Depois de chamar o Mercosul de “farsa” e comprar briga com a Argentina, depois de reiterar sua, digamos, visão pessoal sobre a relação entre as camisinhas chinesas e as galinhas, o presidenciável tucano José Serra atacou de novo. A vítima agora foi a Bolívia, em especial o governo daquele país, presidido por Evo Morales. Serra declarou na tarde desta quarta-feira, em entrevista à rádio Globo, no Rio de Janeiro, que o governo da Bolívia é "cúmplice pelo narcotráfico no Brasil".
"A cocaína vem de 80% a 90% da Bolívia, que é um governo amigo, não é? Como se fala muito", disse, numa tentativa de ironizar o governo brasileiro. "Você acha que a Bolívia iria exportar 90% da cocaína consumida no Brasil sem que o governo de lá fosse cúmplice? Impossível. O governo boliviano é cúmplice disto. Quem tem que enfrentar esta questão? O governo federal", declarou Serra.
Depois de tantas crises internacionais seguidas ainda como candidato, parece que diplomacia não seria o forte de um possível governo do tucano.
Responda rápido: cinco filmes brasileiros sobre futebol produzidos nos últimos anos? Então, cinco filmes de qualquer origem a respeito do ludopédio? Talvez estendido a qualquer época fique mais fácil, mas essas produções existem também no Brasil. Não são tão numerosas, mas o bastante para dar origem a um festival que precisaria mesmo ser inaugurado em ano de Copa do Mundo.
Rondinelli é tema do curta O Deus da Raça, de Pedro Asbeg
e Felipe Nepomuceno
Às vésperas da Copa do Mundo da África do Sul, inscreveram-se 60 curtas e longas-metragens produzidos no país. Desses, 14 curtas e 8 longas foram selecionados para a mostra, segundo relata Antonio Leal, organizador do Cinefoot.
Em entrevista ao Futepoca, Leal explica que acompanhava, em outros festivais brasileiros, produções que se enquadrassem na proposta. "Fizemos um levantamento prévio para ter um primeiro leque de filmes, mas as 60 inscrições surpreenderam", revela.
"O processo de seleção foi importante porque chama a atenção para a existência de filme de futebol produzidos no país", destaca. Entre os selecionados, há curtas inéditos.
Uma parceria com o festival 11 mm de Berlim traz os dois vencedores da sétima edição da mostra futebolística alemã para o encerramento do Cinefoot. Em contrapartida, os ganhadores brasileiros vão ser exibidos em 2011 na terra de Michael Ballack. Portas do mercado europeu abertas.
A proposta é repetir a ação anualmente. "Os organizadores de festivais de cinema até brincam que realizar um evento assim é como desfile de escola de samba, termina um e tem de estruturar o seguinte", diverte-se Leal. A diferença é que, a partir de 11 de julho, quando o Mundial sul-africano for encerrado, a próxima disputa é no Brasil.
A cinematografia de futebol no Brasil, rumo à Copa de 2014, é tema de um debate no dia 31 de maio. Isso porque a produção de longas-metragem é bastante irregular do ponto de vista da consistência, na visão dos organizadores.
Cinefoot
Rio de Janeiro
De 27 de maio a 1º de junho Arteplex-Praia de Botafogo
- Mostras competitivas de curta e longa-metragens
São Paulo
De 4 a 6 de junho Museu do Futebol
- Mostra não competitiva
Entusiasmado com os seguidos espetáculos de seu time do coração, o santista (de clube e nascimento, como o camarada Glauco) e senador Aloizio Mercadante defende Ganso e Neymar na seleção e faz um proposta inusitada:
Acompanhando a sabatina com os presidenciáveis na Confederação Nacional da Indústria (CNI) pela internet, já havia deixado de escutar o depoimento de José Serra quando empresários começaram a levantar a bola para o tucano em suas perguntas. Foi quando o companheiro de redação Vinicius atentou para uma declaração do dileto ex-governador paulista.
Como é sabido, os políticos têm por hábito calibrar o discurso de acordo com a plateia. Talvez o peessedebista tenha ouvido queixas em relação à concorrência chinesa e resolveu esculachar os produtos vindos da terra de Mao Tse-tung. Claro que se esqueceu que boa parte da indústria brasileira exporta para a China, mas é exigir atenção demais do candidato...
Enfim, em meio ao parlatório, Serra contou que certa vez, quando no Ministério da Saúde, uma fábrica chinesa de preservativos ganhou uma concorrência e ele resolveu verificar o produto. Ao abrir o envelope, constatou que a camisinha tinha "cheiro de pena de galinha" e que, talvez, os chineses gostassem desse odor "no momento apropriado".
Em 2007, uma fábrica
de camisinhas chinesa
lançou uma opção
nacionalista com uma
foto de Mao na
embalagem.
Desnecessário destacar o teor ofensivo da declaração relativa ao maior parceiro comercial do Brasil. Se bem que, pra quem já arranjou briga com os membros do Mercosul, não seria de se esperar comportamento diferente. Mesmo assim, estarrecido com a história, fomos fazer uma pesquisa virtual e descobrimos que a tal camisinha oriental parece ser quase uma obsessão do ex-mandatário bandeirante.
Em 2007, em uma aula inaugural proferida no Instituto Dante Pazanezzi, Serra contou a história:
Eu mandei pegar a camisinha chinesa para ver. Ela tinha cheiro de pena de galinha fervida. Sem qualquer preconceito em relação aos chineses. Nem sei se alguém daqui é chinês. Não tenho nenhum preconceito. Mas o fato é que – não sei se alguém já sentiu cheiro de pena de galinha fervida. Experimentem para ver que horror que é. Fora que ela vazava muito. Entende? É um problema ... Eu mandei anular a concorrência e fazer outra. E aí fazendo especificações melhores. Mas esse era o problema. É um problema permanente na área da saúde.
De fato, ela piorou. Eu lembro que, quando eu estava no Ministério da Saúde, fizemos uma concorrência para compra de camisinhas e ganharam camisinhas chinesas. Não, não ganharam. Ganharam camisinhas de outro lugar e as chinesas pegaram em segundo. Aí, o JB, na época, veio: “Serra compra pelo preço mais caro”. Eu não tinha a menor idéia de camisinha, de preço, de nada. Mandei olhar. Aí pedi, falei: Eu quero ver uma camisinha chinesa. E aí trouxeram a camisinha chinesa. Foi aberto e ninguém agüentava o cheiro na sala. Está certo? Quer dizer, na verdade, elas não só tinham um índice de falhas muito grande como tinham um cheiro insuportável. Pela 8666, tinha que comprar a camisinha chinesa. Isso pode parecer absurdo, mas é que a lei 8666 vale também para a saúde. Vale para estrada, vale para saúde, vale para comprar computador. Ficou uma situação impossível. Eu menciono porque é muito significativo. Se vocês soubessem, o cheiro era de galinha fervida. Eu lembro quando minha avó matava galinha. Naquela época se matava, eu não sei se as moças sabem, galinha não é aquela do supermercado, não. Galinha é negócio que tem pena, tem tudo. E se estrangulava a galinha. Fervia, era aquele cheiro, era uma coisa impossível. Hem? Não, é para controle, era um anticoncepcional, assim...
Cabe ressaltar a preocupação de José Serra em ensinar "às moças" o que é ou não uma galinha. Obviamente que os homens devem saber, já que o tucano não lhes chamou a atenção.
Mas fica a questão para o leitor: você já usou preservativos chineses? E a China, ficará impassível diante de tal ataque à sua indústria?
