Destaques

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

A ditabranda do Otavinho na Folha de S.Paulo

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O Assunto jé é meio velho, mas não pode passar sem registro aqui no Futepoca por misturar política e, provavelmente, cachaça que alguém bebeu. Basicamente porque o líquido ajuda a destravar a língua, daí alguns acabam falando (ou escrevendo) sinceramente demais.


Em 18 de fevereiro, a Folha de S.Paulo, mais uma vez, soltou um editorial raivoso contra Chavez cahamando-o de ditador etc... pelo resultado do plebiscito em que poderá se reeleger quantas vezes quiser (e o povo deixar, óbvio). Até aí nada demais, Estadão e o Globo fazem o mesmo cotidianamente.

O pior foi a comparação: "Mas, se as chamadas "ditabrandas" -caso do Brasil entre 1964 e 1985- partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça-, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso. O líder eleito mina as instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente."

Ok, dá vontade de perguntar ao Otavinho (publisher do jornal) quem mais chama de Ditabranda a ditadura brasileira. Até onde sei, a Folha inventou essa agora. 

Não vou me estender muito em comentários, mas publicar as cartas enviadas pelos professores Fábio Konder Comparato e Maria Victoria Benevides, por coincidência dois personagens que já entrevistei e dos quais tenho as melhoes impressões possíveis.

Cartas

Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de "ditabranda'? Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar "importâncias" e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial da Folha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi "doce" se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala -que horror!" 
MARIA VICTORIA DE MESQUITA BENEVIDES , professora da Faculdade de Educação da USP (São Paulo, SP) 


"O leitor Sérgio Pinheiro Lopes tem carradas de razão. O autor do vergonhoso editorial de 17 de fevereiro, bem como o diretor que o aprovou, deveriam ser condenados a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada. Podemos brincar com tudo, menos com o respeito devido à pessoa humana." 
FÁBIO KONDER COMPARATO , professor universitário aposentado e advogado (São Paulo, SP) 

Nota da Redação - A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua "indignação" é obviamente cínica e mentirosa. 

Dizer que as indignações de Comparato e Benevides são obviamente cínicas e mentirosas... O que foi então esse editorial e a resposta da Folha, que não teriam saído sem a aprovação do dono do jornal, ou seja, Otávio Frias Filho?

Cabem as perguntas, o que eles beberam, fumaram ou cheiraram antes de tanta bobagem? Essas acho que nem Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi publicariam na Veja. Ou publicariam?

Palmeiras e São Caetano: em jogão de sete gols, a liderança é mantida

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O Palmeiras venceu o São Caetano por 4 a 3 no Anacleto Campanela. Depois de sair perdendo por 2 a 0 com oito minutos do primeiro tempo, o Verdão virou o jogo e passou para a segunda etapa com 4 a 2. Depois, o time caiu de produção, mostrou limitações e cedeu às investidas ofensivas do técnico Vadão. Os difíceis 4 a 3 mantém a invencibilidade na competição e a liderança.

Foto: Divulgação/Palmeiras
Tirando a estreia, quando não tem o mando do jogo, o Palmeiras mantém uma marca complicada: toma pelo menos dois gols (Portuguesa, Mirassol, Ponte Preta ). Marcão estreiou bem, fez cobertura de Armero, lançou, mas ainda não solucionou a retaguarda, cuja idade média é elevada. Aos 33, ele tem Edmilson com 32 e Marcos com 35 como companhia.

Que primeiro tempo!
Foi um jogão, mas uma partida de personagens. O primeiro deles foi Cleiton Xavier que escorregou quando recebia um passe na fogueira de Pierre logo aos três minutos. Dali saiu o primeiro gol do azulão. Depois, o camisa 10 foi quem cobrou a falta e o escanteio de onde saíram o segundo e terceiros tentos do visitante.

Outro personagem foi Edmilson. Ele continua se desentendendo com Marcos na defesa. Fez o gol de empate, quase marcou o quinto no segundo tempo, mas poderia ter sido expulso em dois lances. O mais claro foi uma falta sobre Tuta, o da rima rica, quando o placar marcava 3 a 2. O outro, que aconteceu bem antes, foi na reclamação acintosa de falta inexistente marcada pelo árbitro. Curiosamente, da falta saiu o segundo gol do time da casa, quando o camisa 3 desapareceu e Marcos não saiu de baixo das traves. A defesa continua sem estar acertada, fica muito exposta e não tem entrosamento suficiente. E tem um buraco do lado direito. Isso talvez explique que, em todos os outros lances, o Goleiro tenha se precipitado em sair da meta. Mas ele não está bem.

A reação do Palmeiras teve em Diego Souza seu principal motor. O jogador correu, criou jogadas, distribuiu passes... Foi o melhor em campo do escrete verde-limão-siciliano no primeiro tempo. No segundo, foi displiscente, mas criou uma jogada linda na lateral direita, com dribles, rolinhos e rodopios. Seu gol de cabeça, o da virada, foi um prêmio. Pena que não joga contra o Guarani, suspenso pelo terceiro amarelo.

Keirrison fez dois, se isolou na artilharia do campeonato com nove gols. O autor do primeiro e do quarto gols desapareceu no segundo tempo, um sinal da pouca eficiência do meio de campo do time de Vanderlei Luxemburgo para tocar a bola e jogar com mais paciência. Não, Willians, Cleiton Xavier e Diego Souza só funcionam para pôr o time para criar chances de gol com rapidez. Isso é ótimo, tem méritos do treinador, mas foi a fragilidade no segundo tempo.

E a fragilidade foi agravada pelas mexidas de Vadão no São Caetano. Três atacantes e três meias, menos um zagueiro, e o time da casa diminuiu a diferença (com Vandinho impedido). Por falta de tranquilidade, não conseguiu o empate. Enquanto isso, Luxemburgo demorou para mexer no time, mesmo com o notório buraco nas costas de Fabinho Capixabana na lateral-direita. Ainda bem que ele não joga a próxima partida, suspenso com o terceiro cartão.

Vizinhança do júbilo ao silêncio
Fazia tempo que eu não reparava no comportamento dos secadores. Quando o placar marcou 2 a 0, a ala antipalmeirense da vizinhança foi ao delírio. Depois da virada, claro, as ofensas foram devolvidas pela torcida do clube da Turiassu. Mas quando saiu o terceiro gol do Azulão – e eu temi pelo sufoco do fim do jogo –, esperei uma nova onda de confiança dos secadores. Não foi o caso. Os profissionais da desidratação futebolística à distância se desmobilizaram, como era de se esperar. Curioso que, quando acabou o jogo, tampouco teve muita festa dos parmeristas das redondezas. Vai ver que também foram dormir mais cedo.

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Tipos de cerveja 29 - California Common/Steam Beer

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Esse tipo de cerveja estadunidense é, em geral, produzida com um tipo especial de fermento, que consegue melhores resultados a temperaturas mais mornas do que o habitual para uma Lager. O método teve origem no século XIX, na Califórnia, onde a refrigeração ainda era um luxo. Desse modo, os agricultores utilizavam fermento típico de Lagers, mas a uma temperatura mais própria para ales - o que resulta em um caráter singular, com a leveza característica das Lagers e paladar parecido com o das Ale. A Anchor Brewing Co. registou o termo Steam Beer, pelo que, em geral, todas as outras marcas são referidas como California Common. Exemplos: Anchor Steam Beer, Park City Steamer e New England Atlantic Amber (foto).

De olho na redonda: A bola pós-carnaval... E Barrichello pode correr com Danica Patrick

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Depois do carnaval, a bola. Não que ela não tenha rolado, principalmente no sábado, quando o Resende superou um perturbado Flamengo, que teve dois jogadores expulsos e ficou de fora da semifinal da Taça Guanabara. Trocadalhos dos mais previsíveis possíveis foram feitos em profusão para falar da façanha do time, mas quando a decisão é em um partida só e, ainda por cima, em fim de semana de carnaval, zebras assim podem aparecer mesmo...

Já o Paulistão terminou o fim de semana da forma mais previsível possível. Com os quatro grandes no G-4 e a Lusa em quinto. Claro que o andamento de competições paralelas como a Copa do Brasil e a Libertadores podem alterar o quadro, mas o estadual promete ser isso que está aí. De se destacar, apenas o grande público que compareceu ao Pacaembu para ver Santos e Botafogo em pleno domingo de carnaval: quase 21 mil pagantes, mais que o dobro do clássico (ou semiclássico?) entre Lusa e Palmeiras. Mas o Eterno ainda resiste a fazer o Peixe jogar mais em São Paulo, atendo-se às superstições e ao provicianismo de sempre, embora acene com a possibilidade de a partida contra o Rio Branco ser realizada na capital. Ao santista paulistano, mais fiel que o da Baixada (e olha que sou de lá), restam as sobras...

O ponta-artilheiro

Garrincha, Canhoteiro, Julinho Botelho, Zagallo... Nenhum deles chegou perto da fantástica marca de Pepe, segundo maior artilheiro da história do Santos com 405 gols. É o maior ponta artilheiro do país, e com tal marca supera os goleadores máximos de clubes como Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Fluminense etc etc etc. Hoje, ele faz 74 anos. Parabéns, Canhão!   

Barrichello e Danica Patrick juntos?


