Destaques

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Tipos de cerveja 25 - As American Dark Lager/ All-Malt Lager

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Com esse post damos início a uma nova série de tipos de cerveja, dessa vez, sobre as Lager, cujas origens remontam à Baviera do século XIX, local onde os mestres cervejeiros tinham por hábito guardar os seus produtos em locais muito frios, para dar uma certa maturação. Segundo o site Cervejas do Mundo, essas cervejas, chamadas de Lagerbier, eram o resultado de anos de desenvolvimento de técnicas de refrigeração e de utilização de um fermento especial. A principal diferença desse ingrediente para o que se utilizava no resto da Europa era que ficava depositado no fundo após a fermentação, ao contrário das Ale, cujo resíduo subia ao topo.

E, entre as Lager, há dois estilos muito próximos, caracterizados por uma cor escura proveniente da mistura de malte e, por vezes, de caramelo. Em princípio, as All-Malt apenas utilizam malte na sua concepção, enquanto as Dark Lager podem juntar outros cereais. "São cervejas leves e com bastante gás, algo doces, sabor a malte e a caramelo e, curiosamente, aproximam-se mais das lagers mais claras do que dos estilos de lagers escuras", resume Bruno Aquino, do site Cervejas do Mundo. E ele recomenda, para quem quiser experimentar, a Saranac Seasons Best Nut Brown Lager (foto), a Lowenbrau Dark e a Brooklyn Lager.

O Marcelo Silva que importa

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A notícia do mês no mundo das celebridades é a morte de Marcelo Silva, ex-marido de Suzana Vieira que ficou famoso por ter trocado a sexagenária atriz por uma moça que nem aos 30 anos chegou. Marcelo morreu, ao que tudo indica, por overdose de cocaína. Além da atração causada pelo inesperado, a morte de Marcelo chamou a atenção também por outros motivos, como a praga jogada sobre o sujeito pela Ana Maria Braga e o link 'manipulado' do Globo.com que enganou muita gente por aí (em ocasião similar, o Futepoca caiu nessa).

Na cabeça de um fanático por futebol como eu, o nome de Marcelo Silva não remete ao mundo das celebridades, e sim ao da bola. E me fez lembrar do volante Marcelo Silva, que jogou no Santos no começo da década e aparece aí na foto ao lado.

Marcelo Silva era o que poderia se chamar de volante-volante. Não era botinudo nem violento, mas passava longe de ser técnico. Cumpria seu papel de marcação com alguma eficácia e uma brutal discrição. Tanto para o bem quanto para o mal, aliás. Nunca era vaiado pela torcida mas também quase nunca tinha atuações memoráveis.

Seu momento de mais destaque no Santos foi negativo, mas involuntário. Explicando: na época das semifinais do Paulista de 2001, Marcelo Silva havia ido para a reserva do Peixe. Começou no banco o primeiro duelo contra o Corinthians. E de lá viu o Santos ter uma atuação magnífica, com um primeiro tempo em que sufocava a equipe do Parque São Jorge. Deivid fez 1x0 para o Santos com 21 minutos de jogo e, pelo andar da carruagem, poderia se esperar mais gols da equipe da Vila, tamanha a potência que o time demonstrava na partida.

Mas, ainda no primeiro tempo, por volta dos 30 minutos, o mesmo Deivid se machucou. Geninho (técnico santista) poderia mandar a campo outros nomes para o ataque, como Caio, por exemplo. Mas pensou em "garantir o resultado". Colocou o nosso herói Marcelo Silva. No fim das contas, o Corinthians empatou o jogo e, na segunda partida das semifinais, ganhou a disputa com aquele gol do Ricardinho aos 48 do segundo tempo.

Marcelo Silva ainda permaneceu um bom tempo no Santos - torcida e diretoria sabiam que ele não era culpado pela eliminação, apesar de ter consigo essa carga simbólica. Deixou o Santos ao final do primeiro semestre de 2002, pouco antes do Peixe iniciar a história do melhor time que montou após o fim da Era Pelé.

Depois disso, Marcelo pipocou entre uma série de clubes grandes e médios do nosso futebol, como Bahia, Atlético-MG, Atlético-PR e Náutico. No início desse ano foi contratado pelo Vitória, apresentou-se com pompa, mas pouco rendeu. Já em maio acabou dispensado e seu paradeiro desde então é desconhecido (eu pelo menos não achei na internet).

De qualquer modo, acredito eu, deve estar melhor do que seu xará celebridade...

O bêbado, o festeiro e o político

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Enquanto o insuportável "vai pra lá, vem pra cá" assola a mídia esportiva, três notícias abalaram o mundo do futebol nesta sexta-feira, 12.

A primeira, na ordem em que li, foi que Adriano teria comparecido bêbado ao treino da Internazionale de Milão. O jornal La Gazetta dello Sport diz que o técnico José Mourinho, ficou possesso, mas o clube nega. Perseguição da mídia ou reconhecimento pelo histórico de serviços prestados?

O resultado é mais um episódio da implacável caça aos manguaças no mundo esportivo. O Rei da Cocada preta não deve ir a campo no domingo. Antes, ele havia ficado afastado por um sóbrio atraso depois de uma noitada. Já pensou ele no Flamengo?

O lateral Maicon também está no cerne da boataria, mas segundo consta ele estaria sem condições de treinar por problemas musculares.

Foto: Daniel Mitsuo/Flickr
Enquanto uns são alvejados com ataques baixos, outros erguem o estandarte da balada. Ronaldo Gaúcho avisa: "Após o trabalho, gosto de me divertir". A declaração ao La Stampa foi seguida de desmentido de que o atleta seria um fanfarrão.

A notícia mais impressionante foi outra. Marques, do Atlético-MG, aos 35 anos, renovou contrato até 2010 com o clube mineiro. Ele encerra a carreira ao final do estadual e depois sai candidato a deputado estadual. Era um plano antigo que permanece. O que surpreende é o jogador acertar a renovação tão rapidamente. Vai, Marques!

Um fantasma ronda a Baixada Santista...

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Pode-se falar bem ou mal de Marcelo Teixeira (pessoalmente, acho que a segunda opção ganha de longe da primeira), mas um fato inquestionável é sua falta de imaginação em relação à escolha de treinadores para o Santos. Desde que passou a perna em Émerson Leão e passou a dirigir o time (e, praticamente, o clube) em 2004, Vanderlei Luxemburgo sempre é cogitado quando surge uma oportunidade. Mesmo tendo deixado o Alvinegro por duas vezes na gestão MT (no fim de 2004 foi para o Real Madri e no de 2007 rumou para o Palmeiras) continua sempre como primeira opção.

Como revela o blog Pedaladas, do Arnaldo Hase , Luxa esteve em Santos na quarta-feira e o fisiologista Nilton Petrone, o Filé, também andou por lá. Talvez esse seja o real motivo da demora para confirmar ou não Márcio Fernandes à frente da equipe em 2009. E as opções aos dois – que considero escolhas temerárias por diferentes motivos – estão escasseando.

Dorival Júnior foi enrolado e fechou com o Vasco. Caio Júnior, outro possível nome, foi para o Japão, enquanto Vagner Mancini renovou com o Vitória. E, o pior, é que à medida em que o Peixe demora, o mercado de jogadores também fica mais complicado já que o treinador, que teria prioridade em indicar nomes, ainda não existe de fato.

Na prática, não é exagero dizer que Luxemburgo nunca deixou o Santos. Ele mesmo declara que conversa freqüentemente por telefone com Marcelo Teixeira, fato não desmentido pelo presidente santista, que parece considerar muito as opiniões do técnico palmeirense. Desde 2004, Luxa indicou Osvaldo de Oliveira, seu ex-auxiliar, para substituí-lo na temporada de 2005. Os maus resultados derrubaram O.O., mas outro pupilo assumiu a batuta: Alexandre Gallo. Márcio Fernandes, o técnico por enquanto, também trabalhou com Luxemburgo e foi indicado por ele.

Nenhum dos indicados pelo atual técnico do Verdão deixaram saudades no torcedor santista, mas quando MT decidiu “sozinho”, também não foi feliz. Nelsinho teve uma das piores passagens de um treinador na Vila, assim como Cuca. Leão teve que enfrentar parte da diretoria que fecha com Luxemburgo, além de uma organizada que recebeu (ou recebe?) dinheiro de Luxemburgo. Não aguentou.

Se Teixeira, o Eterno , conseguir se desvencilhar da alta multa rescisória do treinador (estimada em R$ 6,5 milhões) e da má vontade do grupo Sondas com Luxemburgo (como lembra Alex Frutuoso ) poderá reafirmar sua parceria com o “gênio”, prova da mais absoluta dependência de alguém que cuide do futebol pelo presidente. Com uma relação custo-benefício pra lá de questionável, resta ao torcedor brigar pelo futuro do clube, já que o presente já se sabe como vai ser.

PS: não custa reforçar, para o santista, que o manifesto que pede democracia no Santos continua no arE já há mais movimentação por mudanças também com uma iniciativa mais recente, o Santos Total . Vale a pena conferir.

quinta-feira, dezembro 11, 2008

O samba era melhor que o time de futebol...