Meu amor, não é bebendo Que você vai esquecer de mim Não é fugindo Que o nosso o amor vai chegar ao fim
Não é bebendo que você vai esquecer de mim Não é fugindo que o nosso o amor vai chegar ao fim Podes beber, podes fugir para onde quiser Que mesmo assim lembrarás de mim aonde estiver
Foi a mentira, foi o ciúme que tem compaixão Quiseram ferir e magoar o seu coração Amar não é crime, beber não redime a tua paixão Ouça o que eu lhe digo: fique aqui comigo e não beba mais não
Quanto mais distante estiver Mais vontade terás em me ver Sentirá meus lábios beijando os teus Em todas as taças que você beber
Ui-ui-ui-ui-ui-ui
Quanto mais distante estiver Mais vontade terás em me ver Sentirá meus lábios beijando os teus Em todas as taças que você beber
Mais pesquisa manguaça: estudo de cientistas franceses publicado pelo European Journal of Clinical Nutrition grante que as pessoas que bebem moderadamente são mais saudáveis do que abstêmios. Isso mesmo. Os bebuns ocasionais são menos propensos a problemas do coração, obesidade e depressão do que os que evitam totalmente o álcool. "O consumo moderado de álcool é um poderoso marcador de nível social, de saúde e ainda diminui os riscos de se desenvolver uma doença cardiovascular", garantiu Boris Hansel, do Hospital Pitié-Salpêtrière, de Paris.Os pesquisadores analisaram os prontuários de 150 mil pessoas da capital francesa, que se submeteram a exames médicos entre 1999 e 2005. Os voluntários foram divididos em quatro grupos: pessoas que não bebem, pessoas que bebem pouco, pessoas que bebem moderadamente e pessoas que bebem muito. Além de reduzir as chances de se desenvolver doenças do coração e depressão, o álcool moderado tende a diminuir os níveis de colesterol e os níveis de açúcar no sangue, sugere a pesquisa francesa. Os especialistas ainda descobriram que a quantidade moderada de álcool está associada ao crescimento socioeconômico e ao hábito de praticar exercícios físicos. Apesar disso, o estudo não defendeu o uso medicinal de vinho ou de outras bebidas alcoólicas.
Andrés Sanchez, presidente do Corinthians e chefe da delegação brasileira na África do Sul, vai bem em alguns pontos e pessimamente em outros. Praticamente declara guerra à bancada, ou melhor, ala evangélica da representação nacional, afirma-se socialista, reconhece que Ronaldo só joga no Brasil porque está fora de forma, ensaia pose de bad boy falastrão, mas depois desanda. O problema de fato: tenta driblar – não necessariamente com muito sucesso – a pecha de homofóbico e preconceituoso.
Ele posou para esta bela (e realmente divertida) foto.
Aos trechos: Balada x Oração e doses de homofobia
É melhor balada ou igreja?
De vez em quando, não só os baladeiros exageram, mas também os da igreja. O cara quer rezar de tarde, de manhã, de noite. É difícil.
Na seleção há mais "certinhos", como Kaká e Lúcio?
Talvez eles não sofram o mesmo assédio dos outros.
O Kaká não sofre?
E qual é o problema de ter mulher? Ainda bem. Já pensou se tivesse homem? Eu prefiro jogador que, se for solteiro, tenha dez mulheres do que um homem.
Mas qual é o problema de ter um homem?
No futebol tem preconceito, principalmente no Brasil.
O Ronaldo sofreu preconceito no episódio dos travestis?
E sofre. É lógico. Se fosse com oito mulheres, pra muitos ele seria herói. Macho. Másculo. Não tem nada a ver. Eu tenho amigo homossexual, gay, trans... como é que fala? Não é travesti, é...
Transexual.
Transexual. E que me respeitam, sem problema.
Sobre gestão:
A empresa mais fácil que tem de se trabalhar é time de futebol.(...) Você já tem o cliente, o torcedor apaixonado pela marca Corinthians.
Corrupção no ludopédio:
O termo (é só não roubar muito) não é esse, vamos dizer assim, publicamente. Mas é ter um limite na vida.
Ronaldo e o Corinthians:
Se ele (Ronaldo) estivesse 100%, bonitão, 70 kg, blá-blá-blá, você acha que ele tava aqui no Corinthians? E no Brasil? Ele tava na Europa! Não dá. Você tem que se contentar com aquilo que pode dar e que pode receber. Eu tô contente com o que ele tá dando e tenho certeza de que ele tá contente com o que o Corinthians dá pra ele. Tem outros jogadores que estão acima do peso aí. Mas ninguém fala.
Política
Minha família é de sindicalistas, meus irmãos, meus tios. A gente tem esse lado. Eu sou socialista na essência.
Sobre jornalistas que querem manchetes
Vocês estudam e não entendem nada.
Deixo os comentários mais detalhados e discordâncias para os leitores.
Na primeira partida após a saída do técnico Antônio Carlos Zago, o Palmeiras venceu por 4 a 2. E o resultado foi sobre o Grêmio, semifinalista da Copa do Brasil. A última partida recebida pelo estádio Palestra Itália antes da reforma que transformará o templo alvi-verde em arena multiuso, foi marcada por protestos contra a diretoria. Do lado de fora, muitas faixas com "Fora Cipullo" e coisas do gênero foram espalhadas por torcidas organizadas palestrinas.
O pós-Zago, o de mais breve permanência no cargo dos quatro últimos treinadores (em três anos e meio), teve Jorge Parraga com um time que recuava, marcava e saía rapidamente para o contra-ataque. Coisa de time fraco, limitado, diante de uma equipe com mais poder ofensivo. Nada de dar orgulho quando se joga em casa. Mas tudo bastante diferente da incapacidade criativa das últimas partidas.
Não fui ao estádio, apesar do convite de palmeirenses com o comovente apelo da despedida, por causa da participação no NaVaranda, podcast de brasilienses que comentavam a vitória da Inter na final da Champions League, a Copa, o Manguaça Cidadão etc.
Cleiton Xavier jogando bem significa o time melhor. Vinícius, de 16 anos, revelação do clube no lugar do demitido Robert, também mostrou serviço.
Três dos gols palmeirenses foram em jogadas de contra-ataques. Em dois, a bola foi roubada a dez metros da grande área defensiva, com ligação rápida para o campo ofensivo.
Em três gols, houve falhas ou lapsos – para ser mais generoso com os vitoriosos – da zaga gremista. Ewerthon fez o primeiro porque o defensor escorregou. No terceiro, Edinho subiu mais do que a zaga. No quarto, Vinícius fez o que quis na grande área tricolor.
No segundo gol, o camisa 88 do Palmeiras se aproveitou de uma falha da arbitragem, porque estava impedido. Mas registre-se o pênalti clamoroso ignorado no segundo tempo, sobre Armero.
Os gols sofridos, que levaram a partida a um empate parcial, saíram de uma roubada de bola e de uma falta na lateral. Mas o time estava fechado, com uma retaguarda bem armada. De novo, zero de orgulho. De novo, que diferença!
O Grêmio de fato é um time que não foge de tentar criar jogadas, como bem alertou – e me esculhambou – o Nicolau. Contra uma equipe com disposição retranqueira, não dá para saber se o fator saída do técnico teria sido suficiente. Se os gaúchos estivessem bem, errando menos passes, também poderia ser diferente.
O importante é que, se tudo correr bem, na última partida antes de dois anos de reformas, fica registrada uma vitória. Contra um adversário e com um placar respeitáveis. Tá bom.
Começa logo, Copa. Começa logo, reforma.
Outra hora escrevo mais sobre técnicos e o Palmeiras.
A notícia já foi dado no ótimo texto de Pedro Ribeiro Nogueira no portal Terra, mas como se trata de uma rara simbiose entre futebol e política, não pode passar batido aqui. O St. Pauli conseguiu assegurar o acesso à primeira divisão alemã em 2011, fato que seria irrelevante nas bandas de cá não fossem as peculiaridades do clube: ele e sua torcida se posicionam ao lado de movimentos anticapitalistas, contra o sexismo, o racismo, o fascismo e a homofobia.
Localizado no bairro homônimo de Hamburgo, o clube tem estreita ligação com o local, região portuária que tem 27,9% da sua população composta por migrantes. Também está próximo de Reeperbahn, lugar de agitada vida noturna que conta com muitos estudantes, artistas e "alternativos". Não à toa, a torcida do time, que tem fãs-clubes em todo o planeta, adotou o punk-rock nas arquibancadas e o time entra em campo ao som de "Hells Bells", do AC/DC. Aliás, reza a lenda que o primeiro show internacional dos Beatles foi feito no bairro, em 1961.
Nos anos 80, o clube colocou em seu estatuto cláusulas específicas contra o fascismo, o racismo e a homofobia e vários episódios mostram que, para os torcedores do St. Pauli, há valores mais importantes que o futebol jogado em campo. Em 2002, por exemplo, no estádio Millerntor havia uma publicidade de uma revista masculina que foi considerada sexista, já que depreciava as mulheres. A direção mandou retirá-la. Atitudes como essa garantem a maior torcida feminina da Alemanha ao time. E isso não tem qualquer relação com falsos moralismos. Afinal, o presidente da agremiação, o diretor teatral e homossexual assumido Corny Littman, fechou recentemente um contrato de patrocínio com uma empresa de produtos eróticos vendidos na internet.
