Destaques

segunda-feira, novembro 10, 2008

Corinthians campeão da Série B

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Ouvindo os fogos após a vitória do Timão contra o Criciúma por 2 a 0, no sábado, e a confirmação do título antecipado da Série B do Brasileirão 2008 (veja mais sobre o jogo aqui no Retrospecto Corintiano), meu pai, Manoel, vaticinou: "Essa festinha é só o começo, vai ter muita festa até 2010. Esse time vai ganhar tudo até o centenário. Eu conheço o Corinthians".

Eu confio no meu velho, mas acho que a coisa não vai ser tão fácil assim. É preciso ver o que a diretoria vai fazer com o elenco até o ano que vem. O time ainda tem muitas dívidas e está, segundo Andrés Sanches e cia., com dificuldades de caixa. Vai ser difícil que nenhum dos destaques seja vendido. A bola da vez é Dentinho, que estaria sendo oferecido ao futebol europeu. Tem que ver se os europeus estão com essa bola toda, depois da crise financeira. Agora, é esperar o ano que vem pra ver com que bola o Corinthians chega ao Paulistão.

E líder do ranking da CBF

Até o final do Brasileiro da Série A, o Corinthians está no topo do Ranking de Clubes da CBF. Hoje, o Timão é o segundo, com 1.938 pontos, atrás do Grêmio, que tem 1.978. Mas isso não contabiliza o assegurado título da Série B, que vale 40 pontos, e o vice da Copa do Brasil, que conta outros 20. Assim, o Timão já garantiu que fechará o ano com 1.998 pontos.

A situação surreal não chegará nem a ser registrada, uma vez que a CBF só vai contabilizar os pontos no final do ano (a última revisão foi feita em 3/12/2007). O Timão será novamente ultrapassado pelo Grêmio, que deverá ganhar de 35 a 40 pontos pelo Brasileiro.

Um dado interessante é o critério utilizado pela Confederação. O ranking só considera as três séries do Brasileiro e a Copa do Brasil. Estaduais e continentais não têm influência. As três séries do Brasileiro são consideradas quase como um campeonato só: o campeão da Série A leva 60 pontos, o vice fica com 39 e assim por diante, tirando um ponto para cada posição. Já o título da Copa do Brasil vale 30 pontos, 10 a menos que o título da Série B, e o vice da Copa recebe os mesmo 20 pontos do campeão da Série C. Isso que é desvalorizar o próprio produto.

Quer ver?

Carla Dualib, neta do ex-ditador e sua beneficiária em diversos negócios no marketing do clube, recebeu convite para posar para a Playboy. Vi a notícia no Vertebrais FC. Pela foto não é possível avaliar todos os atributos da moça, de 38 anos. Será que ela está com essa bola toda?

Tipos de cerveja 21 - Southern English Brown Ale

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As Southern English ou "London Style" são mais escuras e doces que as variantes do Norte da Inglaterra. Trata-se de um estilo quase em extinção e que muitas vezes é confundido ou englobado por outros tipos de cerveja. Segundo Bruno Aquino, do site parceiro Cervejas do Mundo, o sabor é bastante complexo, característica da forte presença de malte e de frutos, apesar do volume alcoólico ser relativamente baixo: entre 2,8 e 4,2% ABV. Já o Daniel Yabu, do blog Doctor Beer, acrescenta que as Southern English Brown Ale têm baixo amargor de lúpulo e final moderadamente doce, deixando no paladar um gosto suave e maltado. As marcas recomendadas para quem quiser experimentar - e conseguir encontrar - são: Mann's Original Brown Ale, Dark Star Over the Moon e Wychwood Hobgoblin (foto).

Critérios subjetivos, situação subjetiva

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Essa foi enviada pelo companheiro de armas Diego Sartorato. Uma bizarra situação que aumenta a urgência de união dos biriteiros socialmente responsáveis. Manguaça Cidadão já!

domingo, novembro 09, 2008

De bandeja, o título é entregue

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Perder sem os dois principais jogadores de frente (Diego Sousa e Kléber) poderia até tornar a coisa menos grave. Mas foi em casa. E o Palmeiras não teve o menor traço de criatividade nem força ofensiva para marcar. Se no jogo de ida, o empate foi bom, se o Grêmio não conseguiu se impor, hoje no Palestra Itália o time de camisa verde limão-siciliano parecia acreditar que a vitória viria por algum motivo místico. Provavelmente de um pênalti ou de um cruzamento de Leandro para Alex Mineiro.

Esqueceram da marcação que não deixava os volantes da casa trocarem passes até a lateral. Quando Léo Lima virou armador que achava que poderia vencer em jogadas de arrancada, a defesa gremista comemorou. Quando Lenny virou a opção ofensiva, ficou claro o quanto o jogador consegue ser inútil. Sobrou desespero.

Para se ter uma idéia, bastava olhar para o cronômetro na primeira descida de Marcos para a grande área adversária, tentando o empate: aos 29 da segunda etapa. É que as bolas paradas foram o momento de maior perigo mesmo. Aos 48, com a bola em movimento, Marcos era centroavante.

Roque Junior não entrou em campo e uma pane na defesa foi suficiente para sair o gol gremista. Um cruzamento despretensioso de Tcheco foi ignorado por todos, até por Marcos, e a bola foi dormir no fundo da rede palestrina.

Note-se que o Grêmio criou mais condições de gol do que o Palmeiras.

Com o resultado, o escrete de Vanderlei Luxemburgo entrega a opção de ganhar o título de bandeja para os adversários. O Grêmio é segundo, a dois pontos do líder. O palmeiras caiu para quarto e tem, domingo que vem, o Flamengo no Maracanã pela frente. Dependendo do resultado de logo mais, pode virar quinto. Mais do que nunca depende que os rivais lhe devolvam o favor, o que a cada uma das quatro rodadas que faltam é menos provável.

A arrancada do São Paulo com quatro vitórias seguidas – com empurrão da arbitragem nas duas primeiras partidas da série – mostra que o Campeonato Brasileiro não tinha encontrado seu campeão por pura irregularidade dos candidatos. Pela falta de um time que vencesse partidas em sequência. Taí a derrota alviverde em casa para confirmar. Vale, porém, a nota: o time de Muricy Ramalho está há 13 partidas sem perder. A última derrota foi para o Grêmio, no Olímpico. A vitória mais recente, contra a Portuguesa, no Canindé, com gol da vitória aos 42 do segundo tempo.

Claro que o Tricolor Gaúcho pode reverter a vantagem de dois pontos que o separa da ponta na tabela. Mas a equipe de Celso Roth também padece do mal da oscilação.

Por que a vontade de empatar é maior que a de ganhar?

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Claro que, para o torcedor santista, restará a reclamação do pênalti pra lá de duvidoso que deu a vitória ao Vasco ontem. Mas, sinceramente, vendo a postura do time e se o próprio treinador alvinegro, ainda no gramado ao fim do jogo, se eximiu de comentar e reclamar da penalidade, não dá nenhuma vontade de falar contra o árbitro.

Todo mundo sabe o que é enfrentar o Vasco em perigo em São Januário e todos os fatores do campo e extra-campo que podem fazer a diferença em um momento assim. Afinal, o Santos foi campeão brasileiro em 2004 graças a vitória do clube carioca, na penúltima rodada, contra o líder Atlético (PR), o que garantiu sua permanência na primeira divisão. E o time da Vila, ao invés de tratar a partida como decisiva, só se deu conta disso depois de sofrer o gol. Já era tarde.

Durante todo o primeiro tempo e até metade do segundo o Santos jogou trocando passes, aceitando a pressão. As seguidas “contusões” de Fábio Costa durante esse período me deram nos nervos, um artifício típico de time pequeno. O Alvinegro, com mais time que o Vasco e podendo explorar o nervosismo alheio, se apequenou. Parecia mais importante e prioritário fazer o tempo passar do que aproveitar os buracos da defesa cruzmaltina. E as chances, como em uma oportunidade onde o Santos tinha quatro jogadores contra dois defensores vascaínos com Molina errando grotescamente o passe final, eram desperdiçadas.

E o Vasco, tão nervoso que Leandro Amaral chegou a chutar a bandeirinha em uma cobrança de escanteio, ao menos mostrava vontade. E com a vantagem no placar reconheceu sua inferioridade em relação ao Santos e se fechou, garantindo a vitória. Venceu quem teve ambição. O Peixe, como na partida contra o Palmeiras, não quis sequer tentar vencer. Talvez, quando precisar fazê-lo, tenha até perdido o hábito. De novo, após três partidas sem vitória, estamos preocupados.

*****

Virou moda jogadores quererem fazer média com ex-clubes, mesmo que nunca tenha havido uma identidade de verdade entre um e outro. O que eles não percebem é o quanto isso pode prejudicá-los e passar uma péssima impressão para os torcedores de seu clube atual.

Exemplo disso foram as juras de “amor e respeito” de Rodrigo Souto em relação ao Vasco, clube que o formou mas que não o valorizou, são de doer aos ouvidos do torcedor santista. Ainda mais com a pífia atuação do meia, que errou passes em profusão e deu contra-ataques perigosos a seu ex-time.

Claro que Souto é profissional e não dá pra falar em corpo mole, mas as suas declarações dão margem para o torcedor pensar bobagens. Se fosse um pouco mais inteligente com as palavras, passaria por essa situação de forma bem mais tranqüila...

