Compartilhe no Facebook

O meia pega a bola, avança pela intermediária. Vem o volante adversário pra dividir. Dividido fica o rival, e a bola sobra nos pés do defensor. O narrador é só elogios para o marcador. No bar, alguém, em tom saudosista e quiçá conspiratório, dispara:
– Tá loco, só tem brucutu. E esse cara ainda acha bonito: acabaram com o futebol-arte...
Robinho fazia a festa em 2002, quando o goleiro Danrlei, à época no Grêmio, avisou sobre o "risco" de "um jogador quebrar a perna dele" se os dribles continuassem. A habilidade era classificada como "antifutebol" pelo arqueiro. Até corintianos saíram em defesa de quem? Do futebol-arte.
Em setembro, quando a seleção brasileira de futebol feminino perdeu para a Alemanha, a imprensa alemã explicou: "A vitória da raça contra o futebol-arte".
Futebol-o-quê?
Eis que a mídia do país de Angela Merkel louva agora o Hoffenheim, líder e sensação da Bundesliga. Promovido da segunda divisão neste ano, o time vai bem, e o último trunfo foi atropelar por 3 a 0 o terceiro colocado Hamburgo, numa exibição (de que? De que?) de futebol-arte.
Foto: Carlosalberto.mutango.com.br
Será que o ex-gremista Carlos Eduardo (foto) tem algum papel nisso?
Deve ter corintiano se enchendo de esperança, mas que escreva depois. Minha preocupação é com esse substantivo composto empregado no título da matéria do Deutsche Welle. Na definição deles, nada de molecagem, nada de dribles: "alta velocidade e toque de bola".
O futebol-arte como símbolo brasileiro – pelo menos de 1930 até 1974, segundo Gilson Gil – é constantemente dado por morto por saudosistas de plantão. O que pode ter nascido por má-interpretação da regra tem seu abandono considerado como irremediável por pragmáticos de plantão. Neste grupo também estão os treinadores que se sucedem no comando da seleção brasileira, seja no discurso, seja na prática.
A Era Dunga, do futebol-força de Sebastião Lazaroni, foi continuada pela Era Cafu, do futebol-preparo-físico de Carlos Alberto Parreira. O processo é o de manter poucos jogadores habilidosos escalados com trombadores e muitos volantes. O que, no mínimo, reduz a lampejos as jogadas de habilidade. Antes lampejos que apagão, dirá alguém.
Se não está mais no Brasil, quem sabe tenha mesmo sido apropriado por outro país?
Bom, foi só depois de escrever tudo isso que encontrei a notícia original, em alemão, bem como a versão em inglês. Não há menção à tal arte nelas. Foi ajuste do tradutor para o português brasileiro para facilitar: é futebol bem jogado.
A seleção Argentina tem um técnico novo: Diego Armando Maradona, melhor jogador argentino de todos os tempos e segundo ou terceiro do mundo, dependendo da colocação que você der a Garrincha, substitui Alfio Basile no comando do time portenho. O ex-jogador já vinha sendo cogitado para o cargo pela imprensa, mas outros nomes disputavam a vaga, como Carlos Bianchi, Miguel Angel Russo e Sergio Batista.
Maradona tem pouca experiência como técnico, tendo comandado apenas o Racing e por pouco tempo. O fato torna sua escolha comparável com a de Dunga pela CBF, com a pequena diferença da estatura dos dois enquanto jogadores e ídolos. Mas se Maradona acertar e trouxer para sua prática de técnico o mesmo estilo e postura que o consagraram como jogador (como tragicamente faz Dunga...), os brasileiros podem começar a ficar preocupados.
Recebi de um amigo de trabalha em um banco de investimento multinacional, com sede em Nova York, recém-vendido na bacia das almas, segundo fontes.
As obras que viraram papel reciclado são Structured Products, de Roberto Knop, e Structured Credit Products, de William Perraudin.
Não há informações conclusivas a respeito do que teria feito Alan Greenspan com seu arcabouço de idéias. Vida de ex-guru deve ser dureza.
Amanhã fará quatro meses que o Bar do Vavá fechou. Às vezes, acho que é tudo mentira e que um dia ainda vou passar lá em frente e encontrá-lo aberto, como na foto acima. Que vou entrar, me esgueirar pelo estreito espaço entre o balcão e a parede, abrir a geladeira com seu pôster do Papa João Paulo II colado, pegar a cerveja e usar o abridor pregado na esquina do balcão com um barbante milenar. Que o João vai explicar mais uma jogada do Pelé. Que vou ouvir mais um trocadalho do Vavá. Mas não. (...) Eu mesmo, com meus próprios olhos, vi os pedreiros destruindo tudo o que havia restado naquele recinto. Nem uma lasca de ladrilho consegui aproveitar. É uma desolação. Ou, como diriam João Nogueira e Paulo César Pinheiro, mais ou menos isso:
Anoiteceu
Outra vez vou sair
Sem nada a esperar
Sem ter pra onde ir
Vou caminhar por aí a cantar
Tentando acalmar as tristezas por onde eu passar
A minha vida boêmia de bar em bar
É o meu amor sem paz
Por um amor vulgar
Que me abandonou
Chorando os meus ais
Me deixando também por maldade
Saudades demais...
Durante a abertura da 28ª Bienal de São Paulo, no domingo, dia 26, um grupo de 40 pichadores decidiu "arrombar a festa" dos culturetes e afins no Parque do Ibirapuera. Munidos com tinta em spray, eles invadiram o segundo andar do prédio rabiscaram nas paredes símbolos e frases como "Fora Serra" (acima) e "Isso que é arte" - em resposta á decisão da a curadoria da mostra de reservar aquele espaço para discutir a "crise da arte". A polícia baixou e pegou como bode expiatório uma jovem de 23 anos. "É o protesto da arte secreta", disse ela. As portas da Bienal foram fechadas, causando tumulto, mas metade do grupo conseguiu se misturar aos freqüentadores e escapar. A outra metade quebrou vidros e também zarpou fora.
É fato que muita gente não gosta dos pichadores ou do que eles fazem. Mas não quero, aqui, tratar da questão estética. Historicamente, a pichação sempre foi usada para protesto político (vide foto à esquerda, dos tempos da ditadura militar). O "Fora Serra" confirma isso. Não por outro motivo, como ocorreu no domingo, os governantes sempre mandaram a polícia em cima. Daí, a criminalização generalizada é inevitável. Recentemente, em Brasília, a Secretaria de Segurança Pública lançou um programa que pedia para os pais vigiarem os filhos para identificar potenciais pichadores. Um policiamento amedrontador.
