém que tiver de ser processado sou eu, Frédi Vasconcelos, forneço RG e CPF para quem quiser, e não nenhum outro membro do Futepoca.


É claro que escrevo com raiva no intervalo do jogo, nem deveria fazer nada com cabeça quente, mas cansei.  Em Minas nem deveria ter campeonato, poderiam já entregar o título para o Cruzeiro antes de começar.  

O por que de tanta raiva. No começo do jogo, primeiros minutos, pênalti a favor do Galo em cima do Carlos Alberto. Não marcado. Como não já fora outro pênalti contra o América. O Galo sairia na frente e provavelmente com um jogador a mais se o juiz não fosse ladrão.

Os dois zagueiros do Galo são amarelados em faltas bobas. Na próxima falta, o Welton Felipe é expulso. Galo com um a menos e um a zero contra por erro de seu goleiro. Para ser justo, juiz não teve culpa em nenhum dos dois gols tomados. Foram falhas do Galo mesmo, mas lembrando, com um a menos, tendo de correr atrás no placar.

Antes do jogo, um torcedor do Galo foi morto no ponto de ônibus por duas pessoas que passavam de moto e atiraram. Testemunhas dizem que estavam com agazalho da Mancha Azul. É claro que isso tem de ser apurado, pode não ter nada a ver. Mas hoje, se pudesse, nunca mais assistiria futebol. O resultado é o que menos importa. 

Complemento depois do jogo

Quando o juiz sabe que fez m... tenta compensar. Por isso marcou um pênalti que nem aconteceu a favor do Galo. E quase aos 40 minutos do segundo tempo expulsou um jogador do Cruzeiro. Depois de decidir a partida, faz média. Dá mais nojo ainda.

Uma coisa que não havia lembrado antes, em cinco jogos, todos os adversários do Cruzeiro tiveram jogadores expulsos. Se isso quer dizer alguma coisa, cada um que tire suas conclusões.

Óbvio que o atlético não perdeu apenas pelo juiz, nem precisam cornetar. Perdeu pelo menos cinco chances claras de gol, mas o que mais irrita é quando você vê um juiz claramente mal intencionado. E que sempre é escalado para os clássicos. A coisa é bem pior do que se imagina. Não tiro uma vírgula: Alício Pena Júnior ladrão.

Reservas 1 a 0, só para manter os 100%

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A vitória simples do time reserva do Palmeiras sobre o Paulista de Jundiaí manteve o aproveitamento de 100% do time em jogos oficiais em 2009. Com gol de Evandro, a equipe não teve a mesma vitalidade da partida contra a Ponte Preta, em que venceu por 3 a 2, mas enfrentou um adversário bem mais recuado. Aproveitou uma jogada de velocidade para, com passe de Lenny, definir o placar.

O Galo do Japi foi mais um adversário a mandar bola na trave alviverde. É uma estatística que não se costuma contar, porque envolve muito mais sorte do que qualquer outra coisa. Que continue assim. Na partida o fator foi ainda mais crucial, porque o time não foi bem, sem brilho. Espero que o fato de ser a segunda partida sem uma boa atuação seja uma questão de priorização da Libertadores.



É importante que nesta rodada, independentemente do resultado do clássico de logo mais (se os da pirotecnia ou os do time pequeno), a liderança está assegurada.

A partida teve a estreia de Marcos, o Goleiro, na temporada mesmo gripado. Contundido, ele havia dado lugar a Bruno, que deve voltar ao banco de reservas já na partida de terça-feira, 17, contra a LDU pela Libertadores.

Menos um invicto
O Barueri perdeu para o Mirassol na Arena Barueri. A primeira derrota do quinto colocado foi de virada. Só Palmeiras e Corinthians seguem invictos no campeonato.

