Destaques

domingo, fevereiro 28, 2010

Santos 2 X 1 Corinthians - Neymar não se abala

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“Um homem de moral não fica no chão”, já diria o compositor Paulo Vanzolini na música que tem o célebre refrão “Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”. A canção (que citei em outro contexto em um post do Edu) me veio à cabeça quando o garoto Neymar, sem paradinha, perdeu pênalti contra o Corinthians aos 7 do primeiro tempo. Antes da falta, ele mesmo havia desperdiçado uma chance preciosa frente ao goleiro Felipe, aos 2 de jogo. Mesmo assim, tinha a convicção de que o moleque não ia esmorecer.

O garoto tem talento, mas tem algo a mais: personalidade. Era possível perceber isso em sua estreia contra o Oeste, no ano passado, quando já trazia uma carga grande nos ombros. É lépido, rápido, frágil, mas parece veterano quando pega na bola. E foi como um jogador mais velho que matou a redonda passada por Marquinhos. Protegeu como um atacante mais pesado, virou e bateu como quem está acostumado a ir pras redes. Como um... Ronaldo? Não, como Neymar mesmo.

O gol era merecido. O Corinthians recuava com seus volantes à frente de zaga e Ganso e Marquinhos se revezavam na armação de jogadas mais atrás, mantendo a movimentação do ataque mesmo com a ausência de Robinho. O Timão foi empurrado para a intermediária e, não fosse uma linda jogada de Dentinho, não teria ameaçado uma vez sequer a trave santista. Já o Peixe exigia o arqueiro corintiano que fez dois milagres além do pênalti também milagroso.

Veio o segundo tempo e já era de se esperar um Corinthians mais adiantado, tentando marcar o Santos na saída de bola. Mano Menezes tentou dar mais mobilidade à equipe sacando Alessandro e Ralf e colocando Moacir e Jucilei. Mas foi o Peixe que marcou com André, numa linda jogada de Marquinhos, que fez sua melhor partida na Baixada, e em uma assistência fatal de Neymar aos 14.



Mesmo jogando mal, o Corinthians diminuiu a vantagem em uma jogada isolada de Ronaldo, que Dentinho completou aos 24. Mas a volúpia paulistana foi brecada com a expulsão de Moacir, praticamente jogado às feras por Mano Menezes, ou à fera, já que teve a incumbência de marcar Neymar. Como já disse aqui em várias ocasiões, o Santos é uma equipe leve que chama faltas e o pesado Timão abusou delas. Se o time da Vila soubesse aproveitar melhor as bolas paradas, o jogo poderia ter sido decidido mais cedo.

Na seqüência do lance de Moacir, Roberto Carlos foi expulso por simular um pênalti, numa marcação que os corintianos certamente podem reclamar, já que é puramente interpretativa. Dá papo de boteco, assim como a cotovelada que Dentinho deu em Pará, que também fazia sua melhor partida no Santos em 2010. Para muitos entendidos e não-entendidos de arbitragem, era jogada para expulsão, que aconteceria antes do primeiro tento corintiano.

Mesmo com dois a mais, o ataque santista se perdeu entre o relaxamento e uma relativa soberba. Mas não foi só isso. Ironicamente, a linha de impedimento que o Corinthians tanto havia tentado e não conseguido fazer na primeira etapa, passou a ser bem sucedida sem os dois laterais que quase sempre davam condições para os atacantes do Santos. André lembrou Kléber Pereira tal foi o número de vezes que ficou sem condições de jogo. Parece que os meninos jogam melhor quando marcados.

Assim a partida terminou 2 a 1 e se o santista pode ter ficado irritado com a sopa que a equipe quis dar para o azar, não pode esquecer que é a nona vitória consecutiva do time e a liderança no campeonato está mantida, com quatro pontos de vantagem sobre o vice Santo André. Mais um teste pelo qual o Santos passou.

*****

Ronaldo saiu irritado dizendo que jogadores santistas fizeram “gracinhas”. Não sei o que ele entende por “gracinha”, mas não foi o próprio atacante que deu rolinhos desnecessários no jogo de quarta-feira, quando sua equipe tinha um jogador a mais, de acordo com depoimento corintiano? Quando pode e quando não pode fazer gracinha? Ou Ronaldo está se credenciando a ser comentarista de arbitragem junto com Rogério Ceni?

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Nos primórdios do PT

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Com 30 anos recém-completos, o Partido dos Trabalhadores já acumula uma interminável lista de histórias folclóricas. Umas delas ouvi hoje: em uma cidade do Vale do Paraíba, o diretório local realizava sua primeira grande campanha de arrecadação de roupas, que seriam destinadas a um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Foi então que um dos militantes do partido, ao chegar fora de hora em casa, foi expulso pela esposa, que jogou todas as suas coisas na rua. Sem ter para onde ir, juntou as trouxas e rumou para a casinha que servia como sede do PT.

No dia seguinte, acordou cedo e saiu procurando alguma pensão ou casa de amigo que o abrigasse uns dias. A secretária do partido apareceu logo depois, sem saber que o infeliz militante havia pernoitado ali. Nisso, uma kombi estacionou e o motorista perguntou onde estavam as roupas para o MST. A secretária apontou o único quarto da casa, onde o rapaz logo recolheu todas as roupas que encontrou. Depois de carregar a kombi, partiu para o acampamento, na outra ponta do estado, quase divisa com o Mato Grosso.

- Cadê as minhas roupas?, perguntou, ao voltar da rua, o pobre militante expulso de casa pela mulher.

- Suas roupas? O que tinha aí foi tudo para o MST, respondeu a secretária.

O resultado é que a segunda - e extraordinária - campanha de arrecadação do PT local foi de roupas para o tal militante...

Cara feia no quem é quem

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Por Moriti Neto

Se eu queria saber quem é quem no elenco do São Paulo antes dos jogos contra Palmeiras e Once Caldas, agora tenho as respostas. A partida desta quinta, pela Libertadores, foi óbvia para os tricolores (considerado o nível médio de atuação no ano). Ou seja, terminou com derrota e o time jogando mal.

Apesar de no início os colombianos não terem pressionado os brasileiros, o Tricolor não teve competência para resolver a contenda na primeira etapa. O São Paulo até tocava bem a bola e dominava o meio-campo, mas não traduzia a coisa em chances de gols. Então, num dos poucos lances ofensivos com objetividade, aos 33 minutos, o volante Jean fez jogada individual e sofreu falta. Rogério Ceni cobrou, a bola desviou na barreira, e inaugurou o placar na cidade de Manizales. O goleiro chegou a 11 gols pelo Time da Fé no torneio continental e se tornou o maior artilheiro do clube na competição.

Logo depois do tento de abertura, Marcelinho Paraíba teve chance pela esquerda, batendo forte, próximo da trave direita do goleiro Martinez. Aí, o Once Caldas resolveu dar as caras. Nos minutos finais, Núñez chutou uma falta para boa defesa de Ceni, e o atacante Dayro Moreno concluiu com violência, em jogada pela direita, exigindo outra intervenção do Capitão. Era o prenúncio do que ocorreria no segundo tempo.



Intervalo passado, e o Once Caldas, aos 4 minutos, aproveitou um vacilo de Jorge Wagner em cobrança de lateral e um presentão de Marcelinho Paraíba, que deixou a bola para Vélez. Uribe cabeceou e estufou as redes. Era o empate.

Com o gol, os colombianos foram para cima e Cárdenas mandou uma bomba no travessão são-paulino. E, aos 26 minutos, Moreno passou por Jean, tocou a bola entre as pernas de Miranda, e bateu no canto: golaço e merecida virada colombiana.

É certo que o técnico interino Milton Cruz demorou para alterar a equipe, mas Jorge Wagner, Marcelinho Paraíba e Cicinho estiveram péssimos na partida. Xandão, que eu começava a ver com bons olhos, disse até que estava queimando minha língua, já que critiquei sua contratação, e Miranda foram horríveis nos 45 finais, mostrando que a fase da defesa – esteio do time nos últimos anos – é de doer. Fora Rogério, Cléber Santana foi o único que se salvou. Rodrigo Souto, que estreou, jogou pouco para ser avaliado. Ao fim das contas, no quem é quem, o Tricolor dá mostras de que não tem cara ou de que as de que dispõe são um tanto feias.                

Robert faz mais dois, e Palmeiras goleia Flamengo-PI

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Até que enfim um jogo fácil. Na partida de volta da primeira fase da Copa do Brasil, o Palmeiras aplicou um 4 a 0 sobre o Flamengo-PI. Diferentemente da partida de ida, quando uma magérrima vitória simples não impediu o jogo de volta, na quinta-feira, 25, o time logo abriu o placar. No primeiro tempo, já estava 3 a 0.

Considerando-se que foi há oito dias que o Palmeiras tomou quatro gols do São Caetano, o saldo moral que fica é simples: não passou a ressaca. Tanto assim que o público no estádio não chegou a 7 mil pagantes. Claro que o frio contribuiu, mas todo torcedor preferia que o jogo tivesse sido evitado com uma vitória mais volumosa na primeira partida.



Sem sentir a falta de Cleiton Xavier, aos 2 minutos, Robert abriu o placar, em cobrança de pênalti sofrido por Deyvid Sacconi. Depois, em escanteio, Leo aproveitou a lambança do goleiro e a sobra de Danilo. É bem verdade que o autor do gol cabeceou bola e o adversário, deixando os dois sangrando. O terceiro saiu fácil em troca de passes de Diego Souza e Deyvid, que encontrou Robert para marcar seu segundo.

O quarto gol foi o mais bonito. Mas não é só pela plástica que é o mais difícil de se repetir. O técnico Antônio Carlos tirou Diego e colocou Ivo, meia trazido do Juventude (RS). Ele fez uma boa jogada pela esquerda e cruzou (chutou, porque foi forte) para o volante Edinho acertar um voleio. Como foi aos 29, foi só esperar acabar.

O time teve outras chances de gol, mas não fez falta.