*****

Pará entra no lugar de Wendel. Entra no lugar de Lima. Entra no lugar de Molina. Se é tão bom e versátil assim, por que não é titular? Ou na verdade ele não é nada disso e só entra porque o treinador é pouco criativo?

sexta-feira, novembro 07, 2008

"Estrelas alternativas", ou "A arte da auto-depreciação"

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Li no UOL Esporte que o São Caetano, para comemorar seus 20 anos, anunciou mudanças em seu distintivo e mascote. Sai o simpático Azulão e entra um pássaro metido a briguento. Até aí tudo bem. A principal alteração está no distintivo: agora, acima do já tradicional escudo do clube do ABC, estarão três estrelas prateadas. Uma, a maior, simbolizará o título paulista de 2004, enquanto as menores servirão para a conquista do Paulista da A2 de 2000 e para os títulos da A3 de 1991 e 1998 (uma para as duas taças).

Só eu ou a vocês também causa uma baita estranheza ver um time que passou muito, muito perto de vencer a Libertadores e o Brasileirão ficar colocando estrelinha de divisão inferior na camisa? Me parece um belo tiro no pé, um desmerecimento das próprias possibilidades do clube. Um time que se orgulha de ganhar uma terceira divisão estadual não parece estar tão digno de bater de frente com outros que jamais colocaram os pés nessa competição.

Eu reconheço que os títulos devem ter suas histórias. Lembro de ter acompanhado a trajetória caetanense de 2000, quando o matador do clube era ninguém menos que Túlio Maravilha (ele mesmo). Mas o que acredito é que o São Caetano, se fosse para homenagear aquelas conquistas, deveria tê-lo feito quando ainda era um time pequeno (não que hoje seja "grande", mas é no mínimo médio).

O curioso é ver que o expediente não é único. Há dois outros exemplos de times brasileiros que têm façanhas maiores nos seus currículos mas 'poluem' seus uniformes com estrelas de títulos inferiores.

Um deles é o Atlético-PR. Em 2001, o Furacão foi campeão brasileiro, sendo o segundo clube do seu estado a levantar a taça nacional. Os atleticanos sonhavam com a conquista, entre outras coisas, para poder rivalizar com a estrelinha dourada que os coxa-brancas ostentavam desde 1985.

Levantada a taça, o que a diretoria atleticana decide? Que, além de uma estrelinha dourada, o Atlético traria outra em seu uniforme: uma prateada, simbolizando o título da Série B de 1995. Ou seja: quando o time dá o maior passo de sua história, se insere definitivamente nacional, prepara-se para vôos internacionais, opta por materializar um tempo em que disputava com alguma frequência a Segundona.

E o outro exemplo também é do sul do país. Trata-se do Criciúma. Quem vê o uniforme do clube hoje nota três estrelinhas sobre o distintivo, as três desenhadas da mesma maneira, sem que haja hierarquia sobre elas. Três títulos iguais? Não, de maneira alguma. Uma estrela é para a Copa do Brasil de 1991, outra para o Brasileiro da Série B de 2002 e a terceira para a Série C de 2006.

Pela camisa, sugere-se que o clube dá o mesmo peso de um título nacional, que poucos clubes detêm (vale lembrar que gigantes como Santos, São Paulo, Atlético-MG e Botafogo jamais conquistaram a Copa do Brasil) a uma taça de Série B e, pior, a outra de terceira divisão (!).

Repito que o mais gritante das três histórias é o fato das estrelinhas "menores" terem aparecido nos uniformes após a conquista dos títulos mais importantes. Um clube pequeno, que ostenta uma estrelinha de um título inferior em sua camisa, e que depois ganha um título mais importante, mas opta por homenagear seu passado mantendo a estrelinha inicial, é algo compreensível; agora, um que desmerece seu uniforme adicionando estrelas após ter alcançado vôos maiores, é algo que não consigo entender.

"Se vai pintar a casa, tem de contratar pintor"

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A surreal participação de Vanderlei Luxemburgo como comentarista de um jogo na última quarta-feira da própria equipe que treina, o Palmeiras, pela Copa Sul-Americana, mereceu um comentário irônico do técnico do São Paulo, Muricy Ramalho (foto): "Ele foi mal pra caramba, ele é técnico de futebol. Quando você vai pintar uma casa, tem de contratar pintor e não se meter". Questionado sobre o que faria se também fosse convidado a comentar jogo pela Rede Globo, Muricy declinou: "Não tenho essa facilidade que vocês têm de comentar um jogo e também não gostaria de fazer, até é difícil de eu ir a programa de TV. Para comentar, eu não iria". No final, ainda reprovou a atitude de Luxemburgo de não acompanhar a equipe até a Argentina, mesmo estando suspenso e dando lugar ao seu auxiliar Nei Pandolfo. "Seria difícil de eu deixar de ir, mas cada um é cada um".

Som na caixa, manguaça! - Volume 27

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TEMA DO AMOR POR GABRIELA
(Tom Jobim)

Todos os dias esta saudade, felicidade cadê você
Já não consigo viver sem ela
Eu vim à cidade pra ver Gabriela
Tenho pensado muito na vida
Volta bandida, mata essa dor
Volta pra casa, fica comigo
Eu te perdôo com raiva e amor

Chega mais perto, moço bonito
Chega mais perto meu raio de sol
A minha casa é um escuro deserto
Mas com você ela é cheia de sol

Molha tua boca na minha boca
A tua boca é meu doce, é meu sal
Mas quem sou eu nessa vida tão louca
Mais um palhaço no teu carnaval

Casa de sombra, vida de monge
Quanta cachaça na minha dor
Volta pra casa, fica comigo
Vem que eu te espero tremendo de amor

Do LP "Tom Jobim e Convidados", Philips/PolyGram, 1985.

quinta-feira, novembro 06, 2008

Pai manguaça batiza dois filhos com mesmo nome

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A faxineira do local onde trabalho me conta uma história surreal. Seu irmão mais velho se chama Marcos Antônio e, quando veio outro irmão, o nome escolhido foi Marcelo Luís. Só que, no caminho para o cartório, o pai parou no boteco pra comemorar o nascimento e esqueceu o combinado. De pileque, forçou a memória e não teve dúvida: mandou o escrivão registrar como Marcos Antônio (!). Logo, existem dois Marcos Antônio que, na cédula de identidade, só diferem na data de nascimento e no número de registro (!). Por serem analfabetos, os pais se deram conta do fato somente quando precisaram apresentar em algum local a certidão do Marcos Antônio mais novo. Foi aí que a mãe da criança descobriu que o manguaça do marido não o tinha registrado como Marcelo - como ele é chamado por todos que o conhecem. O pai da criança não se lembrava do que tinha feito no cartório...

No butiquim da Política - Líderes de classe ou futuros políticos?

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CLÓVIS MESSIAS*

Pareciam candidatos à deputado as lideranças da polícia civil de São Paulo que fizeram uso da tribuna na audiência pública realizada no Palácio 9 de Julho. O objetivo era o de discutir o aumento salarial e a reestruturação das carreiras das categorias. Interessante o comportamento dos líderes dos delegados de polícia, dos investigadores e dos escrivães, ao fazerem uso da palavra.

Nos seus discursos, usavam chavões de políticos em ascensão para um novo patamar, como participantes das futuras eleições, como perfeitos candidatos ao cargo de deputado federal ou estadual. Neste instante, assessores dos parlamentares começaram a perceber que, ali, estavam futuros concorrentes e não líderes de classe somente.

A LDO, Lei de Diretrizes Orçamentárias, não privilegia verba para tratar dos aumentos salariais solicitados pelas entidades. Caso algum deputado venha a fazer emenda ao projeto do governador que tramita na Assembléia Legislativa, será vetado, pois, inevitavelmente, acarretará aumento de despesa - o que é proibido por lei. Será que os atuais deputados irão correr o risco de acolherem sugestões de concorrentes futuros? Aqui fica a pergunta.

*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino, dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa e colabora com esta coluna para o Futepoca.

Quem paga Luxemburgo, o Palmeiras ou a Globo?

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A participação de Vanderlei Luxemburgo como comentarista no jogo de ontem, da Rede Globo, foi desses eventos inacreditáveis que passam como se fosse algo normal. Mas não é. Ou não deveria ser.

O desrespeito foi duplo. Primeiro em relação ao Palmeiras. Se um treinador não viaja até a Argentina e manda seu auxiliar, entende-se que ele fará observações sobre os atletas reservas que estão em campo, além de passar orientações a seu assistente pelo celular. Pra isso, exige-se, obviamente, que o técnico esteja compenetrado em tal tarefa, certo? E o cidadão aparece em uma transmissão televisiva, exercendo outra função que não aquela pela qual ele é pago. Algo pouco “profissional”, para utilizar uma palavra bem gasta pelo comandante.

Não sei até onde vai a paciência do torcedor palmeirense, mas é estranho ver tão poucas manifestações a respeito do cidadão que alimenta tudo aquilo que os palestrinos criticam. Afinal, não foi a mídia que disse que Hernanes é o único craque do Brasil, que deu uma bronca pública em Marcos elogiando Rogério Ceni ou que argumentou em prol do Tricolor, dizendo que o clube não foi beneficiado por arbitragem. Luxa é técnico do Palmeiras ou do São Paulo?