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Mais uma da série carnavalesca: a escola de samba paulistana Vai-Vai teve sua origem ligada a um time de futebol chamado Cai-Cai, no tradicional bairro da Bela Vista (foto). Lá, um grupo de sambistas fazia batucada durante as partidas de futebol, na beira do campo. Como o time era muito ruim, as pessoas passaram a comparecer aos jogos única e exclusivamente por causa do samba, este sim, muito bom. Isso gerou um desentendimento com alguns diretores do time, agravado por uma briga durante uma festa. Nesse dia, esses diretores foram expulsos aos berros de "-Vai embora! Vai,vai pra longe! Vai,vai embora!". E os sambistas saíram pelas ruas gritando "Vai,vai,vai,vai!". Não demorou para uma multidão fazer côro gritando "Vai,vai,vai,vai!". Depois disso, ficou decidido que aquele grupo de sambistas seria a Turma do Vae-Vae. E, já que o Cai-Cai tinha as cores branco e preto, a Vae-Vae, só para provocar, teria as cores preto e branco. O que foi devidamente oficializado em 1º de janeiro de 1930, com o nome de Cordão Carnavalesco Esportivo Vae-Vae. E aí? Não gostou da história? Então vai, vai...

Ronaldo repatriado: sucesso ou fracasso?

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A notícia de ida ao Corinthians de Ronaldo, ex-fenômeno, ex-gordo, ex-Milan, ex-Cicarelli, ex-Viviane Brunieri etc. despertou reações de todo lado.

Não queremos saber da frustração do Flamengo nem de comparações com Garrincha. A questão é:

Os passos de qual repatriado recente Ronaldo vai seguir?

À lista:

Denílson no Palmeiras
Dedicado a se recuperar de lesão no centro de treinamento do Palmeiras, o ex-são-paulino Denílson estreiou com a camisa alviverde em fevereiro, participou da conquista do campeonato paulista de 2008, resolveu um jogo ou outro. Chegou com um contrato de produtividade, dizendo que queria fazer do Verdão trampolim para a seleção. Mas nunca pode dizer que sequer era titular. Os críticos pegaram no pé, e ele já anunciou que não fica em 2009. Resumindo, recuperação física, sem vantagem muita para o clube.

Foto: Junior Faria/Flickr
Adriano no São Paulo
Apesar da confiança da torcida tricolor, não se pode dizer que a andorinha Imperador tenha feito verão. O São Paulo foi eliminado na Libertadores nas quartas de final. Apesar de Juvenal Juvêncio jurar que valeu a pena (e da mídia são-paulina comprar a história), na prática foi um semestre, nenhum título, mas houve a recuperação do excesso de baladas e dos problemas com o álcool. Ou quase. O Rei da Cocada preta não resolveu. Tanto assim, que a equipe tricolor só se acertou bem depois da saída do atacante. Por outro lado, voltou à seleção. Resumindo: bom para o atleta, ruim para o clube e nova expatriação.

Foto: Santos/Divulgação
Zé Roberto no Santos
Desacreditado por uns, foi o modelo de profissional para outros, porque arrebentou no primeiro semestre de 2007 com a camisa do Peixe. O melhor jogador da seleção brasileira de 2006 – pelo menos em disposição – comandou o Santos na conquista do Paulista, mas parou na semi-final da Libertadores, diante do Grêmio. Não resolveu tudo, mas com liberdade, fez mais gols que nunca, mas nunca mais voltou à seleção. Resumo, bom para o atleta e para o clube, nada de seleção e nova expatriação.

Foto: Ricardo Stuckert/Pr
Romário no Flamengo, Vasco e Fluminense
Contratado a peso de ouro para o supertime do centenário do clube da Gávea, Romário foi artilheiro do campeonato carioca em 1995 e 1996. No primeiro ano, fez menos do que Renato Gaúcho na final contra o Fluminense, mas ajudou no segundo a garantir o título. Depois ficou num vai e vem com o Sevilha, mas chegou em 1998 convocado para a seleção brasileira que disputaria a Copa do Mundo da França. Foi cortado pelo técnico Zagallo por contusão. Depois, Romário seria campeão e um dos artilheiros da Copa João Havelange, pelo Vasco. E protagonizaria a saga pelos mil gols, no Brasil. Resumindo: bom para ele e para o clube, nada de seleção e início de aposentadoria.

Junior Baiano no Flamengo
Transferido do São Paulo para o Werder Bremer em 1995, o zagueiro foi trazido de volta em 1996 pelo Flamengo. Além de conquistar o mesmo campeonato carioca já citado com a camisa rubro-negra, conseguiu o que parecia impossível para o atleta. Foi titular da seleção canarinho de 1998, comandada por Zagallo, ao lado de Aldair. Parece troça, mas é a melhor opção para Ronaldo se inspirar na experiência de repatriado do atleta se o objetivo é ir para a Copa de 2010. Depois, Junior Baiano passaria pelo Palmeiras, onde foi campeão da Libertadores em 1999, pelo Vasco para ir à China representar o Shanghai Shenhua. Não confundir com a segunda volta do jogador nascido em Brasília, para o Inter. Resumindo: bom para o atleta, para o clube e titular da seleção na Copa.

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quarta-feira, dezembro 10, 2008

Palmeiras foi o maior verdugo do tri são-paulino

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Prestes a completar 73 anos (na próxima terça-feira, dia 16), só agora o São Paulo Futebol Clube conseguiu uma seqüência de três títulos consecutivos numa mesma competição (foto à esquerda). Antes disso, bateu na trave por nada menos que seis vezes. Foi bicampeão paulista cinco vezes - em 1945/ 1946; 1948/ 1949; 1970/ 1971; 1980/ 1981 e 1991/ 1992 - e uma vez da Libertadores, em 1992/ 1993. E o tri escapou das mãos todas as vezes. Seus rivais diretos não tiveram que esperar sete décadas por um tri: o Santos, que demorou mais, tinha acabado de completar 50 anos quando fechou a série dos Paulistas de 1960/ 1961/ 1962; o Palmeiras tinha 20 anos quando conquistou o tricampeonato paulista de 1932, 1933 e 1934; e o Corinthians tinha só 14 anos quando completou as conquistas estaduais de 1922/ 1923/ 1924.

Falando no Palmeiras, esse foi o maior verdugo do São Paulo nas frustrações de tricampeonatos, simplesmente quatro vezes (!), em 1947, 1950, 1972 e 1993. Os outros "culpados" foram o Corinthians, em 1982, e o Vélez Sarsfield, em 1994. Na primeira frustração tricolor, em 1947, o campeonato era por pontos corridos e o então clube do Canindé ficou em 4º lugar, o Palmeiras foi o campeão. Já em 1950, mesmo mantida a forma de disputa, o Campeonato Paulista foi decidido na última rodada entre...São Paulo e Palmeiras! A partida, eternizada como "Jogo da lama" (chovia muito e o Pacaembu estava imprestável), foi disputada no final de janeiro de 1951.

O Palmeiras precisava de um empate e o São Paulo partiu com tudo. Logo de cara, o ponta Teixeirinha abriu o placar mas, inexplicavelmente, o árbitro britânico Alwin Bradley anulou, alegando (dizem que inexistente) impedimento. Mas Teixeirinha fez outro e o primeiro tempo terminou 1 a 0, com o São Paulo com a mão na taça. Porém, o célebre Jair Rosa Pinto deu uma bronca aos berros no time do Palmeiras (foto à direita) durante o intervalo, e exigiu, pelo menos, o empate. E foi ele quem lançou Aquiles para empatar o jogo e destruir o sonho de tricampeonato para o São Paulo. Em 1972, os dois times terminaram invictos o Paulistão, mas o Palmeiras tinha vantagem e garantiu o título com um 0 x 0.

Já em 1993, o alviverde não teve culpa: só fez a decisão com o Corinthians, que havia eliminado o São Paulo na semifinal (com um gol impedido de Neto que foi validado e um legítimo de Palhinha que foi anulado). O mesmo Corinthians que, em 1982, com Sócrates e Casagrande, havia impedido o tri do "Tricolaço", como era chamado o São Paulo de Valdir Peres, Oscar, Dario Pereyra, Marinho Chagas, Mário Sérgio e Serginho Chulapa. A última decepção do clube do Morumbi, antes do tri no Brasileiro, foi bem marcante: a perda da Libertadores em casa, nos pênaltis, para o argentino Vélez Sarsfield, em agosto de 1994. Ainda bem que tudo isso ficou no passado...

A melhor torcida do Brasil

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Encher o estádio quando se briga por um título é fácil. Quando se quer escapar do rebaixamento também. Agora, encher o estádio quando os jogos não valem rigorosamente NADA é um feito absurdo. E, por isso, a torcida do Sport é a melhor do Brasil. Ou menos foi a melhor nesse 2008 que vai acabando.

Aos números. O Sport teve a quarta melhor média de público no Brasileirão atual, com 21.776 pagantes. Ficou atrás de Flamengo (40.694), Grêmio (31.075) e Cruzeiro (24.245) - três times que brigaram pelo título até as rodadas finais. Superou o campeão São Paulo (21.331), o também concorrente ao título Palmeiras (16.877) , o rebaixado Vasco (13.723) e o tradicionalmente enchedor de estádios Atlético-MG (18.638).

Se já seria surpreendente ver uma torcida numericamente inferior à da maioria dos clubes do campeonato, num estado com um nível de renda não dos melhores, apresentar números tão significativos, a coisa torna-se ainda mais impressionante pelo falado no início do post: a maioria dos jogos do Brasileirão não valeu rigorosamente nada para o Sport. Foram simples amistosos.

Como campeão da Copa do Brasil, o clube já estava garantido na Libertadores de 2009. Não precisaria, portanto, ficar entre os quatro primeiros do nacional para correr a América no ano que vem. Também não poderia ser agraciado com o prêmio de consolação que é a vaga na Sul-Americana. Restariam duas motivações então ao rubro-negro: brigar pelo título ou ter que escapar do rebaixamento. Acontece que essas duas foram afastadas logo de cara. O time mostrou-se bom o suficiente pra não ficar entre os piores e ruim o suficiente para não almejar a taça do certame.