Vejo muito exagero nisso tudo. Claro que ninguém tem o direito de sair pichando qualquer coisa em qualquer lugar, e há legislação para punir isso. Mas, como disse antes, há o contexto político. Na primeira versão de "Como vovó já dizia", Raul Seixas resumiu: "Quem não tem papel dá o recado pelo muro/ Quem não tem presente se conforma com o futuro" (o trecho foi censurado e ele teve que mudar para "Quem não tem filé come pão e osso duro/ Quem não tem visão bate a cara contra o muro). Na foto à direita, vemos outro exemplo de alguém que "deu o recado". Não sei até que ponto a propaganda eleitoral nos muros, painéis, bandeiras e outdoors espalhados aos milhares pela cidade é menos agressiva ou poluidora. E não deixo de respeitar a ousadia dos que foram à "festa dos contentes" na Bienal para cuspir no bolo. Se os bem nascidos chiam, é porque "Narciso acha feio o que não é espelho". É hora de debater melhor essa manifestação popular.
Todo mundo sabe que os candidatos Geraldo Alckmin, do PSDB, e Marta Suplicy, do PT (fotos à direita), foram os grandes derrotados nas eleições municipais de São Paulo. E essa também é a avaliação da maioria dos deputados e assessores aqui no Palácio 9 de Julho. Segundo se afirma, o remédio principal para os dois será o tempo. As projeções de um mês atrás não servem para mais nada, devido os resultados atuais. Aqui no buteco especulam-se nomes para as futuras eleições majoritárias. Os partidos não rejuvenesceram, não apareceram novos líderes. As agremiações, em nome dos debates internos, sufocam novidades administrativas. Os militantes votam em cima do convencionalismo partidário e, conseqüentemente, o novo desaparece. Nesse momento, as conversas vão do céu ao inferno num estalar de dedos.
Amuados, os perdedores estão retornando com a impressão de que a Assembléia Legislativa não os projeta, não lhes dá destaque. Mas os culpados são eles mesmos, já que não sabem politizar os debates sócio-econômicos (afinal, o poder se destaca através dos seus membros). A verdade é que as convenções partidárias, com ou sem acordos, deixaram hematomas que não desaparecerão tão cedo. Dessa vez, a omissão das direções partidárias não foi o senhor da sabedoria. No PSDB, como se nada estivesse acontecendo, Aloysio Nunes Ferreira, chefe da Casa Civil do governador José Serra, continua acertando os ponteiros com o PTB, PV, PR e PMDB. Ninguém faz contraponto, mas o partido está em notória ebulição.Do outro lado, com sua forma descontraída de participar da eleição, votando em Luiz Marinho (foto à esquerda) para prefeito de São Bernardo do Campo, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, projetou um novo líder petista estadual. Agora, com quase todos os nomes desgastados no PT, Marinho surge como um nome forte para futuras eleições. Numa das mesas alguém comenta que ele é um sindicalista vencedor. Como líder metalúrgico, por hábito, ouve bastante antes de tomar atitudes. Está na hora do partido voltar às origens, mas com novas lideranças. Na capital, o PT perdeu nas zonas Leste e Sul da capital e também nos bolsões da classe média. As propostas, aqui no buteco, são de reestruturação total. Lógico, isso é um pouco de exagero. Mas o novo é a construção.
Já os DEMocratas, vencedores na capital com Gilberto Kassab, não se abalam. Continuam compondo chapas. Estão contentes aqui no Legislativo de São Paulo.
Há pouco menos de um ano o Futepoca ganhava sua primeira premiação. Em dezembro, era eleito o melhor blogue esportivo de 2007 pelo Best Blogs Brazil, com 38% dos votos. Entre os concorrentes, só sites de alto nível, uma disputa pra lá de difícil.
Desde essa época, ficamos mais conhecidos. O post a respeito do "marketing viral" e a Nike repercutiu em veículos como Folha de S. Paulo (para assinantes), Lance! e uma infinidade de blogues. Fomos citados também pelo programa Cartão Verde, da TV Cultura, e o ex-jogador Sócrates ficou impressionado com a história do prefeito que salvou sua cidade enchendo a cara. Fora isso, menções no Blag (não é erro de ortografia não) do Mauro Beting, do José Roberto Torero (aqui e aqui) e a recomendação de leitura do Ricardo Noblat. Tudo aliado a um crescimento no número de acessos e de assinantes de feed, leitores fiéis que às vezes, com um único comentário, fazem o nosso dia genuinamente mais feliz.
Hoje descobrimos outro motivo pra sorrir. O Futepoca foi indicado como um dos onze melhores weblogs em língua portuguesa pelo The BOBs, principal premiação de blogues do planeta. Motivo pra comemorar, mas também pra sonhar um pouquinho mais querendo, quem sabe, levar o prêmio do júri popular.
Reprodução
Tela do prêmio descreve o Futepoca
Para quem quiser dar uma forcinha pra esse blogue, tocado a duras penas por gente que tem que cavar tempo no dia-a-dia para fazê-lo, a gente agradece a força, o apoio, a divulgação. Agradece até a cerveja, se você quiser contribuir dessa forma.
E à vitória.
Ou, se não for possível, pro bar...
Ah, sim: Pra votar na gente
Vote:Futepoca no The Bobs
E, se quiser, comente lá também.
Entramos na decisiva semana do GP Brasil. Como sempre nessas ocasiões, TV Globo, sites e jornais começam a inventar de tudo para prender a atenção da audiência. E nesse ano há um fato novo para esquentar o noticiário e deixar as amígdalas do Galvão Bueno quase tão irritadas quanto eu com o seu forçado patriotismo: a improvável possibilidade de Felipe Massa conquistar seu primeiro título mundial. Se esse milagre acontecer, pela primeira vez um piloto brasileiro comemorará um mundial do lado da sua torcida. Mas peço a permissão dos meus leitores para tratar deste GP na próxima coluna, com o campeão definido. Volto 34 anos no tempo para relembrar uma história que alguns fãs mais novos de F-1 talvez desconheçam. Estou falando do infame GP Presidente Médici, como infortunadamente foi chamada a "prova" que inaugurou o Autódromo Internacional de Brasília (acima, à direita), em 1974.