Mais à esquerda
Mas o St. Pauli não é o único exemplo de um clube de futebol - e uma torcida - identificado com a esquerda. O Livorno, da Itália, localizado na cidade de mesmo nome e também região portuária, tem forte tradição socialista e sua torcida leva bandeiras com rosto de Che Guevara e Antonio Gramsci ao estádio.
Uma de suas figuras mais célebres foi Cristiano Lucarelli, ex-atacante da seleção italiana que não só realizou um sonho de infância ao jogar no clube de seu coração, aos 28 anos (entre 2003 e 2007 e de volta agora), como também fez de sua carreira futebolística uma missão política. Além de eternizar suas comemorações com o punho direito erguido, causou polêmica ao comemorar um gol em 1997, atuando pela seleção sub-21 da Itália, exibindo uma camiseta com a imagem de Che Guevara por baixo do uniforme.Também é um dos fundadores da torcida organizada do Livorno, as Brigadas Autônomas Livornesas (BAL, na foto abaixo), que costumam animar as arquibancadas inflamando os torcedores com gritos de "quem não pula é fascista".
Já na Espanha são célebres os bukaneros, uma torcida organizada criada em 1992 por fãs do Rayo Vallecano. Sua principal preocupação é adotar uma postura anti-fascista, mas eles também se colocam contra o "futebol negócio" e pregam respeito absoluto ao adversário, incentivando gritos e canções originais e criativas para serem usados nas partidas, ao invés dos corriqueiros xingamentos.
O Brasil também tem sua torcida de esquerda que combate a homofobia e o racismo. Trata-se da Ultras Resistência Coral, do Ferroviário (adesivos ao lado), que diz em seu site não enxergar os torcedores de outros times como "potenciais inimigos, já que a composição social das torcidas no Brasil é principalmente de trabalhadore(a)s ou jovens filho(a)s de trabalhadore(a)s". E seguem: "Nossos reais inimigos são os cartolas burgueses, capitalistas, que exploram trabalhadore(a)s em suas empresas e ainda comandam nossos clubes, planejando os aumentos abusivos de ingressos, nos impossibilitando de vermos nossos times de coração, limitando, assim, nosso direito ao lazer." Quem disse que o futebol é o ópio do povo?
Na Varanda
Para quem não conheçe, o #naravaranda é produzido e realizado por um pessoal que habita as terras planas (e secas) da capital federal, justamente na varanda do apartamento de um de seus produtores.
Notebooks, cabos, banda larga, microfone e, claro, cerveja, fazem parte da produção desta galera que luta pela liberdade do conhecimento, com bom humor e alegria!
O nome do buteco é Seja Cerveja, em Jaú, interior de São Paulo.
- Minha vizinha cansou de fazer o serviço de casa mas não quer contratar empregada.
- Ué, e tem outro jeito?
- Ela diz que não quer explorar ninguém, mas mora sozinha.
- Como explorar? Não vai pagar?
- Ela é do movimento das mulheres, é feminista. Não quer subjugar outra mulher.
- Que besteira. Cada uma com sua função, é só tratar como igual.
Um cachorro entra no recinto. Um velho pica fumo e dá uma escarrada. O dono do bar espanta moscas com um pano imundo.
- Mas se a moça mora sozinha, será que não dá conta do serviço?
- Ela bebe muito. Disse que tomou uma garrafa de vinho e foi lavar roupa, vomitou tudo em cima, encheu o tanque de comida.
- Sério? Que foda...
- É, e outro dia jogou um balde d'água no chão de taco, pra lavar. Estragou tudo.
- Então ela deve estar querendo empregada pra poder beber em paz.
- Pode ser. Mas ela é doida.
O dono do bar aparece e oferece fatias de queijo mineiro. Uma mulher de seios fartos passa rebolando e tira a atenção dos manguaças. A tarde cai e o frio aumenta. Está na hora de uma dose de conhaque com mel e limão.
Bobueno foi um fenômeno da Copa de 2006. Nos moldes de um minijoão-bobo, o boneco destinado aos "chegados da galera e aos chegados dos chegados". Trazia o informe: "para sua diversão, bata com EMPOLGAÇÃO". A proposta era de aliviar "suas tensões na Copa", mas com a ressalva de que se tratava de um personagem fictício e de que qualquer semelhança com a vida real era mera coincidência.
A inspiração no locutor Galvão Bueno era, portanto, pura intriga da oposição; fantasia de uma mídia golpista e sem caráter. Claro.
Mas Bobueno sumiu. Escafedeu-se! Passaram-se quatro anos no ostracismo, longe dos holofotes e dos punhos cerrados dos torcedores. Diferente da tensão gerada pela falta de futebol de qualidade da seleção brasileira. As últimas referências são de 2006. Quasetodas as referências são de 2006.
Um esforço de reportagem hercúleo, com auxílio do incansável Vitor Nuzzi, viu um dos exemplares da série limitada (RN-15). Bem humorado, o joão-bobo auri-verde até posou para fotos. E foi devidamente alvo de carinhosos murros.
Repetidos o placar, os artilheiros da noite e a boa atuação, o São Paulo venceu novamente o Cruzeiro, ontem, no Morumbi, por 2 x 0. Assim, após quatro anos, volta a figurar nas semifinais da Libertadores.
O Tricolor Paulista entrou em campo quase com a mesma escalação da vitória da semana passada, no Mineirão, à exceção da volta de Miranda no lugar de Xandão. E, se a vantagem já era grande, o atacante cruzeirense Kleber facilitou as coisas para o Tricolor. Em lance que lhe é característico, abriu os braços demais e, na corrida, atingiu o rosto de Richarlyson, sendo expulso no primeiro minuto de partida. A equipe paulista, empurrada pelas 52 mil pessoas que compareceram ao Cícero Pompeu de Toledo, mostrava uma defesa firme, meio campo marcando forte, constante movimentação de Marlos e Dagoberto, além de Fernandão, muito lúcido com e sem bola.
A impressão era de que o gol sairia logo, Marlos, Fernandão e Dagoberto tiveram oportunidades. E, aos 23, Júnior Cesar fez bonita jogada pela esquerda, deixou dois adversários na saudade, invadiu a área e rolou para Hernanes. O camisa 10, que chuta como poucos, arrematou em grande estilo: 1 x 0.
Com o domínio do jogo, a vantagem no placar e um atleta a mais, o Tricolor passou a tocar a bola à vontade, rondava a área da Raposa e, vez ou outra, criava chances em lances mais agudos, como ocorreu com Fernandão e Rodrigo Souto. Enquanto isso, do outro lado, Rogério Ceni não teve praticamente nenhum trabalho.
No começo do segundo tempo, Richarlysson tentou surpreender o goleiro Fábio com um chute do meio de campo. Aos 8 minutos, Júnior Cesar levantou para a entrada da área e Fernandão, de cabeça, preparou para Dagoberto matar no peito e encobrir, com categoria, o arqueiro celeste. No comando das ações até o final, o São Paulo trabalhava a bola e só não ampliou porque Marlos e Dagoberto foram fominhas.
Não que o São Paulo tenha exibido um futebol primoroso tecnicamente nos duelos das quartas de final. Porém, no placar agregado, enfiou quatro gols no bom time do Cruzeiro e não levou nenhum. Aliás, o time não é vazado, na Libertadores, faz oito partidas. Coincidentemente, desde a entrada de Alex Silva na competição. Se o time não é uma maravilha em termos técnicos, evoluiu demais taticamente, ganhou padrão e conta, ainda, com alguns jogadores em ascendência. Agora é esperar a Copa passar para jogar as semi contra Inter, Estudiantes ou até o Flamengo e focar as cinco rodadas que restam no Brasileiro antes do Mundial começar.