Pacaembu
Distante do Palestra Itália por causa da eleição do Conselho Deliberativo, o Palmeiras teve 7 mil pessoas de público, um pouco menos do que nos 3 a 0 contra o Marília e um terço do clássico contra o Santos. Não fez muita diferença para a torcida, que não encarou a chuva e a perspectiva de assistir aos reservas. Quando começar a reforma no estádio da Turiassu, provavelmente o estádio público municipal vai ser uma das opções, mas é cedo para saber se vai ser melhor ou pior em termos de arrecadação.

sábado, fevereiro 14, 2009

Vágner Mancini chega ao caos da Vila Belmiro

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Vágner Manicni já se despediu do Vitória e vem ser o novo treinador do Santos. Segundo consta, ele deve receber para administrar a bagunça no condomínio Marcelo Teixeira a bagatela de R$ 250 mil por mês.
Campeão estadual pelo rubro-negro baiano e responsável por uma campanha razoável no Brasileirão (décima colocação), ele vai ter que administrar um elenco dividido que já colocou na lona três técnicos e quase levou a equipe à segunda divisão nacional.

O último quiprocó no latifundio Santa Cecília aconteceu na partida contra o Marília. O jornal O Estado de S. Paulo divulgou que o goleiro Fábio Costa e o zagueiro Fabiano Eller, donos de atuações impecáveis no jogo em questão, como dito aqui, brigaram aos socos e pontapés. O arqueiro teria responsabilizado o defensor pelo gol que tomou e o criticado não recebeu muito bem a avaliação.


Aliás, não é a primeira vez que FC (atualmente merecedor da alcunha "Falho Costa") joga a culpa de um gol tomado nas costas alheias. Em 2001, quando o Santos foi desclassificado na semifinal do Paulistão pelo Corinthians, ele culpou publicamente o zagueiro André Luiz, que escorregou no lance. Deve ser difícil ser companheiro de ofício de alguém tão cheio de razão e tão desprovido de auto-crítica.

Mas, dessa vez, os paizões da Vila Belmiro resolveram agir. Dotados de competência e coragem, suspenderam e multaram (especula-se que em 40% do salário) os brigões. Eller é líder de uma das igrejinhas da Vila, vem jogando mal há tempos e sofre com contusões. Costa lidera outro templo e tem um longo histórico de afastamentos por estar fora de forma ou devido a problemas disciplinares. Já foi posto no banco ou longe dele por Daniel Passarella e Márcio Bittencourt no Corinthians, e por Leão e Luxemburgo no Santos. Ontem, ameaçou deixar o treino mas foi trazido de volta por Serginho Chulapa, provavelmente com argumentos deveras convincente.

É nesse clima que Mancini chega. Enquanto isso, o Santos entra em campo amanhã contra o Guarani sem os dois encrenqueiros, e os interinos Chulapa e Narciso não contarão também com Domingos, Molina, o lateral-direito Luizinho, Roberto Brum e Lucio Flavio. Tem certeza que você não quer ficar na Bahia, Mancini?

Tipos de cerveja 28 - As Bohemian Pilsner

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Como o próprio nome diz, esse tipo de cerveja, suave e fresca, tem origem na velha cidade de Plzen (ou Pilsen), na atual República Checa. As Pilsener, Pilsner ou Pilsen, todas designações corretas, foram inicialmente elaboradas por guildas produtores daquela região, na Boêmia, por volta do ano de 1840. Atualmente, caracterizam-se por ter uma cor amarela clara a dourada, bastante límpida e um pouco amarga, devido ao intenso uso de lúpulo. "Mas têm aroma e sabor algo frutados ou mesmo florais. Secas no paladar e extremamente refrescantes, têm um volume de álcool que varia entre os 4,5% e os 5,5%", detalha Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo. "É, sem dúvida, um dos estilos mais conhecidos e consumidos do mundo", acrescenta. Como bons exemplos de Pilsen, Bruno cita a Pilsner Urquell, a Budweiser Budvar e a Starobrno (foto).