Do lado do Flamengo-PI, o destaque Jardel, de três a sete quilos mais magro, a depender da fonte, nem chegou a participar. Nem por isso dispensou a ação do departamento médico em pleno banco de reservas. Deve ter sido a mistura de amendoim com cerveja sem álcool vendidos no estádio.

A vitória era esperada. A goleada, obrigatória. Agora é o Paysandu, com infinitamente mais tradição do que o time de Teresina-PI. Enfrentar o Papão em Belém exige mais cuidado e futebol.

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

De virada é mais gostoso e dá caráter

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Falta perto do meio campo, bola jogada para a área. Roberto Carlos e William não cortam de cabeça. Chicão vacila e deixa Cauteruccio receber livre para finalizar quase na pequena área. Gol do Racing do Uruguai, no segundo de número 56 da participação corintiana na Libertadores da América de 2010, em pleno Pacaembu.

Nem o mais amargo secador palmeirense imaginaria começo pior para a jornada alvinegra no torneio que é o principal objetivo do ano de seu centenário. “Ih, agora o time se desespera, a torcida começa a xingar antes do fim do primeiro tempo, e já era esse jogo”, pensou o periquito de mau agouro, não sem o apoio de fatos passados.

Mas não foi assim. O Coringão se manteve firme e tranquilo, tocando a bola e esperando os espaços. E a Fiel fez jus ao nome, apoiando com paciência.

Com isso, Elias, melhor homem em campo, empatou e desempatou a partida, com um gol em cada tempo. O primeiro teve um lindo passe de letra de Tcheco, que também foi muito bem e parece ter mais recursos do que eu imaginava. O outro veio dos pés de Souza, que entrou bem na segunda etapa para brigar no meio dos zagueiros e deixar Ronaldo mais livre para atrair a marcação.



A virada aconteceu, mas o jogo foi bem mais difícil do que inicialmente se imaginava. O gol no início permitiu ao Racing se dedicar com mais afinco à retranca, que o Timão teve dificuldade de furar. Parte do problema vem da falta de jogadas pelos lados, com pouca participação de Roberto Carlos e Alessandro (substituído por Jucilei, que foi bem, como quase sempre). Outro ponto foi a atuação apagada de Jorge Henrique, talvez pouco afeito à posição de meia que lhe foi reservada por Mano Menezes.

Pelo que entendi, a intenção de Mano é jogar num 4-4-2, com Tcheco na meia direita e Danilo na esquerda, com mais liberdade. JH desempenhou o segundo papel, mas não conseguiu sair da forte marcação uruguaia. Outra característica do esquema parece ser dar mais liberdade para Elias aparecer como elemento surpresa para infiltração, contando com a proteção de Tcheco, jogada que gerou os dois gols em boas tabelas pelo meio. Mas tudo isso ainda precisa de muito entrosamento, especialmente entre meias e laterais.

E Ronaldo? Teve atuação discreta e reclamou da falta de ritmo. Mas mesmo assim, participou das duas jogadas de gol, meteu rolinhos em seqüência em dois jogadores do Racing (em jogada pouco útil) e fez um lance muito legal quase no final: parou na entrada da área, deu uma pedalada, e passou no meio de dois zagueiros, quase marcando um golaço. Ainda não entendi como aquele cara daquele tamanho passou naquele espacinho.

No geral, gostei principalmente da calma e paciência do time para se recuperar, características marcantes da personalidade de Mano Menezes. Se for pra ver ponto positivo em levar gol no comecinho, começar com uma vitória suada dessas no mínimo ajuda a baixar a bola e aumentar a seriedade da galera – jogadores e torcida.

Primeira dama

Registro a presença de diversos torcedores ilustres no Pacaembu. Estiveram lá a melhor do mundo Marta, a rainha do basquete Hortência, a também monarca das embaixadinhas Milene, acompanhada do príncipe Ronald, filho do Gordo, and last, but not least, a primeira-dama brasileira Marisa Letícia. Como diria Ibrahim Suede, sorry periferia!

Renda e conforto

A diretoria do Corinthians botou os preços dos ingressos na lua, deixando descontente grande massa de torcedores. O mais baratinho, de R$ 50, foi todo vendido antecipadamente aos sócios-torcedores, restando ao pessoal das bilheterias ingressos de R$ 200 e R$ 300, além do setor VIP, de R$ 500. Mesmo assim, mais corintianos compareceram à estréia que flamenguistas ao Maracanã. A renda então, nem se fala, como mostra comparação feita pelo parceiro Marcelo, do Vertebrais:

Flamengo – 24.301 pagantes e R$ 728.323,00 de renda
Corinthians - 31.035 pagantes e R$ 2.181.742,00 de renda

O Santos, que está cobrando R$ 80 no ingresso mais barato para o clássico, parece que gostou da idéia. No mínimo curioso ter tanta gente disposta a pagar valores europeus para entrar num estádio desorganizado e com tão pouco conforto.

Lugano sãopaulino, palmeirense e corintiano

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Ao chegar no caixa da padaria para pagar o pastel de vento, eis que vejo umas embalagens de chocolate com distintivos de futebol. Daí, a surpresa: o fabricante se chama Chocolate Lugano Ltda, de Gramado, Rio Grande do Sul. Como o estado faz fronteira com o Uruguai, não é descabido supor que a família que batiza o negócio possa ter ligação com a de Diego Lugano, ex-zagueiro do São Paulo. Lugano nasceu em Canelones, no país vizinho, e joga atualmente no Fenerbahçe, da Turquia. Confiram aí a descoberta (não sei se existe chocolate com o símbolo do Santos ou se estava em falta na padoca):

Pelada

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Felipe; Maranhão, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Wesley e Paulo Henrique Ganso; Robinho, André e Neymar. Esse foi o time do que o técnico Dorival Júnior mandou a campo ontem, para o duelo entre Santos e Naviraiense-MS pela Copa do Brasil.


Quando, durante a semana, se confirmou a escalação, elogios pipocaram entre todos os santistas, inclusive este que vos escreve. Afinal, parecia que esse era o onze ideal do Santos, o melhor que se poderia fazer com o (bom) grupo à disposição do técnico. Enfim, um time de respeito, para consolidar o bom futebol que o Santos vinha mostrando neste curto 2010.

Mas quando a bola rolou... meu Deus do céu, o que foi isso. O jogo de ontem foi a pior partida do Santos nesse ano. Pior, inclusive, que a derrota para o Mogi Mirim (a única do ano até agora), e que o enjoativo empate em casa com a Ponte Preta.

Gramado ruim, retranca excessiva? Esses dois fatores existiram, mas não dá pra atribuir o mau desempenho a eles. Sou mais culpar quem é de direito, os próprios jogadores do Santos. Neymar fez ontem seu pior jogo com a camisa peixeira, sem sombra de dúvidas. Paulo Henrique também esteve apagado. Maranhão, que precisa se garantir como titular, foi tímido. E o goleiro Felipe estava louquinho pra entregar a fatura.

Apesar de tudo, não cabem análises apocalípticas. Reitero o que disse no início do texto: o time de ontem é ótimo e tem tudo pra ganhar todos os títulos que disputar. Só, como torcedor, espero que a cota de más atuações tenha sido esgotada ontem...



No fim das contas, o aspecto mais pitoresco do duelo de ontem foi a reação dos jogadores do Naviraiense quando do término da partida. O 1x0 a favor do Santos não eliminou precocemente os sul-matogrossenses, e eles virão a Santos tentar passar de fase. O que foi comemorado como um título entre os jogadores. Alguém que ligasse a TV e não soubesse do contexto da partida jamais entenderia o que estaria acontecendo.

Revolta no busão

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Agora há pouco, vindo de ônibus (Terminal Pirituba) da rua Teodoro Sampaio em direção à avenida Heitor Penteado, bairro Pinheiros, presenciei uma situação que nunca imaginei passar em todos os seis anos que já pago meus pecados nessa paulicéia alagada. Logo que subi no busão, abarrotado com umas 50 ou 60 pessoas, percebi um clima tenso de revolta. Todas as pessoas nervosas, resmungando, xingando. De orelhada, fui me informando de que, pelo que parece, diminuíram o número de veículos por linha.

- Agora tem cota de 21 ônibus por linha, não pode ter mais. E cortaram várias linhas diretas, tem que fazer baldeação nos terminais - comentava um rapaz que, pelo uniforme, parecia funcionário de alguma empresa de transporte.

- Onde já se viu? Esse homem é bizarro! E pensar que eu votei nele! Tive que acordar às 5 da manhã e ainda não cheguei. Não tem mais ônibus direto. Maldito Kassab! - reclamava uma senhora, muito transtornada.

- Mas ele vai pagar! - dizia outra. Meu dedinho tá coçando pra castigar ele na urna! Ele vai ver só!

- É vagabundo! Olha aí, tá tudo alagado, tudo sujo. Ele aumentou o IPTU, por que não limpa a rua? É vagabundo! Cachorro! Merece uma bela duma peia! - rosnava um homem de boné, os olhos saltados.

Nisso, a cobradora, que tentava dormir, despertou com o alarido das reclamações e não deixou barato, descascou um belo de um sermão:

- Vocês votaram tudo no Kassab, que eu sei! Vocês tem que se ferrar! A Marta fez corredor de ônibus, criou o bilhete único, trocou os ônibus velhos por novos, acabou com perueiro clandestino. E quando precisou de vocês, não teve nada! Vocês votaram no Kassab, tem mais é que se ferrar, mesmo!

Atônito, perplexo e sem palavras, eu ainda consegui ouvir duas coisas antes de me esgueirar para descer no ponto certo:

- Eu voto no PT. Eu sempre votei no PT, não votei no Kassab, não! - defendia-se um homem bem humilde, com o filho (ou neto) que levava para a escola.

- Mar-ta! Mar-ta! Mar-ta! - gritavam algumas meninas no fundo do busão.

Juro, isso aconteceu. Se o Kassab sair na rua hoje, apanha. Ou morre.