A segunda parte do desrespeito é o reconhecimento tácito da Globo de que jornalismo esportivo não é com ela. Tem ótimos profissionais, mas prefere fazer shows e trazer uma “estrela”. Ou qual o critério jornalístico para trazer um “comentarista” que analisa o próprio time? Isenção? Imparcialidade? Só circo, e tudo feito da forma mais laudatória e babona possível. Como a tal emissora vai ter moral pra criticar Dunga ou dizer que ele é paranóico depois de tal evento? E se Luxa for treinador da seleção, será que a emissora terá privilégios?

A esquizofrenia era tal que no intervalo Luxemburgo soltou: “se eu fosse técnico do Palmeiras...”. Fora isso, ainda "sugeriu" no ar a entrada de Lenny que, magicamente, acabou entrando um miuto após o "comentário". Depois não sabem porque poucos levam futebol a sério nas bandas de cá.

Corinthians na série B beneficia o São Paulo

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A contas do Fredi mostram que a brincadeira pode ser divertida.

O desempenho acachapante do Corinthians na Série B do campeonato nacional foi uma péssima notícia para os outros times da segundona, já que o alvinegro contabiliza apenas duas derrotas na competição. A ausência do Timão na elite do futebol trouxe mais benefícios para o São Paulo – que por sinal encabeça a tabela do campeonato – levando em conta o retrospecto dos dois últimos anos de competição.



Conforme a tabela acima, nas temporadas de 2006 e 2007, o Tricolor paulista foi o time que menos somou pontos diante do rival, apenas 5 em quatro partidas (uma vitória, dois empates e uma derrota). Em média, por temporada, o Corinthians na série A representou 2,5 pontos para o time de Muricy Ramalho.

Alertado pelos comentaristas, percebi que tinha feito uma lambança, mas agora acho que os dados estão corretos. O clube mais prejudicado pelo rebaixamento do Corinthians com base nas mesmas contas é o Flamengo, que somou 10 pontos sobre o rival nas duas temporadas. O Palmeiras vem a seguir com três vitórias e uma derrota, sempre pelo placar de 1 a 0. Pelo retrospecto, seriam quatro pontos a mais (liderança no reino das hipóteses).

O Grêmio faturou 7 e o Cruzeiro 6 somando os dois anos. Levando a ferro e fogo a brincadeira, na 33ª rodada, isso colocaria o São Paulo em terceiro, atrás da representação palmeirense e dos mineiros (mas o desempate seria pelo número de vitórias, que poderia ser alterado dependendo dos resultados).

Mas isso significaria pensar em meios pontos adquiridos, o que revela que os resultados servem para pouco além da troça, porque para um time da Série B disputar o Brasileirão, obviamente outro precisaria ser retirado. Dependendo do retirado, o número de pontos a menos na tabela também precisaria ser contabilizado, o que complexificaria o cálculo e tornaria simulações ainda mais polêmicas.

O levantamento foi feito com base nas tabelas oficias que constam na página da CBF (2006 e 2007) e se limitou a essas temporadas porque em 2005 o Grêmio, terceiro colocado atualmente, é que estava na segundona.

Será que em 2009 esse padrão se mantém?



Corrigido às 12h

Podem até dizer que não vale nada, mas é bem desagradável

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Podem até dizer que a Sul-Americana é copa caça-níquel, que não leva a lugar nenhum, que só vai bem na competição quem não disputa título nacional (essa foi do Luxemburgo). Mas desclassificação é sempre uma coisa desagradável (para evitar palavrão).

Fiquei de cabeça quente. Não sei se foram os dois gols do Argentinos Juniors no estádio Diego Maradona com menos de 15 minutos ou se foi o fato de esse ser o tempo para pagar as contas do mês. Depois amenizou.

Mandar apenas 14 atletas para Buenos Aires para a eliminação não precisava incluir tanta desatenção. Nem ter dividido tantas bolas com o pé na altura do joelho adversário nem com o braço na cabeça do rival (e não estou falando do Kléber). De novo não gostei desse comportamento dos reservas.

O Botafogo também foi eliminado ao empatar em 1 a 1. Sobrou o Inter que joga com o Boca nesta quinta-feira.

Vanderlei comentarista Luxemburgo
Pior do que a derrota de um time que não queria jogar – e nem quero saber se tinha ou não motivo para querer jogar – foi ver os comentários de Luxemburgo, que ficou no Brasil. Na transmissão da Globo, ver todo mundo aliviando com o convidado, é normal na TV. Mas ver o treinador incensando o São Paulo é bizarro. Depois dos elogios ao Hernanes, sei não, mas dá para pensar se tem treinador oferecido.

quarta-feira, novembro 05, 2008

O pior campeão brasileiro (dos pontos corridos)

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Independentemente de quem ganhe, embora com grandes chances para o São Paulo, o campeão brasileiro deste ano deve ser o pior time da era dos pontos corridos, pelo menos o que fez menos pontos.


Na comparação com 2006 e 2007, que tinham 20 times (antes eram 22), no ano passado o mesmo São Paulo fez 77 pontos, o máximo que pode conseguir neste ano se ganhar os cinco jogos que restam, o que duvido. Em 2006, o mesmo time fez 78 pontos.

A diferença entre o primeiro colocado e o último também é a menor levando em consideração os três campeonatos. Neste ano, o último, o Ipatinga tem exatamente a metade dos pontos do líder até esta rodada (62 a 31). No ano passado, o América de Natal fez 17 pontos contra os mesmos 77 do (ok. foi um caso à parte), mas, em 2006, o Santa Cruz fez 28 contra 78 do campeão SP.

Números não querem dizer nada, odeio os cabeça de planilha do futebol, estilo Folha de S.Paulo, mas os desta edição do CB acabam confirmando a falta de futebol que se vê em campo, sem nenhum time que se destaque.

Para terminar, palpite para o rebaixamento: para mim caem Ipatinga, Figueirense, Vasco e Portuguesa, coincidentemente os de pior saldo de gols. 

Obama

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Obama ganhou. Podem os idiotas da objetividade, que não estão restritos ao futebol, dizerem que ele não tratou de temas raciais na campanha ou, indo mais longe, que sua eleição significa um momento “pós-racial”. Pode ser também que faça muito pouca diferença para os latino-americanos, para os asiáticos, para o resto do mundo enfim. Mas a vida é feita de simbologias. E um negro chegar à presidência dos EUA é uma daquelas muito fortes.
Percebe-se isso quando se lê o sempre excelente texto do Idelber Avelar. Seu encontro com uma senhora negra na noite da eleição do democrata, “aquela mulher, que quando menstruou pela primeira vez não podia sequer usar os mesmos bebedouros, banheiros públicos e piscinas dos brancos”, é emocionante. Foi talvez pensando nisso que Jesse Jackson chorou.

É impossível não lembrar do discurso do operário que chegou à presidência da República e na avenida Paulista dizia que a sua vitória era para que “ninguém duvidasse da capacidade da classe trabalhadora do país”. E é inevitável recordar a batalha diária do tal presidente contra o preconceito, travada de forma doída, mas que traz um gosto de vitória partilhado por muitos.

Que Obama atenda seu colega brasileiro e acabe com o bloqueio a Cuba e que se empenhe na busca pela paz com o Oriente Médio. Duvido que chegue a tanto, mas o momento é de sonhar. E não é sempre que a política nos permite isso.
PS: a fotomontagem acima já foi publicada em um Separados no Nascimento e é uma homenagem a dois legítimos campeões.

terça-feira, novembro 04, 2008

São Paulo dificulta a vida de seus fãs de esquerda

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O São Paulo deu mais uma razão de constrangimento para seu torcedor de orientação político-ideológica mais à esquerda. O prefeito reeleito da capital paulista Gilberto Kassab (DEM) recebeu da diretoria tricolor uma camisa do time comemorativa de sua vitória (aqui, em matéria do Terra). A peça, produzida especialmente para o prefeito, leva o seu nome às costas e tem o número 60,72%, referente ao número de votos válidos recebidos no segundo turno da eleição, quando derrotou a petista Marta Suplicy.

No mesmo pleito, o superintendente de futebol do clube do Morumbi , Marco Aurélio Cunha, elegeu-se vereador, também pelo DEM de Kassab. Segundo achei neste blog sãopaulino, Marco Aurélio disse em nota que só decidiu ser candidato “após conversas e pedidos do Prefeito Kassab, São Paulino, e de trabalho destacável”, nas palavras do dirigente.

Voltando um pouco mais no tempo, o ídolo sãopaulino Rogério Ceni, em entrevista ao programa Roda Viva, assumiu seu voto em Geraldo Alckmin (PSDB) em 2006, por avaliar que Lula “não conseguiu fazer um grande mandato”. Uma das críticas do goleiro foi feita ao Bolsa Família. Segundo ele, o programa “é muito legal se for o complemento do salário de um cidadão brasileiro”, mas estaria sendo um incentivo para que a população pobre não procure emprego. Veja o trecho: “Então, o que o cidadão quer, [o que] ele deveria querer? Ele deveria querer um emprego e, logicamente pela situação precária econômica que o nosso país tem, isso deveria servir como um complemento salarial. Hoje a gente vê muitas... hoje, um emprego é tão difícil de conseguir em cidades do interior, de você conseguir gente para trabalhar, porque a pessoa raciocina assim: ‘Não, mas eu tenho Bolsa Família, Bolsa Escola. Isso me dá cento e tantos reais [gesticulando]. Eu prefiro ficar em casa do que arriscar ter que trabalhar’. Então, assim, eu vejo que seria muito legal tudo isso que é feito, é uma idéia louvável, mas como um complemento salarial. Porque eu vejo isso como um fator determinante para o não crescimento do nosso país.”