Invado aqui o espaço do inigualável Chico Silva para falar de automobilismo. Ou quase isso. Após penar na sofrível e hoje falida Honda, Rubens Barrichello está prestes a se aposentar de maneira forçada. Mas o descanso pode durar apenas um ano. A USF1, equipe estadunidense lançada na terça-feira e que estreará na Fórmula-1 em 2010, declarou publicamente o interesse em contar com o brasileiro já que, em seu primeiro ano na categoria, precisaria contar com um piloto rodado (no bom sentido). "Rubens Barrichello seria bom, pois experimentou dois anos ruins na Honda, o que seria uma coisa muito útil para nossa operação. Mas ele é quase o único dos pilotos que potencialmente preencheriam o papel de piloto experiente", disse Peter Windsor, diretor esportivo da agremiação.

 
Fotos comportadas porque esse é um blogue de família.
 
E, para acompanhar Barrichello na equipe, uma das apostas é Danica Patrick, que hoje disputa a F-Indy. Hoje ela integra a equipe Andretti-Green se destacou por ser a primeira mulher a vencer uma prova na categoria, no Japão em 2008. Certamente, como se sê nas fotos da moça, seria também uma bela jogada de marketing, podendo ajudar a combalida F-1, tão afetada pela crise econômica mundial.

Perdendo a freguesia

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Sexta-feira de Carnaval, nove e meia da manhã. Na calçada de esquina, em frente ao bar, dois foliões cozidos de cachaça dormem um sono de morte. O dono do estabalecimento chega, abre as portas e, com uma vassoura, vai cutucar os inoportunos.

- Pô! Isso é hora de abrir o bar? Muito cedo!, reage, indignado, o primeiro manguaça.

- Ó, é isso aí! Muito cedo! E tem mais: amanhã eu juro que vou procurar outro bar pra dormir!, ameaça, com cara feia, o segundo pingaiada...

domingo, fevereiro 22, 2009

O carnaval engajado

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“E um dia afinal/tinham direito a uma alegria fugaz/uma ofegante epidemia/que se chamava carnaval”. Era assim que Chico Buarque, em um quase samba-enredo, fazia o epitáfio da ditadura militar brasileira na épica “Vai Passar”. Não foi o primeiro e nem será o último a misturar a temática do carnaval com política. Aliás, a música foi utiilizada também para a derrotada campanha de FHC à prefeitura de São Paulo em 1985. O contexto da democratização facilitou a vida do então peemedebista, mas parece que Chico Buarque não se orgulha muito do fato não...

Curiosamente, no Brasil, em geral quem é muito afeito ao debate político costuma rejeitar as folias momescas, preferindo o descanso ou o refúgio daquilo que alguns chamam de apologia da alienação, festa comercial, exaltação de narcotraficantes, coisificação da mulher e várias outras críticas das bem pertinentes, aliás. Mas há muitos exemplos de associação de um dos temas-chaves desse blogue com os festejos celebrizados no Brasil.  

Se o evento midiático mais forte do carnaval é o desfile das esolas de samba do Rio de Janeiro, lá também surgiram alguns sambas-enredo bem-feitos e "engajados". A Caprichosos de Pilares se notabilizou na arte de trabalhar temas algo espinhosos com muito bom humor e seu apogue aconteceu no ano de 1985 (vídeo abaixo). Pedindo eleições diretas, o samba lembrava o passado sem inflação e pedia "Quero votar!". "Diretamente, o povo escolhia o presidente/Se comia mais feijão/Vovó botava a poupança no colchão/Hoje está tudo mudado/Tem muita gente no lugar errado".



A lembrança de outros tempos promovida pela letra também tinha uma auto-crítica, sobre a mudança de estilo dos desfiles de então e evocando a saudação aos sambistas antigos, culminando em um dos refrões mais célebres da história do carnaval. "Onde andam vocês, ô ô ô/Antigos carnavais?/Os sambistas imortais/Bordados de poesia/Velhos tempos que não voltam mais/E no progresso da folia.../Tem bumbum de fora pra chuchu/Qualquer dia é todo mundo nu...".

Sambas reflexivos e excelentes também foram a tônica de 1988, centenário da abolição da escravatura. Se a Vila Isabel venceu o carnaval homenageando Zumbi, figura à época ainda negligenciada por boa parte dos historiadores e ignorada nos livros de escola, certamente o samba mais cantado foi entoado por Jamelão, na Mangueira (vídeo abaixo). A letra questionava as condições do negro depois da abolição:"Será/Que já raiou a liberdade/Ou se foi tudo ilusão/Será/ que a Lei Áurea tão sonhada/Há tanto tempo assinada/Não foi o fim da escravidão". O refrão é, sem dúvida, um dos mais significativos da história da Sapucaí. "Pergunte ao Criador/Pergunte ao Criador/ quem pintou essa aquarela/Livre do açoite da senzala/Preso na miséria da favela". Virou até aula no exterior...



Ainda no Rio de Janeiro, também não dá pra esquecer o samba campeão da Vila Isabel em 2006, Soy loco por ti América - A Vila canta a latinidade. A polêmica surgiu por conta do patrocínio da PDVSA, estatal petrolífera venezuelana. Claro que a celeuma se deu por envolver Hugo Chávez, outros apoios financeiros comuns, como de prefeituras, governos de estado e até de ongs ambientalistas foram - e continuam sendo - solenemente ignorados e pouco discutidos pela mídia dita imparcial...

Mas o importante é que hoje carnaval e política se misturam à vontade sim. Sindicatos, como os bancários do Rio de Janeiro, que aproveitam a data para dar seu recado e defender o uso de preservativos, por exemplo. E serve até, quem diria, para explicar Karl Marx (vídeo abaixo). Portanto, não se envergonhe em curtir o samba nesse carnaval, ó, amante da política! Engajamento é que não vai faltar...

sábado, fevereiro 21, 2009

Reação da Lusa para Palmeiras no Paulista

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O título poderia ser "Keirrison breca arrancada da Portuguesa", já que a equipe não perde desde a segunda rodada e vinha de duas vitórias. Mas o foco inevitável é no líder do campeonato e seu tropeço. O empate no Canindé entre Portuguesa e Palmeiras representou o fim do 100% de aproveitamento do alviverde no Paulista, depois de perder na Libertadores a invencibilidade na temporada em jogos oficiais. O time continua sem perder na competição e com um ponto a mais do que o segundo, Corinthians, ainda com uma partida a menos.

Gols só saíram no segundo tempo, dois de Keirrison aos 8 (de pênalti) e aos 15. Com 2 a 0, os visitantes reduziram o ritmo e a Lusa acelerou. Edno, de pênalti, e Christian empataram a partida.

A produtividade mais baixa do Palmeiras, o nervosismo de Diego Souza e a falha da defesa no segundo gol da Portuguesa não podem ser atribuídos à derrota na partida contra a LDU.

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Em busca do marafo perdido – Capítulo 3

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MARCÃO PALHARES

Eram duas da tarde e eu seguia uma bunda pela avenida principal. A mulher entrou numa casa de artigos para bebês e eu fui atrás, hipnotizado. Um vendedor me perguntou o que eu queria ali e me tirou do transe. Encabulado, comprei um jogo de babadores (algo muito apropriado para o vexame do meu instinto carnal mal reprimido). Peguei o embrulho, dei de presente para um padre que esbarrou em mim na calçada e corri sedento para o bar da esquina. Fazia um calor piauiense e já fui pedindo a primeira gelada. Tomei em quatro goles e puxei outra. Havia um cara de boina xadrez e anel de pedra vermelha, com um violão. E outro, com a camisa do Tuna Luso, tocando pandeiro. Ali por perto, no balcão, uma moça tinha os olhos fixos neles. Não era tão feia quanto parecia. Com o tempo, achei até que foi ficando interessante.

Devidamente encervejado, pedi um rabo de galo para reforçar. Pra comer só tinha ovo cozido, daqueles azuis, boiando num vidro de líquido nefasto. Pensei em pedir algum lanche, mas a visão de uma gaiola de periquitos cheia de excrementos, bem perto da chapa, me fez considerar que a mesma talvez não estivesse muito limpa. Talvez. A moça, que exalava um desodorante deveras enjoativo, dizia ao violeiro que era cantora. Queria dar uma canja. O homem palitou os dentes com a unha comprida do mindinho esquerdo e, entediado, assentiu. Ela escolheu uma música do Julio Iglesias, "Coração enamorado", e soltou o gogó. Deus pai todo poderoso!

Além de desafinada, a moça gaguejava e tinha uns cacoetes estranhos, ora adiantando, ora atrasando a letra. "Não pergunta nem responde/ Simplesmente satisfaz/ Sonhar/ Que existe amor cada vez mais". Uma voz aguda, irritante, perfurante. Mas o manguaça levou a música até o final no violão e, educado, agradeceu a "cantora". Ela até insinuou um "Agora toca aquela...", mas o pandeirista se encarregou de atravessar a inconveniente e apressou a voz num samba do Benito di Paula: "Você/ Ficou sem jeito e encabulada/ Ficou parada sem saber de nada...". Não sei se a moça percebeu a maldade da letra e o corte que levou do Tuna Luso, mas se calou com a sua boca sem feijão.