E a quantidade foi acompanhada de qualidade. A torcida leonina já mostrara suas garras ao restante do país na Copa do Brasil: Inter, Palmeiras e Corinthians que o digam, tamanha a pressão que esses clubes sofreram na Ilha do Retiro. Meu amigo Carlos Padeiro, jornalista, esteve no Sport 4x1 Palmeiras e voltou impressionado com o estádio e com a torcida: "aquilo sim que é alçapão".

Agora vamos ver o que a torcida do Sport fará na Libertadores. A parada para o clube pernambucano não será fácil: enfrentará na fase de grupos a campeã LDU e muito possivelmente o Palmeiras, se o clube verde avançar na fase prévia do campeonato. Mas o show dos torcedores está garantido.

Em tempos de lei seca, uma pinga auto-explicativa

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Um jogo épico e um grande camisa dez

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Hoje faz 13 anos que vi uma das partidas mais memoráveis da história recente do futebol brasileiro. E, para mim, a maior atuação de um jogador de futebol que testemunhei com a camisa 10 que foi de Pelé.

Era um domingo, 10 de dezembro de 1995. Já havia visto in loco na Vila Belmiro o Santos vencer o Corinthians por 3 a 0 e, no meio da semana; e superar o Palmeiras de Luxemburgo, no Pacaembu, por 1 a 0, com um golaço de Wagner. Esses resultados consolidariam a arrancada alvinegra rumo às semifinais do Brasileiro daquele ano. Eram 24 times divididos em dois grupos e todos jogavam contra todos, classificando-se os campeões de cada grupo no primeiro e segundo turno.

Mas, daquela vez, teria que me contentar em assistir à partida pela televisão. Era o segundo jogo da semifinal entre Santos e Fluminense. No primeiro, no Maracanã, o Peixe perdia por 2 a 1 até os 40 minutos quando, no final, levou dois gols do time carioca, terminando a partida com dois jogadores a menos (Robert e Jamelli foram expulsos). Precisaria devolver a diferença de três gols na volta para chegar à final.

A missão parecia impossível. Nenhuma equipe havia descontado uma vantagem como essa na história do Brasileirão e, nos confrontos entre os dois times até então na competição, jamais o Alvinegro havia vencido o Tricolor por mais de um gol de diferença. Além disso, o Fluminense tinha a melhor defesa do campeonato (17 gols em 23 partidas) e o campeão do Rio (com o gol de barriga de Renato Gaúcho) não perdia por tal diferença no campeonato há 28 jogos. Mas o Santos contava com Giovanni, o 10 chamado de Messias pela torcida, e que, naquele dia, de fato concretizou um milagre.

E quem deu início à histórica jornada foi o lépido atacante Camanducaia, que driblou pela esquerda do ataque e sofreu pênalti. Giovanni, sereno, cobrou e, ato contínuo, foi até o fundo da rede buscar a bola e levá-la até o meio de campo. Sabia que era preciso fazer mais. Ainda na primeira etapa, o dez recebe do meia Carlinhos, finta Alê e chuta, de bico. Novamente, vai até o fundo do gol e resgata a bola. Parecia mais que obstinado. Aparentava estar possesso.

No intervalo, o show continuava. O time não desceu para os vestiários, o técnico Cabralzinho preferiu que os atletas sentissem o calor da torcida que lotava o Pacaembu. E, aos 6 minutos, o time retribui a força dos torcedores. Giovanni toca para Macedo, que se livra da marcação e faz com a canhota. O Santos atingia seu objetivo, mas a alegria não durou um minuto. Na seqüência, Rogerinho empatou para o Fluminense e o time carioca voltava a ter uma vaga na final.

De novo, Giovanni teve que intervir. O zagueiro Alê não sabia se atrasava a bola ou saía jogando e o craque santista deu o bote, roubando a bola que, na dividida entre os dois e o goleiro Wellerson, sobrou para Camanducaia fazer o quarto. De novo, o Alvinegro estava na final. Mas o zagueiro Ronaldo Marconato acabou expulso e o time, com um a menos, se retraiu, dando calafrios na torcida.

Foi quando bola chegou no meio de campo para... bom, nem precisa dizer para quem chegou a bola. Havia dois jogadores do Fluminense marcando em cima e mais um à espreita. O Dez conseguiu, com um passe antológico de calcanhar, achar Marcelo Passos, que avançou até a entrada da grande área, limpou Vampeta e chutou no canto esquerdo de Wellerson. Segundo Odir Cunha em seu Time dos Céus, o lance, que ocorreu quase em frente ao técnico tricolor Joel Santana, fez com que o mesmo exclamasse: “Pqp... como joga esse cara!”.

5 a 1, o torcedor do Santos podia respirar mais aliviado. Ou melhor, nem tanto. Em seguida, Rogerinho de novo desconta para a equipe do Rio. Mas não dava mais tempo. Um espetáculo fabuloso, com belos lances e todo o requinte de drama. Isso sem contar a torcida que jogou junto o tempo todo, tanto que Renato Gaúcho, ao desembarcar no Rio, declarou, conforme relato de Cunha: “Nunca tinha sentido tanta pressão da torcida jogando no Brasil. Era como se estivesse na Bombonera enfrentando o Boca Juniors em uma decisão.”

Uma classificação heróica, um jogo que entrou para a História e um craque que não deixava dúvidas. E que me desculpem Pita - que vi atuar quando moleque -, Diego ou Zé Roberto, mas Giovanni foi o maior camisa 10 que testemunhei jogar no Santos.

Santos
Edinho; Marquinhos Capixaba, Ronaldo, Narciso e Marcos Adriano; Carlinhos, Gallo, Giovanni e Marcelo Passos (Pintado) (Marcos Paulo); Camanducaia (Batista) e Macedo
Técnico: Cabralzinho

Fluminense
Wellerson; Ronald, Lima, Alê (Gaúcho) e Cássio; Vampeta, Otacílio, Rogerinho e Aílton; Valdeir (Leonardo) e Renato Gaúcho
Técnico: Joel Santana

Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Público: 28.090 pagantes

Emoções no Beira-Rio

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Por Gerardo Lazzari*

Passada uma semana da final da Copa Sul-Americana, o São Paulo já foi campeão, o “Fenômeno” virou coringão, etc. etc.

Mas não quero deixar de comentar algumas coisas que vivi no Beira Rio na semana passada no jogo Inter x Estudiantes. Fiquei com vários assuntos na cabeça que quero compartilhar com a galera do Futepoca.

Primeiro, a Confederação Sul-Americana (Conmebol), preparou uma grande festa para o Brasil na Copa. Fiquei impressionado com a magnitude do evento preparado por Nicolas Léoz e Cia. Havia pelo menos 16 caminhões de TV fora do estádio. Além de Globo e Bandeirantes, estavam Fox Esport, T&C Sport, ESPN e até um canal da Venezuela. O jogo foi para toda a América, Europa e Ásia. Nicolas, com um sorriso de orelha a orelha ao entregar a taça, provavelmente pensava nos dividendos da próxima edição, em 2009.

Sem dúvida o Internacional é um belo campeão, formou um time muito competitivo e apostou forte para conquistar a Sul-Americana. Fato altamente positivo para o clube, que vira vitrine, melhorando a vida dos atletas, contratos com TVs e obtém reconhecimento internacional. Fato idêntico vivido pelo Estudiantes, que desde a chegada da “Brujita” Verón voltou a disputar uma final de torneio continental depois de mais de 37 anos. Além de alcançar o título argentino depois de 23 anos.

Cheguei cedo ao estádio para montar meu computador numa área que o Inter preparou para que os repórteres fotográficos pudessem transmitir as fotos dentro do campo de jogo, com, inclusive, proteção contra a chuva. É uma bancada com tomadas, de mais ou menos 2 metros e meio com teto de policarbonato. O espaço ficou dividido com uma mesa de som gigante. Ficamos apertados, mas ninguém reclamou, o wireless funcionou, só não conseguíamos mais ir ao banheiro depois das 21h, tivemos que agüentar até a entrega da taça.

Fiquei pensando na estrutura necessária para um jogo do Mundial, e percebi que estamos a anos-luz do que a Fifa exige. Claro que a gente imagina uma situação ideal, com espaço confortável para todo mundo, torcedor e imprensa, com acessos fáceis ao estádio etc. Mas ao mesmo tempo pensei: será que toda essa espontaneidade dos nossos torcedores sobreviverá?

Chegaram quatro mil torcedores de La Plata por diferentes meios, ônibus, vans, e alguns carros antigos. Passearam pelo centro de Porto Alegre, com bandeiras e camisetas, despertando a curiosidade. Torcedores do Inter e do Grêmio se aproximavam para tirar fotos e trocar idéias com a torcida do Estudiantes. Os Gremistas eram "Pincharratas" desde pequenos e os colorados avisavam que venceriam de qualquer jeito, sempre na brincadeira.

Acabado o jogo, ainda com a preocupação de ter que transmitir fotos para dois jornais ao mesmo tempo e dor no corpo pela tensão e a emoção de ser torcedor e profissional ao mesmo tempo, parei para comer um lanche no boteco da esquina do hotel. Quando entramos no bar, tinha gente de Estudiantes e Inter bebendo cerveja Polar juntos, trocando camisetas e cantando as músicas da arquibancada.