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Em busca do marafo perdido – Capítulo 2

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MARCÃO PALHARES

Domingo era dia de bebedeira naquele prédio. Do primeiro ao 18º andar, homens e mulheres preparavam alimentos e corriam ao supermercado para garantir o combustível da esbórnia. Ninguém sabia ao certo o motivo de tanta sede e necessidade de entupir as células com álcool até a embriaguez sepulcral. Mas era assim naquele condomínio. E naquele dia não foi diferente. Estava marcado um primeiro "esquenta" no segundo andar, onde cinco paraguaios dividiam uma quitinete. Eles fritaram manjubas e a pinga correu solta na forma de caipirinha, batida de maracujá ou mesmo pura. Alguém chegou com salame e calabresa. De algum lugar, brotou uma garrafa de San Raphael. Misturaram aquilo com guaraná e limão e o clima esquentou. A próxima parada seria no 15º andar.

Lá, no apartamento de duas enfermeiras e uma estudante de odontologia, um frango assado com arroz de forno aguardava os mais famélicos. Mas a preocupação geral era beber, então havia três dúzias de latas de cerveja, dois garrafões de vinho vagabundo, uma vodka pela metade e mais pinga que os paraguaios rebocaram de seu muquifo. A turba já chegava a 28 pessoas. Entre brindes e dentadas no frango, comido com as mãos, alguns transitavam entre o apartamento, as escadas e o 11º andar, onde a miséria se estenderia no cafofo de dois irmãos cachaceiros. Eles estavam assando carne de terceira num grill elétrico e aguardavam a chegada de outro pinguço, que ficou de fazer macarrão.

Eram 14 horas e o contingente ultrapassava cinco dezenas de bêbados (e bêbadas). O condomínio era habitado, preferencialmente, por estudantes, proletários e vagabundos que se amontoavam em três dezenas de repúblicas. Todo mundo bebia - e bastante. Nisso, chegou o tal que havia se responsabilizado pelo macarrão. Visivelmente embriagado, ele trouxe o alimento - ou a tentativa dele - dentro de uma vasilha plástica de sorvete. Quando uma menina meio careca tentou ver o estado da coisa, notou que o macarrão tinha passado do ponto e estava todo grudado. Inaproveitável, repugnante. O manguaça, muito provavelmente, havia esquecido a massa no fogo enquanto mamava seu mé ou cochilava na mesa da cozinha. Nem com molho aquela porcaria poderia ser aproveitada.

Por isso, a vasilha foi esquecida num canto, entre dezenas de garrafas vazias. A maratona tinha que continuar e, do 11º andar, todos se dirigiram ao sétimo, onde duas secretárias bilingues e feiosas tinham cozido siris. A quantidade de cerveja consumida até o momento era industrial, mas não parava de chegar mais. Os convidados, bicões e amigos e amigas dos amigos das amigas chegavam em bandos carregando sacolas e caixas de bebidas de vários níveis e qualidades. Tinha gente virando conhaque no bico, outros misturando pinga com Cinzano, outros ainda batendo vodka com rapadura e gelo no liquidificador.

O final da tarde se aproximava e mais de 90 pessoas circulavam entre os vários apartamentos e andares. Nunca se viu tantas garrafas, latas e restos de comida. Os banheiros se entupiam de gente passando mal - ou simplesmente dormindo. Quando o relógio bateu oito da noite, metade dos bárbaros já tinha se retirado. A outra metade estava desmaiada. No apartamento dos irmãos cachaceiros, repousava o temível macarrão embolotado. O que fazer com aquilo? Zonzo, um dos irmãos não teve coragem de jogar fora. Deixou o negócio ali, morto, e foi dormir. No outro dia pensaria no que fazer. E foi assim que a vasilha plástica ficou atrás do filtro de cerâmica, abandonada, a semana inteira.

