Destaques

terça-feira, março 23, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 51

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CACHAÇA NÃO É ÁGUA NÃO
(Mirabeau Pinheiro/ Lúcio de Castro/ Héber Lobato/ Marinósio Filho)

Colé e Carmen Costa

Você pensa que cachaça é água?
Cachaça não é água não
Cachaça vem do alambique
E água vem do ribeirão

Pode me faltar tudo na vida
Arroz, feijão e pão
Pode me faltar manteiga
E tudo mais não faz falta não

Pode me faltar amor
Disto até acho graça
Só não quero que me falte
A danada da cachaça

(Do 78 R.P.M. "Cachaça"/"O bode tá solto", Copacabana, 1953)

segunda-feira, março 22, 2010

Cervejas ruins, companheirismo manguaça e prestação de serviço

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Por Moriti Neto

   Demorei pra escrever este post pelo trauma. Recentemente, num final de semana, estava em Atibaia, e fui a um bar daqueles com “cara de casa”, onde o próprio manguaça se serve da cervejada à disposição. E bota cerveja nisso. Tem pra tudo quanto é gosto. De vários cantos do Brasil e doutras nações produtoras da gelada. Normalmente, todas de muito bom gosto. Normalmente.

Eis que, naquele sábado fatídico, os proprietários resolveram “inovar”. Eram duas cervejas vindas de Canoinhas, município de Santa Catarina. Produzidas, como informavam os rótulos, artesanalmente. Peguei a primeira, a Nó de Pinho (à esquerda). Escura. Muita espuma. Doce ao extremo. E aguada. Parecia tubaína com álcool. Por sorte, minha companheira, sempre solidária, principalmente nas causas manguaças, auxiliou na tarefa árdua. Bebemos a garrafa toda.

Então, não satisfeito com a experiência inicial, resolvi provar a outra artesanal catarinense. Tinha que tentar de novo. Não sei o motivo, mas meu subconsciente gravou que cerveja artesanal não pode ser ruim. Como a primeira não caiu legal, achei correta a segunda chance. Aí, veio a Jahu (à direita). Também cheia de espuma. Igualmente aguada. E parecendo álcool de limpeza gaseificado. A companheira, de novo, não me abandonou. A prova, nesse caso, já não era de solidariedade manguaça, mas de amor inconteste. Tomamos, aos trancos e solavancos na garganta, a dita cuja inteira.

Naquelas alturas, procuramos no freezer do bar opção mais agradável. Uma Serramalte salvaria a situação. No entanto, tarde que era, só restava Original. Ainda assim, era um oásis. Abrimos, bebericamos alguns goles e... Travamos a goela (e não a biela). Não desceu. A garrafa ficou pela metade e resolvemos ir embora. Na saída, a dona do bar diz: “uma Original e aquelas duas esquisitas?”. Por que não avisou antes? Ainda bem que era um bar de amigos... 

Os pinguços de Canoinhas que me desculpem, mas a Nó de Pinho (que poderia muito bem se chamar “Nó na Garganta”) e a Jahu, além de serem ruins de beber, impossibilitam aos manguaças sorverem qualquer outra cerveja após experimentá-las. Ao menos, no cômputo geral, recebi mostras de amor e solidariedade e ainda posso prestar um serviço à comunidade ébria.

A um passo do Manguaça Cidadão

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O governo federal estendeu aos funcionários comissionados do Executivo o ressarcimento dos gastos com combustível para aqueles que utilizam seus próprios veículos no trabalho. A oposição apelidou o benefício de "Bolsa Combustível". Olha aí: na linha dos inflamáveis, chegou a hora de retomar o projeto Manguaça Cidadão, bandeira social hasteada pelo Futepoca como complemento do Bolsa Família. Vai encampar, Dilma?

Lula recomenda: 'Troque chimarrão por uísque e cachaça'

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Esse é o meu presidente: em vídeo para parabenizar o ex-ministro da Justiça Tarso Genro por seus 63 anos, Lula recomendou ao pré-candidato do PT ao governo gaúcho que troque o chimarrão por uísque "de qualidade".

- O Tarso é um baita de um companheiro, mas é um companheiro polêmico. Em vez de chimarrão, Tarso, tome um belo de um uísque de qualidade, tome uma cachaça de qualidade, tome uma caipirinha.