As melhoras
Claro que Fernandão é a referência que faltava na parte ofensiva do time. Não referência como homem de área, mas, sim, no sentido técnico e tático. Ele se posiciona muito bem, joga sem a bola e, com a gorducha nos pés, sabe tocar de primeira com objetividade e eficiência. No entanto, outros aspectos podem ser destacados. Marlos deu mais velocidade e contundência ao Tricolor, principalmente nas chegadas de contra-ataque. Os laterais melhoram a cada jogo, assim como a zaga. A estrutura de meia cancha também progrediu. Com Richarlyson, que é rápido, pode-se ter ora um segundo volante, ora um terceiro zagueiro cobrindo os avanços dos laterais e de Hernanes, que está muito mais participativo. Rodrigo Souto vem fazendo com competência a função de primeiro homem de contenção, embora, em princípio, isso fugisse das características dele. Está marcando bastante – anulou o selecionável Gilberto nos dois jogos com o Cruzeiro – e melhorou a qualidade na saída de jogo.
Sobre Ricardo Gomes, nunca teci nem elogios nem críticas severas. O fato é que chegou ano passado, brigou pelo título do Brasileiro até a última rodada e está classificado às semifinais da competição mais importante do continente. Também, desde que aportou no Morumbi, disse que iria fazer o São Paulo jogar diferente e, isso, dá pra dizer que conseguiu, afinal usa muito o 4-4-2 e trabalha lances com bola no chão. Tem mais: toda vez que se fala em sua demissão, fico pensando: “quem viria? O Cuca?”.
Elenco
Alguns medalhões contratados no início do ano estão sendo sabiamente negociados. Cléber Santana, velho sonho de consumo do presidente Juvenal Juvêncio, veio ganhando um dos salários mais altos do grupo e não jogou nada. Irá, junto com o grosso e destemperado zagueiro André Luís, para o Fluminense, de Muricy Ramalho. Léo Lima, jogador instável, deve ser transferido para o Al Nassr, da Arábia Saudita. No caso de Santana, o clube se livra da dívida de mais R$ 3 milhões com o Atlético de Madrid, da Espanha, e, no de Lima, deve botar nos cofres R$ 3,6 milhões. Já com André Luis, na pior das hipóteses, fica livre da ruindade.
Quanto a Washington, outro que pode sair, cansei de defendê-lo aqui no Futepoca. É bom centroavante, artilheiro por onde passou, já anotou 45 gols com a camisa do Time da Fé, mas parece que não tem clima para permanecer. Creio que ainda pode ser útil ao elenco, mas, ao menos por hora, teria que se conformar com o banco, o que é improvável. Deve sair. Fluminense, Atlético Paranaense e Goiás mostraram interesse.
Com tantas saídas, talvez haja mais oportunidades para garotos da base que, inclusive, teve o time campeão da Copa São Paulo deste ano. Enfim, atualmente, falar sobre as categorias de baixo no São Paulo é assunto para um post inteiro.
O vídeo parece que não é novo, mas não tinha visto ainda. É na palestina e mostra uma manifestação reprimida a tiros por soldados de Israel. Os palestinos revidam com pedras atiradas por fundas, cena que se fosse um filme seria tratada como metáfora visual em referência à história bíblica de Davi e Golias.
No meio da coisa, a equipe da TV coreana vê uma cena de chorar. Uma jovem palestina fica na frente de dois soldados israelense e os impede de atirar. “São só crianças, vocês estão atirando em crianças”, ela diz. “Por que vocês estão atirando?”. E se coloca na frente dos fuzis. Fiquei chocado.
Lembra aquela cena do rapaz na frente dos tanques na Praça da Paz Celestial, em Pequim. Mas aquela imagem apareceu em todas as grandes redes de TV, como lembra o deputado Brizola Neto (PDT-RJ), dono do Tijolaço, blog pelo qual cheguei ao vídeo e que colocou a legenda nas frases da moça, enquanto essa, que eu saiba, só no YouTube. Como disse o deputado, “coragem, para a mídia mundial, é ideologicamente seletiva”.
O Santos fez história hoje. Fez por realizar, desde já, a melhor campanha do clube na Copa do Brasil (antes, foram duas semifinais, em 1998 e 2000). Fez por eliminar um bom time do Grêmio, que tem tudo para brigar pelo título do Campeonato Brasileiro. E fez pelo segundo tempo que realizou hoje, e pelos golaços que eliminaram o tricolor gaúcho.
Tal qual na primeira partida da decisão contra o Santo André, o Santos precisou de apenas metade do jogo para vencer. No primeiro tempo, o time esteve nervoso em campo. Praticamente ninguém conseguia acertar uma jogada de qualidade. O (justamente) incensado Paulo Henrique Ganso chegou a perder uma bola que, se o Grêmio tivesse um pouco mais de qualidade ofensiva, poderia ter mudado toda a história do confronto. Neymar estava inseguro e acuado pela boa marcação adversária. E o meio-campo sentia a ausência de Arouca - apesar da partida correta de Rodriguinho, não dá para negar que o ex-tricolor (paulista e carioca) acrescenta um outro toque de qualidade no setor central do gramado.
Mas veio o segundo tempo. A torcida estava mais ligada, e o time também. Começou a etapa sufocando o Grêmio e foi recompensado com um golaço de Ganso, que mandou um tiro indefensável em Victor. Aí chegou a confiança. O Santos foi outro. Conseguiu, verdadeiramente, mostrar seu futebol.
Robinho (o segundo melhor em campo) marcou o segundo gol, antológico como fora o primeiro. O Grêmio chegou a descontar; num gol duplamente estranho, por ter sido proporcionado por uma falha de Felipe (que arrebentara no jogo de ida lá no Sul) e pelo fato de seu anotador, Rafael Marques, estar em posição irregular.
Mas aí Wesley (o melhor em campo) tratou de fazer o terceiro gol e decretar a classificação santista. Que foi indiscutível, pelo que se viu hoje. O Grêmio é bom, mas o Santos é e foi melhor que o time gaúcho no mata-mata.
***
Convencionou-se definir Ronaldo como exemplo de "volta por cima" no futebol. Justo, pelo que o atacante fez na Copa de 2002, depois de frequentar pelos três anos anteriores mesas de cirurgia e clínicas de fisioterapia. Mas o que está acontecendo com Wesley no Santos merece também muita atenção por parte dos admiradores de futebol. A volta por cima do rapaz é assustadora, impressionante. Em 2008, foi um dos principais protagonistas do pior Santos de todos os tempos. A insistência do técnico Leão em escalá-lo fez com que Wesley se tornasse uma das figuras mais hostilizadas da história da Vila Belmiro. Passou um ano no Atlético-PR e, quando se começou a se falar em sobre seu retorno, ofensas impublicáveis se manifestaram. Amigos meus diziam que o Santos faria uma boa troca se mandasse Wesley em definitivo para o Furacão e recebesse em retorno um grampeador e uma máquina de escrever. Sorte que isso não ocorreu, e Wesley ficou no Peixe. É, hoje, um monstro. Se manter a regularidade durante o longo Campeonato Brasileiro, tem tudo pra ser um dos melhores jogadores do Nacional.
***
13.896 pagantes na Vila hoje. Num jogo em que, no visual, o estádio estava repleto de clarões impensáveis em uma partida com essa magnitude. Volta e meia a Vila registra públicos "estranhos", com uma numeração oficial sempre inferior ao que se vê na prática. Hoje, aconteceu o contrário. Havia muito, mas muito espaço, em setores como a arquibancada habitualmente ocupada pela Torcida Jovem. Nem de longe parecia a lata-de-sardinhas que o estádio estava no jogo contra o Atlético-MG, na etapa anterior da Copa do Brasil.
O BROffice.org publicou uma tabela para acompanhar a Copa do Mundo de 2010. Está no formato .ODS, acessível para quem usa o conjunto de programas de escritórios em código aberto. Mas a gente salvou uma versão em .XLS (só não conte para eles).
A tabela é livre e funciona bem para bolões, apostas e acompanhamento offline do Mundial.
Na minha primeira simulação, a seleção do Dunga sagrou-se campeã diante dos anfitriões sul-africanos. E veja bem, eliminou a Espanha nas oitavas, a Holanda nas quartas – qual em 1994 – e o Paraguai (?!?!) nas semi. Já os Bafana-bafana ultrapassaram a Grécia (na prorrogação), Eslovênia e Inglaterra. Mas a experiência de Carlos Alberto Parreira não resistiu à simulação-arte da tabela! Só não sei qual das chaves é menos provável.
Clique aqui para baixar no formato original e aqui para arriscar na versão compatível com o Excel (fiz uns testes, e classifiquei a Austrália nas duas vagas do grupo D. Então, não garanto nada na versão da Microsoft).