Só se lembraram do macarrão no domingo seguinte, quando uma nova esbórnia estava para começar. Algum desavisado olhou e pensou que era comida do dia. Abriu a tampa. Uma coisa verde, com vida própria, o cumprimentou. Ainda hoje, os relatos são contraditórios sobre o que aconteceu em seguida. Sabe-se apenas que os moradores desapareceram sem explicação aparente e o prédio, abandonado, acabou lacrado pela prefeitura. Muitos falam em abdução ou fenômeno paranormal. O manguaça que cozinhou o macarrão nunca foi encontrado para esclarecer.

(Continua quando o autor estiver sóbrio o suficiente para escrever...)

Mais preconceito

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Duas frases da equipe esportiva da Rádio Eldorado, ontem, na transmissão de São Paulo 2 x 1 Ponte Preta:

- Você não acha que está faltando um pouco de brilho ao Richarlyson?

- É fato que ele nunca ameaça o Aranha...

Um Santos que lembra os tempos da fila

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Aos 31 minutos do primeiro tempo, um lance simbólico. Adriano pega a bola no meio de campo, tal qual caranguejo anda de lado, procura alguém pra passar, e perde a redonda. O Marília quase marca seu segundo tento na partida.

Ali, muito se pode ler sobre o jogo. Adriano não tinha que estar ali. Com todo o respeito, pode ganhar experiência em alguma equipe menor, pode ficar na reserva, mas não é nunca pra ser titular. Aliás, contra o Marília, o Santos não pode jogar com três volantes. Se os outros dois vão pra frente e não deixam opção de passe para o tosco Adriano, porque não um meia de fato no lugar dos dois?

Isso evidencia o erro do treinador, mas também o da diretoria em formar um elenco tão desigual e com tantas posições carentes. E aí o torcedor que tem vinte e tantos ou trinta anos sente uma desagradável sensação de déjà vu. Uma equipe com zaga medíocre, meias batedores e uma reles esperança de gol no ataque. Kléber Pereira hoje representa o que Serginho Chulapa, Paulinho McLaren, Guga ou mesmo Viola representaram em momentos distintos para o torcedor santista nos anos 80 e 90. O artilheiro que encarna o imponderável, que faz de um coletivo limitado uma equipe que pode vencer. Às vezes, não sempre, e ainda assim contestado por parte da torcida. Mas faz o suficiente para o combalido e fanático peixeiro crer.

Outros jogadores invocam lembranças. Ruins. Fabiano Eller, louvado injustamente por alguns, erra a saída de bola e dá um gol mal anulado contra o Santos. Lembra Marcelo Fernandes, Maurício Copertino, Camilo... Talvez não seja correto fazer tais comparações, no showbol alguns desses são mais serenos e sábios. O goleiro que não sai debaixo da baliza na pequena área não lembra Cejas. Remete a arqueiros pouco móveis, algo obesos, como Ferreira ou Gilberto, vulgo Baleia.



Márcio Fernandes pede para Kléber Pereira não voltar para o meio, ficar fixo na área. Sua orientação tem o mesmo efeito que meus gritos indignados diante da televisão. Não dizem coisa alguma. E é saindo da área que Kléber, aos 15 do segundo tempo, coloca Roni na cara do gol. Ele perde. KP não respeitou o “comandante”. Roni, substituído, também não. Sai do campo como se a equipe ganhasse o jogo, lentamente, irônico.

É o retrato do triste Santos e do seu ex-treinador. A única diferença para aquelas equipes de parte dos anos 80 e 90 é que os atletas aparentavam ter mais vontade.

*****
Após a partida, mais um lance da patética diretoria santista e do elenco supra-sumo. Apenas Márcio Fernandes, o pára-raios, o inocente útil, dá entrevistas. Nem Adílson Durante, nem Ocimar Bolicenho - o amigão do "gênio" - se dignam a dar entrevistas. Jogadores vão embora antes do técnico anunciar sua demissão solitário. Talvez um daqueles que achava que a grande manifestação de liberdade era jogar bobinho no treino ou ver TV na hora do almoço tenha falado: "Deixa esse cara se explicar aí que nós não vamos falar nada. Tô com sono". E assim, o torcedor alviengro é mais uma vez desrespeitado.