Eu já estava ali pelo segundo copo de Jurubeba Leão do Norte e me apiedei da criatura. Sentimentalismo de pinguço. Amor, paixão, casamento. Tudo isso passa pela cabeça de uma pessoa que começou o dia seguindo uma bunda e prosseguiu deglutindo nove cervejas, cinco doses de pinga da pior espécie com vermute barato e três jurubebas. "Você vem sempre aqui?", me lembro de ter perguntado. Não sei o que houve. Na cena seguinte, a moça estava no meu colo. Eu apertei sua mão e a marca dos meus dedos ficou impressa. Não entendi. Ela disse algo sobre doença de pele, erisipela, fungos ou coisa parecida. Depois me beijou, com hálito de Tatuzinho e tubaína de uva.

No pequeno apartamento, os colchões eram separados por varais com lençóis. Uma mulher gorda e com touca na cabeça, fumando, fazia miojo numa caçarola. Não tenho certeza, mas acho que me deitei e apaguei. A moça não gostou muito, pois buscou um balde com roupas de molho e atirou sobre mim. Fiquei atônito, no colchão encharcado. Houve bate-boca, a mulher do cigarro ameaçou me jogar o miojo na cara. Assim que tive a oportunidade, abri a porta e saí correndo. A moça do bar veio atrás, pelas escadas, me dando vassouradas. Cheguei à rua e entrei no primeiro táxi que vi, ainda molhado e fedendo sabão em pó vagabundo.

Parei num buteco de periferia e pedi um conhaque. O rádio tocava Julio Iglesias e comecei a divagar. Depois da décima segunda cerveja, me convenci de que tinha conhecido o amor da minha vida. Estava decidido: eu iria procurá-la. Não a moça, mas a mulher da touca, cigarro e miojo. Uma deusa! A vida é assim. Ninguém escapa.

(Continua quando o autor estiver sóbrio o suficiente para escrever...)

A culpa é do Esqueleto!

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Fuçando no Youtube, encontrei essa pérola de sabedoria e iluminação trazida até nós pelo homem mais forte do universo. Acompanhem a explicação de ninguém menos que He-Man para os desvarios do sistema financeiro.

Kléber, treze minutos, dois gols e dois cartões amarelos

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Foto: Vipcomm/Divulgação


Na estreia do Cruzeiro na Libertadores vinha sem gols quando o técnico Adilson Batista resolveu promover a primeira participação do atacante Kléber na equipe. Um minuto depois, de pênalti – sem árbitro mineiro, que fique claro – os mineiros saíram na frente do Estudiantes. Depois, Kléber fez dois gols e dois cartões amarelos. Não completou 15 minutos em campo. A primeira advertência foi por tirar a camisa na comemoração do gol. A segunda, a expulsão portanto, aconteceu aos 28 minutos, em uma falta sobre Verón.

Foram primeiros passos dignos de quem já foi chamado de "a besta" e contra quem se praguejou um futuro de Sandro Goiano. Mas também explicam porque a torcida do palmeiras reclamou tanto de sua saída.

Para o Cruzeiro, o cometa azul, segundo o Carlão, sacramentou a manutenção dos 100% de aproveitamento na temporada, coisa que o Palmeiras infelizmente não fez.

Sport
Outro brasileiro que iniciou sua trajetória na competição continental foi o Sport de Recife – e de Nelsinho Baptista e de camisa amarela. Venceu o Colo Colo no Monumental em Santiago do Chile por 2 a 1. No grupo, está empatado com a LDU com três pontos. Como foi o melhor resultado entre as equipes brasileiras, merecia mais do que apenas ser citado nesse post.

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Paulo Maluf eterno

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Com meses de atraso, cumpro aqui o dever de repassar algo de interessante do livro "Ele - Maluf, trajetória da audácia", de Tão Gomes de Pinto (Ediouro, 2008). É claro que, de política, tem 400 causos interessantes, mas, pela falta de espaço, pincei um ou outro. Procurei atentar para fatos relacionados ao futebol e à cachaça, que também regristro aqui. Numa análise geral, gostei do livro, apesar de não ter o menor apreço pelo empresário e político Maluf, que chegou a ser preso em 2005.

Mas não se pode negar que é uma figuraça. Capaz de frases lapidares como essa: "Domingo na minha casa os meus filhos e netos comem quibes feitos pela nossa cozinheira. A minha sogra tem quarenta bisnetos que comem quibes e esfirras". Ou então de um incrível bom humor e auto-sarcasmo: "No município de Peruíbe, encontrei um muro com uma pichação gigante e uma seta apontando para o mar: 'Oceano Atlântico, obra de Maluf'". E de gestos de politicagem matreira como, numa cidade do interior de São Paulo, passar três horas decorando o obituário do jornalzinho local para saber, na ponta da língua, quais famílias (de eleitores, lógico) estavam passando pela dor do luto - e que mereceram suas condolências. Mas vamos a alguns trechos do livro:

Futebol
Maluf se orgulha de ter demolido a antiga concha acústica (foto à direita) do estádio Pacaembu em 1969, quando assumiu o cargo de prefeito nomeado (ou "biônico") em São Paulo, para construir o setor de arquibancadas que atualmente é conhecido como Tobogã. A obra causa polêmica ainda hoje, pois muita gente diz que a capacidade do estádio diminuiu, em vez de crescer. O governador José Serra (PSDB) chegou até a cogitar a hipótese de reconstruir a concha acústica. Já Maluf defende o Tobogã: "É incrível, mas é uma obra minha. Fui lá duas vezes durante a construção e inaugurei numa partida do Corinthians x Cruzeiro, de Belo Horizonte, em companhia do Carlos Caldeira Filho, dono da Folha. Ampliei a capacidade do Pacaembu de 35 mil para 44 mil torcedores". Há controvérsias...

Política
Como disse, o livro tem história a dar com pau, como, por exemplo, os bastidores da eleição indireta que derrotou Maluf e elegeu Tancredo Neves presidente, em 1985. Mas uma que me chamou a atenção, pela cara de pau, foi essa: "Durante o governo Geisel, em 1976, houve o desastre na Via Dutra e o Juscelino [Kubitschek] faleceu. Quatro anos depois, eu era governador de São Paulo e recebi um pedido de audiência de d. Sara Kubitschek. Imediatamente concedi-lhe a audiência e ela veio com o dr. Renato Azeredo, que é pai do atual senador Eduardo Azeredo e foi governador de Minas. (...) E d. Sara me pediu um auxílio para a construção do Memorial JK, em Brasília. (...) E disse: 'D. sara, quanto a senhora precisa para terminar esse memorial?'. Ela disse: 'Governador, preciso de 50 milhões de cruzeiros'. Na época devia ser uns 3 milhões de dólares. Como o dólar desvalorizou muito, seria hoje equivalente a uns 30 milhões de dólares. (...) Mandei uma mensagem para a Assembléia Legislativa de São Paulo, mas usei um truque. Porque São Paulo só poderia investir fora do seu território se fosse autorizado por lei. (...) O meu truque foi o seguinte: na minha exposição de motivos, eu pedia esse crédito suplementar sob a alegação de que Juscelino tinha sido o melhor governador que São Paulo havia tido. Se quiser ver, está lá nos anais. (...) Mas a verdade é que foi a colocação da indústria automobilística em São Paulo (...) que deu grande impulso ao Estado". Taí: foi assim que "doamos" mais de 60 milhões de reais para o Memorial JK (foto acima).

Cachaça
Uma passagem que Maluf fala de bebida mistura também bastidores políticos. Quando Paulo Egydio (foto à direita) era governador de São Paulo, na década de 1970, tentou abortar a carreira política de Maluf. "Do 'turco' eu me livrei!", chegou a afirmar ao senador Antonio Balbino, da Bahia. A estratégia era encostar Maluf num cargo em uma empresa fomentadora de exportação que praticamente nem existia. Mas o "turco" ainda tentou negociar a situação na manguaça: "Era uma noite muito fria. Fomos tomar um uísque e, naturalmente, decidir qual seria meu futuro no governo. Para minha sorte, ele não cumpriu nada do que prometera". Maluf declinou do convite para o cargo obscuro e voltou para a direção da empresa Eucatex. Depois, retomou a politicagem na Associação Comercial de São Paulo e, em seguida, conseguiu suceder o próprio Paulo Egydio no governo do Estado. De fato, uma raposa velha...

Provocação
Não poderia encerrar o post sem reproduzir a provocação de Maluf ao atual governo tucano de São Paulo, em relação ao desabamento de um trecho da obra da nova linha do Metrô: "Aquilo foi um erro de concepção do projeto do goveno e da Companhia do Metrô. Eles deveriam ter escolhido um projeto de execução mais fácil, como nós fizemos na Linha 1. Se tivessem escolhido um projeto diferente na Linha 4, aquela travessia poderia custar dez vezes menos. Porque uma ponte é muito mais barata do que um túnel". Tudo bem que crítica do Maluf é sempre discutível, mas ele traz à tona uma pauta que a imprensinha insiste em ignorar, para poupar o tão precioso PSDB.

PQFMTMNETA 7 - Ademar Braga, técnico corintiano (2006)

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Breve introdução aos que não conhecem a série: PQFMTMNETA é abreviação para "Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim". Nesse espaço, mostraremos eventos do futebol acontecidos há, no máximo, cinco anos, que causaram polêmica na sua época, e que depois caíram no esquecimento.


PQFMTMNETA 7 - Ademar Braga, técnico corintiano (2006)

A última participação do Corinthians em uma Libertadores está na mente de quase todos os aficcionados por futebol. Pudera: o desfecho da empreitada alvinegra foi inesquecível. A derrota, a eliminação e, principalmente, o quebra-quebra que se viu no Pacaembu após o Corinthians perder para o River Plate ficaram em definitivo como um dos episódios mais marcantes do futebol brasileiro.