No auge do chamado "milagre econômico" e também da crise do petróleo, Médici e seus asseclas pressionaram os organizadores do legítimo GP do Brasil para levar o circo à Brasília após a disputa da prova em Interlagos. A milicada queria inaugurar mais um de seus brinquedinhos, só que em grande estilo. E para isso não se contentava com um provinha de F-2 ou Fórmula Super V qualquer. Desejavam a maior categoria do automobilismo mundial. E conseguiram - ao menos em parte. A prova foi disputada em 3 de fevereiro de 1974, uma semana após a corrida em Interlagos. Foi considerada extra-campeonato, pois não contou pontos para o Mundial. O então campeão mundial Emerson Fittipaldi (foto à esquerda), em seu primeiro ano de McLaren, foi peça chave na realização do evento. Ele trabalhou nos bastidores para convencer seus colegas e donos de escuderia a ficar mais uma semana no País e participar do espetáculo armado pelos chefes da temida equipe verde-oliva.
Mas nem todos cederam aos seus argumentos. Apenas oito equipes e 12 pilotos foram à capital federal. Ferrari e Lotus, duas das maiores equipes da história da F-1, recusaram o convite da farsa vencida por Emerson em 1 hora, 15 minutos e 22 segundos. Na seqüência, chegaram Jody Scheckter, da Tyrrel (foto à esquerda), e Arturo Merzário, da Iso-Williams. No Youtube, há um vídeo assinado pela TV Cultura que mostra a volta da vitória e os três primeiros subindo ao palanque no qual receberam os troféus das mãos ensangüentadas de Médici e de seus colaboradores. Mas nem tudo se perdeu nesse GP. Foi ali que o tri-campeão mundial Nelson Piquet teve o seu contato inicial com a categoria. Além de ter pulado o muro e se escondido nos boxes, Piquet conseguiu fazer um bico na corrida.
Ele ficou segurando o guarda-sol que protegia o argentino Carlos Reutmann, então na equipe Brabham. Quem poderia imaginar que, sete anos depois, Piquet, ao volante dessa mesma Brabham, conquistaria seu primeiro título mundial? E justamente contra Reutmann? Aquela foi a última vez que tricampeão precisou pular o muro do circuito. Hoje, o autódromo leva o seu nome. Coisa que só um Piquet é capaz de fazer.
A Fiel já sabe e já contou pro resto do povo, mas eu vou dizer outra vez: o Corinthians já está classificado para disputar a Série A de 2009. Com seis rodadas de antecedência, abre 19 pontos de vantagem sobre o quinto colocado (o primeiro fora da zona de classificação) e não pode ser mais ultrapassado.
No resumo do meu pai, seu Manoel Ribeiro, após o apito final do jogo contra o Ceará, ocorrido sábado, no Pacaembu, e que acompanhamos pelo rádio: “Arrebentamos com os caras, filho!”
Pois é, a tal da Série B se mostrou bem fácil para o Corinthians, para tranqüilidade da Fiel e dissabor da ampla, vastíssima massa de secadores que o clube arrebanhou nestes anos todos. Meu já citado pai provavelmente vai poder dizer que foi por muito pouco que não ganhou a ambiciosa aposta que fez logo no início do campeonato com um sãopaulino freqüentador do mesmo boteco que ele, de que o Timão subiria sem perder nenhum jogo. Até agora, foram só dois, contra Bahia (0 x 1 no Pacaembu) e Vila Nova (2 x 1 em Goiânia). Aliás, é possível que se confirme o prognóstico feito pelo santista Glauco num boteco, acho que no segundo ou terceiro jogo da Série B: “Fica tranqüilo, Corinthians de zero a três derrotas na Série B”.
Não segui a princípio o conselho do camarada. Fiquei bastante apreensivo e por um bom tempo. Aprendi em 1993, depois do gol-porquinho de Viola, que cantar vitória antes da hora não faz bem a ninguém. Pois cantemos agora, todos juntos. Pode ser a música escolhida pela diretoria para celebrar o retorno, “O Portão”, de Roberto Carlos. Mas quem não gostar, que escolha sua canção de redenção, retorno, vitória. O Timão merece.
Futuro
Sei que o momento é de festa, mas já começo a me preocupar com a temporada de 2009. A primeira pergunta é se o time montado pelo Mano Menezes segura a onda da Série A. A outra é se será esse time mesmo que vai disputá-la.
Sobre o time, acho que não fica devendo tanto para outros elencos da primeira divisão desse ano. Com mais uns dois ou três reforços segura bem a onda e pode disputar uma vaga na Libertadores. Eu diria que um lateral-direito, um zagueiro e um meia melhorariam o elenco. Mas a principal carência é no ataque, de preferência um centroavante. Para o setor, o Lance! de hoje afirma que o time procurou o Botafogo para tentar trazer Jorge Henrique. Antes disso, falou-se em Deivid, o que seria uma excelente opção.
Essa é a visão otimista. Cabe aqui lembrar que algumas das peças principais do Corinthians, como Douglas e Morais, já disputaram a Série A e seus times não tiveram desempenhos grandiosos. Se Douglas estava no pequeno São Caetano, Morais estava no Vasco. A saber como se comportarão juntos.
Isso nos leva ao outro ponto: será que eles estarão juntos? Matéria da Folha de hoje fala, com um inegável tom de torcida contra, da situação dos jogadores. Felipe, André Santos, Dentinho e Douglas estariam sendo oferecidos pela diretoria para negociações com o futebol europeu. O que considero burrice, pois os caras podem se valorizar muito mais disputando a elite do que na Série B. Além disso, há jogadores que não têm contrato com o clube e que podem ser levados por seus reais “proprietários”, como Elias (fatiado entre Traffic e o agente CarlosLeite), Morais (emprestado pelo Vasco) e Herrera (do clube argentino Gimnasia y Esgrima, ao San Lorenzo e ao agente Raul Delgado, que pedem US$ 3 milhões pelo passe do rapaz).