Renato Gaúcho, que quase foi ao céu no primeiro semestre de 2008 e viveu o inferno no segundo, é o nome em pauta. Aposta, nada mais que aposta.

*****
Mas o complemento da rodada de ontem também foi marcado por um lance inusitado no estadual do Rio. Alguém já tinha visto um goleiro SOFRER um pênalti? Veja aqui.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Experiências (no Paranaense)

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Rodrigo Ponce Santos*

Como todos os regionais, o Campeonato Paranaense vive um momento de experiências e mudanças.

No Alto da Glória, não existe uma só pessoa que não chore ao ver os gols do Keirrison no Palmeiras. O Coritiba é o pior ataque da competição com apenas 2 gols em 4 partidas. Agora o atacante Hugo vai ter sua chance contra o Paranavaí, depois de marcar o gol da vitória contra o Foz. Além desta experiência, o time sofre três alterações: Ariel, Paraíba e Dinélson estão no Departamento Médico. Melhor para Renatinho, meia da base que foi emprestado ao Londrina no ano passado e agora tem a oportunidade de compor o elenco principal do Coxa. Outro atleta da base deve retornar para ajudar o time. Tiago Real, que disputa o Paranaense pelo Iguaçu, deve retornar como opção para o lugar de Marlos, outra revelação que migra para “os grandes” depois de Maio.

Também por falta de gols, Abuda deixa o Paraná Clube. Sem marcar durante cinco jogos, o ex-corintiano rescindiu o contrato e deverá disputar o Paulistão pelo Marília. Os paranistas esperam agora a estreia do atacante Osmar e do lateral-esquerdo Fabinho. Além do retorno do zagueiro Luis Henrique, que pode tomar o lugar de Jonathas se Paulo Comelli decidir manter o atual esquema de dois zagueiros. Diante de tantas possíveis alterações, o que já mudou no Paraná foi o salário e a multa rescisória do meia Elvis, de apenas 18 anos e destaque neste início de ano.

Fora de campo, o tricolor quer ainda mudar a arbitragem. Depois da derrota contra o Londrina dentro de casa (1x2), o clube protocolou junto à Federação Paranaense de Futebol (FPF) um pedido de afastamento do trio que apitou a partida e anulou dois gols do anfitrião. Parece que a Federação já havia decidido pelo afastamento do bandeirinha José Amilton Pontarolo, mas isto não é o bastante, na opinião de Aurival Correia, presidente paranista. Além da punição, o Correia apela: “Não façam mais laboratórios conosco”.

Enquanto isto, tudo vai “muito bem, obrigado” para o Londrina, que fez 2x1 no Foz do Iguaçu. Com a segunda vitória fora de casa, o Tubarão alcançou os 10 pontos e a terceira colocação. Pertinho de Londrina está a cidade de Maringá. A rivalidade entre as duas estrelas do norte é tradicional dentro e fora de campo. Mas, neste ano, os maringaenses ficaram sem time e o campeonato sem o clássico Tubarão x Galo. Agora surgem boatos de que o J. Malucelli – futuro Corinthians do Parque Barigui – pode se mudar para Maringá. O presidente desmente a mudança imediata, mas confirma que o time deve mandar jogos no interior. Provavelmente serão como testes da recepção do novo produto pelo público consumidor, para ver até onde pode chegar a expansão do negócio. Diante da hipótese, fica a pergunta: para quem vão torcer os milhares de corintianos que vivem em Londrina?