Sentei no boteco com Pochola e Toti, que viajaram 18 horas para ver seu amado time, pedimos umas "papas fritas" e, entre cervejas, fiquei imaginando se depois do Mundial, dos belos estádios, das estruturas à européia para a imprensa, nosso futebol continuaria o mesmo. Será que o valor dos ingressos na Libertadores, Sul-Americana e Brasileirão permitirão que torcedores menos favorecidos consigam acompanhar seu clube? Todas essas emoções que senti antes, durante e depois desse encontro de amantes do futebol se preservariam? Ou vamos passar a ter um futebol de torcedores de elite, como acontece em algumas partes de Europa?

Prefiro continuar transmitindo fotos apertado, mas continuar tomando uma "breja" antes de entrar no estádio, acompanhada com um sanduíche de pernil. Encontrar com a galera do Pincha vindo de carro velho e sem ingressos para ver o jogo, essa galera que grita, dá cor e faz o verdadeiro espetáculo do futebol.

Ao torcedor.... Saúde!


Gerardo Lazzari é fotógrafo, torcedor do Estudiantes e argentino residente no Brasil. Apesar de tudo isso, é amigo do povo e colaborador do Futepoca.

terça-feira, dezembro 09, 2008

Ronaldo no Corinthians: eu gostei

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Como boa parte do mundo já sabe, o Corinthians contratou o atacante Ronaldo para a próxima temporada. Os detalhes do acerto não foram divulgados ainda, mas parece que a coisa é pra valer (esperamos que o Corinthians não repita a furada de Vagner Love...).

Eu fiquei feliz com a notícia, mas principalmente porque gostei do baruhlo que fez. Agora, pensando mais friamente, será uma boa? Eu digo que sim, mas não garanto. Ronaldo é um excelente jogador, habilidoso e inteligente. Mas já tem 32 anos e duas cirurgias nos joelhos, o que certamente vai diminuir bastante sua capacidade.

No entanto, há que se pensar em quanto vale um Ronaldo jogando meia bomba. Na última vez que o acompanhei jogar com mais afinco, na Copa de 2006, ele estava mal, gordo e com jeito desinteressado. Mesmo assim, fez três gols nos cinco jogos que a seleção disputou.

No lado positivo da coluna também se assinala o fato de que Ronaldo não tem muito porque voltar a jogar bola se não estiver com vontade de fazê-lo. Não é falta de grana que está fazendo o cara voltar de sua quase aposentadoria (o que eu provavelmente não faria, devo dizer).

Em outro aspecto, o do impacto midiático, a contratação já se mostrou um tremendo acerto. Todos os programas esportivos e sites falaram disso o dia todo, Parreira, Zagallo, Antonio Lopes, Márcio Braga, Rincón, Marcelinho e Muricy Ramalho já foram perguntados sobre o fato. Segundo o Globo Esporte, a notícia repercutiu em veículos de Itália, Inglaterra e Espanha. O mesmo site diz também que apenas hoje foram vendidas 80 camisas 9 na loja do Corinthians, movimentando R$ 13,5 mil com a comercialização de produtos.

Resumindo, o nome do cara é um baita chamariz comercial. Resta saber se existe alguém no clube com cacife para explorar esse potencial, mesmo com ações para aumentar a inserção internacional. A Nike, patrocinadora de time e jogador, deve ter grande interesse em promover a volta triunfal de Ronaldo, mesmo que seja só para uma temporada de despedida.

Claro que tudo isso vai depender de como o cara estiver jogando. Eu torço para que o nível esteja mais perto de 2002 do que de 2006, mas estarei pronto a cornetar o rapaz se for necessário, após uma margem de erro para adaptação. E depois de um breve período de curtição em ter um dos maiores jogadores da história vestindo a camisa do meu time, claro.

PS.: Quem acompanha o blog já deve ter lido textos meus sempre me referindo ao centroavante como “Ronaldo, o Gordo”. Suspendi o tratamento momentaneamente, como prova de minha boa fé na vontade do cara de jogar bola no Corinthians. Mas percebam que não cheguei a chamá-lo de Fenômeno. Ficamos no empate até futuras avaliações.

A primeira vez de Sócrates e Casagrande

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Antes de alvinegro, alviverde: Casão na Caldense (agachado, no centro)

Opa! O título pode até ser capcioso, mas não é nada disso que estão pensando. No site da Caldense, descobri uma história curiosa: a primeira vez que Sócrates e Casagrange estiveram juntos em um campo de futebol. Em 1981, aos 18 anos e recém-profissionalizado pelo Corinthians, o futuro Casão (que hoje enfrenta problema de dependência química) foi emprestado para o clube de Poços de Caldas (MG). E justamente em março daquele ano a seleção brasileira, comandada pelo também mineiro Telê Santana, esteve no turístico município para um amistoso. Foi nesse dia, portanto, que Sócrates e Casagrande, os futuros jogadores-símbolo da chamada Democracia Corinthiana, se conheceram. Ali, o jovem camisa 9 nem sonhava que, cinco anos depois, estaria disputando a Copa do México ao lado do Magrão (foto à esquerda). Na imagem abaixo, vemos os jogadores do Brasil e da Caldense no dia do amistoso Casagrande, destacado, é o primeiro agachado à esquerda. E na linha de cima, em pé, vemos o Doutor Sócrates (o quarto, da esquerda para a direita). Não descobri o resultado do amistoso. Alguém consegue saber?


Da seleção de Telê, da esquerda para a direita, identificamos (em pé): Reinaldo, Sócrates, Oscar, Edinho, Valdir Peres e Batista; (agachados) Edivaldo, Paulo César, Zico, Zé Sérgio e Júnior. No destaque, Casão

Será que essa cerveja existiu ou foi só alucinação?

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Mais uma do Carnaval paulistano, dessa vez da escola Pérola Negra, da gloriosa Vila Madalena: "O nome surgiu da visão de seus fundadores, por ser a Pérola Negra uma jóia rara, usando a alusão de 'A Jóia Rara do Samba'. Mas outra versão diz que, naquele momento, o que seu fundador observava era uma garrafa da cerveja Pérola Negra". Alguém aí já ouviu falar dessa marca?

No butiquim da Política - O PT se agita

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CLÓVIS MESSIAS*

O buteco se agitou. Um de seus freqüentadores chegou animado, garantindo que haverá mudança no ministeriado do presidente Lula. Assim que terminou sua afirmativa, todos se voltaram ao "gole". Mas, como se sentisse desacreditado, o manguaça foi mais fundo: "-A disputa pelas eleições das mesas diretoras do Senado e da Câmara dos Deputados mudará as forças políticas do governo federal, precisando de um realinhamento". Arlindo Chinaglia (acima), presidente da Câmara dos Deputados, está ativíssimo, demonstrando habilidade e livre trânsito junto ao presidente Lula.

O realinhamento político, assim, é necessário. O parlamentar paulista, que deixará a presidência da Câmara, servirá como um ponto de equilíbrio com uma possível indicação a um ministério. O PT reivindica mais um posto para o partido e Chinaglia poderá ser seu ocupante. Os ministérios especulados são o da Articulação Política ou Saúde. Alguém até perguntou se o presidente Lula sabe disso. A resposta foi imediata: "-Sabe. E também sabe que o Chinaglia será candidato ao Senado com o Aloizio Mercadante, para compor a chapa. Assim, os dois pretentem levar as duas cadeiras para o partido".

Neste cenário, é possível perceber claramente que os petistas começam a se movimentar com a velocidade política que o momento exige. Ainda mais porque corre a notícia, nos setores moderados, da possível indicação do atual ministro da Educação, Fernando Haddad (ao lado), como candidato ao governo do Estado de São Paulo. Luiz Marinho, prefeito eleito de São Bernardo do Campo (SP), defensor da dinâmica partidária, também trabalha para a ampliação do leque de alianças. Diz ele: "-Se ficarmos debatendo prévias, fecharemos as portas para a vitória, como já aconteceu em eleições passadas".

Não sei se foi por falta ou por excesso da "loira gelada" que o fôlego acabou. Mas os freqüentadores do butiquim estão se recuperando para uma próxima rodada...


*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino, dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa e colabora com esta coluna para o Futepoca.

segunda-feira, dezembro 08, 2008

São Paulo tricampeão e os que tentaram antes

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Em 37 anos de Brasileirão, o São Paulo foi o único a conseguir três títulos em seqüência. Outros quase chegaram lá, como o Palmeiras, Inter-RS, Flamengo e Corinthians. A seguir, contaremos um pouco dessa história:

Santos 1961 a 1965 - Antes de falar sobre o Campeonato Brasileiro instituído a partir de 1971, é preciso fazer justiça. Se considerarmos que, entre 1959 e 1966, nossa única competição nacional era a Taça Brasil, então o Santos, do fantástico e injustiçado técnico Lula, foi o primeiro a conquistar três títulos em seqüência, derrotando o Bahia (em 1961 e 1963) e o Botafogo (em 1962). E chegaria ao pentacampeonato, contra o Flamengo, em 1964, e o Vasco, no ano seguinte. Apesar da simplicidade da Taça Brasil, que levou o Santos a disputar apenas quatro jogos nas edições de 1961, 1963 e 1965, por exemplo, é inegável sua legitimidade como título nacional. Foi assim que o clube se credenciou para disputar e vencer duas Libertadores (e dois Mundiais). Mais do que isso: negar que aquele Santos de Gilmar, Zito, Mauro, Calvet, Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe era, de fato, o melhor time do Brasil, é muita má vontade - ou desconhecimento de futebol.