Mas apesar dessa lembrança, há um aspecto daquele jogo que dificilmente é respondido no bate-pronto por quem gosta de futebol. Quem era o técnico do Corinthians naquele dia? Antônio Lopes, campeão brasileiro meses antes? Geninho, imortalizado pelo "pega-pega" diante do mesmo River em 2003? Daniel Passarella, figura emblemática da parceria MSI/Corinthians?

Nada disso. O treinador alvinegro era Ademar Braga.

Braga é mais um entre tantos os interinos do futebol brasileiro que acabam ficando no cargo por mais tempo que previam. Ele integrava a comissão técnica do Corinthians desde 2005, como auxiliar. Chegou ao Parque São Jorge após uma carreira vasta, que teve início no futebol do Rio e passagens pelo chamado "mundo árabe".

Era apenas um assistente no Timão quando Antônio Lopes começou a balançar no cargo. O delegado nunca tinha chegado a emplacar no Parque São Jorge, verdade seja dita, apesar de ser o técnico do título brasileiro de 2005. Quando ele caiu, Ademar veio à tona e assumiu como interino. Mas de repente a diretoria corintiana resolveu bancar Braga, e afirmou que ele seria o técnico do time até o final da Libertadores.

Vale lembrar que aquela Libertadores era uma verdadeira obsessão no Corinthians. Trata-se do título mais importante que o clube não tem (e que todos os rivais têm, o que intensifica a meta), e, no contexto de 2006, era o que coroaria o projeto MSI. Todas as fichas do Corinthians e sua parceira estavam naquele campeonato. Mas não deu certo. O time até que fazia boa campanha no torneio, mas desandou quando teve o River pela frente. Perdeu por 3x2 na Argentina e até se animou para o jogo de volta; mas, no Pacaembu, o River sufocou o Corinthians e venceu, de virada, por 3x1.

Pouco após a eliminação na Libertadores acabava a era Ademar Braga. Ele perdeu o cargo para Geninho, que conseguiu fazer campanha ainda mais pífia. Foi o desfecho de uma rápida estada no mainstream de um técnico que chamou a atenção menos por inovações táticas do que pelo seu comportamento - a fala richarlysoniana e uma auto-declarada metrossexualidade fizeram de Ademar figura rara no mundo do futebol.

Comentários de um não-sãopaulino sobre um empate inusitado

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Passei o dia esperando que algum dos tricolores do Futepoca escrevesse sobre o empate de quarta-feira diante do Independiente de Medellin, em pleno Morumbi. Desde cedo já estava com meu comentário pronto, independentemente do teor do post que viesse. Como não veio, aí vão meus comentários:

1) Nunca tinha achado o Hernanes cai-cai. No jogo de ontem ele não foi bem, e teve seus momentos de tentar cavar faltas. Engraçado que em outros lances ele se segurava em pé tomando pernada. Vá entender...
2) Quando os meias não jogam o São Paulo é só balãozinho na área.
3) Alguém precisa aprender a marcar a jogada de pivô do Borges, que é muito bem feita, embora nem sempre dê resultado.
4) O Muricy, com razão, não confia em sua defesa neste ano. Caio Ribeiro, comentarista da globo, torceu mais que a vizinhança perto de casa. Mas não entendeu isso.
5) André Dias deveria ter sido expulso. Talvez duas vezes.
6) André Lima também, por um cotovelaço dentro da área.
7) O goleiro paraguaio Aldo Bobadilla foi impecável no jogo todo, até os 48 minutos quando espanou uma bola.



Ficou sem continuidade e bem restrito. Os comentaristas que completem.

O começo da copa mais sem lógica do Brasil

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Começou ontem a Copa mais sem lógica do Brasil. Sei que vou tomar cartão pela brincadeira, mas é verdade. Nenhum outro campeonato que envolve times da primeira divisão nacional teve campeões como Paulista de Jundiaí e Santo André. Aliás, times que foram parar na Libertadores por causa dessa copa, sem ela não teriam chance...


Para não voltar muito no tempo, é o caso do Sport, que não pode ser considerado uma zebra total, mas eliminou times favoritos como o Palmeiras de Luxemburgo e o Internacional de Alex e hoje está no maior campeonato da América do Sul. 

Blablablá à parte, ontem começou o campeonato e a zebra já apareceu com a vitória do União de Rondonópolis por uma a zero contra o Inter. Praga do centenário? Acho que ainda não, o time gaúcho deve passar fácil no jogo de volta, mas não juro por minha mãe. 

Outros resultados inesperados foram as vitórias do Sampaio Correa, do Maranhão, contra o Figueirense (SC), que até o ano passado estava na primeira divisão do Brasileiro, a vitória apertada do Fluminense contra o Nacional de Patos, PB (1 a 0), e a do Santos sobre o Rio Branco do Acre (2 a 1). Agora, terão de fazer o segundo jogo para espantar a zebra...

Mas é um bom exercício também ver possíveis cruzamentos, se der a lógica. Aparentemente, o lado em que estão Atlético (MG) e Vasco é o mais fraco. Os dois se cruzariam nas oitavas-de-final, se der a lógica. No caminho dos mineiros até as quartas o único time de primeira divisão é o Vitória (BA). Na parte de baixo, Corinthians, Fluminense, Atlético (PR) e Goiás se pegam até as oitavas.  O vencedor enfrentaria Vasco, Galo ou Vitória.

Do outro lado, Botafogo, Santos, Coritiba eliminariam-se para enfrentar quem sair de Flamengo, Internacional e Náutico. Sem menosprezar nenhum outro time, o critério foram os que estão na primeira do Brasileirão.

Essa é a lógica, mas tudo cairá por terra quando aparecerem as primeiras zebras. Façam suas apostas...

Militância?!??

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Na tentativa de pegar José Serra pelo contrapé, o também tucano Aécio Neves tenta convencê-lo a disputar prévias para decidir quem será o candidato do PSDB à Presidência da República no próximo ano. Anteontem, Serra acenou com uma possível concordância, mas refutou o que considera uma "mega-antecipação" da campanha. Mesmo assim, Aécio, animado com a boa recepção do governador paulista em participar de eleições prévias no partido, lançou novo desafio: um convite para que ele e Serra viajem juntos pelo país, para juntos fazerem campanha entre os tucanos. "Vamos fazer uma mesma agenda, vamos falar para a militância do partido, vamos debater em altíssimo nível", disse o governador de Minas Gerais. Só fiquei com uma dúvida: de que "militância" ele está falando?!??

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Entra na lista?

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Pesquisando fotos antigas do Clube Atlético Taquaritinga (CAT), acabei tropeçando na ficha de uma partida que poderia ter entrado no ranking que o Glauco e o Olavo fizeram outro dia para o site Impedimento. Trata-se de uma derrota do Santos por 4 a 0 para o América, em São José do Rio Preto (SP), no Paulistão de 1980. E o herói do jogo foi o ponta-esquerda Mazzola, autor dos dois últimos gols. Seis anos depois, ele jogaria no Taquaritinga (foto acima), pela Divisão Intermediária do Paulista, a segunda divisão da época ou Série A-2 de hoje. Vítima de uma operação malsucedida no joelho direito, o ponta-esquerda encerraria a carreira precocemente no Corinthians de Presidente Prudente, aos 30 anos, em 1988.

Quem recuperou a goleada do América contra o Santos foi Edwellington Villa, da coluna Flash Bola, no Diário da Região de Rio Preto. Ele traçou um perfil de Mazzola, que, na foto à direita, exibe a camisa que vestiu na partida histórica. Conterrâneo do craque Neto, que brilhou principalmente no Corinthians e hoje é comentarista, o ex-ponta-esquerda nasceu em Santo Antônio de Posse, na região de Campinas, há 50 anos. Tentou a sorte no Mogi Mirim e no Botafogo de Ribeirão Preto antes de profissionalizar-se no América, em 1979. Também jogou pelo Bandeirante de Birigui e Ituano.

Mas foi em 1980 a consagração de Mazzola, com grandes atuações tanto no Paulistão quanto na Taça de Prata do Brasileiro (equivalente à Série B), quando o América subiu para a Taça de Ouro. Uma das melhores partidas do ponta-esquerda na campanha do acesso foi a goleada por 6 a 2 sobre o Figueirense. Mas a vitória épica foi mesmo contra o Santos, que terminaria como vice-campeão paulista. Um detalhe curioso é que o técnico do América era Urubatão, e o do Santos, o ídolo Pepe - dois dos titulares do alvinegro praiano na conquista do bicampeonato paulista de 1955/ 1956.

FICHA TÉCNICA
América 4 x 0 Santos
Data: 1º/10/1980
Competição: Campeonato Paulista (2º turno)
Local: Estádio Mário Alves Mendonça (São José do Rio Preto-SP)
Juiz: Dulcídio Wanderley Boschillia
Gols: Marinho (1), Marinho (10), Mazzola (49) e Mazzola (54)
Expulsões: Gerson Andreotti, João Paulo e Neto
Renda: Cr$ 1.684.630,00
Público: 19.223 pagantes

América - Valô; Berto, Camilo, Jorge Lima e Ademir Gomes; Gerson Andreotti, Serginho Índio e Marcelo (Zé Cláudio); Marinho, Mazzola e Cândido. Técnico: Urubatão.