Também deverão sair outros, como Denis, Marcel, Perdigão (da lista dos que já vão tarde), Bebeto, Careca, Alves, Rafinha, Almeida (da lista dos que eu nem sei o que estiveram fazendo ali) e, segundo a Folha, o lateral direito Diogo, contratado há cerca de um mês junto ao Sport Recife. Se for verdade, será o negócio mais ridículo da história. Quer dizer, depois de “doar” o Dinelson para o Coritiba. Ah, sim, tem ainda Lulinha, que pode ser emprestado para ganhar experiência, ausência que seria comemorada por boa parte da torcida.
Enfim, ainda há um longo caminho até o ano que vem. Com a volatilidade dos elencos de hoje, é difícil prever qualquer coisa. Só podemos rezar (e cobrar) para que a diretoria faça um planejamento decente.
Domingão de calor incessante na capital paulista, sem futebol e com o Kassab dando uma sova na Marta Suplicy. Depois de votar junto com minha filha Liz, de 6 anos, passei na casa do compadre Luciano e, automaticamente, fomos para o bar molhar a goela e observar a profusão de moçoilas em trajes mínimos nessa temperatura infernal (tinha até gente de biquini!). O problema é que o companheiro está tomando antibiótico e, por isso, atravessa o deserto desses dias apenas com cerveja sem álcool. Pior: ele está acostumado a beber a marca Kronembier e o buteco só tinha Liber (foto). Sem opção, resolveu encarar. Como eu nunca tinha tomado cerveja sem álcool na vida, e também por solidariedade, resolvi experimentar um copo. Apesar de estar bem gelada, não passei do segundo gole: acho que foi uma das coisas mais ruins que já bebi. Pedi uma cerveja "normal" no mesmo instante, pra tirar o gosto horrível da boca. E o copo cheio de Liber ficou ali, abandonado e pegando sol. Chegou uma hora que o treco esquentou e começou a exalar um odor nauseabundo, nos obrigando a virar o copo na sarjeta. Quando voltei pra casa, minha filha Liz falou pra mãe dela: "-O papai tomou uma cerveja que tinha cheiro de sabão". Definição perfeita - e não era só o cheiro, mas o gosto também! Viáfara nos defenda!
"Taticamente é um time que tem condições melhores de jogar fora de casa. Temos uma marcação forte, uma bola aérea muito boa e vamos jogar em campos maiores que o nosso. Tudo isso soma." Era assim que o treinador do Figueirense, o retranqueiro assumido Mário Sérgio, justificava a preferência por atuar fora de casa. Afinal, foi assim que ele empatou com o Palmeiras no Palestra, por exemplo. Ao contrário do que mostra a tabela, a equipe catarinense é “encardida”.
Três a zero. Placar do primeiro tempo que puniu a opção de Vanderlei Luxemburgo de entrar com três volantes no meio, Jumar na lateral-direita e apenas Evandro para levar a bola para Alex Mineiro e Kléber. Puniu como poucas vezes me lembro de ter visto.
A opção pela retranca fora de casa poderia até ser justificada. Enfrentar o Fluminense no Maracanã não tende a ser fácil. Entrar em campo, na casa do adversário, contra uma equipe que luta para fugir das últimas colocações, é um jogo que exige atenção.
Mas três volantes e só um lateral. E ainda assim conseguir deixar abertos buracos com a movimentação do ataque do tricolor carioca. Que retranca bem montada, hein?
Ainda no primeiro tempo, o treinador sacou Martinez para pôr Denílson. O placar permaneceu inalterado, e um milagre – refiro-me a uma reação que levasse ao empate – não foi além de sonho de torcedor.
Três a zero. Pela terceira rodada consecutiva o Palmeiras perde posições. De primeiro a segundo, a terceiro e, agora, a quinto. Detalhe: o cruzeiro nem precisou terminar o jogo para isso acontecer.
Na hora de separar os "hômi dos minino", quer dizer, as últimas três rodadas, parece que um time está mostrando que está no segundo grupo. Se resolver mostrar o contrário nas próximas três rodadas, é capaz de só conseguir atrapalhar o Grêmio.
E brigar pela Libertadores? Vou parar de escrever para não xingar.
Tarde (alvi) negra
Quando ouvi rojões de tarde, depois do segundo gol do Fluminense, pensei que eram sãopaulinos secando o Verdão. Depois me dei conta de que era a torcida do Corinthians vibrando. Não sei qual das hipóteses eu preferia. Que se manifestem os corintianos do Futepoca.
Amparado pela sua alta popularidade, um mandatário decide lutar pelo direito de disputar mais uma eleição para permanecer em seu posto. Alega que tem o apoio das bases e é o melhor nome para chefiar o executivo num momento de crise. Consegue modificar a lei e desponta como favorito para as eleições que, em tese, nem deveria disputar.
Bolívia? Venezuela? Equador? Que nada. Estamos falando dos Estados Unidos - e mais especificamente de Nova York, a cidade mais importante do mundo.O político em questão é o republicano Michael Bloomberg (foto). Ele assumiu a prefeitura da cidade pouco após os atentados de 11 de setembro de 2001, substituindo Rodolph Giuliani. Fez uma gestão das mais populares e agora, quando deveria largar o osso, mexeu os pauzinhos para buscar a continuidade na prefeitura.
A mudança na lei que permite sua candidatura foi aprovada pelo Conselho da Cidade (espécie de Câmara dos Vereadores local) nessa quinta-feira (23), por estreita margem de votos: 29 a 22. Com a decisão, Nova York modifica política que vigorava desde a década de 1990, que determinava que um prefeito poderia reeleger-se apenas uma vez.
Não entendo muito da política dos EUA, e sei que lá cada estado faz a sua legislação. Pode ser que a reeleição ilimitada para o executivo não seja algo tão anormal assim. Mas para mim é algo que soa um tanto quanto curioso, estranho. Os Estados Unidos, país que se intitula o farol da democracia mundial, permitirem que um político se perpetue no poder por ter boa aprovação popular, e até aceitarem uma modificação na lei por conta disso... se fosse aqui no Brasil, tenham certeza que trombetas apocalípticas soariam aos montes.
É incrível, mas é verdade. Ainda esperançosa em reverter a punição imposta pela Federação Internacional de Natação, que a baniu da modalidade, a ex-medalhista Rebeca Gusmão vai agora tentar a sorte no futebol feminino. Ela já vem treinando entre universitárias e vai disputar a Liga Nacional pelo time brasiliense Ascoop.A moça cursa Educação Física na Uniceub, onde defende o time de futsal. Mesmo sem ter estreado profissionalmente, ela já apresenta uma contusão de boleiro: uma fratura na tíbia por estresse a impediu de iniciar os treinos no seu novo clube, que só devem iniciar na semana que vem.