Esse tipo de cerveja é uma versão americanizada das Hefeweizens, pois, como elas, variam do amarelo claro até ao âmbar claro. São cervejas leves, com bom nível de gás e bom volume de espuma. Não têm sabor a fruta tão forte como as congêneres alemãs (notadamente banana), sendo que, por isso, o lúpulo ganha realce. Em termos alcoólicos, variam entre os 4% e os 7%. São boas para acompanhar bifes, queijos e saladas. Exemplos: Three Floyds Gumballhead (foto), Karl Strauss Windansea Wheat Hefeweizen e Sacramento Hefe Weizen.
Todo mundo já viu lances belíssimos da seleção de 70, incluindo o quarto gol contra a Itália, considerado por muitos o mais bonito de todas as Copas. Mas, como toda equipe, aquele Brasil também tinha seus momentos de pixotadas grotescas.
O vídeo acima mostra 30 desses lances, quase que democraticamente distribuídos (não vi nenhuma barbeiragem do goleiro Félix, por exemplo). Curioso como os defensores brasileiros tinham certo gosto por virar o jogo na frente de atacantes adversários e também é interessante observar como houve cobranças de falta mal batidas.
Mas, obviamente, jogadas estapafúrdias todos cometem, até os melhores profissionais. Lances geniais, como os proporcionados por essa seleção, são para poucos. Ainda assim, vale o registro de que eles também erravam...
O anúncio de contusão de Luís Fabiano às vésperas da Copa do Mundo da África do Sul pouco alteraram o "favoritismo" do Bolão do Cortado do Futepoca. A bolsa de apostas-urubu mantém Kaká o favoritismo com 15% dos palpites. O meia vem em processo de recuperação há meses de uma contusão crônica na região do púbis, o que restringiu as possibilidades de uma boa temporada. A maioria dos secadores, porém, parecem não acreditar que ele estaria se guardando para quando o Mundial chegar.
No Bolão do Cortado, o leitor do Futepoca aposta em quem será o primeiro jogador brasileiro cortado da seleção de Dunga. A exemplo de edições anteriores do mundial em que Ricardo Gomes (1994), Romário (1998), Émerson (2002) e Edmilson (2006) foram vetados pelo departamento médico, a expectativa é de que a escrita se repita. Assim que a primeira tesoura for acionada, os acertadores concorrem ao prêmio.
Em outras seleções, como a alemã, a bruxa já operou das suas, deixando Michael Ballack, de 33 anos, na base do saci. Ele teve a confirmação de que seus tendões rompidos não lhe permitirão almejar a Copa. Antes, Adler, arqueiro da terra de Angela Merkel já havia sido vitimado por uma lesão na costela.
O inglês David Beckham deve deixar a Copa menos atrativa para o público interessado em atributos puramente estéticos dos jogadores. O galã do gramado e da Victoria sofreu uma ruptura total do tendão de aquiles e não coloca o pé no chão antes de agosto.
Cotação
A cotação da bolsa de apostas-urubu tem, depois do camisa 10 de Dunga, Kléberson em segundo, com 12% da "preferência". Ele tomou o vice-favoritismo do também volante, Gilberto Silva, agora em terceiro, com 10%. Ramires, Júlio Baptista e Gilberto vêm a seguir. Luís Fabiano tem apenas 2%, o que mostra que o torcedor confia na reabilitação do homem-gol canarinho.
A predileção por atletas de defesa – e de meio de campo – na hora de secar e de torcer por desgraça alheia indica, segundo fontes, insatisfação e até desejo de ver um dos jogadores da lista de espera (ou lista dos sete) incluídos. Além da raiva, ódio e rancor, analistas (não) consultados pela reportagem consideram ainda um outro fator: o excesso de jogadores defensivos entre os relacionados para participar da Copa pela representação nacional. A assessoria de imprensa da CBF não foi consultada a se manifestar.
Apesar da concentração, há palpites de cortes para 21 jogadores. Apenas o volante Felipe Melo e o meia Elano escaparam da ira dos participantes. Caso eles mantenham-se livres e, por infelicidade, um deles seja o primeiro barrado, o kit caipirinha que compõe o almejado prêmio será sorteado entre todos os participantes.
Não, o título não tem nada a ver com o atacante Ronaldo, que nem entrou em campo domingo. O Corinthians venceu o mistão do Grêmio, em Porto Alegre, por 2 a 1. Os gols foram marcados por Ralf (o primeiro dele com a camisa do Timão) e Souza. O Grêmio diminui com Maílson no segundo tempo.
Foi contra os reservas, a gauchada tava muito mais preocupada com o Santos na quarta-feira e coisa e tal. Mas vitória é bom, fora de casa é melhor, e contra time forte melhor ainda.
Com isso, o alvinegro passará a semana como o líder do campeonato nacional, com acachapantes 100% de aproveitamento. Além disso, o centroavante Souza marcou novamente e ostenta impressionante média de um tento por partida neste Brasileirão.
Piadas a parte, é bom acumular gordura - e é essa a missão que Mano Menezes quer que seus comandados realizem - enquanto um pessoal aí ainda está olhando para outros torneios com mais interesse.
E sobre Souza, o Ricardo do parceiro Retrospecto Corintiano lembra que o atacante chegou a seu sexto gol em 2010, número que o rapaz levou a temporada inteira para atingir no ano passado. “Mais alto que o Nelson Ned”, dirá o mal humorado e politicamente incorreto comentarista. E terá razão, a menos que os gols continuem saindo.
Mais uma de padre manguaça, só que desta vez aqui em terras tupiniquins. Na madrugada de domingo, em Ibiporã (PR), o padre Silvio Andrei Rodrigues dirigia um Fiat Idea alugado, apenas de camisa e cueca, com uma garrafa de cachaça no colo. A batina estava no banco traseiro. Abordado por dois policiais militares, Rodrigues ofereceu R$ 490 que tinha na carteira para não ser preso. Depois disso, teria proposto sexo oral a um dos guardas. O advogado do bebum, José Adalberto Cunha, alegou que o padre só tirou a batina porque "passou mal e vomitou". Segundo Cunha, depois de celebrar o casamento, Rodrigues teve um surto e se perdeu quando se dirigia para a casa de familiares. "Ele toma antidepressivos e bebeu vinho no casamento, perdeu a memória, passou mal e vomitou, por isso tirou a batina" (essa desculpinha é velha, né, Vanucci? Né, Lúcia Hippolito?). A "justificativa" surtiu efeito e levou o juiz Sérgio Aziz Neme a acatar o pedido de liberdade provisória ao padre, que é acusado de ato obsceno, corrupção ativa e embriaguez ao volante. Porém, o delegado chefe de Ibiporã, Marcos Belinati, garantiu que não foram encontrados "indícios de vômito" na batina apreendida.
O pré-candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) parece estar buscando um emprego alternativo para o período posterior às eleições deste ano, caso não seja eleito. Em seu Twitter, ele anunciou a contratação do meia Diego Souza pelo Atlético-MG. O furo universal motivou toda a mídia esportiva a correr atrás do prejuízo.
"Sortudo é o Atlético Mineiro, que levou o Diego Souza de graça. Um craque", escreveu. Os rumores se arrastam há pelo menos três dias, mas reacenderam nesta segunda-feira.
Enquanto os clubes negociam, Serra anunciou o sucesso – para os atleticanos mineiros – da transação. Amigo de longa data do presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, o ex-governador não esclarece se teve informação privilegiada ou se apenas fez uma projeção usando o presente como tempo verbal em vez do futuro do pretérito.
Com Vanderlei Luxemburgo, o tucano não deve ter relação. O treinador do clube mineiro chegou a tentar articular uma candidatura pelo PT ou pelo PSB de Tocantins ao Senado Federal. A não ser que tenha debandado de lado, a informação tampouco teria vindo desta fonte.
A investida no jornalismo esportivo ocorreu entre a divulgação de pesquisas eleitorais do Vox Populi e do Instituto Sensus, que mostram Serra empatado tecnicamente e ligeiramente atrás de Dilma Rousseff. Por isso, já surgem rumores de que Serra estaria já preparando terreno para o caso de um fracasso eleitoral, tornar-se comentarista de futebol.
O Futepoca, em nota oficial, desmente qualquer intenção de aceitar ou sequer convidar o ex-governador de São Paulo José Serra entre seus membros. Os ataques frontais sofridos ainda não foram esquecidos, mesmo 10 meses depois.