Santos - Marola; Nelsinho Baptista, Márcio Rossini, Neto e Washington; Miro (Toninho Vieira), Rubens Feijão e Pita; Nilton Batata (Claudinho), Campos e João Paulo. Técnico: Pepe.


América de Rio Preto (1980) - Em pé: Paulinho, Jorge Lima, Gerson Andreotti, Ailton Silva, Luiz Fernando Calori e Reginaldo; Agachados: Marinho, Rotta, Luis Fernando Gaúcho, Serginho Índio e Mazzola

Reminiscências dos tempos de antanho...

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Outro dia eu conversava com um amigo sobre a gênese do rockinho brasileiro, com a explosão de "Você não soube me amar", da Blitz, em 1982. Tentamos lembrar o que tocava no rádio antes disso. Observei que Rita Lee, 14 Bis, A Cor do Som, Baby Consuelo, Pepeu Gomes e mesmo Lulu Santos tinham emplacado alguns rockinhos até 1981. Mas ele retrucou: "-Não, não tô falando de rock. Lá na minha casa, só se ouvia Luiz Ayrão!". Verdade. Era isso o que eu ouvia no rádio (o dia inteiro!) antes dos Ritchie, Rádio Táxi e Herva Doce da vida: "Aquele lencinho/ Que você deixou/ É um pedacinho/ Da saudade que ficou". E, especificamente naquele ano de 1982, com a Copa da Espanha, o que eu mais ouvi desse sambista foi o seguinte:

MEU CANARINHO
(Luiz Ayrão)

Dá-lhe, dá-lhe bola
Meu canarinho vai deixar a gaiola
Vai pra Espanha de mala e viola
Vai dar olé à espanhola
E rola, e rola, e rola
E rola essa bola
Eu quero ver toureiro de castanhola
E o goleiro babando na gola
Com as mãos na cachola
Tomar mais um gol na sacola!

Hei, Brasil! Lálaiá, lara, hei Brasil!
Quero ver essa massa vibrando com raça, são quase 200 milhões
E a galera em close, com a camisa 12, jogando com seus corações
Quero o povo gritando, o gol festejando, o vento socando com toda emoção
E a seleção canarinho voltando pro ninho com a taça na mão

Brasil, olé! Brasil, olé! Brasil, olé! Brasil!




E, na mesma esteira da "seleção canarinho", outra música que tocou demais naquele ano foi essa aqui, na voz do lateral-esquerdo flamenguista Júnior:

POVO FELIZ (VOA CANARINHO)
(Nonô/ Memeco)

Voa, canarinho, voa
Mostra pra este povo que é rei
Voa, canarinho, voa
Mostra na Espanha o que eu já sei

Verde, amarelo, azul e branco
Formam o pavilhão do meu país
O verde toma conta do meu canto
Amarelo, azul e branco
Fazem meu povo feliz

E o meu povo toma conta do cenário
Faz vibrar o meu canário, enaltece o que ele faz
Bola rolando e o mundo se encantando
Com a galera delirando, tô aqui e quero mais




Pois é, moçada. A idade chega e as lembranças voltam...

No butiquim da Política - A calmaria...e a 'moça'!

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CLÓVIS MESSIAS*

Aqui no buteco, os papos estão muito "miúdos" para o momento que se vive. Depois de uma cochilada, o Palácio dos Bandeirantes mandou recolher, na Assembléia Legislativa (à direita), o projeto que dá condições aos municípios das regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Baixada Santista de cobrarem pedágios nas ruas e avenidas. A justificativa era obrigar as pessoas a deixarem os automóveis em casa e usarem o transporte coletivo. Ou seja: eles querem que você use o que não tem. Aliás, este tem sido o comportamento dos Executivos federal, estadual e municipal. Quando vai mexer no bolso dos empresários por não cumprirem suas obrigações, transfere-se a responsabilidade para nós, o povo.

Bom, mas a matéria, aqui no Legislativo estadual de São Paulo, foi retirada por ser "impopular". Lembrem-se: vai haver eleições. Assim, a cobrança de mais imposto foi postergada. Afinal, todos estão dando bom dia com o chapéu dos outros. "Por aqui", comenta um chegado, "eles não querem 'falação' de maneira nenhuma. Quem discute qualquer tema que envolva atitude política é traidor". Boa. Nova forma de ver essa democracia. É a democracia do "acordão", do silêncio. Sem debate. Um outro manguaça canela: "É o AI-5 com novo viés. AI-5 democrático!". Mas, pra sorte da moçada, a coisa está pegando justamente na liderança do PSDB. Irônico, não? O burburinho vem do próprio governo.

Há grande possibilidade de, na próxima Mesa Diretora, o deputado Estevam Galvão, do DEM (à esquerda), ser o líder do governo tucano de José Serra. O deputado Barros Munhoz (PSDB), como dissemos tempos atrás, será o presidente da Assembléia Legislativa. O 1º vice-presidente será o deputado Roberto Engler, também do PSDB. Já o deputado Rui Falcão (PT) abriu mão da 1ª secretaria em favor de seu colega de partido, deputado Carlinhos Almeida. A 2ªa secretaria, seguindo a proporcionalidade, vai para o DEM, que indicou o deputado Aldo Demarchi. Os outros cargos da Mesa são decorativos, mesmo os que estão querendo criar, ou seja, a 3ª e a 4ª vice-presidências.

Decorativos, mas com dinheiro - o do contribuinte, o nosso. Eles alegam que os novos cargos são para uma melhor distribuição dos partidos representados na Casa, tendo cargo na Mesa Diretora. "Desse jeito, onde vamos parar?", pergunta um sujeito já com quatro canas a mais, no bar. "É jantar, é almoço, é lanche, é reunião. Mas nós, o povão, continuamos com nada, só observando a festa!", prossegue, indignado. Não podemos esquecer, retruco, que, se eles estão lá, na Assembléia Legislativa, é porque nós votamos. Nisso, rindo e lendo um jornal, outro frequentador do buteco questiona: "E se a 'moça' candidata chegar, nas pesquisas, a somar mais dez pontos? Pra onde vai essa calmaria?".

Aqui em São Paulo, José Serra pensa estar nadando de braçada. Mas a 'moça' já está com mais de 13 pontos nas pesquisas...

Em tempo: cruzei, nos corredores do Legislativo, com um auditor do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). Acreditem, é verdade, está havendo uma auditoria na Casa. Há muitos, mas muitos anos que isso não acontecia. Será influência da construção inacabada do prédio anexo?

*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino, dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa e colabora com esta coluna para o Futepoca.

No primeiro teste para valer, o Palmeiras não passou

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Depois de um início de temporada com nove vitórias em nove partidas oficiais, o Palmeiras perdeu sua invencibilidade. No primeiro jogo difícil, o time levou a pior diante da LDU em Quito, por 3 a 2. No estádio Casa Blanca, os seis dias de treinamento parecem até ter minimizado os efeitos dos 2.800 metros de altitude. Quer dizer: a derrota não foi para a altitude.

O Palmeiras entrou mais defensivo como era de se esperar, ainda que tenha ido buscar jogo para tentar o empate. Não funcionou tão bem. A LDU foi capaz de fazer o resultado, apesar de não ter os dois principais jogadores nem o técnico da conquista do título de 2008. Começou o jogo melhor e, com disciplina tática e com menos falhas do que o adversário, os equatorianos faturaram.

O Palmeiras saiu perdendo aos 24 do primeiro tempo, mas empatou em quatro minutos com Willians em sobra de chute de Diego Souza. Calderón fez seu segundo em trapalhada de Edmilson e Marcos, o Goleiro. Vanderlei Luxemburgo arriscou tirar o zagueiro Maurício Ramos por Marquinhos, e Edmilson parecia se redimir ao fazer o 2 a 2 no começo do segundo tempo em cobrança de falta. Quando os visitantes faziam seus torcedores acreditarem que fariam história, os números finais foram dados por Manso em cobrança de falta – cometida pelo mesmo zagueiro palmeirense.

Marcos, o Goleiro, falhou no segundo gol. Deixar um atleta desses no banco em condições de jogo é uma opção difícil para qualquer treinador. Se ele não estava em condições, é outra história.

Diego Souza foi bem, Cleiton Xavier não. Keirrison foi quase nada. A primeira tentativa de tornar o time ofensivo foi melhor porque saiu o empate. Mas Luxemburgo colocou Evandro em campo no lugar de Fabinho Capixaba, a partir de quando, coincidentemente, não houve mais ataques do time. Se a LDU quisesse, poderia ter explorado melhor os contrataques.

Armero teve suas decidas contidas pelos avanços do argentino Manso. Poderia ter sido expulso pelo carrinho em que tomou cartão amarelo ao 25 do segundo tempo e por um cotovelo que sobrou para um rival. Síndrome de Kléber? Danilo e mesmo Edmilson também exageraram em alguns carrinhos.

O resultado foi muito pior do que a atuação do time, tirando a parte defensiva. Mas foi bem ruim para a estreia na fase de grupos da Libertadores. A próxima partida é contra o chileno Colo Colo no dia 3 de março. Depois tem o Sport na Ilha do Retiro em 8 de abril. Muita dificuldade pela frente.