Palmeiras 1972/ 1973 - Depois de o Atlético-MG ter vencido, com o técnico Telê Santana, o primeiro Brasileiro "oficial", em 1971, um esquadrão verde tomou conta do futebol nacional. Comandado pelo mítico Osvaldo Brandão, o Palmeiras de Leão, Luís Pereira, Dudu, Ademir da Guia, Leivinha e César Maluco ditou as regras no início dos anos 1970. No primeiro título, em 1972, o alviverde derrotou nas finais o Botafogo de Jairzinho e Marinho Chagas. No ano seguinte, segurou um empate sem gols com o São Paulo, na partida decisiva, e garantiu o bicampeonato. Em 1974, com vários jogadores convocados para a Copa da Alemanha, o Palmeiras não conseguiu o tri.

Internacional-RS 1975/1976 - Esse foi outro timaço, capitaneado por um dos melhores técnicos da história, Rubens Minelli, o único, antes de Muricy Ramalho, a conquistar três títulos brasileiros em seqüência (venceria o campeonato de 1977 pelo São Paulo). Na defesa, o Inter tinha os insuperáveis Manga e Figueroa. No meio, simplesmente Paulo Roberto Falcão. E na frente, Valdomiro e Dario, entre outros. Em 1975, a vítima foi o Cruzeiro, que já havia perdido o título da edição anterior para o Vasco. Já em 1976, com Dadá e Flávio, o Inter derrotou o Corinthians. Porém, Minelli deixou o comando do time e, sintomaticamente, o time gaúcho não chegou ao tri. Seu ex-técnico sim...

Flamengo 1982/ 1983 - Depois de vencer de forma polêmica o Brasileiro de 1980 e a Libertadores de 1981, tendo o forte Atlético-MG como maior prejudicado, o Flamengo chegou ao torneio nacional de 1982 reformulado. O jovem técnico Paulo César Carpegiani renovou o esquadrão formado por Raul, Mozer, Zico, Júnior, Lico e Nunes e superou, na decisão, o Grêmio (campeão do ano anterior). No ano seguinte, o último de Zico antes de embarcar para a Itália, o técnico foi Carlos Alberto Torres e o melhor em campo, Adílio. Mas a decisão com o Santos, no Maracanã, também gera protestos até hoje. Em 1984, sem Zico, o Flamengo deixou o tri escapar e viu os rivais Fluminense e Vasco fazerem a decisão.

Palmeiras 1993/ 1994 - Mais um timaço, ou melhor, dois timaços. Em 1993, o polêmico Vanderlei Luxemburgo comandou jogadores do porte de Evair, Edmundo, Roberto Carlos, César Sampaio e Edílson e arrebatou a taça frente ao Vitória, de Alex Alves e do jovem goleiro Dida. Foi uma campanha irretocável, repetida no ano seguinte com a entrada, no time, de um Rivaldo no auge da carreira. E a vítima, nas finais, não poderia ter sido melhor: o arqui-rival Corinthians. Em 1995, Luxemburgo saiu e Carlos Alberto Silva não obteve o tri para a investidora Parmalat.

Corinthians 1998/ 1999 - Apesar de o Cruzeiro ter feito outra excelente campanha (e perdido sua terceira decisão no Brasileiro), temos que reconhecer que o Corinthians de 1998, comandado por Luxemburgo, foi o melhor time do campeonato. Seu meio-de-campo, com Rincón, Vampeta, Ricardinho e Marcelinho Carioca, era o mais forte do Brasil. No ano seguinte, Luxemburgo, que assumira a seleção brasileira, passou o bastão para o auxiliar Oswaldo de Oliveira, que hoje faz sucesso no Japão. E ele comandou o alvinegro rumo ao bicampeonato, contra outro clube mineiro, o Atlético - que tinha um time excelente, com Belletti, Marques e Guilherme. Já em 2000, o Corinthians não passaria da vexaminosa penúltima colocação na - também vexaminosa - Copa João Havelange. Para sua sorte, não havia rebaixamento.

São Paulo 2006/ 2007/ 2008 - Tudo bem, o clube tem Rogério Ceni e, durante três anos, contou com jogadores como Mineiro, Josué, Aloísio, Miranda, Breno, Hernanes etc. Mas o inédito tricampeonato será lembrado, para sempre, como obra do competente técnico Muricy Ramalho (à esquerda). Ele foi essencial para iniciar a arrancada em 2006, contra o Figueirense, e confirmar o título contra o Atlético-PR. Já em 2007, montou uma sólida defesa e liderou com folga até o título na partida contra o América-RN. Neste ano, com maior dificuldade, contou com a volta providencial de Miranda ao time titular, após contusão, e manteve-se 17 jogos invicto até obter o - suado - título na última rodada, contra o Goiás (para minha total felicidade, Paulo Baier não foi o cara). Por isso, em homenagem ao São Paulo e ao Muricy, vou abrir uma cachaça (à direita) e saudar esse inédito hexacampeonato. Com certeza, a edição mais emocionante da década. Saúde! E vamo, São Paulo, ser tetra da Libertadores!

Triste fim de uma temporada que parecia promissora

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Enquanto o Frédi bem analisou os rebaixados, os são-paulinos que falem sobre o título. Agora vem a Libertadores.

São Paulo, campeão, e Grêmio, vice, já chegaram à 38ª rodada com a vaga assegurada para o continental. Sobravam dois postos para três times. A vitória do Cruzeiro sobre a rebaixada Lusa manteve a terceira posição para os mineiros. Mais um motivo para Adilson ficar. Sobrava uma vaga.

Enquanto eu mandava uma feijoada em dia errado (domingo lá é dia de feijoada, ô, manguaça?), vi na TV no boteco que o rubro-negro paranaense resolvia o problema do Palmeiras. O jogo ainda teve contornos emocionantes na Arena da Baixada que não acompanhei, mas deu certo.

Não adiantou o mantra do alviverde paulistano (nem o goiano, é fato). A derrota para o Botafogo em pleno Palestra Itália, a primeira em 18 anos, foi o fim de campeonato que só não se tornou mais melancólico porque o Flamengo desistiu da vaga ao ser derrotado pelo Atlético-PR por 5 a 3.

O resultado impediu que houvesse uma curiosíssima representação brasileira na competição. Se o Flamengo tivesse a vaga, as cinco equipes brazucas teriam um time de Belo Horizonte (MG) Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).

Ainda bem. Pelo menos para os torcedores palmeirenses que, como eu, não conseguiram comemorar a repetição da posição de 2005 (só que com cinco pontos a menos), quando o alviverde conseguiu a mesma quarta posição no Brasileirão, depois de uma temporada de recuperação com Leão.

Para um time que chegou a ser líder, é frustrante. A saída de Valdívia no meio da competição trouxe muito mais danos do que a diretoria e o treinador Vanderlei Luxemburgo imaginavam. Diegou Souza resolveu alguns jogos, mas nem Denílson nem Evandro chegaram a cumprir a função de substituir o chileno.

A dependência do atacante Kleber foi surpreendente porque mostrou que até Alex Mineiro caiu de produção. Diegou Souza pareceu querer deixar o clube e não funcionou nem como meia, nem mais avançado, quase como terceiro atacante.

O quarto lugar representa uma melhora de uma posição em relação à temporada de 2007, mas foi brinde de um time que pediu pra ficar de fora, igualzinho ao ano passado. Vai disputar a pré-Libertadores ou seja lá como se quiser chamar a disputa antes da fase de classificação. O quinto lugar no campeonato ficou, pelo segundo ano consecutivo, com a equipe dirigida pelo Caio Jr.

Se fosse ao contrário
Fiquei pensando se Luxemburgo e Caio Jr. estivessem em posições trocadas. É especulação pros comentaristas explorarem.

domingo, dezembro 07, 2008

O desespero do rebaixamento

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Vou deixar para os sampaulinos escreverem sobre o título, até porque acompanhei com mais interesse o desespero do rebaixados. E ficou mais uma vez a lição, não dá para deixar para a última rodada a tentativa desesperada de fuga da segundona. E confirmou a previsão do Futepoca há algumas rodadas (veja aqui). 


E o destaque negativo foi o Vasco, que mesmo com chance de escapar da degola perdeu para o Vitória em casa. Mais dramático ainda foi um torcedor que subiu à marquise de São Januário e ameçou suicidar-se.  Foi contido pelos bombeiros, mas é sintomático ver como o futebol mexe com as pessoas.

Já o Figueirense fez sua parte, ganhando de um Inter reserva em sua casa, acabou como o mesmo número de pontos do Náutico, mas tropeçou no segundo pior saldo de gols do campeonato (- 24).

Já os nordestimos só se livraram por conta do empate sem gols na Vila Belmiro, mas o desepero persistiu até os 50 minutos do segundo tempo, quando o goleiro Fábio Costa foi para a área tentar fazer um gol. Não entendi nada, já que o Santos não corria riscos mais. Declaração do Domingos depois do jogo, dizendo que aquela partida deveria ser como uma final me deixou ainda mais confuso. Será vontade de ir para a Sul-Americana?

Sobre Ipatinga e Portuguesa nada a declarar, já que nada mais queriam na última rodada.

PS. Não joguem toda a culpa do rebaixamento nas costas do Roberto, como se pessoas como o Eurico não tivessem culpa pelo desmonte que fizeram do clube na última década. Que a Cruz de Malta faça sua lição de casa e volte para a primeira em 2010, no campo.

Caso Tardelli: reação exagerada da direção do SPFC

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A pouco mais de 4 horas para os jogos finais do Brasileirão, ainda está muito estranha toda a situação de um suposta tentativa de suborno ao árbitro de Goiás e São Paulo, Wagner Tardelli.