O vídeo, de três minutos, foi exibido na noite de sábado em Porto Alegre, no jantar de comemoração do aniversário de Tarso Genro. Será que ele obedeceu Lula?

Famosos que tentarão uma boquinha no Congresso

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Outro dia postei aqui sobre as pretensões eleitorais de Kiko, da bandinha KLB, pelo DEM, e de Jean Wyllys, ex-Big Brother, pelo PSol. Pois o site Congresso em Foco traz uma lista com outros famosos que devem tentar uma boquinha em Brasília:

Romário (PSB), ex-jogador de futebol

Edmundo (PP), ex-jogador de futebol

Dedé Santana (PSC), humorista de Os Trapalhões

Netinho de Paula (PCdoB), cantor e apresentador

Sérgio Malandro (PTB), humorista e apresentador

Márcio Braga (PMDB), cartola do Flamengo

Vanderlei Luxemburgo (PT... de Tocantins), técnico de futebol

Vampeta (PTB), ex-jogador de futebol

Sérgio Reis (PR), cantor e ator

André Gonçalves (filiado ao PMN), ex-Casa dos Artistas

Kleber "Bambam" (PTB), ex-Big Brother

Maguila (PTB), ex-boxeador

Eduardo Braga (PTB), filho do cantor Roberto Carlos

Finalmente uma pesquisa relevante

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Pesquisadores do Keogh Institute for Medical Research, da Austrália, garantem que os homens que costumam tomar alguns drinques com regularidade têm melhor desempenho sexual do que aqueles que nunca tomam bebidas alcoólicas. Eles advertem, porém, que tomar um porre pode ser um tiro pela culatra. Ou seja, o segredo para ser bom de cama está em consumir bebidas com moderação. O estudo, realizado com 1.580 manguaças, mostrou que aqueles que bebiam até 5 doses por semana (porção considerada moderada) tinham uma vida sexual mais ativa e satisfatória do que os que não bebiam nunca ou aqueles que exageravam. Só que, mais uma vez, eu pergunto: quem consegue beber só isso?

Segundo o médico Kew-Kim Chew, coordenador da pesquisa, a incidência de problemas de ereção era 30% menor naqueles que tinham o hábito de beber alguns drinques por semana. Ele explica que a bebida alcoólica em doses moderadas pode ajudar a desinibir e melhorar a função circulatória, que está diretamente ligada aos problemas de ereção. Foram avaliados na pesquisa alcoólatras, homens que bebiam as doses recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), os abstêmios e aqueles que não bebiam nada durante a semana, mas exageravam no fim de semana.

A vingança nunca é plena

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Minutos antes do início de Santos x Ituano, no estádio do Pacaembu, o locutor anuncia os times. "Ituano; camisa 1, Saulo". Logo começam os comentários entre os torcedores: esse Saulo do Ituano.. é ele? É aquele!? Alguém confirma que, sim, é ele, é aquele. É aquele Saulo.

O "aquele" tem sua razão de ser. Saulo é um goleiro que foi revelado pelas categorias de base do Santos. Assumiu a titularidade em um período complicado para o time, o segundo semestre de 2005. Fez alguns jogos razoáveis e chegou a ser querido pelos torcedores. Mas de repente começou a decair. A jogar mal. A entregar partidas. Até que foi o protagonista - pelo lado peixeiro, é claro - do maior vexame da história recente do Santos.

Sua atuação catastrófica naquela partida não foi a única coisa que fez com que ele fosse digno de atenções maiores na tarde-noite de hoje. Mais que isso, o que se destacou foi a postura que Saulo adotou quando esteve na Vila. Sabe o que se fala de jogadores como Léo Lima, aquele papo do "se ele jogasse metade do que pensa que joga, estaria na seleção"? Pois é, vale o mesmo para o tal Saulo. Enquanto atuou no Santos, tinha uma atitude que sugeria a quem o visse em campo que estava ali o sucessor de Gilmar dos Santos Neves e Rodolfo Rodriguez - ou até mesmo uma soma, e melhorada, dos dois. O ápice disso tudo se deu no início de 2006, quando, em uma ação ao mesmo tempo revoltante e risível, Saulo processou o Santos por ter sido... colocado na reserva. É, isso mesmo: um jogador movimentando o judiciário nacional por ter sido preterido por outro atleta.