Rebeca não receberá remuneração no período em que atuar e o presidente do clube já definiu seu estilo: centroavante trombador. "A Rebeca é muito forte, é atacante, e vamos trabalhar muito para transformá-la em um Adriano, para que ela use a força e o talento na hora de fazer os gols", declarou Arnaldo Freire ao Uol . Então tá.
Mesmo integrada ao ludopédio, ela ainda espera reverter o banimento na Corte Arbitral do Esporte, em julgamento que deve ocorrer até o final do ano. Para quem não lembra, Rebeca foi flagrada duas vezes em exames antidoping que acusaram o uso de testosterona. Uma vez no Troféu Brasil de Natação, em 2006, e depois nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007.
Nas eleições de 2004, em Mauá, minha cidade natal e domicílio eleitoral, o candidato petista Márcio Chaves teve sua candidatura cassada pela justiça eleitoral. O processo começou com uma representação apresentada pelo vereador Manoel Lopes, então no PFL, que viria a se tornar DEM, por uso da máquina administrativa municipal para fazer campanha. O crime foi a exposição Túnel do Tempo, criada pela gestão de Oswaldo Dias (PT, então em seu segundo mandato) para comemorar os 50 anos de emancipação da cidade, comemorados naquele ano.
Marcio venceu o primeiro turno, com 91.910 votos (45%) contra 79.584 votos (39%) do segundo colocado Leonel Damo, do PV. O candidato verde é um tipo de Paulo Maluf mauaense. Foi prefeito na cidade duas vezes, fez um monte de obras do tipo asfalto, prédios públicos, essas coisas de empreiteiras, ganhou uma penca de dinheiro. Tem esquemas com os principais empresários, como o famigerado Baltazar, proprietário das empresas de ônibus. É dono de uma casa que é uma espécie de sítio num bairro central da cidade, ocupando uns dois ou três quarteirões murados. Hoje, como em 2004, é visto como ultrapassado e corrupto e enfrenta uma rejeição enorme. Enfim, o petista tinha boas chances de vencer a disputa no segundo turno.
Mas a juíza eleitoral Ida Inês Del Cid aceitou o pedido e cassou Marcio. Não satisfeita, poucos dias depois da primeira decisão, proclamou Damo eleito. A decisão da juíza mostrar-se-ia acertada, mas um pouco apressada: recursos petistas ao TRE e TSE prolongaram a indefinição sobre as eleições por mais ou menos um ano, até que Damo fosse oficialmente empossado (nesse período, o então presidente da Câmara, Diniz Lopes – irmão mais novo do Manoel que fez a representação – governou a cidade interinamente, aumentou os salários dos servidores e formou uma base de eleitores que lhe rendeu 17% dos votos em 2008, quando se candidatou a prefeito).
Eu me lembro de passar pela malfadada exposição Túnel do Tempo. Era uma espécie de tenda em forma de, bem, túnel, com imagens históricas, alguns textos, coisa e tal, colocada no centro da cidade. Não vi nada demais e estranhei quando veio a notícia da cassação com base naquilo. Depois me explicaram que fazia parte da exposição um vídeo que tinha menções positivas a Marcio Chaves, que era secretário de Saúde na administração Dias. Segundo matéria que resgatei do Terra: “De acordo com a decisão, a exposição foi realizada fora do prazo legal de três meses que antecedem as eleições. Pires teria infringido o Artigo 73 da Lei Eleitoral, que caracteriza o ato de propaganda institucional proibida.”
Pois bem. A justiça eleitoral considerou justa a cassação da candidatura de Marcio Chaves por conta de um vídeo em uma exposição realizada por alguns dias no centro da cidade, o que provavelmente deve estar certo. Mas cabem algumas ponderações. Mauá não é São Paulo, mas é uma cidade grande, com mais de 200 mil eleitores. O tal vídeo poderia ter algum efeito, mas não creio que fosse determinante. Tanto que os jornais da região deram (me lembro bem) a foto de Damo sendo prematuramente empossado pela juíza, mas não fiquei sabendo de nenhuma repercussão ao tal do vídeo antes da decisão da justiça.
Agora, a mesma justiça aprecia o pedido de cassação da candidatura Kassab. Todo mundo no estado de São Paulo sabe qual foi o fato que levou ao pedido, o tal do checão. E todo mundo sabe porque a foto do ato apareceu na capa dos dois maiores jornais do estado e do país. E Kassab não é secretário municipal, é o próprio prefeito. E apareceu do lado do governador do estado, seu principal apoiador e padrinho político (atual, antes ele teve outros).
E a decisão (tanãm!) é uma multa de R$ 5.320,50. A diferença de pesos e medidas sempre me impressiona.
PS: Para quem tiver paciência, veja aqui um vídeo que demonstra o alto nível da argumentação contra os petistas na cidade.
Foto: Tiffany Brown/Reuters/G1
Depois do surto de circular montagens de fotos da governadora do Alasca e candidata à vice-presidência dos Estados Unidos pelo partido republicano, Sarah Palin, o fetiche foi mais longe. Um concurso organizado por uma casa para cavalheiros (com o perdão do eufemismo), prometeu US$ 10 mil para a dançarina mais parecida com a candidata. A vencedora também ganharia uma viagem à capital Washington, em janeiro, para a posse. O release está aqui.
Sósias de todo o país teriam sido chamadas, segundo os organizadores. Para ganhar, era preciso angariar votos do público presente ao participar de uma espécie de debate - cujos detalhes não foram explicados - e ser parecida com a governadora do Alasca em trajes de banho. Quer dizer...
Fixação
Antes, o fetiche de estadunidenses por mulheres de biquini e rifles na mão fez circular fotos montadas rapidamente desvendadas ao serem encontradas as originais. O jornal britânico Daily Mail apresentou ainda outras imagens falsas, incluindo uma em que Palin é apresentada justamente como stripper.
Circula um vídeo que a vice de McCain tenha sido a segunda colocada no concurso de Miss Alasca de 1984. Há quem garanta que seja verdadeiro.