A CBF, em nota oficial (veja aqui) fala que tomou medida preventiva para evitar tentativa de manipulação do resultado da partida, tendo por isso feito novo sorteio para o trio de arbitragem, mas não diz quem tentou manipular o quê. Quem tentou corromper quem. Apenas afirma que o árbitro continua com toda a confiança da entidade, que participou da decisão e que a medida é preventiva. 

Acompanhando o noticiário, novos fatos vão surgindo. Aparentemente a denúncia partiu da Federação Paulista de Futebol, que informou à CBF de uma suposta tentativa de corromper a arbitragem.  Tudo é confuso, falam que uma secretária do São Paulo teria ligado para oferecer ingressos do show de Madonna para Tardelli, fala-se também que alguém (?) estaria negiociando o resultado em nome do árbitro etc.

Como não há muitos fatos, que devem aparecer mais nesta segunda, como o nome de quem tentou corromper quem, fica estranha a postura da direção do São Paulo. Objetivamente, rompeu com a Federação Paulista, vários diretores deram declarações pesadas contra a CBF etc.

Será que teme alguma coisa e preferiu sair atirando antes? Porque a todos interessa que tudo seja apurado, inclusive essa deve ser a postura da direção do SPFC. Quem tiver culpa no cartório que pague.

Espera-se que a CBF e o Ministério Público de São Paulo esclareçam os nomes e que tudo seja apurado às claras. Se acontecer, será um milagre, já que transparência nunca foi o forte da entidade que dirige o esporte no país. 

P.S. É exagerada também, pelo que se sabe, a postura da direção do Grêmio pondo sob suspeita todo o campeonato. É hora de esquecer paixões clubísticas e para o bem do futebol esclarecer tudo.

sábado, dezembro 06, 2008

Bom mesmo era o irmão dele

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O Hermeto Paschoal, que tomou vinho com o Marcão, é uma das fontes mais ricas de experiências musicais que eu conheço. Cada vez que o ouço e reouço, ao vivo ou em disco, sinto que a arquitetura sonora do mundo toma uma nova configuração. O antológico disco Lagoa da Canoa, Município de Arapiraca foi para mim uma verdadeira anti-escola de música, que eu ouvia (e reouvia) para pôr em xeque muita coisa que eu ia aprendendo em meus dedicados estudos musicais. Isso foi assim até os primeiros anos da faculdade de música, quando comecei a não só desaprender com ele mas também aprender algo de sua arte. 

Pois foi nessa época, em 1998, que fui junto com meu primo João conhecer um pouco do litoral nordestino. Fomos de avião até Salvador, depois de ônibus até Barra do Jequié, em Alagoas. E dali fomos subindo a costa em pequenos trechos até Olinda. Quando entramos em terras alagoanas, convenci o João de que a gente não podia deixar de passar por Lagoa da Canoa. Eu tinha tamanha convicção de que era uma oportunidade única de conhecer a terra de Hermeto que o primo não ofereceu resistência e surgimos em Arapiraca no fim de tarde de um sábado. 

Arapiraca é uma cidade sem interesse turístico, um cruzamento de rodovias, se bem me lembro (dez anos de cachaça se passaram...), um lugar de passagem e parada de muitos caminhoneiros. Acabamos nos hospedando numa bodega de porta de rodoviária, literalmente um pulgueiro, frequentado por prostitutas que, por força de circunstâncias ou por desapego, não prezam muito pelas condições mínimas de exercício da profissão.   

De manhã pegamos o ônibus rumo a Lagoa da Canoa. O vilarejo de três ruas e uma pracinha, com uma igrejinha e a grande lagoa de águas escuras, tinha algo de diferente. As casas todas muito arrumadas lembravam um bairro de classe média de uma cidade de médio porte, não um povoado naquele fim de mundo... A única alma que encontramos foi no trailer de x-burguer da pracinha. 

“Você conhece o Hermeto Paschoal?”
 
“Quem?”

“Um músico, que tem uma barbona branca assim, e um cabelão também...”

“Ah! o velho! Foi embora faz muito tempo. Ano passado ele esteve aí, fez um show aqui na praça. A família dele mora naquela casa. Mas por que vocês querem saber dele?”

“É meu ídolo.”

“O velho?... Mas é por que você não sabe quem é que nasceu aqui.”

Cofiei o queixo em profunda reflexão, mas realmente eu não ia ser capaz de dizer qual era a segunda pessoa deste mundo proveniente de Lagoa da Canoa.  

“O Dida, o goleiro.”

“O Dida?”, me espantei, pensando no goleiraço quejá admirava na época, e que no ano seguinte estrearia no Corinthians para pegar dois pênaltis do Raí num jogo tão antológico quanto o disco do Hermeto. 

“Eu vi esse menino crescer. Ele nem era tão bom assim. Bom mesmo era o irmão dele, esse jogava bola.” 

Fui conferir e parece que na verdade o Dida teria nascido em Irará, na Bahia; porém, sua estreia no futebol profissional se deu pelo ASA de Arapiraca. Então é bem possível que os passarinhos que ensinaram música ao Hermeto (segundo o próprio) sejam da mesma família dos que emprestaram aquela calma oriental ao Dida. 

Acho que fomos até lá só para saber disso... Na Wikipedia, aprendi que Lagoa da Canoa é maior do que a impressão que me causou e que tem outros filhos ilustres. 

Já com o pé na estrada de volta, o primo pensou alto: “Queria era ter visto o irmão do Dida jogar...”

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Título merecido e a foto de Gerardo

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Faltou falar da vitória do Inter na sul-americana aqui no Futepoca. Como não tem nenhum colorado por aqui entre os escrevinhadores, vou usar a foto do Gerardo, torcedor do Estudiantes, para não deixar passar em branco.


Gerardo Lazzari é fotógrafo profissional e colaborador do Futepoca, além de amigo dos manguaças aqui. A foto dele acabou sendo capa da edição do Olé, provavelmente o melhor jornal esportivo argentino, apesar das provocações com os brasileiros.

Como nós aqui também sabemos provocar, vale dizer que o final foi feliz porque deixaram a pele e o título por aqui, embora a expressão da capa queira dizer "dar o sangue".

E foi o que se viu, uma típica final. Quem achou que seria fácil por o Inter ter ganhado lá em La Plata enganou-se e muito. Os argentinos jogaram muito melhor aqui, ganharam no tempo normal e só perderam com um gol de escanteio, numa bola confusa dentro da área.

Destaque para a atuação de D´Alessandro, pelas arrancadas e por saber o que faz com a bola, driblando, segurando quando necessário e lançando. Além de ter batido o escanteio que originou o gol do título. Além de Nilmar, que infernizou os argentinos o jogo inteiro e fez o gol de rebote. 

Destaque negativo foi o Alex, o outro meia que poderia fazer a diferença. Não acertou praticamente nada durante o jogo e foi substituído com justiça. Ainda precisa provar que será um grande jogador e que merece a seleção brasileira. Por enquanto, parece ter muita técnica e pouca cabeça.

De qualquer forma, parabéns ao Inter, que ganhou a sul-americana pela primeira vez e pela primeira vez neste ano jogou um futebol à altura do time que tem. Quanto aos argentinos, foi bom ver como se entregaram o tempo todo na final, merecendo o título do Olé.

Vereador abençoado

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Roma, 1984. O São Paulo viaja para um amistoso e faz escala no Vaticano. Na fileira da frente, à direita, vemos, entre outros, Pita, Cilinho, Zé Mário e Casagrande. Lá atrás, a partir da esquerda, o lateral-direito Paulo Roberto, o histórico massagista Hélio Santos, os goleiros Abelha e Barbirotto, o artilheiro Careca e o esforçado Fonseca. Mas espetacular, na foto, é a cara do (hoje vereador eleito de São Paulo) Marco Aurélio Cunha, ao lado do zagueiro Oscar e de mãos dadas com o Papa João Paulo II e o (hoje presidente do clube) Juvenal Juvêncio. Ao que não se sujeita um santo padre...

Tipos de cerveja 24 - As Wood-Aged Beer

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Trata-se de um estilo tradicional, raramente utilizado pelas grandes empresas cervejeiras mas comum em pequenas explorações, onde é possível guardar a cerveja por longo tempo em barris de carvalho ou em cascos de outro tipo de madeira. Independentemente da cerveja base que seja utilizada, as características da madeira e - no caso de terem sido utilizados barris usados - da bebida que aí tenha sido preservada, se refletem no aroma e no sabor. Esse tipo de cerveja é muito diversificado, pois é possível utilizar uma infinidade de cervejas base. A característica principal que as une é o envelhecimento em barris de madeira. Exemplos: Petrus Aged Pale, Dominion Oak Barrel Stout (foto) e MacTarnahan's Oak Aged IPA.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

A quadra que surgiu do "bucheiro cheio do vinho"

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Na pesquisa sobre as escolas de samba que continuo fazendo, vou me dando conta de que cachaça e futebol são a força motriz de quase todas. O Seu Nenê (foto), que batiza uma das escolas paulistanas, diz: "A Nenê da Vila Matilde surgiu no Largo do Peixe. Tinha um bar de um português, que tinha vindo da Ilha da Madeira. Então, no início o povo chamava Largo do Bar Madeira. Depois, como o português usava um casaco de couro, a malandragem sempre que falava do bar, chamava Bar do Casaco de Couro". Tão vendo? Tinha que ter um bar no meio como pólo aglutinador! Mas o Seu Nenê continua: "Aquilo ficava animado. Na época, o nosso divertimento era esse. Futebol de várzea, eu mesmo joguei muito". Pois olha aí: tinha que ter futebol também.