E se a Marta quiser fazer campanha para qualquer coisa, na rua, esse é o dia.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Questão de interpretação

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Depois da reunião entre Ciro Gomes e Lula, a mídia ainda parece confusa sobre a possibilidade de uma dobradinha entre PSB e PT na disputa do governo de São Paulo. Vejam dois exemplos:

Ciro admite desafio de disputar governo de SP (Site IG)

Ciro diz que possibilidade de disputar governo de SP é remota e improvável (Site G1)

E aí? Ciro vem ou não vem enfrentar os tucanos em seu ninho?

Crise em Brasília atrapalha até Copa do Mundo de 2014

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Em meio as fortes emoções na política brasiliense a lama esbarrou de vez na Copa de 2014.

Pelé veio a Brasília
em outubro de 2009.
Na ocasião, fez

dobradinha com o
ainda governador –
e sem sinais de que

seria encarcerado,
José Roberto
Arruda (ex-DEM
e
sem partido).


Em nota do Correio Braziliense de hoje, consta a informação de que a reforma do Mané Garrincha foi suspensa. Ou melhor, o Tribunal de Contas do DF aprovou a suspensão da licitação. O projeto tem o custo estimado de R$ 600 milhões e previa a demolição da estrutura atual, com capacidade para 41 mil lugares, para colocoar de pé o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. A capacidade seria de 70 mil pessoas, o que o tornaria o segundo maior templo do futebol brasileiro, atrás apenas do Maracanã.

Reconstrução do estádio que receberá os jogos da
Copa do Mundo de 2014 suspenso... E agora,
Josés? (foto: Mauro Sampaio/Acessepiaui)

A dúvida que paira é que a abertura dos envelopes da licitação, caso ocorressem nesta quinta-feira, 25, estaria apenas a quatro dias do limite oficial para o começo das obras das arenas esportivas das 12 cidades-sede do Mundial. Será que Brasília ainda será uma das cidades-sede do Mundial?

Afinal o projeto de construções e reformas estão planando sob grandes dúvidas. Um delas é o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que irá fazer a ligação entre o Aeroporto de Brasília, o centro da Panetolândia e para os jogos no Mané Garrincha. O valor total da obra é orçado para R$ 1,5 bilhão e já teve suas obras interditadas, assim como os financiamentos, duas vezes.

Sem falar ainda no Estádio Bezerrão, empregado como centro de treinamentos das seleções. O espaço teve sua reforma iniciada em 2006 e só foi inaugurado no dia 19 de novembro de 2008, em partida amistosa em que o Brasil venceu Portugal.

A construção, no valor de R$ 51 milhões, está na mira do Ministério Público do DF. Em agosto de 2009, o órgão entrou com ação de improbidade administrativa contra o governador – que ainda não estava preso na superintendência da Polícia Federal, acusado de suborno a um jornalista – e o secretário de Esportes Agnaldo de Jesus. O motivo é o pagamento de R$ 9 milhões para uma empresa com ligações ao Daniel Dantas.

Enquanto isso, a Fifa está de olho, e já demonstrou preocupações com ritmo dos preparativos para Copa 2014. Seria ainda mais triste se os panetones do ano em que a Capital Federal completa cinco décadas interferissem também nos rumos do mundial de futebol no Brasil.

A propósito, não tem propósito

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Traçando um bife à cavalo com batata frita num sujão da vida (sujinho é buteco fresco), o nome do prato me lembrou "O rancho da goiabada", composição de Aldir Blanc e João Bosco imortalizada por Elis Regina. Vai daí, uma memória puxa outra e me veio à mente uma paródia que fiz dessa música, em 2005, quando conheci quase todos os manguaças e colaboradores que fazem esse blogue. Tem piadas internas, nomes próprios e de bares, situações e bizarrices que só a coletividade poderá identificar, mas serve como registro de uma fase pré-Futepoca - que surgiu, também, como extensão das noitadas de bar e dos "debates" que elas provocavam entre os membros desse grupo e outros frequentadores do Bar do Vavá (foto), Moskão, Minhoca, Primus, 666, Padrogas, Sinuca, Seu Nenê e outros fóruns não menos adequados. Quando, muitas vezes em uníssono, entoamos essa "canção". Peço perdão pelos palavrões, mas quis manter o "espírito" original (sem confundir com a cerveja). Vamos a ela:

O RANCHO DA MANGUAÇADA

Os jornalistas, quando tomam
Umas birita, espantando a moleza
Sonham com o Bar do Vavá, o Minhoca e a Sinuca
Mas tem certeza
Que é só ligar pro Moskão
Que vem cerveja
Depois costela, salsicha e o cigarro da estagiária
Chamada Leonor
Ou Bruna Rosa...

Pensar
Na porra do texto que o cliente quer
E que só nos adia o bar
Onde os açougueiros se encontram
Cantando a Moscuda pra poder suportar, ai

Mas os clientes, persistentes, são carniça
São uns veados, são dementes, vigaristas
Cabaços, muquiranas, animais, todos pirados
Pedindo e cobrando a pica do texto
E só aumentando a azia
Dos jornalista embriagado

Improvável. Mas perturbador

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Eu sei, é balão de ensaio. Mas bota uma pulga bem gorda atrás de nossas orelhas esquerdas (ou esquerdistas). A materinha que o IG soltou ontem à noite, sobre Ciro Gomes (foto à direita) bater o pé para manter a candidatura à presidência da República, contrariando o desejo do PT de trazê-lo para a disputa ao governo de São Paulo, deixou no ar uma perturbadora possibilidade: uma aliança entre PSB e PSDB na chapa majoritária para o Palácio do Planalto. Maluquice? É o que parece. Mas tem suas sutilezas.

Diz o texto que, ontem, Ciro parou no plenário da Câmara para cumprimentar o deputado Humberto Souto, do PPS mineiro. "Aposto com você que o (José) Serra vai desistir de ser o candidato do PSDB a presidente. Ele está caindo nas pesquisas. Não aguenta. Vai desistir, sim. E o seu governador (Aécio Neves) voltará a ser candidato", teria dito Ciro. No que Souto alfinetou: "Você sabe que o Aécio só será candidato a presidente se você aceitar ser o vice da chapa. Você aceita, Ciro?". Segundo a reportagem do IG, Ciro "parou por alguns segundos, sorriu e saiu rapidamente do plenário".

A improbabilidade dessa dupla acontecer é óbvia, pois a desistência de José Serra seria uma covardia muito perigosa para seu futuro político. Mas dá o que pensar. O deputado federal Márcio França (foto à esquerda), presidente do PSB em São Paulo, é um tucano indisfarçável. Políticos do PSB ocupam cargos de terceiro escalão no governo Serra e seus deputados o apoiam na Assembléia Legislativa. Segundo o IG, Ciro Gomes "se diz muito amigo de Aécio".

No exercício hipotético, é incômodo imaginar Serra disputando em São Paulo, para vencer com sobras, e Aécio enfrentando Dilma Rousseff com Ciro de metralhadora giratória a tiracolo. Isso também mexeria muito com as disputas estaduais. Hoje é o "Dia C" (de Ciro), quando o presidente Lula terá a conversa definitiva com o deputado do PSB para tentar convencê-lo a disputar o governo do estado paulista, com um vice do PT.

Mas tá difícil. Mesmo sabendo de suas parcas chances de ser presidente, Ciro parece intransigente. "Agradecerei a todos e direi claramente que não quero disputar o governo de São Paulo. Sou candidato a presidente da República e teria muito prazer em montar uma chapa com todos esses partidos para a eleição presidencial", garantiu ontem, segundo a matéria do IG.

Participam do encontro de hoje em Brasília representantes do PSB, PT, PDT, PCdoB, PTC, PRB, PSC e PTN. O PPL (Partido Pátria Livre), surgido do MR8 e ainda sem registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PHS e o PR também negociam a adesão ao grupo, que poderia chegar a 11 partidos.

Façam suas apostas. E suas preces!

Luxemburgo não vence um clássico há mais de um ano

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Como o Cruzeiro não perde para o Atlético-MG desde 2007 em estaduais, a imprensa, depois do triunfo azul sobre o Galo só falou do tabu entre os dois times. Mas se esqueceu de um que diz respeito ao técnico atleticano: a derrota de domingo foi a quarta seguida em clássicos e já são nove sem vencer por três times diferentes.

Era um 8 de fevereiro de 2009 quando Vanderlei Luxemburgo, então comandante do Palmeiras, tinha sua última vitória em um clássico regional. Foi um rotundo 4 a 1 no fraco Santos de Márcio Fernandes (no futuro, perguntarão "quem é esse?"). Depois disso, o Alviverde empatou em 1 a 1 com o Corinthians, com direito ao primeiro gol de Ronaldo, o Gordo, pelo Timão e, ainda na primeira fase do Paulista, perdeu para o São Paulo por 1 a 0. Nas semifinais, duas derrotas para o Santos que tinha Neymar (ou "filé de borboleta" para Luxemburgo): 2 a 1 na primeira partida e um novo 2 a 1 na segunda. Nesta, o "gênio" reclamou que a arbitragem protegia Neymar. Teve ainda um empate sem gols com o Tricolor paulista no Brasileirão.

Dispensado do Verdão, Luxa foi treinar o então time de Marcelo (quase) Eterno Teixeira e disputou três clássicos no segundo turno do Brasileirão. Perdeu todos com uma marca incrível: as três derrotas foram de virada. Um 2 a 1 para o Corinthians, 4 a 3 para o São Paulo e 3 a 1 para o Palmeiras. Foi embora no fim do ano, sem deixar saudades na Vila (com algumas cada vez mais raras exceções) e assinou com o Galo mineiro.

Agora, a sequência é coroada com a derrota do Atlético-MG para o Cruzeiro por 3 a 1 no domingo. Nove partidas, dois empates e sete derrotas. Mas não tem problema, desabafa-se com banana para a torcida rival (embora Luxa negue o gesto, dizendo ter feito algo semelhante ao "aqui é trabalho, meu filho", como pode se ver na imagem ao lado).