O goleiro contradiz fatos que o companheiro Glauco levantou neste excelente e completo comentário. Ceni é o mesmo que, em entrevista num programa do Jorge Kajuru, se bem lembramos eu e o Anselmo, disse que era muito importante para um presidente da república saber falar inglês, no que foi prontamente detonado pelo Dr. Sócrates, ali presente. Enfim, o pessoal não facilita a vida do sãopaulino esquerdista.

PQFMTMNETA 1 - Santos, Bragantino e a drenagem do Morumbi (2007)

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No meu blog pessoal, o Mais ou menas, eu mantinha, tempos atrás, uma série chamada Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim. A idéia era discutir episódios do chamado passado recente, que geraram repercussão em sua época e depois caíram no pleno esquecimento.

Agora trago essa série ao Futepoca. Apresentarei assuntos ocorridos há, no máximo, cinco anos e que sumiram em definitivo da memória coletiva - mas, que em sua época de acontecimento, despertaram paixões e geraram polêmicas respeitáveis.

Não falarei, por exemplo, da anulação dos jogos do Brasileirão de 2005, ou do fracasso da seleção na Copa de 2006. Esses são assuntos que ainda aparecem nas discussões por aí. A idéia é meio que tirar temas do fundo do baú.

Isto posto, vamos à primeira edição de...

Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim - Santos, Bragantino e a drenagem do Morumbi (2007)

A rivalidade entre São Paulo e Santos esteve em alta nos últimos anos. Por questões puramente esportivas, como a eliminação do favorito Tricolor no Brasileiro de 2002, e também por assuntos extra-campo, como as acirradas disputas pelas contratações de Zé Roberto, Tcheco (!) e Lenílson (!!).

Nos primeiros meses de 2007, essa contenda ganhou novos capítulos com a definição das semifinais do Paulistão. Santos e São Paulo, respectivamente primeiro e segundo colocados na fase inicial do Estadual, apareciam como os principais favoritos para a disputa do título do certame. E muito antes de se confirmarem como finalistas do Campeonato já travavam uma verdadeira guerra nos bastidores - onde seriam jogados os clássicos san-são que decidiriam o título?

O Santos requisitava a Vila Belmiro, seu alçapão, e apresentava como justificativa o fato de ter tido a melhor campanha na fase primeira do Paulista. Já o São Paulo dizia que o Morumbi era o estádio mais seguro do estado e o único em condições de receber uma final de grande porte. A FPF, por sua vez, mantinha-se em cima do muro com um impreciso regulamento que dizia que as finais teriam "mando de campo da Federação". Pois é.

O "detalhe" é que todos se esqueciam que Santos e São Paulo ainda teriam que superar Bragantino e São Caetano, respectivamente, para chegar à final do torneio. Coisa que o Tricolor não conseguiu - com um incontestável 4x1, o Azulão, comandado pelo hoje corintiano Douglas, despachou o São Paulo em pleno Morumbi e garantiu-se na final do campeonato.

Era a vez do Santos fazer a sua parte. Peixe e Bragantino se enfrentaram em 22 de abril de 2007, pelo segundo jogo das semifinais do Paulista, no Morumbi. Na primeira partida, 0x0, o que decretava que um novo empate seria o suficiente para o elenco comandado por Vanderlei Luxemburgo. O Santos tinha um ótimo meio-campo, em que se destacavam Zé Roberto e Cléber Santana, e discutia se jogaria pelo resultado ou se faria jus ao renomado elenco e atropelaria o Bragantino.

Mas o futebol acabou ficando em segundo plano. A capital paulista foi castigada, naquele domingo, por uma chuva agressiva que deixou o Morumbi em condições impraticáveis. Nunca, ao menos na minha pequena memória, o gramado do estádio são-paulino esteve tão ruim em um jogo.

E aí começaram as acusações. Os santistas diziam que o São Paulo havia desligado a drenagem do estádio, para dificultar a vida do Peixe; já os tricolores diziam que a drenagem era automática e rebatiam afirmando que o Santos não cuidara bem do Morumbi. Um episódio nos camarotes envolvendo o presidente Marcelo Teixeira só fez aumentar a ira dos praianos.

No fim das contas, o Santos repetiu o 0x0 com o Bragantino e foi a final do estadual. Semanas depois, acabaria superando o São Caetano (também fazendo uso da vantagem do empate) para ser bi-campeão paulista, no mesmo Morumbi que anteriormente amaldiçoara.

E, de lá pra cá, o gramado do Cícero Pompeu de Toledo nunca mais apresentou condições tão péssimas quanto naquele 22 de abril de 2007.

Foto: Sports Magazine

segunda-feira, novembro 03, 2008

Pé redondo na cozinha - Mumu, o guerrilheiro, e sua Kripto-Caponata

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MARCOS XINEF*

Mumu é um conhecido bêbado da região do ABC, na Grande São Paulo, além de ser coordenador de um paint ball (guerrilheiro das bolinhas de tinta). Após os combates de todas as noites, lá pelas 23h, meu sócio Bruno me pergunta: "-E aí, o Mumu já tá vindo aqui pro bar?". No que respondo: "-Deve estar escolhendo a viatura". Ele sempre aparece de forma inesperada, um dia de moto, no outro de bicicleta. Até aí, normal. Quando vem de bicicleta, ele toma algumas latinhas e vai pedalando praticamente em zigue-zague pelas ruas. Já quando vem de moto, teoricamente deveria conseguir chegar em casa mais rápido, mas demora em torno de 20 minutos ou 50 pedaladas, mais ou menos, para ligar a máquina, que não tem partida elétrica.

Mas o grande problema é quando ele vem de "caveirão" (um Citröen velho, pintado de preto fosco, com um decalque de guerrilha nas portas). Nessas noites, ele já chega meio torto e, quando termina de se encharcar, pede: "-Marcão, manda aquela caponata de berinjela pra dar uma curada". Aí, lascou-se, pois nossa receita de berinjela tem cerveja preta e um leve toque de rum. É a mesma coisa que dar kriptonita ao Super Homem, pois o prato pulveriza o Mumu no mesmo instante. Por isso, batizamos a receita de Kripto-Caponata. Vamos a ela:

KRIPTO-CAPONATA DO MANGUAÇA MUMU

Ingredientes
150g de berinjela
50g de abobrinha italiana
50g de cebola
50g de pimentão vermelho
50g de pimentão amarelo
20g de uva passa sem caroço
20g de azeitona sem caroço
30ml azeite extra virgem
1 lata (350ml) de cerveja preta extra forte
100 ml de rum ouro
3 ml de vinagre de vinho branco
pimenta do reino a gosto
sal a gosto
orégano a gosto

Preparo
Corte os legumes em cubos médios. Arrume-os em uma assadeira e tempere com azeite, sal, pimenta do reino, orégano, cerveja e rum. Cubra com papel alumínio e leve ao forno pré aquecido a 180ºC e asse até estarem macios. Retire do forno, adicione o vinagre e misture bem. Resfrie e sirva frio. Dica: compre um pão italiano, corte em fatias e coma junto com a caponata.


É isso aí, moçada. E vamo que vamo no The BOBs! Abraços!



*Marcos Xinef é chef internacional de cozinha, gaúcho, torcedor fanático do Inter de Porto Alegre e socialista convicto. Regularmente, publica no Futepoca receitas que tenham bebidas alcoólicas entre seus ingredientes.

Dunga veste as sandálias da humildade (que falta a Maradona)

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Nem bem assumiu o comando da seleção argentina e Maradona (à esquerda) já partiu pra cima dos "inimigos" brasileiros. "-Se minha equipe vai jogar como a de Dunga? Não, não jogo como Dunga. Ele dava botinadas e eu me esquivava delas", disse o ex-jogador, que gostava mesmo era de dar botinadas com o nariz. Tudo bem que ele não está mentindo completamente ao relembrar as pauladas do ex-volante Dunga. Mas também não é pra sair chutando o balde assim, do nada - o que leva a crer que as últimas derrotas da Argentina para o Brasil ainda estão doendo.

Ao saber da provocação, Dunga (à direita) foi humilde: "Sem dúvida, o Maradona foi um dos mais importantes da Argentina e torcemos para que ele se dê bem. E quanto à comparação, Deus fez uns com talento e outros com menos talento. Com a liberdade de expressão, cada um se coloca da sua forma", disse o treinador da selecinha. "Em termos de seleção, ganhei tanto quanto ele, mesmo tendo um talento menor", arrematou.

Mas, para não perder a chance de rebater o cutucão, Dunga lembrou que durante sua carreira de jogador um dos principais trunfos era a parte física, diferente de Maradona, que costumava ter problemas de sobrepreso e, principalmente, com o uso de drogas. "Tive que cuidar muito do meu corpo, da minha carreira, da minha postura ", completou o ex-volante. Pensando bem, falar de "postura" para o Maradona também não deixa de ser uma botinada...

F-Mais Umas - Santo Deus!