O programa de humor Saturday Night Live também embarcou na piada fácil, com a comediante Tina Fey no papel da vice. Foi a maior audiência do programa em 14 anos, segundo dados oficiais.
O Telegraph fez uma lista de atrizes parecidas. Tem galeria de imagens montadas para ridicularizá-la e anúncio classificado (de veracidade questionável) para sócia da personalidade para filme pornô. Mas a peça mais bizarra que encontrei foi esta montagem de striptease.
Como não têm fim as bordoadas, até o usual (e com contornos machistas) debate sobre o quanto Palin gasta com roupas, entra na história. Hillary Clinton passou por questionamento semelhante.
Jogando diante de suas torcidas, Grêmio, São Paulo e Flamengo fizeram o dever de casa ontem. O líder venceu o Sport por 1 a 0 em Porto Alegre, o time de Muricy Ramalho virou o jogo para 2 a 1 contra o Vitória (foto - Marcelo Ferrelli/ Gazeta Press) e o Flamengo atropelou o Coritiba com um sonoro 5 a 0 no Maracanã. Com isso, o Grêmio manteve a ponta, o São Paulo assumiu a vice-liderança e o Flamengo entrou no G-4, em quarto lugar, atrás do Cruzeiro (o Palmeiras, por enquanto, é o quinto). Amanhã, o Cruzeiro vai a Coritiba enfrentar o Atlético-PR e o Palmeiras viaja ao Rio para pegar o Fluminense. Pressionados, os visitantes precisam vencer para recuperar, respectivamente, a segunda e a terceira posição na tabela. O mais interessante é que os dois, nas próximas rodadas, encaram o líder Grêmio. Confira o caminho de cada um nas últimas sete rodadas do Brasileirão:
GRÊMIO
Cruzeiro (29/10 - fora)
Figueirense (02/11 - casa)
Palmeiras (09/11 - fora)
Coritiba (16/11 - casa)
Vitória (23/11 - fora)
Ipatinga (30/11 - fora)
Atlético-MG (07/12 - casa)
SÃO PAULO
Botafogo-RJ (29/10 - fora)
Internacional (02/11 - casa)
Portuguesa (08/11 - fora)
Figueirense (16/11 - casa)
Vasco (23/11 - fora)
Fluminense (30/11 - casa)
Goiás (07/12 - fora)
CRUZEIRO
Grêmio (29/10 - casa)
Goiás (02/11 - fora)
Fluminense (09/11 - casa)
Náutico (16/11 - fora)
Flamengo (23/11 - casa)
Internacional (30/11 - fora)
Portuguesa (07/12 - casa)
FLAMENGO
Vitória (29/10 - fora)
Portuguesa (01/11 - casa)
Botafogo-RJ (09/11 - fora)
Palmeiras (16/11 - casa)
Cruzeiro (23/11 - fora)
Goiás (30/11 - casa)
Atlético-PR (07/12 - fora)
PALMEIRAS
Goiás (29/10 - casa)
Santos (02/11 - fora)
Grêmio (09/11 - casa)
Flamengo (16/11 - fora)
Ipatinga (23/11 - casa)
Vitória (30/11 - fora)
Botafogo-RJ (07/12 - casa)
A prefeitura do Rio de Janeiro conseguiu, nessa quinta-feira (23), que a Justiça estadual acatasse decreto seu que determina a proibição da venda de bebidas alcóolicas nos postos de combustível da cidade. A intenção da administração municipal é evitar acidentes de trânsito.
Pelo que parece, a medida não deve vingar de imediato. Na verdade, o que o Tribunal de Justiça do estado fez foi revogar uma liminar que autorizava a comercialização do mé e seus derivados nos postos. Então a coisa ainda deve correr um pouco nos tribunais até que vingue de vez - ou não. Leia mais aqui.
Não sei como é no Rio, mas acredito que não deva ser muito diferente do que ocorre em São Paulo. Por aqui, os postos de combustível - e, principalmente, sua lojas de conveniência - têm um faturamento com bebidas que deve superar o dos bares, creio eu. Passar em qualquer posto badalado (sim, os postos viraram points noturnos, e seguem até os hábitos das casas mais tradicionais do ramo) no finais de semana por volta das dez da noite é ter a certeza de encontrar alguma fila na hora de passar no caixa.
Há dois tipos de clientes dos postos: os que adquirem sua cerveja no local por conta da comodidade (estão sempre abertos e, mesmo com filas, comprar ali é mais rápido do que fazê-lo em um supermercado) e os que realmente gostam de ficar no posto. Encostam o carro ali, compram uma ou mais cervejas e fazem do local seu verdadeiro recinto noturno.
Da minha parte, caso a medida pegue a Via Dutra e vigore aqui em São Paulo, sentirei a falta dos postos por conta da comodidade. Porque ficar em posto como se fosse barzinho bom é um negócio que nunca entendi. Não tem lugar pra sentar, os preços são caros, o ambiente não é agradável e afirmo sem medo de errar que a presença de mulheres é em média inferior aos 25% - o que estraga a paisagem, ao menos no meu humilde julgamento.
É claro que vão fazer de tudo pra não dar em nada, mas não custa registrar: o promotor eleitoral Eduardo Rheingantz apresentou parecer favorável à ação em que Marta Suplicy (PT) pede a impugnação da candidatura de Gilberto Kassab (DEM), com quem disputa a Prefeitura de São Paulo. Em solenidade na quarta-feira passada, dia 15, o atual prefeito repassou R$ 198 milhões ao governo do Estado para investimentos em obras do metrô. No ato, em que recebeu uma réplica de um cheque de 1 metro e meio das mãos de Kassab, o governador José Serra (PSDB) exaltou a parceria com o prefeito. O parecer do procurador é levado em conta pelo juiz eleitoral no momento de proferir a decisão final no processo. A representação ainda será julgada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) da capital paulista e Kassab só tem a candidatura cassada caso a decisão seja confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Pergunta que não quer calar: por que, em vez de dar dinheiro ao metrô, a Prefeitura de São Paulo não faz o dever de casa e resolve os problemas do trânsito que são de sua própria alçada?