Mas uma história curiosa da Nenê de Vila Matilde é o motivo para a construção de sua quadra. Voltemos com o Seu Nenê: "Tudo começou com uma confusão. No natal de 67, o pessoal estava tocando em frente a minha casa. A turma sempre vinha, porque vira e mexe a gente fazia samba. (...) Porque eu era o chefe, o rei desse negócio, e eles vinham me procurar, e ficavam lá na frente da minha casa. Nós pegávamos os instrumentos que ficavam guardados em casa, num lugar já reservado para eles. Fiz um barracãozinho do lado de fora e guardava os instrumentos ali. Nesse dia, nós pegamos os instrumentos, saímos para a rua e começamos tocar e cantar. (...) Mas estávamos naquela brincadeira, no Dia de Natal, aquela animação, e passou o bucheiro". Agora prestem atenção no que vai acontecer...

"Eram mais ou menos umas quatro horas da tarde, acho que ele estava cheio do vinho, e passou com uma perua verde no meio da batucada. A turma xingou, ele deu a volta no quarteirão, e passou a segunda vez. Aí começamos a xingar a mãe dele de tudo quanto foi nome, porque a rapaziada também não era mole. Ele voltou e passou de novo, até que o pessoal meteu o chocalho na boca do bucheiro. Pra quê? O covarde foi lá embaixo, e depois de uma meia hora subiu com dez caras dentro da perua, todos com revólver e facão. Eles batiam com o facão e quando o pessoal queria avançar eles apontavam o revólver, se não, davam tiro para cima. (...) Às sete, aqueles que apanharam foram buscar reforço. Vieram uns 150 homens mais ou menos, acho que a escola inteira e mais o pessoal do futebol".

Prossegue o Seu Nenê: "Foi um fuzuê. Queriam colocar fogo na casa do bucheiro, mas aí teve alguns que usaram a cabeça. Então um disse: 'Eu vou dar parte'. E fomos dar parte. Pra quê? Pegamos o nome do bucheiro e fomos lá. Aí fomos intimados. No outro dia, fomos eu e o bucheiro para a delegacia. O delegado fez ele pagar as coisas que tinha destruído. (...) O delegado Carlito pôs a mão no meu ombro, e depois de muita discussão, falou para o bucheiro: 'Olha, você não passa mais lá. Se eu souber que você passou por lá com o carro, eu vou pegar você na sua casa'. E disse para mim: 'E você Nenê, também não toca mais na rua, arruma um lugar para tocar'". E assim construíram a quadra da escola, por causa do bucheiro "cheio do vinho"...

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Inter e Estudiantes e a mediocridade do overlaping

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Na final de hoje o Internacional pode mostrar que um dos principais dogmas do futebol brasileiro não é assim tão verdadeiro: a necessidade de laterias que ataquem e defendam.


O time joga com quatro zagueiros de origem: Bolívar (adaptado este ano como lateral por Tite), Índio (hoje substituído por Danny Morais), Álvaro e Marcão (este o único que tinha experiência anterior como lateral).

Com isso, os laterais não têm de ficar naquela insana prática de ter de defender e atacar o tempo todo. Sobram para armar as jogadas atletas mais técnicos, como D´Alessandro, Alex e Nilmar, com poucas ou quase nenhuma função defensiva.

E é bom técnicos pensarem bem nessa opção. Porque nada mais fácil de marcar do que os times brasileiros que só jogam de um jeito só: o lateral sai desesperado da defesa, passa para alguém e recebe na frente (o chamado overlaping) para fazer chuveirinho. Qualquer escalador medíocre sabe, por exemplo, que para marcar a seleção brasileira é só tirar espaço dos laterais.

E a praga vem de longe, mas se torna mais evidente com o fim dos pontas no futebol. No tempo que eles ainda existiam, o técnico Cláudio Coutinho passou a usar esse termo overlaping, repetindo aquilo que praticamente todo time brasileiro hoje faz: o lateral traz a bola, toca e é lançado na passagem para pegar as costas da defesa. Como falta técnica e a jogada é manjada demais acaba não dando certo creio que em 90% dos casos.

Coutinho chegou na Copa de 1978 a tirar o ponta-direita Gil e escalar em seu lugar dois laterais direitos, Toninho (que era do Flamengo) e Nelinho (à época no Cruzeiro). Pouco depois disso os pontas morreram definitivamente no futebol brasileiro.

Se antes a jogada até funcionava pela qualidade técnica de um Nilton Santos, de Júnior, de Leandro, dos três pulmões de Cafu, hoje revela-se uma estratégia das mais repetitivas e medíocres. Ao contrário de muitos times europeus que usam dois atacantes/armadores pelas pontas, com laterais com funções mais defensivas.

Que o Inter nos resgate antes que outra praga seja completada, a de substituir todos os armadores por "volantes que sabem jogar, que marcam e atacam"... Mas isso fica para outro dia.

O encontro do time do Madureira com Che Guevara

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Aproveitando uma dica do leitor Rafael Fortes, em comentário no magistral post do companheiro Glauco sobre o encontro de Che Guevara e Chico Mendes, fui dar uma olhada na tal Recorde: Revista de História do Esporte. E lá está, como vocês podem ver acima, a foto de Che Guevara, na época Ministro da Indústria de Cuba, com o time carioca Madureira, em 18 de maio de 1963, data em que os brasileiros derrotaram uma seleção de Havana, na capital, pela segunda vez durante excursão pela terra de Fidel Castro. Os editores da revista comentam que a escolha dessa imagem para capa da nova edição ocorreu depois que "o colega Álvaro do Cabo nos trouxe essa foto, um postal que comprara em Cuba, e imediatamente passamos a buscar informações sobre esse belo instantâneo".

A resposta veio em uma matéria do jornal O Globo de 25 de setembro de 2005, assinada por Fábio Juppa e João Máximo. Diz o texto: "A passagem do Madureira de Farah, Peixe-Galo e Batata pela ilha fez parte de uma excursão pelas Américas, dois anos depois de o clube ter-se tornado o primeiro do Brasil a dar uma volta ao mundo, e Che Guevara ter sido condecorado em Brasília pelo então presidente Jânio Quadros com a Ordem do Cruzeiro do Sul.(...) Os amistosos, negociados por José da Gama Correia da Silva, o Zé da Gama, português que presidiu o Madureira no biênio 1959/60 e atuava como empresário de futebol, começaram na Colômbia, seguiram-se na Costa Rica, passando por El Salvador e México".

Em maio de 1963, o Madureira fez cinco jogos em Cuba, goleando em quase todos: 5 a 2 contra o Industriales (campeão local), 6 a 1 no Municipalidad de Morrón (da Província de Camagüey), 11 a 1 num combinado universitário e 1 a 0 e 3 a 2 em duas partidas contra uma seleção de Havana. Ao segundo desses últimos dois jogos, Che compareceu. "-Ele vestia aquele uniforme verde-oliva do Exército. Depois da partida, entrou em campo e saudou um por um", recordou Farah, apoiador do Madureira em 1963, ao jornal O Globo. "-O contato com Che Guevara foi extremamente amigável. Ele foi carinhoso. Visitou-nos no hotel e, no jogo a que assistiu, distribuiu flâmulas. Parecia um homem íntegro", observou o ex-jogador. Che gostava de futebol e o Brasil havia acabado de conquistar o bicampeonato mundial no Chile, em 1962. "-Eles queriam tudo o que tínhamos. Teve jogador vendendo roupa e deixando o país com mais dinheiro do que levou", recordou Farah.

Pé redondo na cozinha - Para fazer e provar as receitas publicadas aqui no Futepoca

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MARCOS XINEF*

Atenção: não confunda festa de babet com festa de bebumbet. Realizar-se-á, na próxima segunda-feira, 8 de dezembro, uma festa de confraternização de fim de ano que reunirá todos os bêbados, cachaceiros, pinguços e afins de São Bernardo do Campo (SP), no ABC, e Grande São Paulo. E adivinhem aonde... Lógico, no War Paintball Divers, do grande Mumu. O recinto fica na rua José Bonifácio, 561, Centro, São Bernardo - telefone (11) 4335-9899.

Para disfarçar a bebedeira, haverá churrasco, mas com carvão aceso no álcool 90º. Porém, a pré-condição para participar do evento é o que mais interessa: cada convidado terá de levar uma das receitas já publicadas aqui no Futepoca desde o começo do ano. Este será o departamento gastronômico. Já o "cultural" começará com uísque, caipirinhas, caipiroscas e, claro, muita cerva. Semana que vem, contaremos na coluna a grandeza e o teor alcoólico de tamanho evento, de magnitude incomparável.

Abraços e até lá!


*Marcos Xinef é chef internacional de cozinha, gaúcho, torcedor fanático do Inter de Porto Alegre e socialista convicto. Regularmente, publica no Futepoca receitas que tenham bebidas alcóolicas entre seus ingredientes.

terça-feira, dezembro 02, 2008

Bela "culpa" pela fundação de uma escola de samba

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Correndo atrás das fichas completas das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo, para um serviço extra, recebo um curioso resumo da história da X9 Paulistana:

Quer saber como tudo começou? A culpa é do famoso trio futebol-cerveja-batucada! Um grupo de amigos, que costumava comemorar, no famoso Bar do Japonês, a vitória do Grêmio Internacional Parada Inglesa (Gipi), time de várzea do bairro de mesmo nome, decidiu fundar uma escola de samba. Dito e feito. No dia 12 de fevereiro de 1975, nascia o Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Filhotes da X-9, sendo presidida pelo sr. Luiz Ademar Moura Campos. A partir daí, a zona norte de São Paulo nunca mais foi a mesma.