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CHICO SILVA*

Timo Glock (foto) é um piloto alemão nascido em 18/03/1982, na pequena cidade de Lindenfels, no estado de Hesse, no Oeste do país de Goethe e Rainer Werner Fassbinder. Segundo dados do último censo, de dezembro de 2006, o município abriga 5.220 habitantes. Algumas avenidas de São Paulo certamente têm população maior do que a dessa tranqüila cidade alemã. Como todo companheiro de profissão, Glock se apaixonou cedo por carros e corridas. Mas, ao contrário de Lewis Hamilton e Felipe Massa, começou tarde na profissão. Inspirado pelas conquistas do compatriota Michael Schumacher, fez sua primeira temporada de kart apenas aos 15 anos, em 1998. Dois anos depois, veio seu primeiro título, na ADAC Fórmula BMW Júnior. Nos seguintes faturou mais uma temporada na ADAC, dessa vez na categoria principal, foi terceiro na F-3 alemã e quinto na F-3 Euroséries. Em 2004 teve o seu primeiro contato com um F-1. Foi contratado para ser piloto de testes da extinta equipe Jordan. Ainda teve a oportunidade de disputar algumas corridas pela escuderia do irlandês Eddie Jordan, substituindo o italiano Giorgio Pantano, então titular do time.

Em 2005, Glock foi se aventurar na América profunda, onde disputou um campeonato na finada Champ Car, categoria genérica da F-Indy. Conseguiu a proeza de terminar a temporada em oitavo. Mesmo assim, lhe deram o título de "estreante do ano". De volta à Europa, tentou a sorte na GP2, categoria que se transformou na divisão de acesso para a Fórmula-1. Se deu bem e conquistou o título de 2007. O título foi seu passaporte de regresso para a principal categoria do automobilismo mundial. Foi escolhido para ser um dos pilotos da Toyota. Nem quando está sem luvas e capacete Glock consegue se desligar das pistas. Nas folgas, gosta de tirar "rachas" de kart com os amigos. Solteiro, o alemão tem a Austrália como destino preferido de férias. No quesito preferências pessoais, ele gosta de massas, é fã dos Red Hot Chilli Peppers e Guns'n'Roses e tem como vício jogar poker. Seu grande ídolo é o pai. Em linhas gerais, esse é o perfil do homem que, involuntariamente, definiu o título da temporada 2008 da F-1.

Ao ceder o quinto lugar para Lewis Hamilton a 500 metros da linha de chegada do enlouquecido GP de Interlagos, Glock se transformou no mais novo vilão dos brasileiros. Tudo porque insistiu em se manter na pista com pneus para pista seca quando um dilúvio desabava na pista nas voltas finais da corrida. É óbvio que Glock não teve nenhuma responsabilidade pelo motor estourado de Massa na Hungria, na estratégia equivocada da Ferrari no encharcado GP da Inglaterra, nos erros de Massa nas primeiras provas da temporada e na incrível trapalhada ferrarista no pit-stop do brasileiro no GP de Cingapura (acima, à esquerda). Falhas que tiraram pontos vitais na batalha de Massa contra Hamilton. Mas, de toda a forma, Glock acabou pagando a conta. Ainda nos molhados pit-lanes de Interlagos, torcedores insinuavam que ele e a Toyota haviam levado um troco para entregar o campeonato para Hamilton e a McLaren. E só para botar um pouco mais de pimenta nesse vatapá, Glock e Hamilton são grandes amigos desde os tempos da GP2.

O novo e também mais novo campeão mundial tentou encaixar o amigo na vaga aberta por Fernando Alonso quando este saiu brigado da McLaren no fim do ano passado. Mas Ron Dennis, o chefe da equipe, preferiu trazer o chocho finlandês Heikki Kovalainen. É claro que uma coisa pode não ter a ver com a outra. Mas fica a informação.

Interlagos, 02/11/2008 - Acompanho a Fórmula-1 desde 1980. E nesses anos todos posso afirmar com segurança que nunca vi uma decisão como essa de Interlagos. Houve grandes finais como Adelaide 1986, quando Alain Prost (foto à direita), Nigel Mansell e Nelson Piquet chegaram à última prova brigando pelo título da temporada. Prost acabou levando a melhor, depois de uma batalha que teve Mansell estourando pneu a 290 quilômetros por hora e Piquet rodando quando era líder e rumava para o tricampeonato. Ou então nessa mesma Adelaide em 1994, ocasião em que Schumacher e Damon Hill protagonizaram um duelo suicida pelas retas e curvas do circuito de rua australiano. E quem não se lembra de Jerez 1997, em que num ato desesperado esse mesmo Schumacher jogou sua Ferrari contra a Williams do rival Jaques Villeneuve?

Mas, para usar uma frase que caiu na boca do povo, nunca antes na história deste esporte se viu um piloto cruzando a linha de chegada como campeão do mundo para 38,9 segundos depois ver o título escorrer como água da chuva pelo S do Senna. Foi realmente eletrizante! Quem esteve em Interlagos pode, daqui a anos ou décadas, contar para filhos e netos que assistiu a um dos maiores capítulos da história da F-1. Voltando um pouco no tempo, algumas colunas atrás eu disse que não enxergava em Massa um campeão mundial. E uma das razões era justamente a falta de sorte do brasileiro. E ela apareceu de novo. Na hora errada, no lugar errado e na circunstância errada. Claro que a perda do título não pode ser apenas creditada na conta do piloto. O erro da Ferrari em Cingapura, quando tirou uma vitória certa de Felipe ao autorizá-lo a sair do boxe antes do final do abastecimento, foi crucial para a perda do campeonato.

Mas a sorte é um ingrediente fundamental na receita de um campeão do mundo. Lewis Hamilton não me deixa mentir. A Fórmula-1 viu, pela primeira vez em sua história, um negro conquistar um título mundial. Tomara que ele inspire os eleitores americanos a eleger o primeiro presidente negro de sua história. O mundo agradecerá.


*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

Santos e Palmeiras, do primeiro ao último minuto

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No dia de Finados, logo depois no dia de Todos os Santos, um empate parecia das melhores coisas. Quando vi que Marcos, o Goleiro santificado pela torcida, não entraria em campo, achei que era um mau presságio. Com gols no primeiro e no último minuto, o Palmeiras quebrou uma sequência de quatro anos sem vencer na Vila Belmiro.



O jogo foi tenso, com muita pressão do Santos. Mas os gols foram, no mínimo, inusitados. A um minuto e trinta da primeira etapa, a um da segunda e no último minuto do tempo regulamentar.

Kléber abriu o placar em contra-ataque bem armado. Aliás, o jogador foi muito bem no primeiro tempo apesar de estar tenso como de costume. Se a dividida dura com o xará nem falta foi marcada, ele logo garantiu o amarelo que lhe tira da partida contra o Grêmio. Com um pouco mais de cabeça fresca (e menos desinteligência) seria um atacante para disputar vaga na seleção. Mas pelo desfile de braços abertos e o sangue nos olhos na hora das divididas, isso fica só no condicional.

O arqueiro Bruno foi escalado porque Marcos, o Goleiro, foi ao enterro do pai, morto em Marília. Ao tentar espalmar um escanteio de Molina, a bola foi para dentro na cobrança. A trombada com Kléber Pereira foi polêmica e poderia ser considerada falta. Mas Bruno salvou a nação alviverde em outros lances.

Foi a "ajuda" involuntária do defensor que mostrou que a opção de Vanderlei Luxemburgo no intervalo do jogo havia sido um erro. Sem contar que o treinador foi ainda expulso na hora da reclamação do gol adversário, ainda disse que entrou para ajudar o árbitro. Então tá.

É que sacar Evandro (o autor do passe para Kléber) para pôr o terceiro volante Sandro Silva significava retranca. Com o empate, teve que mexer de novo. E, convenhamos, o gol da vitória no último minuto dos pés de Leo Lima, é muita sorte. Em uma jogada pela lateral-esquerda que trouxe a bola para a área, o volante fez uma das primeiras coisas úteis com a camisa verde no Brasileirão. Desde sua contusão no Paulista, que o tirou da partida final, o atleta não ia bem.

A próxima partida é contra o Grêmio, no Palestra. Agora, tanto tricolores gaúchos quanto alviverdes paulistanos vão secar o São Paulo.

domingo, novembro 02, 2008

Minha seleção de todos os tempos

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Por Fredi

Sem nenhum motivo, resolvi escalar hoje minha seleção de todos os tempos unindo duas paixões, música brasileira e futebol. Notem, joga no 4-4-2, com quatro meias criativos no meio de campo. Aboli os volantes por opção.

No gol, o Santo Pixinguinha. É a posição que mais precisa de milagres e também por conta do preconceito que havia (ainda há?) com goleiros negros desde Barbosa. Com ele no gol, o jogo acaba pelo menos 1 X 0 para nós, título de uma deliciosa composição de Pixinguinha em homenagem a Friedenreich depois de ele marcar aos 15 minutos do segundo tempo da prorrogação o gol que nos deu o título de campeão da Américas em 1919.