E, claro que em mais um arroubo delirante de imodéstia, o douto treinador não deixou de alfinetar o atual rival esbravejando: "E a verdade também é que eu saí do clube [Cruzeiro], e não ganharam mais nada lá. Para a torcida do Cruzeiro me gozar, tem de ganhar alguma coisa de mim". Ou seja, não só o treinador esquece que o time chegou a uma final de Libertadores em 2009 (algo inédito na carreira de Luxa) como também ignora os títulos mineiros que a Raposa conquistou, desrespeitando seus colegas de trabalho. O torcedor atleticano já sabe: se Luxemburgo for campeão estadual, não comemorem. Afinal, segundo ele mesmo, o título "não vale nada".

Campanha francesa vincula fumo a sexo oral forçado

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A ONG francesa Direito dos Não-Fumantes (DNF, Droits des Non-Fumeurs) lançou uma campanha que associa o cigarro à prática de sexo oral forçado. A saga antitabagismo, ou quase antitabagista, traz fotografias de adolescentes com cigarro nos lábios diante de um homem de terno, cuja mão está sobre a cabeça dos jovens fumantes. O site da organização passou o dia fora do ar.

 
"Fumar é ser escravo do tabaco", diz o slogan da campanha


A entidade garante que quis dizer que "o tabaco é uma "submissão". Vincular ao sexo oral foi uma forma de chamar a atenção de jovens e de chocar. Tudo porque o cigarro não desperta mais medo na molecada, segundo a organização.

O jornal Le Parisien ouviu organizações feministas e o Escritório francês de Prevenção do Tabagismo, e a ideia não agradou a ninguém. Antoinette Fouque, do Movimento de Libertação da Mulher, lembra que "felação não provoca câncer". Para ela, "a imagem de um homem velho com a mão sobre a cabeça de adolescentes é insuportável". Bertrand Dautzenberg, titular do órgão público de combate ao fumo, opina que o material só vai chamar a atenção de adultos.

A ONG La Moute considerou a ideia "abominável retorno de tudo o que se fez nos últimos 40 anos". A entidade considera que a publicidade banalisa a violência sexual. "O tabaco é uma droga, a violência sexual, um crime, agravado se a vítima do adulto é um jovem", prossegue.

A secretaria do Estado e da Família promete pedir a retirada da peça de circulação.

Desde dezembro de 2009, a França adotou a inclusão de imagens chocantes no verso do maço de cigarros. Até então, apenas alertas do tipo "Ministério da Saúde adverte" povoavam as embalagens. Como a medida acontece no país que tentou proibir o happy hour, é bom ficar atento.

A campanha também é composta de um vídeo que relaciona o fumo à ingestão de substâncias tóxicas. Mas ninguém nem presta atenção na peça (no Brasil fica mais difícil, porque não tem legenda).

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Torcida única e inteligência rara

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O quebra-pau entre palmeirenses e são-paulinos em diferentes pontos do estado de São Paulo no domingo - que terminou em morte - levantou, mais uma vez, o debate sobre a violência no futebol, as torcidas organizadas, aquela coisa toda.

O "desânimo" dessa minha primeira frase é motivado pela gigantesca modorra que cerca o assunto. É impressionante ver como não avançam as tentativas para coibir a violência entre torcedores no futebol brasileiro. Há 15 anos, desde 1995, iniciaram-se guerras jurídico-policiais contra as torcidas organizadas, houve modificação em um ou outro ponto (bandeiras seguem proibidas em São Paulo) e a situação segue incontrolável.

A bola da vez agora é a torcida única. Projeto de lei do deputado Ratinho Júnior (PSC-PR) - sim, ele é filho de quem vocês estão pensando - tenta tornar obrigatória a presença de uma só torcida nos estádios, e não só do futebol. A justificativa é a óbvia tentativa de reduzir a violência e ao benchmarking do parlamentar paranaense é a Argentina, onde a medida vigora para os jogos de divisões inferiores.

Não sei se Ratinho Junior frequenta estádios. Eu frequento, como tenho dito de maneira, confesso, até arrogante aqui no Futepoca.

E o que minha "sabedoria de estádio" diz é que o lugar mais seguro para evitar brigas com o torcedor rival é... dentro do próprio estádio. Sim, lá mesmo. Ainda que seja um chiqueirinho, um lugar pouco confortável, com péssima visão, é ali que está a segurança.

Lembro de quando fui, com amigos, assistir a Palmeiras x Santos no Parque Antarctica, pelo Brasileirão de 2008. Estava no papel do torcedor visitante. Passei relativos apuros até chegar no cantinho reservado aos santistas - incluindo ver uma moto na qual estavam duas pessoas usando roupas da Torcida Jovem ser derrubada e, seus integrantes, ligeiramente esmurrados.

Mas quando estava lá no estádio, pude cantar a plenos pulmões, xingar os palmeirenses, e tudo o quanto um torcedor tem direito.

Mais do que a minha experiência, as ocorrências desse fim de semana mostram que a coisa não se restringe às cercanias do estádio. Palmeirenses e são-paulinos se esmurraram em Jundiaí, em Santo André, na Zona Leste de São Paulo. Rigorosamente nada a ver com o Parque Antarctica, onde foi realizado o jogo. Pergunto: a torcida única, nesses casos, mudaria muita coisa?


Ainda mais porque estamos nos tempos atuais, onde acontecem as famigeradas "brigas marcadas pela internet".

Excluir parte dos torcedores do campo não representará rigorosamente nada para a redução da violência. Ainda permitirá que os brigões realizem o que realmente querem nos pontos de sua maior conveniência - e distantes do policiamento que ronda os estádios.

E, ainda por cima, representará um atestado de incompetência das autoridades brasileiras.

Torcida por um salto de qualidade

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Por Moriti Neto


Nesta terça-feira pela manhã, estava no metrô quando soube que o São Paulo anunciou, na segunda à noite, no Morumbi, o 12˚ reforço para a temporada. Óbvio, logo imaginei que era para o time de futebol. Afinal, depois de não ter visto meu time jogar em 2010 – até assisti aos jogos, mas o Tricolor entrou em campo 11 vezes este ano e não jogou nada – a expectativa por reforços, e digo reforços de verdade, não contratações meia boca, é inevitável.

No entanto a contratação não era para compor o “onze” que atualmente se arrasta pelos campos do Paulistão e da Copa Libertadores. A aquisição é a campeã olímpica do salto triplo Maurren Maggi (foto), que defenderá as cores do São Paulo no atletismo.

Desde o primeiro post do ano, disse que tinha maus presságios e que os são-paulinos não deveriam ter grandes resultados na temporada. Mas, como torcedor é bipolar, oscila o tempo todo, contratações de qualidade podem melhorar as perspectivas, principalmente se vierem para a armação das jogadas e ataque. Nada contra Maurren, ao contrário, muito a favor. Excelente atleta, não à toa foi medalha de ouro em Pequim. Porém a paixão futebolística forte e a esperança quase nula no atual time, às vezes pedem que a mente visualize jogadores de alto nível com a camisa do clube de coração.

Contudo, já que não foi desta vez, mesmo com a derrota para o fraco time do Palmeiras, o que só mostra o quanto o São Paulo é ruim também, o jeito é aprender a vibrar pelo atletismo ou, com perdão do trocadilho, torcer para que, inspirado em Maurren, o elenco dê um salto (que precisa ser mesmo triplo!) de qualidade.                                     

Segundo expediente

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Zagueiros de origem, um foi parar no hospital (Ricardo) e o outro (Antonio Carlos) massageou o - combalido - ego da torcida alviverde...

Time do São Paulo dá mais do que dor de cabeça...

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Depois do susto, o inevitável: o técnico Ricardo Gomes, do São Paulo, que sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) logo após a derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, ficará pelo menos quatro semanas afastado do cargo. Ele continua internado na capital paulista e será substituído durante a licença pelo auxiliar técnico Milton Cruz (foto). Que já deve estar preparando uma tomografia computadorizada antes de pensar em alguma solução para a confusa e apática equipe sãopaulina que disputa a Libertadores e o Paulistão. Missão impossível?

Ps.: Como sempre há males que vem para bem, esse AVC pode poupar a demissão de Ricardo Gomes caso o São Paulo seja eliminado da competição continental em seu resguardo. No caso, esse "bem" seria só para o técnico...

Bundão ou fanático de torcida organizada?

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(Colaboração de Luciano Tasso)

Corinthians define lista para a Libertadores e titulares da estréia

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O Corinthians divulgou a lista dos 25 jogadores que serão inscritos na Libertadores deste ano. As surpresas apareceram nas laterais, onde o garoto Dodô ganhou a disputa com o argentino Escudero, que fez muito mais partidas pela esquerda, e o recém-chegado Moacir ficou com a reserva de Alessandro, deixando para trás o paraguaio Balbuena. Além disso, a recuperação de Morais deixou de fora o prata da casa Boquita.

Sobre os laterais, vi vantagem na esquerda. Dodô é jovem, mas é habilidoso e tem potencial. Escudero, bem, sabemos o que esperar dele. Na direita, não sei. Balbuena fez partidas decentes defensivamente, mas nada demais. Já Moacir,m só vi jogar uma partida, na qual foi até bem, apesar de errar pelo menos dois cruzamentos lamentáveis. Espero que Mano Menezes saiba o que está fazendo.

Quanto a Boquita, fico até meio chateado pelo rapaz, mas creio que Morais e Defederico sejam melhores opções por suas características. Com Tcheco e Danilo, o time precisa de jogadores mais móveis e dribladores como opção.

Segundo o G1, Mano Menezes escalou o time titular do Timão para o jogo desta quarta contra o Racing no programa "Bem, Amigos" desta segunda-feira, no SporTV. “Provavelmente a equipe que inicia o jogo será Felipe, Alessandro, Chicão, William e Roberto Carlos; Ralf, Elias, Tcheco e Jorge Henrique; Ronaldo e Iarley ou Matías Defederico”, disse o treinador.