Também perto de Londrina, mas na tabela do campeonato, está o Toledo. O time – que tem uma parceria muito mais digna com o São Paulo FC – empatou com o Atlético nesta quarta-feira e mostrou que tem boas chances de se manter nas primeiras colocações. Apesar de Rafael Moura (foto) afirmar que o Atlético ficou “abaixo da crítica”, a verdade é que o jogo foi difícil e do outro lado tinha um time muito bem montado e com alguns destaques individuais, caso do veterano Marcos Aurélio (ex-Flamengo), dos jovens Rafael, Bruno, Hernani e principalmente do goleiro Fabiano, principal responsável pelo empate.

As experiências do Geninho já estão mostrando alguma coisa. Como o próprio técnico afirmou, “a zaga titular é o Valencia, o Ferreira e o Rafael pelos gols que fez também”. As duas alas seguem em versão beta. Zé Antônio foi bem ontem pela direita, mas apresenta defeitos típicos da improvisação. Já Alex Sandro entrou meio desligado. Nas suas costas o Toledo fez suas principais jogadas no primeiro tempo e quando subiu pro ataque o moleque foi meio displicente. Deu pra ouvir aqui de casa o Geninho gritando: “Joga sério! Você não está sozinho”.Ele melhorou, mas não o bastante pra tomar o lugar do Netinho. Pelo meio, apesar de uma apresentação mediana contra o Toledo, acredito que Marcinho seja o titular no lugar de Julio dos Santos.

Agora o Furacão tem duas partidas em casa. Primeiro, o Nacional de Rolândia, e depois o Paraná. Com duas vitórias o time dá largos passos em direção ao primeiro lugar nesta fase classificatória, o que significa dois pontos de lambuja na próxima fase. A outra vantagem, esdrúxula, foi alterada ontem pela FPF e a Rede Globo. É isso ai mesmo: o regulamento do Campeonato Paranaense foi alterado assim, no meio da competição. O artigo 9 previa que o time campeão da primeira fase jogasse todos os jogos em casa. Ok, era uma norma ridícula. Mas isto é hora de experiências?


*Rodrigo Ponce Santos é torcedor do Atlético-PR, escreve sobre o futebol do Paraná para o Futepoca e é autor do blogue Pretexto.

Afogando as mágoas na cerveja

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Pouco antes do pé na bunda: Pete Best, George, Paul e John

Outro dia comentei aqui, num post sobre os Beatles, como o empresário Brian Epstein despachou o baterista Pete Best da banda, substituindo-o por Ringo Starr. Historicamente, como o próprio guitarrista George Harrison dizia, essa teria sido uma "grande maldade". Afinal, foi a partir da entrada de Pete, em agosto de 1960, que a banda cristalizou-se como a melhor de Liverpool e conseguiu seu primeiro contrato de gravação com a EMI-Parlophone. Dizem que o produtor George Martin não gostou da batida do baterista. Dizem que Paul McCartney não ia com a cara dele e fez campanha para tirá-lo. Dizem que Epstein era apaixonado por Pete e, sem correspondência, vingou-se. Seja o que for, em 16 de agosto de 1962, o baterista recebeu um telefonema do empresário, demitindo-o (ao lado, reprodução da notícia em jornal da época). Quando a beatlemania explodiu no mundo e o quarteto - já com Ringo - ficou milionário, em 1964, Pete começou (lógico) a ter problemas de depressão, culminando com uma tentativa de suicídio no ano seguinte, ao vedar um dos cômodos de sua casa e abrir o gás (seu irmão o salvou). Curiosamente, naquela época, os Beatles lançavam no cinema o filme "Help!" - "Socorro!"...