Na lateral direita, Luiz Gonzaga. Para Gilberto Gil, Gonzagão seria o Pelé da música, deveria entrar com a 10. Mas por no período militar falar bem de generais e saudá-los em shows, fica aqui na lateral direita. Mas não achem que o Velho Lua fosse reacionário ou qualquer dessas bobagens. Queria tocar sua sanfona como ninguém, seu mundo era outro. Vai também na lateral pelo fôlego e a longevidade da carreira. Como não conheço nenhuma música sua sobre futebol, vou de Assum Preto mesmo, que adoro:
Assum preto, o meu cantar
É tão triste com o teu, Também roubaram o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meu
.

De zagueiros, vão Tim Maia e Benjor, basicamente porque prefiro um zagueiro forte para agüentar o tranco e outro magrinho e mais técnico. Preparo físico? Hum, sei lá, mas ninguém teria coragem de encarar o síndico Tim Maia. E Benjor saberia jogar bem, conhecia do riscado, afinal compôs e gravou:
Arrepia, zagueiro
Zagueiro
Limpa a área, zagueiro
Zagueiro
Sai jogando, zagueiro
Zagueiro
Lateral esquerda, essa fica com Paulinho da Viola, a enciclopédia do samba, criador da Velha Guarda da Portela, por analogia com Nilton Santos, a enciclopédia do futebol. Também porque prefiro um jogador criativo, técnico, capaz de inventar pelos lados do campo. Mesmo sendo vascaíno fanático, nunca escreveu que eu saiba sobre futebol, vão versos sobre a sinuca, de Pelos 20:
Você me deixou pelo vinte
No golpe da sorte
Entre a rosa e a preta
Na mesa da vida
Você me deixou sem saída
Sinuca de bico
A preta e a rosa
Na noite perdida
.
No meio de campo, como já disse serão quatro meias criativos, sem volantes. Os dois pela direita são Caetano Veloso, perdido há muito tempo por aí, mas que já bateu um bolão em outras fases, e Adoniran Barbosa, com suas jogadas geniais de malandro italiano do Bixiga. De Caetano, versos de Tieta:
Por debaixo do lençol
Nessa terra a dor é grande
E a ambição pequena
Carnaval e futebol
Quem não finge
Quem não mente
Quem mais goza e pena
É que serve de farol
.
Pela esquerda, vão Chico Buarque e Gilberto Gil. Chico diz que joga bem pelada e tem das mais belas músicas sobre futebol como:
Para estufar esse filó
Como eu sonhei

Se eu fosse o Rei
Para tirar efeito igual
Ao jogador
Qual
Compositor
Para aplicar uma firula exata
Que pintor
Para emplacar em que pinacoteca, nega
Pintura mais fundamental
Que um chute a gol
Com precisão
De flecha e folha seca.
Gil completaria a jogada, com:
Prezado amigo Afonsinho
Eu continuo aqui mesmo
Aperfeiçoando o imperfeito
Dando tempo, dando um jeito
Desprezando a perfeição
Que a perfeição é uma meta
Defendida pelo goleiro
Que joga na seleção
E eu não sou Pelé, nem nada
Se muito for eu sou um Tostão.
O ataque fica para dois gênios, Tom Jobim e Dorival Caymmi, ataque bem mais técnico e criativo que corredor, óbvio. Tom jogava com classe a cada nota. Como curiosidade a Bossa Nova começou a ganhar o mundo mais ou menos na época em que ganhávamos a primeira Copa do Mundo, em 1958, na Suécia. Tom compôs Radamés y Pelé, melodia maravilhosa, mas sem letra.

Caymmi, que morreu neste ano, até onde conheço, não compôs sobre futebol nos mais de cinqüenta anos de muitos gols, inclusive internacionais, sendo responsável por várias composições que fizeram o sucesso de Carmem Miranda nos Estados Unidos. Para terminar uma analogia com o samba:
Quem não gosta de samba [e de futebol?]
bom sujeito não é
É ruim da cabeça
ou doente do pé...
Na reserva ainda ficam gênios como Noel Rosa, Cartola, João Gilberto, João Bosco, Milton Nascimento e outros, até porque só posso escalar onze.

Abaixo a arte de Carmem Machado para ilustrar o escrete da música brasileira.

Montagem: Carmem Machado

Por Fredi

sábado, novembro 01, 2008

Momento do Mé: Vale Verde

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A cachaça degustada na entrevista com Luiz Gonzaga Belluzzo foi a Vale Verde. E desde então este post está incubado.

Eleita em 2007 a número 1 do ranking da revista Playboy, a bendita é envelhecida por três anos em tonéis de carvalho. Ela desbancou a mitológica Anísio Santiago/Havana.

Realmente é interessante, daquelas que descem leves, mas tem o traço do carvalho que não é meu preferido (sou da amburana). Mas é uma danada responsa.

Curioso que tenho um exemplar em casa engarrafado em 2003, herdada já aberta. O primeiro dado curioso: a tampa era de plástico, e não de metal como as atualmente vendidas. Segundo detalhe: pode até ser que o armazenamento não tenha sido dos melhores, mas é fato que o sabor é completamente diferente. Será que desde então o paladar foi modificado? Não consegui descobrir. Preciso de outro espécime da mesma época.

As receitas da venda são revertidas para projetos de sustentabilidade. Isso porque o alambique fica dentro do Parque Ecológico homônimo, em Betim (MG) onde há também um museu da marvada. Até casamentos podem ser realizados no local, na capela de São Miguel Arcanjo, mas não há informações a respeito de restrições de oferta da que matou o guarda para os noivos.

Do mesmo alambique vem outra marca, a Minha Deusa, uma branquinha que faz jus ao apelido, que fica em dornas de grápia depois de descansar menos de dois meses em carvalho.

sexta-feira, outubro 31, 2008

No Dia do Saci, Pelé e Maurício de Sousa querem Pelezinho como mascote

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Em pleno 31 de outubro, Dia do Saci, a colunista Mônica Bergamo sustenta que Maurício de Sousa e Pelé querem fazer do personagem Pelezinho o mascote da Copa do Mundo de Futebol de 2014, programada para o Brasil.

Personagem do desenhista criador da Turma da Mônica, Pelezinho tinha sua turma em meados da década de 70, mas a série parou na década seguinte, quando terminou o contrato com o rei do futebol, em quem o personagem foi inspirado.

Divulgação

Amigos influentes
Em junho de 1990, o personagem se "encontrou" com o estranho mascote da Copa da Itália, o Ciao, um boneco palito com as cores da bandeira do país.





Divulgação
Outra revida do personagem aconteceu em 2005, quando Pelé foi entrevistado pelo então apresentador de TV e hoje técnico da seleção argentina de futebol. Dieguito era um desenho inspirado em Maradona, criado na década de 80, mas não foi para frente.

Saci
As amizades influentes preocupam, mas o Saci não se abala. O mais trágico é que a notícia surge no dia do Saci. No estado de São Paulo, a lei 11.669/2004 garante: dia 31 de outubro é do Saci. O projeto de lei 2.762/2003, de autoria de Aldo Rebelo (PCdoB-SP), propõe que a data seja instituída nacionalmente.

O lançamento da campanha de Saci para mascote aconteceu em agosto. A Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci) foi a responsável, com manifesto assinado pelo saciólogo (e cachaceiro) Mouzar Benedito. Vai, Saci!

Tipos de cerveja 20 - As Scotch Ale

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Apesar do nome, não é comum encontrar muitos exemplares desse tipo de cerveja na Escócia, terra natal do ex-James Bond Sean Connery e do manguaça David Coulthard, conhecida também pela sua produção de uísque. Já nos Estados Unidos ou no Canadá, as Scotch Ale são mais acessíveis, geralmente com a designação de Strong Scotch Ale ou Wee Heavy. Segundo Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo, são cervejas fortes, escuras, maltadas e com teor alcoólico variando entre 6,5 e 8,5% ABV. "Elas têm a particularidade de serem fermentadas a temperaturas mais baixas do que a maior parte das Ales e, além disso, possuem caráter maltado e com pouco lúpulo", observa Aquino. "Isso faz com que sejam cervejas não aconselháveis para todo tipo de refeição, apesar de podermos bebê-las como se fossem uma sobremesa", completa. O álcool têm, em geral, presença acentuada no sabor, o que ajuda a equilibrar o possível excesso de malte e de açúcar. Exemplos: McEwan's Scotch Ale (foto), Bitter End Whiskey Wee Heavy e Stoudts Scotch Style Ale.

O Vaticano quer saber: você é casado? Tem filhos?

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Depois do questionamento que desanimou boa parte da militância petista em São Paulo e fez muita gente tomar Dramin até o dia da eleição, a imprensa deixou de dar destaque a manifestações mais ou menos homofóbicas que aparecem discretamente no noticiário.

Claro que é muito mais fácil bater no PT do que no Vaticano. Mas o politburo de Bento XVI anunciou nesta quinta-feira, no documento "Orientações para o uso das competências da psicologia na admissão e formação dos candidatos ao sacerdócio", que irá recorrer a psicólogos para avaliar se os seminaristas são homossexuais.
 
Dentre os “sintomas” que os psicólogos deverão detectar estão "as dependências afetivas fortes", a "identidade sexual incerta" e "a tendência arraigada à homossexualidade". Contudo, o documento ressalta que, democraticamente, os candidatos a padre só serão submetidos ao teste psicológico com "o consentimento prévio, livre e explícito". Fico imaginando o que pode acontecer com que se negar a participar de tal teste...