A primeira derrota não significa que o time seja uma porcaria. Mas só agora aparecem os primeiros comentaristas a lembrar que o time do Palmeiras tem poucos atletas com participações anteriores em Libertadores.

No sábado tem Portuguesa no Canindé pelo Paulista.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Meu último "post" sobre juízes mineiros

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Ok, confesso que exagerei ao chamar o Alício Pena Júnior de ladrão. Por questão de justiça e ética, só posso atribuir crime a alguém quando tiver provas. E não as tenho, apenas indícios e a repetição de práticas que só beneficiam um lado, o Cruzeiro, como se verá até final deste "post".


Vamos à descrição encontrada no UOL Esportes e selecionada por mim dos cinco jogos que o Cruzeiro fez este ano pelo Campeonato Mineiro, do último para o primeiro:

Cruzeiro e Atlético:
Foi um jogo disputado intensamente, especialmente no primeiro tempo, quando houve tumulto também. Antes mesmo da expulsão do zagueiro atleticano Welton Felipe, aos 37min do primeiro tempo, os jogadores atleticanos e o técnico Emerson Leão já reclamavam muito do árbitro Alício Pena Júnior. Quando acabou a etapa inicial, o treinador atleticano aumentou seus protestos.

Comentário
Um zagueiro do Cruzeiro fez pênalti com 5 minutos, num jogador que ia sozinho em direção ao gol. Deveria dar o pênalti e expulsar. Nada disso aconteceu. O juiz era Alício Pena Júnior, e é bom ver a coincidência daqui a pouco em outro jogo que ele apitou do time azul.

Cruzeiro e Guarani de Divinópolis
O primeiro tempo foi um pouco mais disputado e o goleiro Andrey, que atuou no lugar de Fábio, foi obrigado a fazer duas boas defesas. O Cruzeiro marcou o seu gol, aos 22min, por intermédio de Alessandro. No segundo tempo, no entanto, a história foi diferente e o clube celeste ampliou o seu triunfo sem dificuldade.  

Comentário
O que aconteceu: a expulsão de Diego Paulista (do Guarani).

Villa Nova e Cruzeiro 
"O atacante Soares, que entrou na vaga de Wellington Paulista, aproveitou a oportunidade e marcou dois gols. O terceiro foi do volante Ramires, que chegou a três gols na competição. O Villa Nova descontou com Everton e Marcelinho e pressionou no final. O Cruzeiro atuou boa parte do segundo com um jogador a mais, uma vez que Rodrigão foi expulso no time de Nova Lima."

Sem comentário

Cruzeiro e Social
"O Cruzeiro levou um susto, aos 8min, quando Nei Bala teve a oportunidade de concluir a gol de dentro da área cruzeirense, mas a bola saiu pela linha de fundo. "Foram criadas situações, eles tiveram a sua no comecinho do jogo e não fizeram, nós tivemos as nossas. Com a expulsão acabou facilitando um pouco mais", disse Adilson Batista, que apesar do marcador, destacou "erros a serem corrigidos". "Tem muita coisa a melhorar", acrescentou.
Ele se referiu ao cartão vermelho dado pelo árbitro Alício Pena Júnior ao zagueiro Thiago, aos 21min do primeiro tempo, imediatamente após o gol marcado por Jonathan, aos 20m. O defensor do Social fez falta em Wellington Paulista, que arrancava em direção ao gol.
Comentário
Notem, quem fala que a expulsão facilitou foi o técnico do Cruzeiro. O árbitro foi o mesmo Alício Pena Júnior, que expulsou um zagueiro do adversário do Cruzeiro na metade do primeiro tempo porque fez falta em um jogador que ia em direção ao gol. Alguma coincidência com o jogo contra o Atlético?

Cruzeiro e Uberlândia
O Cruzeiro abriu o placar ainda no primeiro tempo, com Gérson Magrão, substituto do meia Wagner, vetado pelo departamento médico. Na etapa final, o time celeste diminuiu o ritmo e o Uberlândia empatou com Rogério Corrêa. A vitória celeste veio Fernandinho em cobrança de pênalti, sofrido pelo volante Ramires.

Comentário
Vi parte desse jogo, não foi pênalti e o juiz ainda expulsou um jogador do Uberlândia quando o jogo estava empatado. Vale notar na ficha do jogo a seguir o nome do árbitro:
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (Fifa-MG)
Cartões vermelhos: Ley (Uberlândia)
Após as denúncias desta semana, descobriu-se que o Ricardo Marques Ribeiro trabalha com o vice-presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro. Apesar das reclamações do Sport e do Flamengo no ano passado por conta de arbitragens suas foi indicado para a Fifa pelo chefe da arbitragem de Minas, Afonso Lincoln Bicalho.

O Cruzeiro não teve nenhum jogador expulso nem pênalti marcado contra si nos primeiros quatro jogos. Foi marcado pênalti a favor do Atlético, que parece que nem aconteceu, e expulso o atacante Thiago Ribeiro aos 43 minutos do segundo tempo. A compensação tentada só denigre mais quem apitou.

Vou evitar comentar mais porque está longo e os fatos falam por si.

Ministro manguaça pede demissão no Japão

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Shoichi Nakagawa, ministro das Finanças do Japão, chamou a atenção do mundo no sábado quando concedeu entrevista após reunião do G8. Mas não pelas palavras ou opiniões emitidas, e sim pela sua aparência. Ao que tudo indica, o cidadão foi encarar os jornalistas com uma bela dose de cachaça (ou, mais provavelmente, saquê) na cabeça.

O resultado foi uma entrevista em que Nakagawa permaneceu com os olhos cerrados por quase todo o tempo - chegando a fechá-los em alguns momentos -, mal conseguiu articular frases e pouco tocou nas políticas econômicas do seu país.

O ocorrido, claro, gerou barulho. Ainda mais quando veio à tona boato que diz que Nakagawa é chegado em uma birita. A pressão cresceu e não deu outra: hoje, dia 17, Nakagawa pediu demissão do cargo. Ele alegou que estava sobre o efeito de medicamentos - vocês já não ouviram isso antes? - mas a desculpa não colou. "Pensei que seria melhor para o país que pedisse demissão. O primeiro-ministro não tentou me convencer do contrário", falou o manguaça, dando a indicação que não houve aquela conivência com sua atuação frente à imprensa.

Confiram, aqui, um compacto dos melhores momentos da fatídica entrevista de Shoichi Nakagawa (não estou conseguindo colocar a janelinha do youtube).

Pé redondo na cozinha - A festa e o Maciel Benjor

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MARCOS XINEF*

Salve, camaradas do Futepoca! Estamos de volta com a segunda temporada de receitas exclusivas para o blogue. Mas, antes, vamos contar um pouco sobre o que aconteceu na festa de final de ano que testou nossas invenções - e que o xará Marcão, por desatenção (imagino que alcoólica), esqueceu-se de postar. No evento etílico realizado em São Bernardo do Campo (SP), foram consumidas 9 caixas de cerveja, 2 garrafas de uisque, 1 e 1/2 de vodka e 1 de cachaça. Antes, no "esquenta", foi consumido muito mais, mas ninguém com tanta cana na ideia consegue contar além de 10!

Para comer, várias receitas já publicadas no Futepoca, como a Kriptocaponata do Mumu, o Chococanadim, a Calabresa acebolada no pão italiano com cachaça e pinhão e a Vaca atolada by Tio Aldo. Depois de todo esse goró (líquido e sólido), imaginem o que aconteceu quando 15 caras muito loucos tentaram jogar paintball, algo que requer um mínimo de concentração. Bem, uma vez que os bêbados não entenderam as regras do jogo, iniciou-se uma chacina de tinta. Todos mataram e morreram. Com isso, concluímos: nunca beba em combate, seu inimigo pode ser você mesmo!

Mas vamos à primeira receita de 2009. Reza a lenda que Jorge Benjor mora no Rio de Janeiro. Mero engano, ele mora em São Bernardo, chama-se Maciel, é engenheiro, fala um inglês que mais parece javanês e realmente se parece muito com o Benjor. Só que, se deixarem, bebe até água de bateria. Mas tem uma inteligência acima da média e um coração do tamanho das mãos de LeBron James, do qual ele é fã. E vive no que ele denomina de quadrilátero: quarteirão que concentra duas padarias e dois bares (não precisamos dizer mais nada...).

Só que Maciel Benjor não anda lá muito bem, por isso todos nós, comerciantes do quadrilátero, nos esforçamos para que ele beba menos. Então, conforme vai fazendo sua "via sacra", vamos trocando informações para mantê-lo na cota aceitável de teor alcoólico no sangue, durante o dia vigente. Como eu e o nutricionista Bruno Castellan somos donos do bar que fica por último, sempre recebemos a encomenda quase "pronta". Além de fazê-lo tirar o pé do acelerador (ou melhor, a boca do copo), temos de obrigá-lo a jantar, para que durma melhor.

Acostumado com os mimos, o nosso Benjor já chega cantando músicas do xará famoso e pedindo: "-Quero um prato leve, meu médico mandou maneirar no tempero! Mas não vai esquecer do toquinho especial". Foi então que criamos o seguinte prato:

LAZANHA MACIEL BENJOR

Ingredientes:
3 fatias de massa de lazanha pré pronta
3 fatias de berinjela
3 fatias de queijo tipo minas
3 colheres de sobremesa de molho branco
1 dose de conhaque
2 colheres de parmesão ralado

Modo de preparo:
Ponha para grelhar as fatias de berinjela com um pouco de azeite. Flambe com o conhaque num prato fundo. Depois, monte em camadas, pela ordem: molho branco, massa, queijo, berinjela, repetindo até cobrir, por último, com o parmesão ralado. Leve ao microondas por 5 minutos e sirva.