Durante a semana, o técnico Dorival Júnior declarou que não pouparia os jogadores do Santos no duelo contra o Ceará, realizado ontem, em Santos, pela segunda rodada do Brasileirão (as exceções seriam Léo e Robinho). A medida, segundo o técnico, se justificaria pelo fato do Brasileiro ser um campeonato no qual pontos não podem ser desperdiçados, e eventuais tropeços nessas primeiras rodadas seriam cobrados no futuro.
Pois bem: os titulares foram a campo, o time não venceu o Ceará e deixou uma bela pontada de preocupação na alma do torcedor, que agora vislumbra o duelo contra o Grêmio, na quarta, pela Copa do Brasil.
Não apenas pela futebol em si propriamente dito. Que foi bem fraquinho, é bom registrar: o Ceará poderia ter vencido a partida, se a arbitragem tivesse validado gol erroneamente anulado ainda no primeiro tempo, que deixaria os nordestinos com uma vantagem de 2x0. Mesmo na segunda etapa, o Santos não rendeu e o empate, pelo que se viu, caiu de bom tamanho.
Mas a outra preocupação que fica para os torcedores é em relação ao preparo físico do time. Contra o Ceará, se notou com facilidade uma dificuldade dos atletas para correr, marcar os adversários, se fazer presente em todos os lados do campo. Dorival falou sobre isso ao término da partida: disse que é complicado para um time que joga "quarta e domingo, sem folga". Ora, treinador! Estamos em um campeonato no qual quase a metade dos times está jogando "quarta e domingo, sem folga". Ou seja, essa não cola.
A expectativa entre os peixeiros é que o que aconteceu ontem tenha como explicação justamente uma concentração maior para o jogo contra o Grêmio.
Vasco e Palmeiras deixaram o gramado do estádio São Januário com o placar inalterado. Um jogo ruim em que os visitantes conseguiram jogar pior do que os mandantes. No primeiro tempo, o Vasco foi melhor. No segundo, errou tanto por nervosismo que permitiu que o alviverde equilibrasse. Por equilíbrio, entenda-se: todos tentavam igualmente não fazer gols.
O Palmeiras jogou num 4-4-2 de três volantes (Pierre, Márcio Araújo e Marcos Assunção). Combinado a Ewerthon e Robert na frente, tendo só Cleiton Xavier como fornecedor de bolas, não rolou. O meio de campo defensivo não prestou nem para trocar passes.
Se o adversário fosse melhorzinho, o time teria problemas, mas felizmente a equipe cruzmaltina não teve pontaria. Nem mesmo quando Cleiton Xavier trombou com Marcos, o Goleiro, e a sobra ficou para Souza.
Para a próxima partida, contra o Grêmio no Palestra Itália, o sucesso do Palmeiras depende do tamanho da ressaca do Tricolor Gaúcho no meio de semana.
É fato que o nefasto José Serra (à direita) nunca foi educado ou uma flor de delicadeza, mas mesmo os tucanos mais ferrenhos estranharam seu destempero recente em algumas entrevistas para TV e rádio. Por que tanta irritação? Serra não lidera as pesquisas de intenção de voto? Pois é exatamente aí que está a raiz do nervosismo do tucano: ontem, o Vox Populi divulgou pesquisa encomendada pela Rede Bandeirantes que mostra Dilma Rousseff à frente, com 38%, contra 35% de Serra. A Globo fez que não viu. E pesquisa interna do PT paulista mostra que o chuchu Geraldo Alckmin está muito longe dos 53% que a Datafolha mostrou em março, na disputa pelo governo de São Paulo. Será que ele também vai começar a brigar com jornalistas?
Denúncia gravíssima de violação dos direitos humanos no Brasil vem à tona. Segundo pesquisa do site Curriculum, 36,8% das empresas não pretendem dispensar os funcionários durante os jogos da seleção na Copa do Mundo. A prática, se confirmada, seria praticamente um atentado ao direito de assistir à representação nacional na maior competição do ludopédio mundial – e que acontece a cada quatro anos.
Outras 63% pretendem autorizar os empregados a assistir aos jogos, mas a fórmula preocupa. Quase dois terços (62%) querem que todo mundo acompanhe as partidas dentro da empresa – leia-se "nada de bar". Apenas 16,4% planejam comemorações para integrar colegas e confraternizar fora do local de trabalho (no fórum adequado, aqui entre nós).
Na estreia, que é logo ali, dia 15 de junho, a terça-feira será mais curta. Um terço das empresas pretende liberar os funcionários uma hora antes do jogo contra a Coreia do Norte – a maioria nem vai precisar voltar para o serviço. No caso da terceira partida, no dia 25 de junho, quando o jogo começa às 11h, metade dos entrevistados vai tentar tirar o copo das mãos dos funcionários e forçá-los a regressar depois do clássico contra Portugal.
Para Marcelo Abrileri, presidente da Curriculum, liberar funcionários é positivo. “Fazer isso é uma forma de retorno aos funcionários que muitas vezes se sacrificam pela empresa”, afirma.
Antes de falar sobre a vitória do Grêmio sobre o Santos ontem, vou reproduzir um trecho do que escrevi no post sobre o título paulista do Peixe:
"E Dorival Junior? Soube desde o início do seu trabalho reconhecer as características do grupo que tinha em mãos e jogou para frente. Ajudou jogadores a desenvolverem seu potencial, os mesmo que, nas mãos do antecessor, não tiveram como aprimorar o talento que já tinham. Mas lembrou um personagem vivido por Brandão Filho, no extinto humorístico Escolinha do Professor Raimundo, aquele mesmo que respondia bem todas as perguntas para errar barbaramente no final. Ao entrar na partida de ontem com Rodrigo Mancha no lugar do suspenso Wesley chamou o Santo André para o próprio campo e dificultou a saída de bola peixeira."
Pois é. Dorival repetiu o mesmo erro ontem. Entrou para a segunda etapa vencendo o jogo por 2 a 0 após um bom primeiro tempo com bela atuação de Ganso e dois gols de André. O time contava também com grandes intervenções do criticado Felipe, que defendeu um pênalti e fez outras duas defesas difíceis. Enfim, a máquina estava funcionando bem, embora o Grêmio também chegasse e a partida fosse mais equilibrada do que sugeria o placar. Mas, aos 10, Dorival tirou Marquinhos, que jogava no lugar do suspenso Neymar, e colocou o volante Rodrigo Mancha. O Santos costuma jogar com um meio campo marcador onde o ataque também pressiona a saída de bola adversária. Assim, quem rouba a bola são os meias e atacantes que, em geral, são aqueles que de fato fazem desarmes no Alvinegro. Com Mancha, não apenas o passe foi quebrado como também o poder de recuperação do time na marcação foi prejudicado, já que o volante é lento e tem sérios problemas para acompanhar a saída adversária. Já disse aqui que Mancha não é jogador para o Santos, mas o problema é de quem o escala. E de quem muda o esquema para assegurar um resultado antes da metade do segundo tempo...
Assim, vieram dois gols em dez minutos, com duas bolas perdidas por Mancha. Dorival teve ao menos o bom senso de tirar o atleta, inconsolável após entregar dois gols, e colocar Rodriguinho, que tem um passe um pouco melhor. Mas a volúpia gremista contrastava com o abatimento peixeiro, que voltou a sofrer contra-ataques e outros dois gols nos dez minutos seguintes.
O furioso Rodrigo Mancha, que descontou sua atuação no banco de reservas... Lembrei de uma partida da qual até hoje tenho raiva. Santos e Grêmio pelas semis da Libertadores de 2007, quando o "gênio" Vanderlei Luxemburgo foi ao Olímpico jogar pra empatar, com a equipe toda recuada. Voltou trazendo um 2 a 0 que dificultava e muito a vida do Santos que, mesmo vencendo por 3 a 1 na volta, foi eliminado. Ontem, Dorival quis recuar tendo em mãos um time que não sabe fazer isso. Seu castigo quase foi mais cruel do que o do nada saudoso técnico que está nas Alterosas.