Como tudo na cúpula da Igreja Católica, o documento foi elaborado com rapidez. Demorou apenas seis anos para ser confeccionado, uma ano a mais do necessário para finalizar a estátua do Cristo Redentor. Tais medidas datam da época em que João Paulo II ainda habitava o reino dos vivos e a idéia, na prática, é evitar que novos escândalos envolvam sacerdotes da Igreja de São Pedro.

O curioso é que a deixa para tais atos seja os casos de pedofilia envolvendo padres. Ora, há uma equivalência pra lá de equivocada entre homossexualidade e pedofilia, esta última entendida, de acordo com a OMS, como "preferência sexual por crianças, quer se trate de meninos, meninas ou de crianças de um ou do outro sexo, geralmente pré-púberes ou não". Ou seja, tal prática criminosa não é restrita a homossexuais, como até os coliformes do Tietê sabem. Fazer esse tipo de relação é tão absurdo como dizer que todo padre é pedófilo ou asneira semelhante.

Aliás, deveras curiosa a relação da Igreja Católica com os homossexuais. O Catecismo pondera que a tendência à homossexualidade não é pecado, mas a prática – ah, a prática -, essa sim. É uma “depravação grave”, ato “intrinsecamente desordenado e contrário à lei natural”. E segue dizendo que “um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais inatas. Não são eles que escolhem sua condição homossexual; para a maioria, pois a maioria, pois, esta constitui uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta”.

Como se vê o catecismo é bem respeitoso com os homossexuais dizendo ser contra a discriminação. Mas, logo em seguida, os chama à “castidade”. Ou seja, a Igreja admite que uma pessoa possa ser homossexual, mas “praticar” não pode. Se bem quem nem os heteros podem fazê-lo antes do casamento. Como não existe casamento homossexual, resta a opção pelo celibato. E, pior: nem se for celibatário ele pode ser padre. Vida difícil que vive o católico gay...

Em tempo: não é só na Igreja Católica que existe uma confusão a respeito de homofobia. Aliás, já vi um belo presépio em exposição no Mosteiro São Francisco, em São Paulo, onde lá estavam representados homossexuais e outros segmentos excluídos e/ou discriminados da sociedade. Nem sempre a base segue a cúpula. Ainda bem.

Mas realmente é de arrepiar quando se vê que em um lugar onde deveria estar – ou se acha que está – a “nata” da intelectualidade paulista, ocorre um episódio como esse. Pra quem não quiser ler o link, trata-se de um casal homossexual que foi expulso de uma festa na Veterinária da USP. Pobre Iluminismo brasileiro...

quinta-feira, outubro 30, 2008

Base para as expectativas corintianas em 2009

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A Futebol Brasil Associados (FBA), que organizou a Série B desse ano, divulgou a lista dos indicados ao prêmio de melhor jogador do campeonato. O Corinthians emplacou Douglas e André Santos na lista de doze, gerando reclamações de parte do elenco, que acha injusto o esquecimento de William, Chicão, Felipe e Dentinho. Quer dizer, o povo queria metade da lista, quase nada abusados.

O prêmio não me interessa em nada, e creio que para a maioria dos leitores também não. Mas a lista dos outros indicados chama a atenção: além de André Santos e Douglas, Marquinhos e Válber (Avaí), Marcelinho Carioca (Santo André), Túlio (Vila Nova), Adrianinho (Brasiliense), Giuliano (Paraná), Nunes (Bragantino) e Saulo (América-RN).

Ter Túlio Maravilha, Marcelinho Carioca e, pasmem, Adrianinho, aquele da Ponte e do Corinthians, como possíveis melhores da competição da uma idéia do nível das equipes que disputaram com o Corinthians. Ainda acho que o time não é pior que 80% das equipes da Série A desse ano, mas convém ter os pés bem plantados no chão quanto às expectativas alvinegras para 2009.

Kalil é novo presidente do Galo

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Acabou agora a apuração da eleição do novo presidente do Galo. Alexandre Kalil foi eleito por 271 votos contra 130 de Sergio Bias Fortes.


Para quem não sabe, Alexandre é filho de Elias Kalil, presidente do Galo no começo dos anos 80, quando o time disputava títulos, não rebaixamentos.

Num time fraco, com mais de 200 milhões de reais de dívidas, disputando rebaixamentos no ano do centenário, é a única boa notícia de 2008.

Alexandre tem pavio curto, mas parece honesto e anunciou na posse que a maior contratação vai ser a volta da torcida ao estádio e que o futebol será a prioridade.

Agora é torcer para dar algo certo.



Eles adoram o GP Brasil

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Foto: Reuters

No confronto de alviverdes, 1 a 0. Marcos é o cara

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A partida entre Palmeiras e Goiás, dois alviverdes, no Palestra Itália terminou 1 a 0 para o time da casa. O placar foi definido no primeiro tempo com um pênalti batido por Alex Mineiro.

A falta dentro da área foi bizonha, o defensor goiano aplicou sobre Kléber o que, no futebol americano, seria um tackle.

Não, a atuação não foi boa. Foi razoável para o primeiro tempo e retrancada para o segundo.

Marcos
Além de salvar a vitória simples, Marcos, o Goleiro, mandou avisar que não é porque falta empenho que ele não vai se dedicar. Salvou o time em duas defesas espetaculares, incluindo um lance em que o atacante Iarley saiu cara a cara com o arqueiro. Vale notar que o goleiro do Goiás, quase xará do citado atacante, Harlei também fez uma defesaça em cobrança de falta do sempre criticado e sempre "quase", Evandro.

O mais divertido foi ouvir, na substituição de Diego Souza, a torcida num misto de vaia e gritos de "Marcos, Marcos". Quem mandou reclamar.

E outra: Marcos tinha razão, na visão do torcedor, como se demonstrou nesse caso e na pichação na porta do Centro de Treinamento do clube, na Barra Funda pedindo "Raça verdão".

Pierre, o maior ladrão de bolas do Brasil, e Kléber com seu estilo desgovernado, foram os destaques de ontem, depois do Goleiro. São os dois que mostram mais disposição para o jogo (ok, no caso do Kléber a disposição se confundiu com cotovelos durante o Brasileirão).

Crise versus raiva
Que não tem motivo para crise no Palmeiras, eu até concordo. Mas dá muita raiva de torcedor pensar em dois ou três vacilos no mínimo evitáveis na trajetória do Verdão.

Aí o Vanderlei Luxemburgo joga o Marcos na fogueira, compara-o com Rogério Ceni – dando moral para o capitão tricolor em vez de ao santos de todas as horas – o Diego Souza permanece instável, e a arbitragem começa a funcionar para fazer o tricampeão.

O motivo porque São Paulo e Cruzeiro aparecem mais cotados agora do que o Palmeiras e até do que o líder Grêmio tem a ver com ascensão no campeonato. Embora todos tenham passado por momentos difíceis, os times de Muricy Ramalho e de Adilson Batista são os que parecem crescer. Parecem, porque a cada rodada muda um pouco. E porque minha função de secador é torcer para não ser de fato.

O próximo jogo, contra o Santos na Vila Belmiro, vai ser um jogo difícil como qualquer partida diante da torcida do time da Baixada. Nem quero pensar no que acontecerá se faltar a raça que Marcos e a torcida pedem.

A narração do fim do mundo

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No exercício do nada pra fazer, eu e meu amigo Barão começamos a elencar as sete bestas do Apocalipse da TV brasileira. Depois de muita divergência, fechamos em Gugu Liberato, Luciano Huck, Jorge Kajuru, Amaury Júnior, Ronaldo Esper, João Kléber e Serginho Groissman (Sílvio Santos foi considerado o próprio Anticristo e Fausto Silva, Datena e Ratinho, seus serviçais). Mas, para não sermos acusados de machismo, elencamos também o time das bestas femininas: Xuxa, Hebe Camargo, Luciana Gimenez, Regina Duarte, Angélica, Ana Maria Braga e Miriam Leitão. Como sempre vai ficar muita "gente boa" de fora, de repente nos lembramos do glorioso Galvão Bueno (acima). Daí, o Barão saiu com a solução perfeita: "Bom, se o Galvão não é uma das bestas do Apocalipse, com certeza ele vai narrar o fim do mundo!". Nisso, imaginamos como seria essa transmissão:

- Olha lá, olha lá! Eu não falei? O Belzebu só marca infração contra a gente! Contra os argentinos, nada! Cadê a CBF que não toma uma providência nesse Julgamento Divino? Aquele anjo tocando trombeta estava completamente impedido! Um absurdo! Não é verdade, Arnaldo? (não, Arnaldo, não precisa responder, fica quieto!) Eu cansei de falar que nesse Juízo Final ia ter marmelada. Já começa que hospedaram a seleção no Sétimo Círculo do Inferno. Assim não dá! E pode apostar: o Dunga vai tirar o Apóstolo João! E quem vai entrar? Sim, porque tem que entrar alguém no lugar dele. No futebol, quando você faz uma substituição, tem que botar outro no lugar! Não é, Arnaldo? A regra é clara! (não, Arnaldo, fica aí, cala a boca!) Olha lá: de novo! O Cramunhão tá mal intencionado! Um inferno isso! Mas vamos a um rápido intervalo e já voltamos com a cobertura exclusiva do Apocalipse. Globo e você, todo mundo vai morrer!