É isso aí. Só lembrando que a dose de conhaque depende do estado do fígado (que fígado?) ou da recomendação médica. Até a próxima!

*Marcos Xinef é chef internacional de cozinha, gaúcho, torcedor fanático do Inter de Porto Alegre e socialista convicto. Regularmente, publica no Futepoca receitas que tenham bebidas alcóolicas entre seus ingredientes.

Som na caixa, manguaça! - Volume 34

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PINGA
(John Ulhoa)

Pato Fu

Eu tomo pinga
Eu não sei o que é melhor pra mim
Eu tomo pinga
Mesmo já sabendo o que vai dar no fim
Eu tomo pinga
Será que eu tô gostando de viver assim?
Eu tomo pinga
Será que isso é bom ou ruim?

Aah... aah....

Se eu fosse o Pelé tomava café
Se eu fosse o Tostão tirava o calção
Se eu fosse o Dario pulava no rio
Se eu fosse o Garrincha não pulava não

Eu tomo pinga
Eu não sei o que é melhor pra mim
Mesmo já sabendo o que vai dar no fim
Será que eu tô gostando de viver assim?
Será que isso é bom ou ruim?

Aah... aah....

Se eu fosse o Pelé...
Se eu fosse o Tostão...
Seu eu fosse o Dario...

(Do CD "Tem mas acabou", Sony BMG, 1996)

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

De olho na redonda: Santos empurra bêbado ladeira abaixo

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O Santos bateu o fraquíssimo Guarani na Vila Belmiro por 3 a 1. Chulapa comandou a equipe e Vágner Mancini acompanhou a partida, que poderia ter o Santos goleando já no primeiro tempo, mas Róbson não queria marcar gols ontem. Roni e Kléber Pereira também perderam tentos incríveis.

Resultado: com um a zero no início do segundo tempo, o Guarani voltou pressionando. Tomou o segundo gol, mas soube aproveitar os contra-ataques e marcou o seu. Jogo fácil, que só não se complicou porque o garoto Paulo Henrique marcou o terceiro, em um lance que lembrou as finalizações de Marcelo Passos, só que do lado invertido da área. Nada comovente a vitória, mas os três pontos agora são fundamentais para garantir uma vaguinha entre os quatro.



A saber: o goleiro Douglas, que não é digno de confiança do torcedor, fez quatro defesas difíceis e espalmou duas bolas... pra fora, e não para o meio da área como vinha fazendo o titular. Melhorou o nível, resta saber como Mancini e a diretoria vão lidar com os brigões Fábio Costa e Fabiano Eller. Ao que parece, uma reconciliação beira o impossível.

O "descritério" de Mano

Enquanto Mano Menezes enfrentou os times da Série B, parecia até outro treinador. Comedido, moderado, não lembrava o descontrolado comandante da entrevista coletiva pós-final da Copa do Brasil. Mas foi só passar por um perrenguezinho que voltou à forma.

A argumentação de que há “ajuda externa” na marcação que resultou no cartão vermelho de Túlio seria patética só pelo fato de não se ter nenhum elemento mínimo de comprovação. Mas, se alguém acompanhar o vídeo, vai perceber que, após a agressão, o zagueiro Rodrigo já aponta para o auxiliar, e o sósia do Mauro Naves, José Henrique de Carvalho, olha para o bandeira quando dá o cartão no meio de campo para Moraes. Só depois disso que o lance é reprisado na televisão. Ou seja, a Federação ou a Comissão de Arbitragem teriam que ter um sistema mais moderno do que a Globo para detectar e avisar o auxiliar do lance. E, se qualquer um dos três tem comunicador, porque a “ajuda externa” não seria realizada diretamente para o árbitro, tendo que haver uma ponte com o bandeirinha?

Mas o melhor (sic) da entrevista é que Mano Menezes de fato quer introduzir um novo vocábulo no nosso cotidiano. Assim como fez após aquela partida contra o Sport , disse que o problema do árbitro foi o “descritério”. Ah, se fosse o Lula...

Impotência futebolística e as humilhações santistas

Volta e meia os autores do Futepoca também colaboram com outros veículos. Assim, quem quiser ler o texto do Marcão sobre a “impotência futebolística”, pode acessar o Papo de Homem . E quem tiver interesse em saber quais são as dez maiores humilhações da história do Santos na opinião deste escriba e do Olavo, acesse o Impedimento .

Cadê os boleiros barbudos?

Imperdível o texto do Fabricio Carpinejar  sobre a ausência de jogadores de futebol barbudos nos dias de hoje. Já que tive como ídolo de infância Rodolfo Rodríguez e também sou às vezes adepto do barbeador à distância, me identifiquei facilmente com o post.

Um dia sem fim

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Foi num 16 de fevereiro, mas não como agora. Era terça-feira de Carnaval. Eu estava fazendo embaixadas com uma bola de tênis, logo depois do almoço. Ouvindo algum LP no aparelho de som, mas já não sei qual. Só me lembro que o telefone tocou, eu atendi. Uma voz aflita, de mulher, pediu para eu chamar minha mãe com urgência. Minha mãe, naquele horário, descansava rezando seu rosário. Voltei para a outra sala e desliguei o som. Fiquei aguardando alguma coisa terrível, pois a aflição de minha mãe, no telefone, me pareceu pior do que a da pessoa que estava do outro lado da linha.

E o terrível aconteceu: "-Marcos, seu tio Estevam não voltou pra casa essa noite e acabaram de encontrar o carro dele dentro de uma lagoa, em outra cidade. Eu estou indo ficar com a sua tia. Avise seu pai". E saiu, desesperada, para socorrer a irmã mais nova. Fiquei ali, parado, sabendo que tinha ouvido uma versão amenizada. Minha mãe não sabe mentir. Havia um contexto perigoso. Meu tio, ex-presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga, terminava seu mandato como vereador. E vinha fazendo algumas denúncias muito graves pelo microfone de uma rádio local.

Mas, para mim, ele era acima de tudo o meu padrinho, que sempre se portou como um tipo de "segundo pai", conversando comigo e me aconselhando. Principalmente ali, quando estava com meus 13 ou 14 anos. Por isso, temi pelo pior. E ele veio, quando meu pai apareceu, chorando: "-Mataram teu tio!". A partir dali, vivi uma espécie de paralisia sentimental. Não conseguia chorar, não conseguia pensar na vítima de tal brutalidade como sendo o meu tio, o meu padrinho. Fiquei nesse torpor durante horas, o resto do dia.

Um dia cinzento, chuvoso, feio. Tive que ir para a casa de uma das minhas irmãs enquanto meus pais tentavam colaborar de alguma forma naquele caos familiar. Fiquei lá naquela casa, numa varanda, olhando o vazio. Sem pensar em nada, sem sentir nada. Meu pai retornou à noite e me perguntou se eu queria ir ao velório. Sonâmbulo, desatento e sem vontade própria, assenti com a cabeça. Nada me importava, aquilo só podia mesmo ser um sonho. Um pesadelo do qual, com certeza, eu acordaria. Quem dera...

No local, a cidade inteira se espremia para se despedir do vereador. Aos empurrões, cheguei à beira do caixão. Ainda hoje não suporto a mistura enjoativa do cheiro de vela com flores. Olhei para o meu tio. Um corte suturado com pontos assinalava o local onde a bala entrou, no rosto. Minha tia me puxou e disse: "-Olha o que fizeram com ele!". Só então notei a presença dos meus primos, em choque. Na hora, senti tudo o que estava acontecendo. A ficha caiu, o choro explodiu. Não me lembro como saí dali. Na verdade, penso, às vezes, que nunca saí daquela situação.

Porque ela volta todos os dias 16 de fevereiro. Como hoje. E sempre voltará, com certeza, até o final dos meus dias.

Clássico sem muito futebol no Morumbi

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Corinthians e São Paulo fizeram neste domingo um jogo bem fraquinho, ainda que tenso. Faltas a granel dos dois lados e falta de técnica foram a tônica do jogo, com a exceção dos dois gols, que mostraram que tem gente que sabe jogar bola nas duas equipes.

O Corinthians entrou em campo com uma formação diferente – e meio que covarde. Eram três zagueiros (com William no meio, o esquisito Jean na direita e o, digamos, firme Escudero na esquerda), três volantes (Christian, Elias e Túlio, este como dublê de ala direito – o que não deu nada certo), André Santos livre pela esquerda e Douglas pelo meio. Para dar velocidade, o ataque foi formado por Morais e Jorge Henrique. A intenção clara da escalação é atrair o adversário e jogar no contra-ataque – que, se é uma arma indispensável a qualquer boa equipe, não pode ser a estratégia central de um time do Corinthians.


O São Paulo entrou com um time meio diferente, mas o mesmo esquema. Jean protegia os três zagueiro, enquanto Richarlyson, Arouca, Wagner Diniz e Júnior César faziam a linha de armadores/marcadores do meio campo. No ataque, um horroroso André Lima fazia companhia a Dagoberto, em tarde bastante inspirada.