Mas havia Ganso. E havia Robinho. A defesa tricolor deixou o meia santista pensar, o que foi um erro fatal. Ele achou o atacante da seleção que matou no peito e desferiu um petardo no ângulo de Victor. O Santos ainda seguiu equilibrando até o final da partida, aparentando ter mais preparo físico que o rival (algo semelhante aconteceu no primeiro jogo contra o Atlético-MG), mas foi o golaço de Ganso/Robinho que deixa a missão santista na volta menos ingrata do que aparentava. Provavelmente será outro jogaço.
Surpreendente, no mínimo, foi o São Paulo que entrou em campo ontem, no Mineirão, para vencer o favorito Cruzeiro por 2 a 0 (foto - Reuters). Foi um time totalmente diferente daquele que escrachei aqui outro dia. Não vou mudar minhas críticas nem o palpite de que o clube vai passar mais um ano sem ganhar nada, mas tenho que reconhecer que houve mudanças importantes. Apesar de continuar com muitas falhas e jogadores abaixo da média, dois fatores foram primordiais para que o São Paulo tivesse, enfim, algum padrão de jogo: o retorno ao esquema 3-5-2, com Alex Silva, Xandão e Richarlyson mandando muito bem na retaguarda, e a estreia do ótimo Fernandão, que conseguiu fazer o pivô, a ligação com o ataque e segurar a bola na frente - o que nenhum meia ou atacante do elenco tinha sido capaz até o momento. Belíssima contratação.
Dagoberto e Marlos funcionam muito melhor como pontas na presença do ex-atacante do Goiás, em vez dos Washingtons, Fernandinhos e Marcelinhos da vida. Prova disso foi primeiro gol, uma triangulação com toques de primeira que há muito tempo não vejo no ataque do São Paulo. E o passe de calcanhar de Fernandão para Hernanes no segundo, no contra-ataque, é o tipo de coisa que falta num elenco, até esta partida, sem qualquer ousadia ou criatividade. É animador, mas sempre bom lembrar que não tem nada ganho. O time prossegue sem laterais decentes, com Júnior César e Cicinho apoiando pouco a linha de frente e deixando largas avenidas para os adversários. Não fosse o trio de zaga e a fantástica atuação de Rogério Ceni, o Tricolor teria levado o empate ou mesmo saído com uma derrota. Tudo bem que teve o gol de Thiago Ribeiro mal anulado. Porém, quatro minutos antes, o juiz tinha apitado impedimento - inexistente - no lance de um pênalti claro sobre Fernandão.
De resto, Rodrigo Souto foi seguro, Hernanes lutou, fez gol mas ainda não rendeu o que se espera dele, e Jean e Jorge Wagner entraram para fechar os buracos nas laterais e não comprometeram. Entre mortos e feridos, vejo que tanto o técnico Ricardo Gomes (com o 3-5-2) e a diretoria do clube (com Fernandão) se mexeram. Continuar naquela medíocridade pavorosa seria suicídio. Na próxima quarta-feira teremos o retorno de Miranda (em quem não confio mais) e talvez uma ou outra substituição (Carleto? Welington?). O Cruzeiro virá babando, para o tudo ou nada. Pode até reverter a situação, não importa. A atuação de ontem do São Paulo já foi um alívio para os que, como eu, previam um futuro pra lá de sombrio nessa temporada. E viva o Fernandão! Bem vindo, muito bem vindo!
Quando era um jovem advogado e deixou Minas para viver no Rio, José Aparecido de Oliveira ficou amigo do boêmio Antônio Maria(foto). Até dividiram um apartamento, mas pouco se encontravam: quando o mineiro chegava do trabalho, o colega já havia saído para a noite. Um dia, ao levantar-se, Oliveira encontrou um bilhete do amigo:
- Se eu estiver dormindo, deixe, mas se eu estiver morto, por favor, me acorde!
Do lateral-direito Cicinho, no Lance!, relembrando os tempos de sua transferência do Botafogo-SP para o Atlético-MG, em 2001:
- Eu morava em Ribeirão Preto, terra do Pinguim (choperia), mas não conseguia ir porque não ganhava nada, né, parceiro?! Quando vi que tinha Pinguim em Belo Horizonte, não tinha como não frequentar.
Mas as tentações da capital mineira levaram o jogador a passar dos limites:
- Vi que beber daquele jeito, até tarde, não fazia bem a mim. Jogava três quilos acima do peso, mal conseguia treinar. Então o Lúcio Flávio (meia do Botafogo-RJ) me levou para a igreja. Comecei a orar mais.
Ps.: Cicinho estreou pelo Atlético-MG num clássico contra o Cruzeiro, em março de 2001, jogando de meia e marcando o gol do empate por 1 a 1.
E a CBF lançou o "mercado de reserva" com os sete nomes que ficam na espera pro caso de alguma contusão. São eles:
Paulo Henrique Ganso (Santos)
Ronaldinho Gaúcho (Milan)
Alex (Chelsea)
Marcelo (Real Madrid)
Sandro (Internacional)
Carlos Eduardo (Hoffenheim)
Diego Tardelli (Atlético-MG)
Dunga usou a "falta de experiência" para justificar não ter convocado Ganso e Neymar. E o meia do Santos aparece na lista de espera. Coerência?
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Ao que parece, o estranhamento em relação à convocação do técnico Dunga não se limitaram ao Brasil. De acordo com reportagem do G1, ao ver imagens de Neymar e Paulo Henrique Ganso, o argentino Lionel Messi logo disse: “conheço os dois”. Quando soube que ambos não tinham sido convocados pelo patriota Dunga, declarou: "Já disseram quem vai? Eles não estão na lista? Bom, são coisas do Dunga... Acho que os dois se sairiam bem ao lado do Robinho no Brasil'.
Veículos de imprensa gringos também deram seus pitacos, cada um de acordo com suas expectativas. O português A Bola, por exemplo, destacou que não houve surpresas, exceção feita a Grafite, realçando as ausências de Adriano, Ronaldinho Gaúcho, Neymar, Ganso e... Hulk. Já o vizinho portenho Olé ressaltou também ausências como as de Gaúcho, Ronaldo (?) e Adriano, observando que, apesar de a seleção levar só quatro atacantes, tem três meias ofensivos: Kaká, Elano e Julio Baptista.
O espanhol Marca também ficou surpreso com Grafite em lugar de Adriano e mencionou a falta do ex-ídolo catalão Ronaldinho. Também lembrou a ausência do meio-campista Diego (??) e dos goleiros que jogam na Espanha Diego Alves (???) e Renan (????). O As foi outro que sentiu falta de Gaúcho e das jovens promessas peixeiras Paulo Henrique e Neymar. Também recordou que, da lista de quem foi para a Copa das Confederações, só foram excluídos Alexandre Pato, o zagueiro Alex e os laterais Kléber e André Santos. Da Copa da Alemanha, remanesceram Julio César, Luisão, Lúcio, Juan, Gilberto, Gilberto Silva, Kaká e Robinho. Dentro da análise espanhola, também há a menção que, dos convocados, há oito oito jogadores que estão na Itália, quatro na Espanha e três no Brasil.
Nem lá fora entendem o Dunga. Se bem que alguns mostram que entendem pouco da realidade daqui também...
13 de abril de 2005: o atacante Grafite, do São Paulo, ganha manchetes internacionais depois que o argentino Desábato o ofende com palavras racistas e termina preso, após um confronto entre São Paulo e Quilmes, pela Copa Libertadores.
11 de maio de 2010: o mesmo Grafite, agora no Wolfsburg, da Alemanha, volta ao noticiário de todo o mundo como grande surpresa na lista de convocados pelo técnico Dunga para disputar a Copa da África do Sul, pela seleção brasileira.
Com cinco anos de intervalo, dois fatos decisivos na carreira de Edinaldo Batista Libânio, 31 anos. Cria da Matonense, onde começou, em 1999, passou por Ferroviária, Santa Cruz, Grêmio, Anyang (Coréia), Goiás, São Paulo, Le Mans (França) e Wolfsburg.
Com certeza, é um dos mais contestados na convocação, não só por Adriano, ídolo da maior torcida do país, ter sido barrado, mas principalmente por Neymar, o maior craque do momento, ter ficado de fora. E tinha Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli...
Copa do Mundo é um torneio estranho, rápido e imprevisível. Zico, Sócrates e Falcão não ganharam. Márcio Santos, Paulo Sérgio e Anderson Polga, sim. Josimar teve momentos de glória. Dunga foi do inferno ao céu em quatro anos. Grafite calará os críticos?