O TRE deve julgar o pedido nos próximos dias. O TSE anunciou que vai acelerar o julgamento dos recursos de impugnação de candidaturas para que não haja atraso até a posse dos eleitos. A representação foi protocolada no último dia 17 por Marta, que acusa - corretamente - Kassab de utilizar a máquina na campanha à reeleição. A foto com Serra e o cheque foi veiculada no site do candidato. "Com efeito, os representados - especialmente o presidente do Metrô e o candidato Kassab, que são agentes públicos - usaram bens públicos móveis e imóveis para fins eleitorais", diz o procurador, no parecer. "De fato, fosse uma mera cerimônia administrativa de repasse de recursos, -como sustentam os representados -não precisava ser um espetáculo, que contou inclusive com artifícios visuais", completou o procurador, que defende que a representação deve ser julgada procedente.
Cinicamente, a assessoria do candidato do DEM alega que a cerimônia foi realizada respeitando-se a legislação eleitoral. A mídia finge que acredita e todo mundo fica feliz. Ah, se fosse a Marta a fazer um negócio desses...
Ps.: Visite o blogue coletivo clicando aqui e veja outros motivos para apostar na virada de Marta Suplicy no segundo turno.
Atualização:
• Só multa: "Justiça" eleitoral premia crimes
• Kassab e Marta vão recorrer de decisão sobre "checão do metrô"
No domingo, 19, como preâmbulo do clássico entre Palmeiras e São Paulo, parte dos autores do Futepoca se reuniu em um evento propício (churrasco) para realizar a primeira edição do:
Leio hoje, no Lance!, que o vice-presidente do Botafogo-RJ, Carlos Augusto Montenegro, admitiu que o elenco do clube carioca está rachado: Lúcio Flávio, Túlio e Wellington Paulista estariam liderando um dos grupos e Carlos Alberto (à direita) e Diguinho, outro. "Carlos Alberto não está sendo profissional. Por causa de um ato idiota contra o Grêmio, poderia não jogar mais em 2008. Ele não tem solidariedade e respeito ao Botafogo", disparou Montenegro. Difícil dar crédito irrestrito a afirmação de um cartola, mas que Carlos Alberto tem dado motivos para ser criticado, não resta dúvida. Ou alguém se esqueceu do nebuloso episódio de sua saída do São Paulo?
De dois anos para cá, o meio-campista nunca mais foi o mesmo das boas atuações por Fluminense e Porto, no início da década. Contratado como galático (sic) pela malfadada MSI, por cerca de R$ 22 milhões, Carlos Alberto teve desempenho irregular na conquista do também nebuloso Campeonato Brasileiro de 2005 pelo Corinthians. Depois do quebra-pau na eliminação da Libertadores de 2006 para o River Plate, em pleno Pacaembu, o clima pesou. Emerson Leão assumiu o alvinegro paulistano e o jogador começou a mostrar seu lado bad boy: em um jogo pela Copa Sul-Americana contra o Lanús, foi substituído ainda no primeiro tempo e ficou irritado, ofendendo ostensivamente o treinador. O Corinthians perdeu e foi eliminado da competição e, alguns dias depois, Leão decidiu afastá-lo do grupo.
Carlos Alberto voltou ao Fluminense, discreto, e em seguida teve uma experiência ruim no alemão Werder Bremen, onde passou a maior parte do tempo contundido. Visivelmente fora de forma (eufemismo camarada para gordo), o meio-campista desembarcou no Reffis do São Paulo para se recuperar e, de quebra, conseguiu um contratinho de empréstimo - fato que não foi comemorado por nenhum são-paulino. Não jogou quase nada no Tricolor, marcou só um golzinho e saiu mais cedo, depois de se meter em outra confusão. Pouco depois, ainda foi flagrado debochando de um colega de profissão. Agora, está dando o que falar no Botafogo. O que passa pela cabeça desse jogador? Custa muito ficar quieto e cumprir contrato, mesmo na reserva, mas lucrando milhares de reais? Sinceramente, não compreendo.
É verdade que foram dois gols anulados. Um não marcado, outro que pede a leitura do post até o final. Mas o retrospecto não evitou o placar no final da partida: 1 a 0 para os visitantes do Argentino Juniors.
Pior do que perder em casa é ter dois expulsos nos últimos minutos (Evandro e Gladstone) em jogadas que indicam descontrole emocional. Pior do que isso é, passado o apito final, ver Léo Lima desgovernado, segundo o repórter de campo da TV Bandeirantes Fernando Fernandes, começando briga com os adversários. O GloboEsporte fala em soco em Escudero, o autor do gol.
Mais um tipo de ale tradicional inglesa que é assim designado por passar por um processo de envelhecimento após a primeira fermentação - similar às porters clássicas. Assim como as Baltic Porter, já comentadas aqui no blogue, as Old Ale também têm a característica de poderem ser guardadas algum tempo antes de se consumir. E pode apresentar algumas variações. "A presença de álcool e o carácter encorpado e complexo fazem com que sejam uma excelente companhia nas frias noites de inverno", recomenda Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo. Como exemplos de Old Ale, ele cita a Theakston Old Peculier (foto), a Portland Benchmark Old Ale e a Fish Tale Old Woody English Old Ale.
Foram sorteados hoje os grupos da fase final das eliminatórias africanas para a Copa do Mundo de 2010. O regulamento agora é bem simples - são vinte seleções divididas em cinco grupos com quatro equipes cada. Jogam todas contra todas dentro do grupo e o campeão de cada chave garante vaga no Mundial. Serão seis seleções africanas no total: as cinco classificadas nessa disputa e, evidentemente, a África do Sul, país-sede do certame.
A parada mais difícil ficou no Grupo A. Lá estão as tradicionalíssimas seleções de Camarões e Marrocos, o emergente Togo e os coitados do Gabão. Desde já temos que escolher: Adebayor ou Eto'o na Copa?
O Grupo B também reúne duas seleções com participações cativas em mundiais recentes, Nigéria e Tunísia. Completam a chave Moçambique e Quênia, que jamais disputaram a Copa do Mundo.
No Grupo C, desde já o Egito, campeão continental, desponta como favorito. Disputará a vaga com Ruanda, Zâmbia (seleção sempre lembrada pela tragédia de 1993) e a Argélia, figurinha carimbada nas Copas da década de 1980, tendo inclusive enfrentado o Brasil.