É um bom time. Deixa de lado o 4-3-3 ou 4-2-3-1 do ano passado e bota um 4-4-2, com um meia mais de toque, outro mais de arranque. Quanto à dúvida do técnico, eu escolheria Defederico e deixaria JH no ataque, mas acho que ele vai de Iarley. O ex-atleta do Goiás ainda não fez uma grande partida pelo Timão, mas atuou como centroavante na maior parte das vezes, o que não é a sua. Eu gosto muito do futebol do habilidoso Matias e gostaria de vê-lo numa sequência de jogos como titular. Entrosado com JH e Ronaldo, acho que sairiam belas jogadas.

Veja a lista:


GOLEIROS

1 - Felipe

22 - Julio Cesar

12 - Rafael Santos


ZAGUEIROS

3 - Chicão

4 - William

13 - Paulo André

14 - Castan


LATERAIS

2 - Alessandro

6 - Roberto Carlos

24 - Moacir

16 - Dodô


MEIO-CAMPISTAS

15 - Marcelo Mattos

18 - Jucilei

5 - Ralf

7 - Elias

25 - Edu

10 - Danilo

21 - Morais

8 - Tcheco

20 - Defederico


ATACANTES

9 - Ronaldo

17 - Dentinho

23 - Jorge Henrique

11 - Iarley

19 - Souza

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Petkovic defende socialismo na Ana Maria Braga

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Em face destas declarações, fica o convite público ao Pet para um papo no fórum adequado sobre suas impressões a respeito do socialismo. A gente paga a primeira rodada.



Cheguei até o video pelo Conversa Afiada, mas me falaram que saiu primeiro no blog do Altamiro Borges, que relembra os tempos de Cansei da apresentadora global.

Agora o DEM acaba?

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Até 2008, o Democratas, ex-Partido da Frente Liberal (PFL), tinha os prefeitos de duas capitais e um governador de estado. Muito menos do que no período em que compunha, como parceiro prioritário, o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A mudança de nome, em 2006, foi parte de uma estratégia de redefinir funções e superar o ranço anacrônico e desgastado que povoava o imaginário do eleitor sobre a turma que já foi Arena e PDS.

As coisas estão confusas para o lado do DEM

César Maia teve seu mandato encerrado, passando a bola a Eduardo Paes no Rio de Janeiro. Ficaram Gilberto Kassab, reeleito em São Paulo, e José Roberto Arruda, no Distrito Federal.

Este último sequer reside nas fileiras do partido. Em meio à maior crise político do DF, Arruda está preso há 11 dias, desde quando também se licenciou do cargo. Antes, havia se desfiliado para evitar uma expulsão. Era cotado para ser vice do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), por analistas – o que deu origem ao "vote em um careca e leve dois".

No sábado, Kassab foi cassado. A decisão será publicada apenas nesta terça-feira, 22, no Diário Oficial. Os advogados de defesa tiveram já dois dias para preparar os recursos e reverter, por liminar, a sentença do juiz Aloísio Sérgio Resende Silveira, da 1ª Zona Eleitoral. Situação semelhante passaram 13 vereadores da capital, todos da base de Kassab – outros três aguardam julgamento.

O problema são doações de R$ 9,6 milhões, um terço do total arrecadado pela campanha, de fontes consideradas irregulares pela Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo. Mesmo antes do anúncio, Kassab manifestava a assessores a certeza de que seria, de fato, cassado, mas poderia reverter tudo na segunda instância.

É no Tribunal Regional Eleitoral que moram as esperanças do DEM.

Seus dois expoentes em cargos do Executivo estão na berlinda. Os dois tiveram vínculos com Serra, até por estarem nessa posição de destaque. A possibilidade de o DEM indicar o vice de uma chapa tucana pode ser atrapalhada. Aliás, o Kassab formou chapa com o tucano na disputa à prefeitura, além de ter conseguido seu apoio informal mesmo com uma candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) ao cargo.

Elos com Serra à parte, dos 14 senadores do DEM, oito têm seus mandatos em disputa neste ano. Para um partido que viu sua bancada cair de 84 de 2006 para os atuais 56 em exercício (foram 19 eleitos a menos e nove abandonaram o barco desde então). Naquela disputa, o agrupamento miguou de um partido grande para um médio.

Em meio a sua maior crise pelo menos desde que mudou de alcunha e com riscos de não ter um nome de peso para compor uma chapa com um José Serra – que já acumula desgastes demais para um ano eleitoral que nem passou do segundo mês –, será exagero se perguntar se agora o DEM acaba?

Em tempo, ninguém aqui falou em "se ver livre dessa raça" e muito menos que está "encantado" com a sequência.

Em tempo 2: Kassab conseguiu efeito suspensivo da decisão. Até que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) se pronuncie, ele mantém-se no cargo.

Só não vê quem não quer

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Quando entrevistei Paul Singer (foto), secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, para o site da revista Fórum, ele encerrou assim: "está havendo, sim, uma grande transformação social no Brasil. É meio invisível, pois a maior parte das pessoas não sabe. Mas essa transformação está acontecendo e é muito encorajadora. Muitos dizem que ela só será percebida dentro de dez ou 15 anos. Eu acho que não vai demorar tanto assim".

Profético. Menos de um ano depois, leio, na edição de ontem de O Estado de S.Paulo, o seguinte: "Classe A ganha mais 303 mil famílias". Vamos a dois trechos interessantes da matéria, que não mereceu nem chamada de capa:

Dados compilados pela MB Associados, com base nas estatísticas do IBGE, a pedido do Estado, mostram que o rendimento médio da classe A é hoje 48% maior que em 2002.

O crescimento da renda não foi muito diferente entre as categorias: dobrou na classe A, cresceu 116% na classe B e 142% para a C.


Em terra de cego, quem tem (pelo menos) um olho votará em Dilma Rousseff.

Supresa pelos 2 a 0 de Robert sobre o São Paulo

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O Palmeiras venceu o São Paulo por 2 a 0 na estreia do tecnico Antonio Carlos. Com dois gols de Robert e um jogador do Tricolor expulso, a torcida terminou gritando "olé" na troca de passes ao final da partida.

Torcedor muda de estado de espírito com mais facilidade do que bêbado para entornar um copo. A minha proposta de me licenciar de torcer não funcionou na prática.




O técnico do São Paulo, Ricardo Gomes, no mesmíssimo estilo consagrado por figuras como Muricy Ramalho, Vanderlei Luxemburgo, Émerson Leão, Mano Menezes e tantos outros, culpou a arbitragem. O avanço foi reconhecer que o time jogou mal.

O jogo não foi grandes coisas. O São Paulo não fez valer o favoritismo nem a crise no rival. Jogou mal pra burro. O Palmeiras tampouco foi bem, mas fez dois gols no segundo tempo. Ganhou.

Os tentos só saíram depois da justa expulsão de Xandão, aos 8 e aos 23 da etapa final. Cleiton Xavier cruzou para o primeiro e Marquinhos, o esquecido, bateu escanteio no segundo.

Antonio Carlos Zago entrou com Lenny no ataque, Diego Souza e Cleiton Xavier como meias. Eduardo como lateral-esquerdo foi outra novidade.

Parênteses quase irrelevante: o confronto tinha dois ex-zagueiros no comando das equipes. Ambas jogaram com dois defensores, na base do 4-4-2. É só curioso.

Metáfora
O que me deixou mais preocupado em relação ao técnico foi a metáfora adotada. Para tentar dizer que nãoestá garantida a boa fase para o ano ou que não tem mistério para fazer o time funcionar – confesso que não entendi com precisão – a opção foi distante da usada em profusão pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nada de metáforas de futebol com futebol, nem de futebol com cachaça. Foi assim:

– Aqui ninguém descobriu a fórmula da Coca-Cola. O mais importante foi a conversa que tivemos. Temos um bom time. Apenas três jogadores do Brasileiro não estão aqui mais. Procurei passar tranquilidade, dar confiança aos jogadores, para que eles pudessem entrar em campo pensando só no futebol. Eles responderam muito bem.

Da respota dos jogadores, qualquer torcedor gostou. Da metáfora com refrigerante, não.

Em tempo
Como comentou o Nicolau há pouco, já vi técnico cair depois de clássico. Ir parar no hospital é novidade. A piada só cabe porque as notícias são graves, mas nem tanto.

Ricardo Gomes teve, na noite de domingo, 21, um acidente vascular cerebral (AVC). As primeiras informações indicam que não há sequelas e que o sangramento é do tamanho de um grão de arroz, mas nenhuma previsão de alta para o treinador de 45 anos.

domingo, fevereiro 21, 2010

Mirassol 1 X 2 Santos - o palco não ajudou o show

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Se a ausência de Neymar e Ganso, suspensos, já indicava que a possibilidade de show seria menor do que em outros jogos, o gramado encharcado do estádio do Mirassol só sacramentou essa impressão. Ainda sem George Lucas e Léo, novamente Dorival improvisou nas laterais, com Roberto Brum na direita e Pará na esquerda. No lugar dos infantes terríveis da frente, entraram Marquinhos e Madson.

Na primeira etapa, domínio santista. Jogando do lado do campo menos danificado, a equipe conseguiu tabelar e tocar rapidamente a bola e coube ao mais que útil Wesley marcar o gol aos 26, graças à movimentação de Madson, que abriu espaço para a finalização do meia. Tento merecido pelo maior volume de jogo da equipe alvinegra, apesar de um número bem menor de jogadas plásticas que nas pelejas anteriores. Mas o destino quis que em uma jogada de fliperama, uma falta cobrada pelo Mirassol que bateu em dois atletas peixeiros, o empate viesse ao 34.



Já no segundo tempo, Madson conseguiu fazer aos 12, por meio de uma bela cobrança de falta. E depois, jogando no lado do campo onde era impossível trocar passes rápidos, o time não conseguiu mais pressionar. O Mirassol se animou e, com sucessivas ligações diretas (vulgo chutões) passou a levar perigo. A substituição de Marquinhos para a estreia do lateral-direito Maranhão, claramente sem ritmo de jogo, fez com que o time santista perdesse o meio e também passasse a apelar para os lançamentos compridos. Ainda assim, a equipe do interior não teve força ofensiva (leia-se técnica) para empatar e o Peixe saiu vitorioso.