Tudo isso fez com que o desenrolar da partida adquirisse um contorno especial. Todos os santistas presentes no Pacaembu esperavam uma vitória, alguns até já visualizavam uma goleada; mas ninguém, ao menos inicialmente, pensava em fazer Saulo buscar oito vezes a bola dentro do gol.

Mas à medida que o jogo foi correndo, esse passou a ser o objetivo - dos torcedores, é claro. Ao final do primeiro tempo, quando o placar mostrava o Santos enfiando 4x1 em um Ituano desorientado e com um jogador a menos, só o que se ouvia no Paulo Machado de Carvalho eram gritos como "aí, Saulo! só faltam três!", e variantes.

Quando veio o sétimo gol, o santista se sentiu relativamente vingado. O oitavo, um peru histórico, foi um banho de alegria na alma. E o nono, originado em um lance que resultou na expulsão do próprio Saulo, foi um regozijo único. A ponto da coisa já ter virado brincadeira e santistas reclamarem da expulsão de Saulo. Eu, também no estádio, dizia que não me incomodaria muito em ver a cobrança de André sendo defendida pelo jogador improvisado que estava no gol - tudo para que ficasse ainda mais evidente o papelão de Saulo.

No fim das contas, registro que o ocorreu no Pacaembu hoje foi a maior humilhação de um jogador profissional que vi na vida. Porque não foi um time, uma torcida, uma nação a ser pisoteada; foi, sim, um só atleta.

O título desse post é uma referência a um marco da cultura latino-americana, que como poucos falou sobre a questão da vingança. E, ao mesmo tempo, é pra deixar claro que a vingança dos santistas não foi plena - ela só acontecerá caso derrotamos o mesmo adversário, com placar igual ou superior ao ocorrido em 2005. Mas já garantiu uma certa dose de diversão.

PS: aos leitores do Futepoca, cabe um esclarecimento. Os dois posts seguidos sobre Santos 9x1 Ituano se devem a diferentes razões de ser de cada texto. O Glauco fez uma análise precisa do jogo; eu tô apenas desancando coisas de torcedor. Usem os comentários para falarem sobre vinganças no futebol, tenho certeza que vocês têm boas histórias pra contar.

Santos 9 X 1 Ituano - esse não era o Naviraiense

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Antes de falar da partida em si, é preciso apresentar a campanha do Ituano antes do jogo contra o Santos. Era o 11º colocado do Paulista, a 3 pontos do Palmeiras, clube com o qual empatou em 3 a 3. A defesa do interior, inclusive, era melhor que a do clube do Palestra Itália, 21 gols sofridos contra 26. O São Paulo só superou o Ituano, no Morumbi, por 1 a 0 com um gol de pênalti.

Acho que está claro que o Ituano não é um Naviraiense. E olha que assustou o Peixe a um minuto de jogo, com uma falta na qual João Leonardo recebeu a bola em jogada ensaiada. Rodrigo Mancha foi enganado na marcação e o Santos sofreu o gol. No lance, duas lições. Primeiro, que não basta colocar um marcador “de ofício” na equipe para melhorar a defesa. Mais importante é saber ocupar espaços atrás, acuar o adversário e fazê-lo com que se preocupe mais em se defender do que atacar. Um volante a mais no time, junto com Arouca, não evitou o gol do Ituano.

A segunda lição foi para o próprio rubro-negro de Juninho Paulista. Não se cutuca a onça com vara curta. Se o Peixe poderia levar o jogo em banho-maria, o fato de sair atrás no marcador fez com que os meninos peixeiros acelerassem a partida. Uma, duas, três oportunidades. E tome falta do Ituano, como tem sido comum no comportamento dos rivais que se deparam com o Santos. Aos 14, veio o empate com André. A virada anunciada só aos 27, na falta que originou a justa expulsão de Carlos Eduardo, que tomou o segundo amarelo. Ganso marcou na cobrança de Marquinhos, seu companheiro de armação.

Depois, veio o terceiro. E o quarto. Após o intervalo, o Alvinegro voltou mordendo, marcando pressão na saída de bola do adversário. Não adianta ficar aqui descrevendo a partida ou os gols. Melhor vê-los. O Ituano teve mais dois atletas expulsos (justamente), mas o Santos já havia feito o oitavo gol quando isso aconteceu. E o santista Wesley também recebeu seu vermelho no fim da partida.