Já nas duas últimas chaves o nível técnico - ao menos no nome das seleções - cai um pouco. No Grupo D está a maior possibilidade de um estreante se fazer presente em 2010. A única seleção que já jogou uma Copa é a de Gana - Benin, Sudão e Mali são as outras equipes do grupo. E no Grupo E a Costa do Marfim não deverá ter muitos problemas para superar Malawi, Burkina Faso e Guiné.
Morei por 26,5 dos meus quase 27 anos no Campo Limpo, bairro da Zona Sul da Capital. Por andar de ônibus desde pequena, se tem uma coisa que eu conheço em São Paulo é o sistema de ônibus. Minha vida pode ser resumida assim:
escola em Santo Amaro = 10 quilômetros = 1h30 no ônibus, em pé.
cursinho na Paulista = 20 quilômetros = 2h no ônibus, em pé
faculdade no Butantã = 13 quilômetros = vontade louca de ter um carro para gastar menos com gasolina do que com passagem
Além disso, tinha o transporte clandestino. Quantas e quantas vezes tive que pegar uma kombi caindo aos pedaços e sentar atrás do banco (ou ficar em pé numa postura de corcunda) para poder chegar a tempo onde precisava?
Vida fácil, né?
Quando a Marta assumiu, as coisas foram mudando. No final do mandato dela, andar de ônibus era outra coisa.
No meu caminho, ela construiu o corredor de ônibus da Francisco Morato/Rebouças/Consolação. Isso, somado ao Bilhete Único, foi o que bastou para a mudança. Os trajetos pela Francisco Morato passaram a demorar muito menos. Até aos domingos, quando não havia trânsito, o ônibus chegava mais cedo que antes.
Passei a acompanhar de perto os problemas dos transportes logo depois de Kassab assumir a Prefeitura de São Paulo, assumindo a vaga deixada pelo Serra. Era claro que os corredores estavam sendo deixados de lado. Descobri, por exemplo, que há pouco menos de dois anos as duas horas do Bilhete Único não eram mais suficientes para alguém que pegava ônibus no extremo da Zona Sul fazer uma baldeação no Centro.
Mas o pior corredor entre todos que estavam em funcionamento era mesmo o da Francisco Morato. O asfalto ficava meses todo esburacado, só recebia vez por outra um tapa-buraco, que não resolvia o problema. Além disso, os ônibus intermunicipais, que servem os moradores de Embu, Itapecerica da Serra e Taboão da Serra, deixaram de usar a avenida paralela e entraram no corredor. Como dois corpos ainda não conseguem ocupar o mesmo lugar no espaço, o resultado foi trânsito no corredor. Todo o tempo de viagem que havia diminuído voltou a aumentar, sem que uma explicação plausível fosse dada para isso. Além disso, o plano de transportes da gestão, que previa a construção de vários terminais para diminuir o número de coletivos no Centro, foi abandonado. E nada foi colocado no lugar.
O único corredor construído pela gestão Serra/Kassab foi o Expresso Tiradentes. E só porque quiseram fazer algo com as ruínas do Fura-Fila deixadas pelo Pitta.
De resto, a única coisa que a Prefeitura fez nos últimos quatro anos foi aumentar a passagem de ônibus sem necessidade antes da eleição, para agora fazer um populismo básico, e obrigar os empresários a comprar novos ônibus. Isso não me parece um plano. Como a diminuição do trânsito em São Paulo passa necessariamente pela ordenação do sistema de ônibus (que colocaria os veículos no lugar certo e mais gente dentro do ônibus), acho que vamos viver nesse inferno por muito tempo, se Kassab se reeleger. Afinal, em suas propostas está prevista a aplicação de R$ 0 (isso, zero), nos corredores.
Ah, sim, Kassab "dá" dinheiro para metrô. Ele não conseguiu explicar ainda o motivo disso, já que sua responsabilidade são os ônibus, que não estão bem. Mas ok, deve ser porque ninguém perguntou.
Vanderlei Luxemburgo, técnico do Palmeiras:
"No Brasil só temos um craque, que é o Hernanes. Sai para armar, bate com as duas pernas, é dinâmico, tudo que o futebol moderno precisa."
Muricy Ramalho, técnico do São Paulo:
"Não temos um super craque. Tem é bons jogadores. Banalizaram o termo craque, que é maior que isso."
Os ingressos para a partida desta noite entre Palmeiras e Argentino Juniors, no Palestra Itália, pela Copa Sul-Americana, estão mais baratos do que no Brasileirão. A arquibancada sai a R$ 20, em vez de R$ 30. Tudo para ver o alviverde enfrentar o time que revelou Diego Maradona.
É a primeira partida da história entre os dois clubes. O mais curioso foi descobrir, ao pesquisar sobre o jogo, que o Verdão só perdeu para o Boca Juniors duas vezes em jogos oficiais, uma em casa e outra fora. Não foram computada a segunda partida da final da Libertadores de 2000 nem a da semi-final de 2001, porque os jogos terminaram empatados no tempo normal, e a decisão foi por pênaltis. Quem vai pegar o time azul e amarelo é o Inter, em Porto Alegre.
O adversário só tem em comum o "Juniors" no nome e a sede em Buenos Aires (mas em bairros diferentes). Diego Souza vai jogar no mistão preparado para entrar em campo. As perspectivas são boas para enfrentar o 16º colocado do campeonato argentino, mas a competição continua em segundo plano para os brasileiros que seguem na disputa.
Aqui no Futepoca nenhum assunto é dogma em relação à manguaça. Nos posts, já tratamos de tudo um pouco, de vodka vagabunda misturada com tubaína idem a rum com cadáver, de feijão com pinga a cerveja de mel. Portanto, vamos subir mais um degrau na escala da bizarrice etílica: cerveja com sabor de chimarrão (foto à esquerda), criação do empresário gaúcho Eduardo Bier Corrêa, que lançou a bebida em dezembro do ano passado no Rio Grande do Sul. A DaDo Bier Ilex é a primeira cerveja no Brasil produzida com erva-mate (Ilex paraguariensis), misturada com lúpulo, água mineral e um blend de maltes importados - trabalho do mestre-cervejeiro Carlos Bolzan. "A cerveja é diferenciada, de baixa fermentação, tem alto teor alcoólico e a coloração esverdeada", resume Corrêa. A DaDo Bier Ilex é vendida como long neck e em um kit com copo em forma de cuia e um suporte para copos feito de couro. E aí? Alguém se habilita, tchê?