Esta foi a sétima vitória seguida e o Peixe consolidou a liderança quatro pontos à frente do vice-líder e a oito do primeiro colocado fora da zona de classificação. Não dá pra reclamar.

*****

De positivo, a reestreia de Maikon Leite, esse sim um verdadeiro guerreiro, que retorna após outra gravíssima contusão. E, no primeiro lance, não teve medo e partiu para a dividida, mesmo em um campo pesado e encharcado. Em poucos lances, mostrou que pode ser útil a Dorival Junior, que hoje tem uma gama de opções ofensivas de dar inveja aos rivais, considerando-se ainda Zé Eduardo, Giovanni e o garoto Breitner. O problema é do meio pra trás, onde os alas titulares estão contundidos e as improvisações fragilizam a defesa alvinegra.

sábado, fevereiro 20, 2010

Galo jogou como nunca, perdeu como sempre

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Se alguém ficar em dúvida sobre o gol anulado do Tardelli, segue a imagem da hora do cruzamento.

O atacante está atrás de três zagueiros, com pelo menos um dando condições.




A partida entre Atlético e Cruzeiro foi diferente das últimas, o Galo foi melhor em mais da metade da partida, perdeu pelo menos quatro gols cara a cara com Fábio e teve gol anulado erradamente, além de pênalti a favor não marcado.

Não vou ficar falando de arbitragem, porque eles, além de ruins, não têm coragem de marcar nada contra o time dos Perrela. São ruins e covardes, problema de quem escala e de quem aceita.

O Cruzeiro, que poderia ter levado vários gols, foi mais competente na hora de fazer. Perto dos 30 do segundo tempo, entrou Roger, que decidiu num cruzamento na cabeça do zagueiro azul e um grande chute de fora da área. Aliás, méritos para Adilson Batista nas jogadas ensaiadas. Foram dois gols de cabeça de zagueiros azuis.

Vou destacar do meu lado, os cruzeirenses que façam do lado deles, mas o zagueiro equatoriano Jairo Campos fez uma partida que há muito tempo não via com a camisa branca e preta. Muriqui correu muito, criou muitas chances, mas perdeu gols incríveis.

É uma b... perder para esse time azul, claro, mas se resta algum consolo foi que o time do Galo jogou bem a maior parte do tempo e essa partida foi extremamente equilibrada. Os dois vão se classificar para as finais do campeonato e o decidirão. Aí sim, se perder de novo, minha paciência vai acabar com o Luxemburgo.

Serra contra a liberdade de imprensa

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Ué! Mas não era a Dilma a ameaça à liberdade de imprensa?

Então, de acordo com uma nota do Blue Bus (que provavelmente é o veículo mais distante de coloração política que eu poderia citar aqui), não. Uma nota publicada ontem informa que o Discovery Channel quer usar o desabamento nas obras da Linha 4 do Metrô - que matou 7 pessoas - em um documentário.
Só que o Metrô, leia-se Governo Estadual, impediu que os técnicos do IPT que trabalharam no laudo técnico da tragédia dessem entrevistas.
Abaixo, a nota completa:

O desabamento nas obras da estaçao do Metrô Pinheiros (zona oeste de Sao Paulo) em 2007 pode virar documentário no Discovery Channel. A ressurreiçao do assunto, no entanto, esbarrou na direçao do Metrô. No mês passado, produtores do canal tentaram entrevistar dois geólogos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), responsáveis pelos laudos do acidente. O instituto, que se pronunciou à imprensa na época da conclusao dos laudos, proibiu seus técnicos de falarem ao canal. Na ocasião, o Discovery argumentou ao IPT que queria enquadrar a tragédia da cratera do Metrô em um documentário sobre desastres naturais, mas, mesmo assim, nao obteve as entrevistas. O IPT, via assessoria de imprensa, diz que, para se pronunciar, depende da autorização do Metrô. Alega que há uma cláusula de sigilo em seu contrato sobre o trabalho executado no acidente da Linha 4.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Antonio Carlos? Posso me licenciar de torcer?

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O Palmeiras demitiu Muricy Ramalho e mandou vir Antonio Carlos. Apesar de só querer confirmar depois de rescindir com o São Caetano, o acusado de racismo em 2006 se credenciou atuando como cartola no Corinthians. Pelo menos é assim que Luiz Gonzaga Belluzzo o vê.

O time que impingiu uma goleada no alviverde em pleno Palestra Itália vai pagar com seu técnico por isso.

Enquanto o Futepoca aproveitou um dia de folga deste palmeirense pra uma merecida troça em forma de enquete, não gostei nada das novidades. Cogito tirar uma licença de torcedor (não de escrever a respeito), mas essas coisas eu só consigo ter certeza quando olho o time no gramado.

O Parmerista pede para não jogar pedra na Geni Antonio Carlos Zago. É o quinto treinador sob o comando de Cippulo, incluindo Jorginho.

Tenho birra com Antonio Carlos e certeza de que o problema do Palmeiras não está no banco de reservas, de agasalho e marca de plano de saúde na camisa, mas na falta de peças no elenco. Acho que o time não é tão ruim para estar em oitavo no Paulista, e tem uma parte de responsabilidade do treinador, mas que não sustenta uma troca.

Sou contra demitir treinador no meio de temporada. Mais estanho é isso acontecer duas semanas depois de um contrato de patrocínio que envolve o técnico. Mas o corpo mole demonstrado na quarta-feira indicava uma situação insustentável. Se era para mandar pra rua, que fosse em janeiro quando Jorginho ainda não tinha saído.

Pegar o líder do brasileiro e entregar a quinta colocação é diferente de ter um time pela metade e não conseguir grandes coisas no estadual. Acho menos grave. “O time não vinha jogando bem e achamos que ainda era tempo de mudança", disse Gilberto Cipullo. "Nunca tive qualquer desavença com o Muricy e também quero deixar claro que a decisão foi meramente administrativa, sem nenhum envolvimento político. Ele só foi demitido porque os resultados não apareceram. A multa pela rescisão contratual será quitada”, avisou.

Vanderlei Luxemburgo aproveitou para tirar sua casquinha e os corintianos já têm a primeira conquista do centenário: tirar sarro à vontade dos palmeirenses.

Seraphim Del Grande, ex-presidente, voltou ao comando do futebol do clube. Embora não seja do grupo de Mustafá Contoursi, ver uma figura como ele de volta preocupa. Confesso que o comportamento à lá cartola da pior espécie me deixa com medo de ter uma nova década de um dirigente como foi Mustafá.

São Paulo vence, mas será que engrena?

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Por Moriti Neto

Voltando a mandar jogos no Morumbi, após a maratona de shows musicais ocorrida por lá, o São Paulo, na noite desta quinta, venceu o Barueri (futuro Grêmio Prudentino?) por 3 a 1, de virada. Com o resultado, o time subiu para a quinta posição na tabela do Paulistão, encostando no G4, com 17 pontos.

O Tricolor teve volume de jogo, trocou bons passes e criou logo chances no início da peleja, com Jorge Wagner, aos 6 minutos, e aos 9, com Washington, que recebeu ótimo lançamento da direita, ficou cara a cara com o goleiro Márcio, mas perdeu grande oportunidade ao tentar driblar o arqueiro.

Não muito depois, veio o susto. Marcos Assunção, aos 21, em cobrança de falta e, com a colaboração de Ceni, abriu o placar. Mais uma vez, Rogério perdeu o tempo da bola e se enrolou, em nova mostra de que seus reflexos não estão em dia.

Contudo o São Paulo conseguiu manter a calma e, aos 23, Washington se redimiu do gol incrível que perdeu, e encheu o pé para empatar, depois de passe de Richarlysson.

O domínio são-paulino na partida cresceu e Marcelinho Paraíba resolveu jogar bola. Aos 38, ele fez bela jogada individual e largou Cicinho, que atuou no meio de campo, no lugar de Hernanes, que iniciou no banco, continuando o sistema de rodízio promovido por Ricardo Gomes, de frente para o gol. Mais uma boa chance desperdiçada.

Porém se os companheiros não finalizavam corretamente, Marcelinho bateu pênalti com muita categoria e virou o placar. Isso, aos 44.

Na segunda etapa, menos movimentada que a inicial, novamente foi Marcelinho Paraíba que apareceu para tornar o jogo mais agudo. Cléber Santana e Hernanes entraram para melhorar o toque de bola Tricolor, mas o nome da noite era mesmo o autor do tento da virada. Com bons dribles, passes e mais velocidade do que nos jogos anteriores, o meia atacante ainda mandou, nos minutos finais, uma cacetada no travessão do Barueri, na sequência de um passe do garoto Henrique, que entrou para substituir Washington.

Aliás, o mesmo Henrique que, aos 48, complementou bom lance de Cléber Santana, que arrancou do campo de defesa são-paulino e fez excelente assistência. A conclusão do garoto foi forte, rasteira, no canto de Márcio e garantiu seu primeiro gol na equipe profissional.

A exibição não foi de gala, mas ao menos parece que o São Paulo está com mais cara de time, de equipe com algum padrão e que jogadores importantes vão entrando em forma, exemplo de Marcelinho Paraíba. Washington continua perdendo um ou outro gol, mas dificilmente não deixa a sua marca nas redes adversárias. Cicinho ainda está fora de ritmo, Cléber Santana está em evolução e Xandão, pelo menos até agora, vem queimando minha língua e é uma surpresa boa. Faltam estrear Rodrigo Souto, Alex Silva e Fernandinho, todos previstos para o começo de março. Dagoberto, contundido, deve voltar em dez dias e Henrique, rápido e forte, pode se firmar como boa opção para o ataque.

E os dois próximos confrontos serão relevantes para mostrar se o Tricolor está mesmo engrenando. Contra o Palmeiras, no domingo, é clássico e o Verdão vem de técnico novo. Na quinta-feira, tem o Once Caldas, na Colômbia, pela Libertadores. Hora de realmente começar a perceber quem é quem no elenco.