Pra quem mora em São Paulo e gosta do "famoso trio futebol-cerveja-batucada", taí uma boa opção de escola para torcer...

PQFMTMNETA 3 - A probição dos jogos após as 21 horas

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Breve introdução aos que não conhecem a série: PQFMTMNETA é abreviação para "Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim". Nesse espaço, mostraremos eventos do futebol acontecidos há, no máximo, cinco anos, que causaram polêmica na sua época, e que depois caíram no esquecimento.

Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim 3 - A proibição dos jogos após às 21 horas (2006)

Há pouco menos de dois anos, no final de dezembro de 2006, a Câmara dos Vereadores de São Paulo aprovou um projeto polêmico. A medida, de autoria de Tião Farias (PSDB, na foto), determinaria que não seria permtida a realização de jogos de futebol profissional após às 21 horas na cidade.

A alegação do parlamentar era a dificuldade de acesso e retorno que envolve as partidas realizadas nas horas mais avançadas do dia. Jogos iniciados às 22 horas terminam, em média, por volta da meia-noite, quando o transporte público é mais escasso (ou até mesmo inexistente). Farias, assim, atendia a uma reclamação que volta e meia se houve nos bares por aí, e que é bem procedente - quem já foi a um jogo que começou às 22 horas e tentou voltar de ônibus sabe bem o aperto que isso representa.

A lei tinha um destinatário direto: a Rede Globo. As partidas de futebol da quarta-feira são marcadas para às 22 horas justamente para atender à programação da emissora família Marinho, que contempla a transmissão da peleja após o encerramento da novela das oito (que cada vez mais começa próxima das nove). Ou seja: Tião Farias teria um adversário de peso na disputa.

O curioso da época foi ver o apoio maciço que a Record deu ao projeto. Solidariedade ao torcedor? Que nada. A "TV dos bispos" havia acabado de perder os direitos de transmissão que compartilhara com a Globo por alguns anos, que desde então passaram para a Bandeirantes. A Record estava mordida com a perda e precisava cutucar a Globo sempre que possível. Então seus programas transmitiam reportagens sobre o projeto de Farias, entrevistas com outros vereadores favoráveis à medida, análises positivas de comentaristas e depoimentos do "povão", sempre concordantes com a lei e que contavam o sofrimento de usar o transporte público após um jogo tardiamente iniciado.

O burburinho gerado pelo assunto - inclusive aqui no Futepoca - durou menos de um mês. Em 15 de janeiro de 2007, menos de um mês após a aprovação da lei pela Câmara, o projeto foi vetado pelo recém-empossado Gilberto Kassab, que havia acabado de assumir a prefeitura na vaga de José Serra. Kassab vetou a lei alegando "inconstitucionalidade e ilegalidade", como conta a Folha. Segundo o despacho do prefeito, questões desportivas devem ser julgadas pela União e estados, e não pelos municípios, e por isso que a cidade de São Paulo não poderia tomar uma decisão desse nível.

A vida de Tião Farias a partir daí não foi fácil. Ele foi o único vereador do PSDB que participou, pra valer, da fracassada candidatura de Geraldo Alckmin à prefeitura paulistana em 2008. Fracassada também foi sua corrida para manter o cargo de vereador. Com 19.440 votos, ele foi apenas o 15º candidato mais votado do PSDB e ficou com a segunda suplência do partido.

Paulo Baier é o cara

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Todo mundo sabe que o Goiás é Brasil. Foi assim em 2007, quando o clube teve o apoio de toda a torcida brasileira – exceto a minoria corintiana – a seu favor na disputa para se manter na série A naquele ano.

Na rodada final do Brasileirão 2008, o time da região Centro Oeste volta a ser personagem principal do campeonato. Gremistas e todos os torcedores dos outros times de São Paulo que não o Tricolor Paulista são Goiás desde criancinha.


Goiás é Brasil. Mas isso não basta

Mas isso não basta. O alviverde precisa de mais. Precisa de um nome, um jogador. Alguém que faça a diferença.

A ala não-são-paulina do Futepoca tem seu candidato a herói. Um jogador que não falha na hora da decisão. E se falhou, não falhará agora. Um atleta experiente, com a cabeça no lugar. Artilheiro do time, aquele que será O cara, que fará a diferença na partida contra o favoritíssimo São Paulo. Quem vai trazer alegria para o Grêmio e para todos que não querem ver hexacampeonato nenhum. Por isso, eis a campanha:

Paulo Baier é o cara



É isso mesmo. Gremista de coração, o jogador que quase salvou os corintianos do desespero em 2007 é nossa esperança para estragar a festa do time de Muricy Ramalho. Ninguém quer saber de pênaltis errados no ano passado. Só queremos decisão. Afinal, são 14 gols em 28 jogos no Brasileirão, um a cada duas partidas.

Somente um predestinado poderia responder à insinuação de mala preta com:

– Nem quero dinheiro. Quero dar o título [ao Grêmio] de presente a meu pai.

Vai, Paulo Baier!



Divulgue

Paulo Baier é o cara

Paulo Baier é o cara

No butiquim da Política - Em causa própria

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CLÓVIS MESSIAS*

Os deputados estaduais de São Paulo apresentaram uma emenda à Constituição que prevê dobrar, praticamente, os salários da elite do funcionalismo até 2011. Os salários desses servidores serão equiparados aos dos desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo, carreira com os mais alto vencimentos no Estado, R$ 22.111,25. Hoje, há uma guilhotina que iguala o salário desses servidores ao do governador, R$ 14.850,00.

As categorias beneficiadas pelo aumento do teto são: fiscais de renda, coronéis da Polícia Militar e procuradores de autarquias. Estes servidores já têm seus salários retidos iguais ao do governador. Estas classes têm incorporações que ultrapassam o atual limite. Qualquer emenda constitucional entra em vigor imediatamente após a sua aprovação em plenário, e para isso são necessários 63 votos, dos 94 deputados. O governador nada pode fazer, cabe a ele cumprir a norma constitucional.

Embora o governador tucano José Serra tenha se manifestado contra o aumento para alguns "marajás", muitos deputados da base governistas já assinaram a proposta. Dos 13 do DEM, 11 assinaram; do PSDB, 3 dos 21; até gente da oposição já assinou a favor, como, por exemplo, 15 dos 20 do PT. O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Vaz de Lima, do PSDB, disse desconhecer o teor do projeto - mesmo depois de ter sido publicado no Diário Oficial. Porém, seu colega tucano e líder do Governo Serra no Palácio 9 de Julho, Barros Munhoz, afirmou: "O projeto é uma temeridade. Não é o momento de aumentar os maiores salários do Estado".

Segundo Munhoz, Vaz de Lima deverá apoiar o aumento do teto, já que é fiscal de rendas (na sua origem, uma das categorias beneficiadas). Prossegue o líder do governador: "O Vaz de Lima diz para quem quiser ouvir que não vota contra a categoria profissional dele, onde nasceu e onde se fez político". Ou seja: o presidente da Asssembléia Legislativa está legislando em causa própria. A sua necessidade, eleitor, será analisada quando ele precisar se reeleger. Por isso, não esqueça em quem votou para vereador e para deputados estadual e federal. Eles se escondem com grande facilidade.

*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino, dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa e colabora com esta coluna para o Futepoca.

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Balanço quase final do Brasileirão

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A uma rodada do final, não dá ainda para saber quem será o campeão e dois dos rebaixados, mas é possível fazer algumas análises sobre o campeonato.


Primeiro, o campeão, seja quem for, será o mais medíocre da era dos pontos corridos. Comparando apenas com os anos em que existem 20 times na primeirona, o atual campeão chegará no máximo a 75 pontos, se for o São Paulo, ou 72, se for o Grêmio. Em caso de o Goiás aprontar e o Galo perder para o Grêmio o campeão será definido pelo número de vitórias, 21 a 20 para os tricolores gaúchos. E será campeão apenas por esse critério, porque no saldo o SP tem 7 gols a mais.

Em 2006, o São Paulo chegou a 78 pontos, com 22 vitórias.

Em 2007, 77 pontos com 23 vitórias.

Neste ano, chega no máximo a 75, com 21 vitórias.

Mas a mediocridade não está apenas nos números. Ganha um Chicabon o primeiro a apontar dez partidas memoráveis neste campeonato cheio de altos e baixos.

Outra constatação é em relação aos rebaixados. Talvez seja excessivo o número de 4 times que sobem e descem a cada ano. Explico. Em 2007 subiram Coxa, Vitória, Portuguesa e Ipatinga. Os dois desses já estão matematicamente rebaixados.

Neste ano subiram Corinthians, Avaí, Santo André e Barueri. Quem aposta outro Chicabon que pelo menos dois desses cairão no ano que vem?

Daí ser necessário pensar se não é melhor que caiam dois diretamente e dois da primeira disputem com o terceiro ou quarto da segundona para ver com quem ficam as vagas.

Atlético-MG e Santos
Não sei o que fazer para não assistir a um jogo tão ruim quanto foi esse de domingo entre os dois times. Essa é uma das poucas críticas que tenho aos pontos corridos: é mais justo, mas proporciona partidas em que niguém tem nada a ganhar e nada a perder e um empate é bom para os dois. Com um jogo tão ruim tecnicamente, nem dá para reclamar do erro da bandeirinha, que marcou um impedimento absurdo e anulou o gol do Galo. Ninguém merecia vencer mesmo.