A tradição diz que sempre um (no mínimo!) jogador acaba deixando de disputar a Copa. Contusão é o motivo mais clássico – foi o que cortou os quatro exemplos da imagem.
Há os que saem semanas antes do Mundial, como Ricardo Gomes, em 1994. E há os que são cortados às vésperas da estreia – foi o que ocorreu com Edmilson em 2006.
Alguns manifestam contusões antigas (o Romário de 1998 é o maior exemplo) e outros supreendem pela bizarrice – aposto que Émerson nunca mais brincou de goleiro na vida.
Enfim, as possibilidades são muitas.
Quem será o primeiro cortado da seleção brasileira?
Assim que for anunciado oficialmente o primeiro corte, sortearemos um kit caipirinha exclusivo entre todos os acertadores. Nada melhor para combinar corte, cachaça e seleção brasileira.
Divulguem o bolão entre os amigos, e boa sorte a todos!
E é bem a dele mesmo: não ouviu nenhum dos clamores públicos recentes, seja o mais antigo, por Ronaldinho Gaúcho, seja o mais incipiente, por Roberto Carlos, seja o amplo, geral e irrestrito, por Ganso e Neymar. O técnico anão foi fiel a suas convicções e só levou gente que já tinha vestido a camisa amarela sob seu comando.
As “novidades” são o corte de Adriano em favor de Grafite, o que não chega a ser surpresa depois da sequência impressionante de presepadas armada pelo Imperador do Amor (sic). Além disso, de se lamentar a presença do goleiro Doni, reserva na Roma, que leva a vaga que se esperava para Victor, do Grêmio.
Com isso, podemos esperar um time com uma defesa fortíssima, com Maicon, Lúcio e Júlio César em fases brilhantes, e Juan, Luizão ou Thiago Silva, que mantém o bom nível. O que pode atrapalhar é a lateral esquerda, onde teremos certamente um atleta improvisado. Sim, porque Michel Bastos e Gilberto podem ter começado na posição, mas estão em outra já faz um bom tempo, os dois como meias.
No meio campo está minha maior tristeza com essa escalação, a dupla de volantes. Não acho razoável jogar com Gilberto Silva e Felipe Mello no mesmo time. Falta toque de bola, habilidade pra ajudar a iniciar as jogadas de ataque, uma arrancada.
Do meio pra frente, todos os nomes são bons ou excelentes. Difícil arranjar meia centralizado melhor que Kaká, meia/atacante pela esquerda melhor que Robinho ou centroavante melhor que Luiz Fabiano hoje em dia. Elano pode ser questionado, mas tem uma penca de virtudes.
Então, o time é bom? Pois é, até que é, como os diversos resultados obtidos até aqui atestam. Time forte, marca bem, tem um contra-ataque brutalmente poderoso. O problema na verdade é a filosofia de jogo. A intenção do Dunga é montar o time pra contra-atacar. Por isso a seleção foi bem contra Portugal e outros times que foram pra cima do Brasil. E por isso foi mal várias vezes contra Bolívia e outros que se seguravam lá atrás.
Eu acho que, com os jogadores que tem à disposição o técnico poderia montar outro tipo de time, mais ofensivo, habilidoso, que marcasse mais perto da área adversária, que abrisse defesas com toques geniais e dribles impressionantes. Falta ousadia e magia ao time.
E é por isso que o xará do anão não levou Ronaldinho, Neymar e Ganso. Se fossem, seriam reservas de alguém. Mesmo o rodado Gaúcho. Dunga não montou o time para jogar com quatro, cinco jogadores habilidosos atormentando a defesa adversária com trocas de passes e jogadas inusitadas. Montou o time pra ter meias pelos lados que voltem pra ajudar a cobrir os avanços dos laterais (que também não são alas, longe disso).
Um time seguro, sólido, é fato, mas também meio frio, previsível. Sorte nossa que Robinho consegue fazer as duas coisas, senão corria risco de ficar fora também. E oremos para que, quando a coisa apertar, ele e Kaká consigam tirar um coelho da cartola, pois são os únicos mágicos convocados.
Na Inglaterra, o camarada Paulo Junkie (que se despediu daqui num buteco da praça Benedito Calixto, na presença de alguns dos futepoquenses), recebeu uma proposta de emprego muito interessante lá em terras londrinas. Conta ele que só precisa validar sua carteira de motorista para assumir a função de catador de bêbado e entregador de prostituta. Funciona assim: a agência fornece uma espécie de mobilete dobrável (foto), daí ele põe uma moça na garupa e entrega na casa de algum cliente; depois, no caminho de volta, passa em algum lugar onde um bêbado deu perda total, põe o cidadão no carro dele ou num táxi, dobra a mobilete e põe no porta-mala do veículo, leva o manguaça pra casa dele, pega a magrela e volta, resgata a moça e retorna à agência. E assim, transportando profissionais do sexo e resgatando bebuns, o Paulão vai juntando seus pounds (libras). O serviço de catador de bêbado bem que podia ser incluído no Manguaça Cidadão...
O Corinthians começou com vitória no Brasileirão, vencendo o Atlético PR por 2 a 1 no Pacaembu. As TVs não transmitiram e não pude ver o jogo, que acompanhei pelo rádio e vi os melhores momentos depois.
Os gols foram de Souza, em bela jogada com corta-luz de Ronaldo, que fez o segundo, cobrando pênalti sofrido por Souza - e que foi questionado por uns e confirmado por outros comentaristas, sendo que pelas imagens mostradas não dá pra ter certeza.
O primeiro fato a ser destacado é que o time continua com dificuldade para botar a bola na rede. Jogou contra um adversário em desvantagem numérica o segundo tempo inteiro e só conseguiu a virada no final.
Duas questões táticas chamam a atenção para a postura do treinador. Primeiro o time entrou no 4-3-3, com Dentinho e Jorge Henrique nas pontas e Danilo armando pelo meio. Por que voltar ao esquema do ano passado agora? Ou ainda, por que abandoná-lo no começo do ano?
A outra questão é sobre as substituições. O time atuou com dois centroavantes a partir do segundo tempo, já com 0 a 1 no placar, com de Wagner Diniz em cobrança de falta que Felipe aceitou toscamente, e com os paranaenses com 10 em campo, após expulsão de Paulo Baier. Para a entrada de Souza, saiu Alessandro.
Mais tarde, com a expulsão do goleiro Neto, Ralf saiu para a entrada de Iarley. O time terminou a partida com cinco atacantes em campo. Bastante para um treinador chamado (não totalmente sem justiça) de retranqueiro.
Sobre as atuações individuais, Elias, Jorge Henrique e Roberto Carlos foram bastante elogiados. Pelos melhores momentos, Ronaldo foi bem, dando passes e criando boas chances. E Souza também, pela participação nos dois tentos.
A torcida pegou muito no pé de Danilo, que parece não ser o cara pra essa função. Bruno César pode ser o cara. Se não tiver esse cara, Mano deveria pensar em algum jeito de escalar Defederico ao lado de Dentinho, Jorge Henrique e Ronaldo. O argentino tem bons dribles e visão para excelentes passes, o que falta ao atual camisa 10.
Especulações
Com a queda na Libertadores, espera-se uma limpa geral no elenco corintiano – o que eu apóio, dependendo de quem estão querendo mandar embora. Com isso, começam a surgir especulações de todo tipo. Sempre me impressiona a criatividade de fontes e jornalistas. Dependendo da fonte, Morais vai para Goiás, Fluminense ou palmeiras; Jorge Henrique poderia ir para Flu e Verdão; Defederico para o River Plate ou emprestado para algum clube brasileiro; Souza fica ou vai pro Goiás; e assim vai.
Os nomes de Boquita, Marcelo Mattos, Edu, Escudero, Balbuena e do zagueiro Renato também aparecem como possíveis mudanças. Dentinho teria proposta de um time do Qatar, estaria nos bastidores do Parque São Jorge proposta de 8 milhões de euros por Jucilei, e Elias não passa da Copa no Timão. Enfim, muito barulho pra se dizer alguma coisa de verdade.
Também há especulação sobre quem chega. Após a crise entre Diego Souza e a torcida palmeirense, surgiu o boato de que ele poderia vir para o Corinthians. Como no episódio do atacante Kleber, acho que é só barulho pra irritar o pessoal de verde. Mas se vier, acho uma boa.