"Não conseguíamos lembrar de nada"

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Leio no Lance! que o piloto David Coulthard (à esquerda) vai se aposentar da Fórmula 1 no GP brasileiro do próximo domingo. Aos 37 anos, ele já disputou 246 provas, fez 535 pontos e venceu 13 vezes - inclusive no Brasil, em 2001, naquela que considera a maior vitória de sua carreira. Mas Coulthard, como bom escocês, é conhecido pela dedicação à manguaça, assim como os finlandeses Kimi Raikkonen e Mika Hakkinen. Questionado sobre as farras, Coulthard não fez cerimônia: "Olha, nas festas a gente costumava ficar tão bêbado que não conseguíamos lembrar de nada do que acontecia". Realmente, é impressionante imaginar que um bêbado tão militante tenha conseguido passar 14 anos acelerando a mais de 200 quilômetros por hora e nunca tenha provocado um acidente mais grave - para ele ou para outros pilotos. E agora, aposentado, ninguém segura o cabra. Haja uísque escocês!

Botafogo e São Paulo: o jogo dos sete erros

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Botafogo e São Paulo fizeram ontem uma partida bem interessante, com muitas variações e emoções a rodo. Mas, o que acabou sobressaindo foram os erros. Foi a partir de lances algo infantis que os gols aconteceram e, quando não houve nenhuma falha de atleta, quem resolveu pisar na bola foi o árbitro, junto com um medíocre auxiliar. Aguarda-se a punição dos mesmos. Ou não. Ao jogo de sete erros:

1 – Aos 16 do segundo tempo, Renan vai repor a bola e pega mal na dita cuja. A bola sai curta e fraca para os pés do rival Jean, que faz um belo gol. A imagem desnecessária da transmissão da mãe do goleiro de 19 anos, reserva de Castillo, chorando no Engenhão resume a lambança.

2 – Fábio divide bola com Rogério Ceni, mas a bola sobra para o zagueiro Miranda. O normal é o são-paulino dar um chutão. O que ele faz? Ajeita a bola e perde para Wellington Paulista, que chuta direto para o gol. E esse é o defensor dos sonhos de metade da imprensa paulista... A outra metade agora incensa André Dias, como se tivesse descoberto ontem o (mediano) atleta. Paciência, tem mais erros.

3 – Bola perdida pelo Botafogo no campo adversário, o São Paulo tenta armar um contra-ataque mas, no meio de campo, Leandro Guerreiro tira. Mas tira mal e...

4 – ...Diguinho não domina a bola. Mascada, mas era possível dominar. O atleta botafoguense, dizem que quase flamenguista, acha que joga mais do que sabe. Um chazinho de humildade lhe faria bem.

5 – Lucas Silva chuta, a bola desvia levemente em André Dias e Rogério Ceni não segura. O Tricolor parecia conformado com o empate, mas o auxiliar Renato Miguel Vieira marca impedimento de Wellington Paulista no lance. O alvinegro, diga-se, até faz menção depois que bola passa por ele de dar um calcanhar. Só que a redonda passa muito longe do atacante. Impossível ele interferir no lance. Marcação absurda...

6 - ... mas o árbitro Sérgio da Silva Carvalho aceita o erro. Logo ele que, perto do lance, viu que o atacante botafoguense não fez nada. Jogou a responsabilidade para o inepto bandeira e errou também. Mas erraria de novo...

7 - ... ao aceitar a cera de Rogério Ceni em dois lances nos quais o arqueiro caiu e saiu pimpão e tralalá, mostrando que só queria mesmo gastar tempo e esfriar o adversário. É bom ter moral com a arbitragem.

No frigir dos ovos e pelo que jogaram, o empate seria o mais justo. Mas a arbitragem não deixou, como lembra revoltado o Victor do Blá Blá Gol. Quando um erro crasso desses acontece na fase decisiva, dá margem a muitas teorias conspiratórias. Ainda mais que, na última partida do São Paulo contra o Vitória, a equipe baiana saiu reclamando de um pênalti não marcado de Rodrigo em Rodrigão. Erros como o de ontem não estragam, mas embaçam a imagem de um campeonato emocionante....

quarta-feira, outubro 29, 2008

O roubo do futebol-arte e os alemães

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O meia pega a bola, avança pela intermediária. Vem o volante adversário pra dividir. Dividido fica o rival, e a bola sobra nos pés do defensor. O narrador é só elogios para o marcador. No bar, alguém, em tom saudosista e quiçá conspiratório, dispara:

– Tá loco, só tem brucutu. E esse cara ainda acha bonito: acabaram com o futebol-arte...

Robinho fazia a festa em 2002, quando o goleiro Danrlei, à época no Grêmio, avisou sobre o "risco" de "um jogador quebrar a perna dele" se os dribles continuassem. A habilidade era classificada como "antifutebol" pelo arqueiro. Até corintianos saíram em defesa de quem? Do futebol-arte.

Em setembro, quando a seleção brasileira de futebol feminino perdeu para a Alemanha, a imprensa alemã explicou: "A vitória da raça contra o futebol-arte".

Futebol-o-quê?
Eis que a mídia do país de Angela Merkel louva agora o Hoffenheim, líder e sensação da Bundesliga. Promovido da segunda divisão neste ano, o time vai bem, e o último trunfo foi atropelar por 3 a 0 o terceiro colocado Hamburgo, numa exibição (de que? De que?) de futebol-arte.

Foto: Carlosalberto.mutango.com.br
Será que o ex-gremista Carlos Eduardo (foto) tem algum papel nisso?

Deve ter corintiano se enchendo de esperança, mas que escreva depois. Minha preocupação é com esse substantivo composto empregado no título da matéria do Deutsche Welle. Na definição deles, nada de molecagem, nada de dribles: "alta velocidade e toque de bola".

O futebol-arte como símbolo brasileiro – pelo menos de 1930 até 1974, segundo Gilson Gil – é constantemente dado por morto por saudosistas de plantão. O que pode ter nascido por má-interpretação da regra tem seu abandono considerado como irremediável por pragmáticos de plantão. Neste grupo também estão os treinadores que se sucedem no comando da seleção brasileira, seja no discurso, seja na prática.

A Era Dunga, do futebol-força de Sebastião Lazaroni, foi continuada pela Era Cafu, do futebol-preparo-físico de Carlos Alberto Parreira. O processo é o de manter poucos jogadores habilidosos escalados com trombadores e muitos volantes. O que, no mínimo, reduz a lampejos as jogadas de habilidade. Antes lampejos que apagão, dirá alguém.

Se não está mais no Brasil, quem sabe tenha mesmo sido apropriado por outro país?

Bom, foi só depois de escrever tudo isso que encontrei a notícia original, em alemão, bem como a versão em inglês. Não há menção à tal arte nelas. Foi ajuste do tradutor para o português brasileiro para facilitar: é futebol bem jogado.

terça-feira, outubro 28, 2008

Maradona é o novo técnico da seleção argentina

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A seleção Argentina tem um técnico novo: Diego Armando Maradona, melhor jogador argentino de todos os tempos e segundo ou terceiro do mundo, dependendo da colocação que você der a Garrincha, substitui Alfio Basile no comando do time portenho. O ex-jogador já vinha sendo cogitado para o cargo pela imprensa, mas outros nomes disputavam a vaga, como Carlos Bianchi, Miguel Angel Russo e Sergio Batista.

Maradona tem pouca experiência como técnico, tendo comandado apenas o Racing e por pouco tempo. O fato torna sua escolha comparável com a de Dunga pela CBF, com a pequena diferença da estatura dos dois enquanto jogadores e ídolos. Mas se Maradona acertar e trouxer para sua prática de técnico o mesmo estilo e postura que o consagraram como jogador (como tragicamente faz Dunga...), os brasileiros podem começar a ficar preocupados.

Efeitos da crise

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Recebi de um amigo de trabalha em um banco de investimento multinacional, com sede em Nova York, recém-vendido na bacia das almas, segundo fontes.



As obras que viraram papel reciclado são Structured Products, de Roberto Knop, e Structured Credit Products, de William Perraudin.

Não há informações conclusivas a respeito do que teria feito Alan Greenspan com seu arcabouço de idéias. Vida de ex-guru deve ser dureza.

Miragem (e desolação)

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Amanhã fará quatro meses que o Bar do Vavá fechou. Às vezes, acho que é tudo mentira e que um dia ainda vou passar lá em frente e encontrá-lo aberto, como na foto acima. Que vou entrar, me esgueirar pelo estreito espaço entre o balcão e a parede, abrir a geladeira com seu pôster do Papa João Paulo II colado, pegar a cerveja e usar o abridor pregado na esquina do balcão com um barbante milenar. Que o João vai explicar mais uma jogada do Pelé. Que vou ouvir mais um trocadalho do Vavá. Mas não. (...) Eu mesmo, com meus próprios olhos, vi os pedreiros destruindo tudo o que havia restado naquele recinto. Nem uma lasca de ladrilho consegui aproveitar. É uma desolação. Ou, como diriam João Nogueira e Paulo César Pinheiro, mais ou menos isso:

Anoiteceu
Outra vez vou sair
Sem nada a esperar
Sem ter pra onde ir
Vou caminhar por aí a cantar
Tentando acalmar as tristezas por onde eu passar

A minha vida boêmia de bar em bar
É o meu amor sem paz
Por um amor vulgar
Que me abandonou
Chorando os meus ais
Me deixando também por maldade
Saudades demais...