Mais tranquilo, casado e com duas filhas, Pete trabalha desde 1969 numa agência pública de empregos, em Liverpool. "Passei a viver o que podemos chamar de uma vida normal: ir ao trabalho, voltar, sair para tomar uma cerveja, coisas assim", conta. "Mas, lá no fundo, ainda existe aquela sensação: 'Meu Deus, se eu tivesse continuado como um beatle!'. Hoje, penso que não faz diferença. Quando chego em casa, encontro as contas a pagar que o correio deixou embaixo da porta. Vem alguém e me diz: 'pague!'. E vou vivendo, afinal, todas essas coisas normais que todos vivem", acrescenta. Numa extensa entrevista de 2007 para o site Geneton, Pete contou a um repórter brasileiro o que aconteceu quando recebeu a notícia de sua exclusão dos Beatles. Aparentemente, ficou sem entender, pois o clima era bom entre eles. "Bem na época da minha saída, logo antes, nós estávamos todos bebendo juntos e parecíamos os melhores amigos do mundo", recorda o ex-baterista. E se foi bebendo que ele conversou com John, Paul e George pela última vez, foi também na manguaça, naturalmente, que tentou afastar o atordoamento. Veja o trecho em que ele fala sobre o dia fatídico:

Geneton - Que sensação ficou até hoje do dia em que você recebeu a notícia de que já não era um beatle? Deve ter sido um dia doloroso...
Pete Best - Não chegou a ser exatamente, porque foi como se uma bomba caísse na minha cabeça, assim, de repente. Só no dia seguinte é que tudo começou a entrar na minha cabeça, quando entendi que tinha acabado. Já era. É aí que a dor começa. Não se tem como voltar. Aquele terminou se transformando no dia mais doloroso, no sentido de que mudou a minha vida. Tive outros tempos duros, desde então. Mas aquele foi o dia que mudou todo o curso de minha vida. Eu me lembro bem. Era agosto de 1962.

Geneton - O "Times" recontou a história há pouco tempo. Você foi a um pub beber umas cervejas...
Pete Best - Umas? Muitas! (ri). Eu tinha acabado de falar com Brian Epstein, às 10 e meia da manhã. Um amigo estava me esperando do lado de fora. Recebi a notícia de que tinha saído dos Beatles e fui para fora. Meu amigo notou algo diferente. Perguntou: "o que foi que houve?". Eu disse: "Eu saí! Não sou mais um beatle!". Ele respondeu: "Meu Deus! Não pode ser verdade! O que é que aconteceu?" Eu disse: "Tudo o que quero fazer é tomar uma cerveja, afundar a minha cabeça!". Fomos para um pub. Derrubamos um bocado de cerveja. Chegou um momento em que eu disse: "Ok! Vamos para casa!". Quando fui para casa é que senti a pancada. E comecei a chorar. Chorei a noite inteira. É o tipo do choque de efeito retardado. Bem aí é que entendi: tudo tinha acabado.


Bebedeira em Hamburgo, Alemanha. Da esquerda para a direita: Stuart Sutcliffe (baixista, que morreria em 1962), John Lennon, Helmut (garçom), George Harrison, Paul McCartney e Pete Best

Distinção de vogais

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O colega Luiz Otávio me conta sobre uma brilhante entrevista de Carlos Santos (foto), governador do Pará em 1994, para a TV local:

Repórter - Governador, estamos prestes a sediar uma convenção muito importante. O que o senhor pensa sobre a OEA?

Carlos Santos - Olha, o que eu posso dizer é que o Ó é Ó e o A é A!

Um 3 a 2 de Diego Souza

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Em uma boa apresentação do camisa 7 palmeirense, Diego Souza, o líder do campeonato passou pelo Mirassol por um placar apertado. Sob chuva, não repetiu a boa atuação de partidas anteriores e claramente pisou no freio quando chegou ao terceiro gol, com direito a substituições dos três principais homens de frente (Keirrison, Willians e Diego Souza). Para alguns, foi um treino.

O primeiro gol saiu de falta, em um chute direto e forte do meia que passou pela barreira e o goleiro não pegou. A infração foi assinalada na sequência de um lance em que Cleiton Xavier fez falta no meio de campo, mas o árbitro não marcou.