Tem culpa eu?

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Quando a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo divulgou, no início do mês, os dados da criminalidade no estado em 2009, mostrando que a maioria dos índices piorou muito em relação ao ano anterior, houve uma verdadeira "operação abafa" para "maquiar" as informações e dizer à população (e aos eleitores) que o Serra, digo, o diabo não é tão feio quanto pintam. Prova disso foi a reverberação (séria) da estapafúrdia "justificativa" do (des)governador de que o aumento do crime foi causado pela crise econômica mundial.

Nos locais em que o aumento dos roubos foi assustador, como na região de Sorocaba, por exemplo, onde o índice subiu 60%, a SSP apressou-se a explicar que "a comparação de roubos e furtos entre os últimos trimestres de 2008 e 2009 torna-se equivocada se não levada em conta a sub-notificação". Traduzindo: ano passado os roubos e furtos não aumentaram naquela região porque, em 2008, houve o mesmo tanto de crimes mas a greve da Polícia Civil gerou menos registro de boletins. "O ‘efeito greve’ representou uma subnotificação de 21% das ocorrências", disse a assessoria da SSP.

Ué, mas não houve sub-notificação também de homicídios e latrocínios? Com a palavra, a SSP: "(esses crimes) são considerados de maior gravidade e foram registrados nas delegacias". Ah, tá! Quanta ginástica! O engraçado é que a desculpa da sub-notificação também foi usada para responder sobre o aumento de 16% dos homicídios no interior do estado - e esquecida em outros locais que tiveram queda no número de furtos e roubos. Enfim, "a ocasião faz o ladrão", um ditado muito apropriado para notícias sobre violência e criminalidade. Como listaram a Brunna e o Anselmo num comentário de outro post, no império tucano de São Paulo, a culpa da violência é da crise econômica, do caos das chuvas e enchentes é da natureza (e do povão, que joga lixo na rua), e da péssima educação pública é culpa dos professores.

Agora eu completo: a culpa dos altos índices de criminalidade é dos policiais grevistas! Ê, governo bão: não faz nada, mas não tem culpa, não!

Santos 6 X 3 Bragantino - Desta vez, Robinho comandou o show

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Estreia de Robinho na Vila, uma torcida e um time confiantes mas que guardavam ainda na memória as dificuldades enfrentadas contra o Rio Claro, no domingo de carnaval. Claro que o técnico Marcelo Veiga, do Bragantino, assistiu à última partida do Santos e tentou repetir a tática usada pelo outro time interiorano: marcar pressão e dificultar a saída de bola do Santos. Mas, desta vez, o Alvinegro contava com a volta de Wesley, que substituiu Germano como segundo volante, e Dorival Junior também mexeu taticamente na equipe para não cair no erro anterior. Ora Ganso, ora Robinho retornavam para fazer a transição para o ataque, deixando o sistema defensivo do rival perdido.

Aliás, Robinho mostrou versatilidade fazendo as vezes de armador. Claro que alguém vai lembrar que ele não foi bem sucedido nas outras vezes que teve que fazer a função no Real Madrid, mas jogar ao lado de meias e atacantes que se deslocam o tempo todo facilita bastante sua tarefa, como ficou evidente ontem. E o Rei das Pedaladas, solto, deu uma bela assistência de calcanhar para o quarto gol santista, e fez dois, sendo o quinto um gol de classe.

A supremacia peixeira se fez notar em todo o primeiro tempo. A porteira foi aberta por Wesley, e depois ampliada por Robinho e André. Se o duelo era entre os dois melhores ataques do Paulista, no intervalo o Santos já se isolava no quesito e o time de Bragança estava a um gol de ser a defesa mais vazada. Até os erros santistas evidenciavam a superioridade técnica do Peixe, já que decorriam do ímpeto ofensivo e da necessidade do ataque em ser imprevisível e rápido para furar a retranca interiorana. Os 3 a 0 foram pouco tendo em vista a produção peixeira.



Na segunda etapa, o Bragantino volta tentando posicionar a equipe na intermediária santista. Mas, a um minuto, uma bela trama entre Robinho e Neymar resulta em mais um gol de André. O Bragantino desconta em bela cobrança de falta aos 8 e tenta se animar. Mas Robinho marca por cobertura aos 12 e sacramenta a vitória.

Com a saída de Neymar e Robinho para a entrada de Giovanni e Madson - que entrou muito mal -, o Braga ganhou terreno e chegou a marcar dois gols em um Santos bastante relaxado. Se Dorival tivesse colocado o bom Zé Eduardo, que marcou o sexto, antes, talvez a vantagem peixeira ainda fosse mais dilatada. Mas a coleção de momentos brilhantes da noite já estava de bom tamanho.

Fosse o PT, a mídia chamaria de 'aparelhamento'

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Em entrevista a cinco jornalistas de O Estado de S. Paulo, o presidente Lula aproveitou para canelar - com dados - uma das mais recorrentes críticas da oposição, a de que seu governo inchou a máquina pública. Segundo o nosso presidente, quem incha a máquina estatal, e ninguém fala nada, é o blindado (des)governador de São Paulo, José Erra, digo, Serra (PSDB):

- A cada 100.000 habitantes, o governo federal tem 11 cargos comissionados. Já o governo de São Paulo tem 31 cargos comissionados por grupo de 100.000 habitantes.

Pois é, o governo tucano emprega, proporcionalmente, quase três vezes mais pessoas sem concurso público. Curioso isso. Não era o PT que "aparelhava" o estado? Tenho a ligeira desconfiança de que a informação de Lula não despertará qualquer interesse na chefia de reportagem do Estadão. E de nem um outro jornalão, revistona ou emissora de TV do país.

E não é que o governador canta

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Numa daquelas entrevistas de um "candidato que ainda não é candidato", Datena levanta a bola para o Serra chutar várias vezes, como falar das obras do metrô, das marginais etc., pouco antes de os dois saírem para um "passeio" de helicóptero, porque com sua ironia grosseira o próprio apresentador fala no começo da entrevista que não dá para ir de carro por conta do trânsito.


Mas o melhor desta "entrevista" é, com certeza, o final, em que o governador, por volta dos 8 minutos do vídeo, resolve cantar "Nervos de Aço", de Lupicínio, e assassina a letra. Para ser justo, não foi só ele, Datena também comete vários erros. Ficou engraçado, mas talvez esse vídeo mostre que Serra, se não for eleito presidente, pode tentar a vida como cantor competente (rs).


Para quem quiser conferir o correto, segue abaixo a letra.


Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
Ter loucura por uma mulher
E depois encontrar esse amor, meu senhor
Nos braços de um outro qualquer
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
E por ele quase morrer
E depois encontrá-lo em um braço
Que nem um pedaço do seu pode ser
Há pessoas de nervos de aço
Sem sangue nas veias e sem coração
Mas não sei se passando o que eu passo
Talvez não lhes venha qualquer reação
Eu não sei se o que trago no peito
É ciúme, despeito, amizade ou horror
Eu só sei é que quando a vejo
Me dá um desejo de morte ou de dor


(E lembrem que, antes de Lupicínio Rodrigues, Serra já havia atentado contra outro ilustre finado da música brasileira, Luiz Gonzaga...)

Escutar conversa da mesa vizinha pode? Se for manguaça, deve!

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Por Moriti Neto


Não sou daqueles admiradores incondicionais do Carnaval.  Até gosto das marchinhas antigas, de um bom samba de raiz, mas desfiles das megaescolas e a zona generalizada me atordoam.

Então, faço o quê no período da festa pagã? Procuro o bar mais tranquilo possível pra beber a cerveja mais gelada possível neste calor dos infernos.  Mas confesso que encontrar tal bar, na pequena Atibaia, em pleno feriadão, não é tarefa assim tão simples.

Bem, depois derreter por algum tempo em busca de algum sossego e de garganta refrescada, eis que surge um oásis. Um bar aconchegante, com cara de casa, boa cerveja (com bom preço, aliás) e ainda futebol na tela.  Quase ninguém preocupado com o Carnaval. Quando um dos poucos adeptos pergunta à proprietária do recinto: “e a bateria? Cadê as músicas carnavalescas?”, a resposta vem calma, em tom de brincadeira, mas rápida: “se quiser folia, vá procurar no centro da cidade, quem vem aqui quer bom papo e pouco barulho”.

Porém a pérola daquele domingo pagão, no comecinho da noite, estava por vir. Dois nobres manguaças, aparentemente já em avançado estado etílico, sentam-se à mesa ao lado e é impossível não reparar no diálogo. Algumas frases desconexas e o papo descamba para um furto que parece ter ocorrido na casa de um deles. “Olha, se eu pegasse dava uns tiros”, diz o primeiro. A frase do segundo é enigmática: “mas cachorro não tem vício!”. A palavra volta ao interlocutor inicial que esclarece: “claro que tem. O meu comeu todo meu torresmo”.  Ah, tá. Entendi o furto, mas não a revolta do manguaça. Ela só valeria se o objeto de vício do cachorro fosse outro.

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Top 10: brasileiros pós-91 que não jogaram Copas

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Em época de Copa do Mundo sempre aparecem listas sobre craques do futebol que jamais tiveram a oportunidade de jogar o principal torneio do esporte. O Terra publicou recentemente uma ótima relação, que traz os óbvios George Best e George Weah e outros menos conhecidos como José Manuel Moreno e Alberto Spencer.

Pensei em criar lista análoga, mas que incluísse somente brasileiros. Mas sempre há o temor de cometer alguma injustiça histórica - por mais que eu leia, pesquise e tal, jamais me considerarei um especialista na história da bola a ponto de cravar quais seriam os dez melhores brasileiros que não vestiram a amarelinha em uma Copa.

Então tive a ideia de estabelecer uma relação mais factível e menos sujeita a erros. Ela segue abaixo. É dos jogadores brasileiros que não jogaram Copas do Mundo e cujo período de atividade se deu de 1991 em diante - que é a partir de quando comecei a acompanhar pra valer o nosso futebol.