Com essa formação e péssimo desempenho dos homens de armação, o Corinthians deu muito espaço ao São Paulo, que teve mais posse de bola e mais chances de gol – apesar de nenhuma tão clara assim. Os tais contra-ataques não saíram e ficou tudo por isso mesmo. A grande emoção do primeiro tempo ficou a cargo do volante e pseudo ala direito Túlio, que depois de simular grotescamente uma falta na área, reagiu a uma provocação de André Dias com um ridículo “soco” na barriga, o que levou a sua expulsão.


Na etapa complementar, Mano Menezes colocou Souza, desafeto da maioria da torcida. Após a partida, o treinador assumiu o erro na escalação, segundo o Uol: “Tivemos alguns problemas táticos na primeira parte, mas disse aos jogadores que a culpa é minha. As opções que fiz tornaram a equipe muito pouco ofensiva”, disse ao Uol. Antes da partida, Mano havia explicado a opção: “Como perdemos dois jogadores importantes no mesmo setor [Chicão e Alessandro], optei pela linha de três [zagueiros] para adiantar o homem do lado [André Santos]. Acho que vai dar um encaixe melhor”. Assumir os erros é uma virtude. Não cometê-los seria ainda melhor, mas bola pra frente.


Não sei se foi a presença do grandalhão, mas o Corinthians manteve um pouco mais a posse de bola e se mostrou um pouco mais seguro. O São Paulo continuava melhor, especialmente pela boa movimentação de Dagoberto, mas não conseguia aproveitar a vantagem numérica para abrir o placar. Muricy tornou o tricolor mais ofensivo ao botar Hernanes e Borges, tirando o zagueiro Rodrigo e o inoperante André Lima. A mudança surtiu efeito: bela troca de passes entre Hernanes e Dagoberto quebrou a zaga alvinegra e Borges botou pra dentro.


O gol aconteceu dois minutos após Wagner Diniz tomar o segundo amarelo, depois de falta tosca em André Santos e ir para o chuveiro. O Corinthians sentiu o gol, mas segurou a pressão do São Paulo. Pouco depois, Douglas cansou e pediu para sair – a essa altura, eu estava cansado é da moleza do meia. Mano Menezes deve ter pensado em palavras como “estrela”, “sorte” e “talismã” quando mandou a campo o garoto Boquita, autor do gol que aliviou o time na partida contra o Mogi Mirim. Pois foi recompensado: o meia se movimentou muito e deu opções aos companheiros, além, é claro, do belo passe para o gol de empate, marcado por André Santos. Daí pra frente, o jogo ficou equilibrado e os dois times tiveram algumas chances, mas ficou por isso mesmo.


Eleições


O Corinthians realizou nesse sábado, dia 14, as primeiras eleições diretas para presidente do clube. Votaram 2.415 dos 10.569 sócios que estavam aptos a irem às urnas. Andres Sanches confirmouo favoritismo e recebeu 1.615 votos (66,9% do total). Paulo Garcia ficou com o segundo lugar (24,3%) e Osmar Stábile conquistou a preferência de apenas 8,8%. As opiniões de quem participou do pleito são divergentes: enquanto a Yule elogiou, o Marcelo do Vertebrais FC também, enquanto o Benjamin Back detonou. De minha parte, comemoro a prática democrática.

domingo, fevereiro 15, 2009

Violência e cartões marcam o 1x1 de São Paulo e Corinthians

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Um jogo marcado pela violência e pela baixa qualidade, eu queimei a língua quando manifestei em comentário minha esperança de que os clássicos seriam bons. Não vi Santos e Palmeiras, mas este foi senão sofrível pelo menos muito pouco interessante. O São Paulo apresentou um evidente maior volume de jogo e chegou mais vezes próximo ao gol, muito em virtude de uma postura defensiva de Mano Menezes (que é extremamente perigosa e já custou ao Corinthians pelo menos o título da última Copa do Brasil) do que de uma real superioridade técnica. E a impressão ao acabar o jogo é que estava todo mundo aliviado de ter terminado empatado.

O que valeu a pena? Os gols, lindos, tanto o ágil e criativo toque de bola que envolveu Hernanes, Dagoberto e Borges quanto a genial assistência de Boquita para André Santos e sua certeira conclusão. O pior? A meu ver, o nível técnico do jogo, seguido pela arbitragem de José Henrique de Carvalho. Não deu pra engolir a expulsão do Túlio, não mesmo. Depois do lance em que ele perde a bola, o André Dias passa meio atropelando o Túlio, que sente a provocação e dá um tapinha, o outro se joga no chão tendo convulsões dignas de um parto. As versões de ambos mostram como a encenação superou em muito o atrito. E ainda não entendi por que o Dagoberto não tomou nem um amarelo (merecia vermelho) pela acintosa pernada que deu, esquecendo de longe a bola, derrubando o jogador corintiano, lá pelos 40 minutos do primeiro tempo. E foi na cara do juiz. Na hora não foi falta porque houve vantagem, mas não vejo como não expulsá-lo ao final da jogada.

De resto, sobrou pernada pra todo lado. Os outros cartões foram justos (três vermelhos e 13 amarelos, ao todo). Esperemos que os próximos clássicos sejam melhores.

Alício Pena Júnior ladrão

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Vai assim com todas as letras e se alguém que tiver de ser processado sou eu, Frédi Vasconcelos, forneço RG e CPF para quem quiser, e não nenhum outro membro do Futepoca.


É claro que escrevo com raiva no intervalo do jogo, nem deveria fazer nada com cabeça quente, mas cansei.  Em Minas nem deveria ter campeonato, poderiam já entregar o título para o Cruzeiro antes de começar.  

O por que de tanta raiva. No começo do jogo, primeiros minutos, pênalti a favor do Galo em cima do Carlos Alberto. Não marcado. Como não já fora outro pênalti contra o América. O Galo sairia na frente e provavelmente com um jogador a mais se o juiz não fosse ladrão.

Os dois zagueiros do Galo são amarelados em faltas bobas. Na próxima falta, o Welton Felipe é expulso. Galo com um a menos e um a zero contra por erro de seu goleiro. Para ser justo, juiz não teve culpa em nenhum dos dois gols tomados. Foram falhas do Galo mesmo, mas lembrando, com um a menos, tendo de correr atrás no placar.

Antes do jogo, um torcedor do Galo foi morto no ponto de ônibus por duas pessoas que passavam de moto e atiraram. Testemunhas dizem que estavam com agazalho da Mancha Azul. É claro que isso tem de ser apurado, pode não ter nada a ver. Mas hoje, se pudesse, nunca mais assistiria futebol. O resultado é o que menos importa. 

Complemento depois do jogo

Quando o juiz sabe que fez m... tenta compensar. Por isso marcou um pênalti que nem aconteceu a favor do Galo. E quase aos 40 minutos do segundo tempo expulsou um jogador do Cruzeiro. Depois de decidir a partida, faz média. Dá mais nojo ainda.

Uma coisa que não havia lembrado antes, em cinco jogos, todos os adversários do Cruzeiro tiveram jogadores expulsos. Se isso quer dizer alguma coisa, cada um que tire suas conclusões.

Óbvio que o atlético não perdeu apenas pelo juiz, nem precisam cornetar. Perdeu pelo menos cinco chances claras de gol, mas o que mais irrita é quando você vê um juiz claramente mal intencionado. E que sempre é escalado para os clássicos. A coisa é bem pior do que se imagina. Não tiro uma vírgula: Alício Pena Júnior ladrão.

Reservas 1 a 0, só para manter os 100%

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A vitória simples do time reserva do Palmeiras sobre o Paulista de Jundiaí manteve o aproveitamento de 100% do time em jogos oficiais em 2009. Com gol de Evandro, a equipe não teve a mesma vitalidade da partida contra a Ponte Preta, em que venceu por 3 a 2, mas enfrentou um adversário bem mais recuado. Aproveitou uma jogada de velocidade para, com passe de Lenny, definir o placar.

O Galo do Japi foi mais um adversário a mandar bola na trave alviverde. É uma estatística que não se costuma contar, porque envolve muito mais sorte do que qualquer outra coisa. Que continue assim. Na partida o fator foi ainda mais crucial, porque o time não foi bem, sem brilho. Espero que o fato de ser a segunda partida sem uma boa atuação seja uma questão de priorização da Libertadores.



É importante que nesta rodada, independentemente do resultado do clássico de logo mais (se os da pirotecnia ou os do time pequeno), a liderança está assegurada.

A partida teve a estreia de Marcos, o Goleiro, na temporada mesmo gripado. Contundido, ele havia dado lugar a Bruno, que deve voltar ao banco de reservas já na partida de terça-feira, 17, contra a LDU pela Libertadores.

Menos um invicto
O Barueri perdeu para o Mirassol na Arena Barueri. A primeira derrota do quinto colocado foi de virada. Só Palmeiras e Corinthians seguem invictos no campeonato.

Pacaembu
Distante do Palestra Itália por causa da eleição do Conselho Deliberativo, o Palmeiras teve 7 mil pessoas de público, um pouco menos do que nos 3 a 0 contra o Marília e um terço do clássico contra o Santos. Não fez muita diferença para a torcida, que não encarou a chuva e a perspectiva de assistir aos reservas. Quando começar a reforma no estádio da Turiassu, provavelmente o estádio público municipal vai ser uma das opções, mas é cedo para saber se vai ser melhor ou pior em termos de arrecadação.