Também de falta, o Mirassol empatou e, ainda na primeira etapa, com passe do nome do jogo para o 9 Keirrison, o Verdão voltou à frente do marcador. Na segunda etapa, aos 15, Diego Souza de novo açucarou a bola para o lateral Jefferson fuzilar o terceiro gol dos visitantes. O Mirassol diminuiria aos 44 e Lenny perdeu dois gols e foi parado com falta em outra oportunidade.

Quem para?
O Palmeiras chegou à oitava partida oficial na temporada com 100% de aproveitamento. Em 2006, sob a regência de Emerson Leão, o time chegou a sete partidas assim. Em 2008, fez seis. Antes, só em 1920 o Palestra Itália foi além da marca: fez 11 vitórias para começar o ano.

É levemente falsa a pergunta "quem para o Palmeiras". A atuação de quarta-feira mostrou que o time sabe ser objetivo, que não é totalmente dependente de um único jogador na frente, mas que tem uma defesa que ainda carece ajustes, mesmo tendo o cirúrgico Pierre à frente da zaga.

Contra o Paulista no Pacaembu quem joga é o time reserva, já que os titulares vão a Quito se ambientar na altitude. Contra a LDU, Vanderlei Luxemburgo deve armar um time mais recuado, mas não dá para saber se vai resolver a defesa. O fato de o time ser eficiente nos contrataques é uma arma mortal. Se acertar a retaguarda, eu passaria a considerar a pergunta mais pertinente.

Mesmo com poder de reação e boas opções para fazer gols, o Palmeiras não teve um adversário com uma apresentação consistente pela frente. O Santos pressionou por algum tempo e conseguiu finalizações muito boas, que não entraram por méritos e sorte do goleiro Bruno. Mas no geral não foi o adversário que se esperava.

É bem verdade, porém, que o time foi capaz de atropelar adversários como o Mogi Mirim que foram uma pedra no sapato de rivais como o Corinthians. Que tem um ponto a mais do que o segundo colocado com um jogo a menos. Mas por mais empolgante que tenham sido algumas das apresentações, como contra o Real Potosí, a de ontem contra o Mirassol foi boa pela vitória e por ver Diego Souza jogando bem.

Delay ao contrário

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Ontem presenciei um fenômeno muito estranho (não, não era o Ronaldo Gordo). Quando fui me deitar, perto de meia-noite, ouvi o barulho da torcida no Pacaembu e lembrei que, naquele momento, ainda rolava a rodada do Paulistão. Explico: moro num prédio em que a janela do meu quarto está de frente para a Avenida Angélica, a um quilômetro (ou menos) do estádio municipal. Por isso, ao ouvir o barulho, liguei o radinho de pilha para saber o que estava acontecendo. O jogo que estava sendo transmitido era exatamente o do Pacaembu, onde o Corinthians empatava por zero a zero com o Mogi Mirim, aos 35 do segundo tempo.

Logo em seguida, porém, o alvinegro abriu o placar, com Boquita (leia post do Nicolau abaixo). O esquisito foi que ouvi a torcida gritando, pelo rádio, e só dois ou três segundos depois a gritaria in loco chegou até a minha janela. Fiquei confuso. Geralmente, quando a gente está assistindo um jogo pela TV e acompanhando ao mesmo tempo pelo rádio, notamos o chamado delay - ou seja, a gente ouve primeiro pelo rádio o que a TV mostra com alguns segundos de atraso. Mas o que eu percebi ontem era que o rádio também adiantava o som da torcida que estava a algumas quadras da minha casa.

Pensei que tinha me enganado, mas tirei a prova dos nove quando, no final do jogo, Chicão cobrou o pênalti e fez 2 a 0. Mais uma vez, ouvi a torcida explodindo pelo rádio e, dois ou três segundos depois, chegou o barulho que vinha diretamente das arquibancadas do Pacaembu até o meu prédio. Alguém pode me explicar o que acontece? Observação: eu não estava bêbado.