Aí vai, pronta pra ser devidamente criticada e palpitada pelos leitores:

10- Zé Maria (lateral direito, ex-Portuguesa, Palmeiras e Flamengo)

"Zé Maria? O cara cria uma lista com os 'craques brasileiros que não jogaram Copa e vem falar do Zé Maria?". Realmente, Zé Maria não é um craque e seguramente é o mais opaco de todos os nomes que listarei aqui. Mas sua inserção na lista se faz pela posição em que atua, a lateral-direita. Se pensarmos que a lateral já teve o bizarro Zé Carlos como titular em semifinal de Copa, não é nada estranho afirmarmos que Zé Maria é um que poderia ter atuado pela seleção em um Mundial.

9- Djalminha (meia, ex-Palmeiras, Guarani e Flamengo)

Se Kaká jogará em 2010 sua terceira Copa do Mundo, deve dar parte do crédito disso a Djalminha. Não é boato: o ex-palmeirense estava na lista final de Felipão para a Copa de 2002, mas a cabeçada que deu no técnico Javier Irureta às vésperas do anúncio da delegação implicou na sua exclusão do grupo que acabaria pentacampeão. Djalminha foi craque, mas ao mesmo tempo irregular e indisciplinado. Por isso teve que ver os mundiais pela TV.

8- Ronaldo (goleiro, ex-Corinthians)

Ronaldo é um dos maiores goleiros da história do Corinthians - talvez só perca para Gilmar dos Santos Neves entre os melhores titulares da camisa 1 alvinegra. Mas, assim como Djalminha, sofria de irregularidade e indisciplina. Por isso não teve vida longa na seleção. Aliás, salvo engano, sua vida na seleção se limitou a uma única partida, um triste Espanha 3x0 Brasil na estreia de Paulo Roberto Falcão como técnico canarinho.

7- Válber (zagueiro, ex-São Paulo, Vasco e Botafogo)

Mais um que tem o comportamento como principal motivo de nunca ter jogado uma Copa. Válber comeu a bola no São Paulo bicampeão mundial em 1992/93 e foi figura constante na seleção brasileira nas Eliminatórias para a Copa de 1994. Mas os inúmeros cansaços que deu a Telê Santana nas concentrações do Tricolor acabaram por cansar a paciência de Carlos Alberto Parreira, e Válber acabou jamais disputando uma Copa. Foi preterido em uma lista que teve inicialmente Ricardo Gomes, Mozer, Aldair e Ricardo Rocha e nem foi lembrado quando os dois primeiros se lesionaram e deixaram o grupo (Ronaldão acabou se sagrando campeão do mundo às custas disso).

6- Jardel (atacante, ex-Grêmio e Porto)

Jardel foi campeão da Libertadores pelo Grêmio em 1995. Mas, mais que isso, viveu momentos mágicos na Europa, em especial em Portugal - à época do seu auge, os lusos simplesmente não conseguiam como o "Super Mário" não era titular da amarelinha. Seu estilo centroavantão, apesar de encantar europeus, jamais cativou em definitivo os técnicos da seleção brasileira. Talvez, se tivesse tido a "sorte" de jamais ter sido convocado pela seleção, poderia ter sido um precursor de Liédson e Deco como atleta do escrete português.

5- Amoroso (atacante, ex-Guarani e São Paulo)

Tal qual Jardel, Amoroso brilhou no Brasil, mas viveu seu auge na Europa. Foi artilheiro nos campeonatos Alemão e Italiano, sendo um dos poucos a conseguir a façanha - e também no Brasil, no histórico Guarani de 1994. Sempre esteve entre os selecionáveis, mas jamais emplacou uma sequência de muitos jogos. Suas constantes contusões certamente colaboraram para que jamais jogasse uma Copa.

4- Marcelinho Carioca (meia, ex-Corinthians, Vasco e Flamengo)

Na humilde opinião deste que vos escreve, Marcelinho é o maior jogador da história do Corinthians. E muita gente endossa essa análise. Apesar deste "título", Marcelinho teve pouca história pra contar com a camisa da seleção brasileira. Mais uma vez, o comportamento é o maior culpado; mas, além disso, cabe dizer que Marcelinho sempre viveu acirrada concorrência no meio-campo e teve o auge de sua carreira em períodos entre Copas - em especial, do segundo semestre de 1998 ao primeiro de 2000, quando o Corinthians ganhou quase tudo.

3- Antonio Carlos (zagueiro, ex-São Paulo, Corinthians e Palmeiras)

Esqueçam o técnico em início de carreira, o estranho dirigente corintiano e o decadente atleta que deu um show público de racismo. Podemos prosseguir? Então, vamos lá: Antonio Carlos foi um baita zagueiro, que jogou muita bola em todos os times em que passou quando estava no auge. Campeão pelos quatro grandes de São Paulo (sim, ele conquistou DOIS títulos no Santos), fez com Aldair uma histórica dupla de zaga na Roma. Poderia ter tido mais oportunidades na seleção.

2- Evair (atacante, ex-Palmeiras, Vasco e Portuguesa)

Nome incontestável na lista de maiores jogadores e maiores ídolos da história do Palmeiras, principal protagonista (dentro de campo) do time alviverde que dominou o Brasil no biênio 1993/94. Também jogou muita bola no Vasco e na Europa. Tal qual Válber, participou de muitos jogos nas Eliminatórias para 1994 e sua convocação, meses antes do Mundial era dada como certa - a ponto de estar no álbum de figurinhas daquela Copa. Perdeu a vaga após clamor popular para Romário e as convocações de Viola e do então moleque Ronaldo.

1- Alex (meia, ex-Palmeiras, Cruzeiro e Coritiba)

Alex encabeça a lista porque, de todos os citados, é o que poderia ter jogado mais Copas. Era titular do Palmeiras em 1998, foi dado como convocado para 2002 e 2006 e, cá entre nós, não seria um total absurdo sua convocação para 2010. O azar que Alex deu é que, tal qual Marcelinho, os melhores momentos de sua carreira se deram em anos pós-Copa. Ou alguém duvida que se houvesse uma Copa em 2004 Alex seria titular e talvez até mesmo capitão do time, pelo que fizera no Cruzeiro um ano antes? Ele até hoje guarda mágoas de Felipão, de quem, segundo ele próprio, ouvira a promessa que seria convocado para 2002.

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Há um montão de nomes que poderiam estar na lista, e aguardo sugestões dos leitores com possíveis indicações. Um "problema" que identifiquei na hora de compor a relação foi que a maioria dos nomes que vinha à mente era de atacantes ou meias-avançados - e é por isso que gente como Túlio, Neto, Paulo Nunes, Donizete e outros ficaram de fora. Achei que seria interessante variar as posições entre os citados. Também não incluí jogadores que ainda estão em atividade e que, aparentemente, não jogarão uma Copa - os ex-santistas Diego e Renato são os principais expoentes disso. Mas como o futebol dá voltas, não é impossível que eles estejam no grupo de 2014 ou, vai saber, 2010.

Notas carnavalescas

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Influenciado por minha namorada, acompanhei com mais afinco que o normal os desfiles das escolas de samba deste ano, especialmente as do Rio. Vi diversas manifestações de manguacismo explícito e resolvi relatá-las resumidamente.

Tequila – a Viradouro levou à avenida um enredo sobre o México e passou, obviamente, pela tequila: “Arriba, Viradouro! Uma tequila pra comemorar! O lenço vermelho, sombreiro na mão, o México em cores vou cantar!”

Invasão frustrada – diversas celebridades marcaram presença na festa de Momo, nacionais e internacionais. A mais ilustre certamente foi Madonna, nova aliada de José Erra, quer dizer, Serra, que se empolgou tanto com o mé e o colorido da festa que tentou invadir o desfile da Imperatriz Leopoldinense, chegando a atrapalhar a evolução da escola. Sérgio Cabral (PMDB), que recebia a cantora em seu camarote, tentou ajudar na carteirada de Madonna, mas em vão. Derrotados, governador e estrela pop voltaram para a companhia do prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB) e da ministra Dilma Roussef (PT), no camarote do mandatário estadual.

Democracia – A pré-candidata petista à presidência também teve seu momento manguaça, mas muito mais descontraído: sambou com um gari antes da festa, mostrando seu comprometimento com as bases. O parceiro é Gilson Lopes, 47, que disse que a coroa “samba bem”.


Reincidência - Outra que apareceu na Marques de Sapucaí foi a socialite gringa Paris Hilton. Manguaça contumaz (que disse que se regenerou...) com mais de uma condenação por dirigir embriagada, Paris não perdeu a chance de encharcar no Rio de Janeiro.


Homenagem – Mas a menção mais ilustre à cultura manguaça veio da Vila Isabel, que em seu enredo homenageava ninguém menos que Noel Rosa, como já antecipado aqui. Como o sambista conhecia do riscado, já na comissão de frente, os passistas transformavam seus violões em uma mesa de boteco que era saudada efusivamente.


Cinzas – Aproveitando o tema carnavalesco, faço publicamente proposta para análise e possível inclusão no programa Manguaça Cidadão, plataforma defendida por estes e outros cachaceiros como eixo de desenvolvimento econômico e social do país. Trata-se de Segunda-feira de Cinzas. A idéia surgiu ontem, na quarta ou quinta vez que tive que me lembrar de que não era segunda-feira.

A intenção é diminuir o sofrimento semanal imposto à população pelo início de uma nova semana adotando em todas as segundas-feiras o expediente de Cinzas, ou seja, começando às 13h. Isso causaria menos sofrimento ao trabalhador, que teria mais produtividade. Além disso, daria um novo sentido às tardes e noites de domingo, hoje utilizadas basicamente para lamentar o fim do fim de semana. É possível pensar até mesmo em uma melhoria na qualidade da programação televisiva destes horários, que passariam a concorrer com o bar. Só vantagens! Consigo apoios para a medida?