Mesmo assim, vão dizer que o Ituano é fraco, que jogou com um a menos a maior parte do tempo... Mas, se o santista ouvir isso de algum rival, pergunte a ele qual foi a última vez que ele viu seu time vencer alguém fazendo nove gols. E olha que isso aconteceu dez dias após uma vitória por dez gols. Ainda se pode acrescentar que o Alvinegro jogou sem duas das três principais estrelas do time, Neymar e Robinho. Mas nada convencerá os céticos. Azar o deles.

*****

Escrevi um texto sobre as meias verdades que seriam ditas após a derrota para o Palmeiras que uma das assertivas falsas era de que “O Santos vai ‘perder o encanto’ e o Palmeiras vai ‘desencantar’”. O Porco foi derrotado pela Ponte Preta em casa e o Santos fez o que fez. Os rivais, e também os santistas, precisam parar de se precipitar.

*****

Conversando com a amiga Bia depois da vitória sobre o Naviraiense na Vila Belmiro, ela dizia que um garoto que presenciou aquela vitória no estádio jamais deixaria de ser santista. Ontem, quem viu no Pacaembu a vitória peixeira vai ter uma lembrança inesquecível. E é esse o ganho que não pode ser medido, mas que é obtido pelas apresentações espetaculares do Santos.

Não são necessariamente os resultados que conquistam o coração de um torcedor. E foi assim que um clube praiano, de uma cidade média, um “time de bairro” como disse José Roberto Torero uma vez, virou grande mesmo sem ser de uma capital do país. O Santos sempre conquistou fãs pela capacidade de fazer sonhar. Que continue assim.

domingo, março 21, 2010

Derrota por 2 a 0 saiu barato para o Palmeiras

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A Ponte Preta não jogou para vencer, mas para não perder. Conseguiu sair do jogo com o melhor resultado. Depois de três vitórias consecutivas, o Palmeiras voltou a perder. De novo no Palestra Itália, por 2 a 0. Os visitantes ainda desperdiçaram um pênalti, defendido por Marcos, o Goleiro. Por isso, o revés por dois tentos saiu barato para um time que criou só no primeiro tempo e bobeou demais quando sofreu ataques campineiros.

Com o resultado, as chances de classificação no Paulista voltam a se afastar, possivelmente de forma definitiva – quatro ou mais pontos a quatro rodadas do fim.

Até 30 minutos do segundo tempo, estava zero a zero. Bastou esse tempo para Diego e Finazzi marcarem, com uma diferença de seis minutos. Nos acréscimos, o mesmo Finazzi perdeu o pênalti. O time verde minguou.



É só um time marcar melhor que a capacidade ofensiva se dissolve. No primeiro tempo, foram mais lances, obrigado boas defesas do goleiro rival. Mas depois, faltou o técnico Antonio Carlos Zago buscar alternativas com mexidas no time. As mudanças só vieram depois de o Palmeiras estar atrás no marcador. Tarde demais.

Passou da hora de começarem as obras da arena para, quem sabe, desenterrar os sapos debaixo do gramado. Ou permitir que o time jogue em outro estádio, onde tem se saído melhor.

sexta-feira, março 19, 2010

Solidez

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No primeiro gol, ele aproveitou passe sensacional de Marquinhos e, com frieza, venceu o goleiro adversário. No segundo, superou a zaga e o goleiro do Remo, mas correu e ficou sem ângulo para a batida; poderia ter dado dois passos para trás e tentar o arremate, mas viu um companheiro melhor posicionado e rolou a bola para ele. No terceiro, viu André avançando e deu para ele um passe cirúrgico. E, no quarto, lançou mão da paradinha para converter a penalidade.

Foi assim que o firuleiro, irresponsável, moleque, circense, malabarista e insira-aqui-seu-xingamento Neymar conduziu o Santos a uma goleada por 4x0 sobre o Remo que, mais que representar uma vitória peixeira no jogo de ontem, colocou o alvi-negro na próxima fase da Copa do Brasil.



As ofensas a Neymar por mim escritas são, evidentemente, uma ironia. É que a ira manifesta por torcedores - de todos os times - após a derrota do Santos para o Palmeiras no último domingo foi tão marcante que ainda está presente, e faz com que o jogo de ontem não tenha como não ser visto como uma certa resposta a tudo que vem sendo dito.


"Ah, é só o Remo". De acordo, é só o Remo. Não vou dizer que o Santos será campeão unicamente pelo que fez ontem, tampouco que Neymar mereça ir para a Copa por conta dos quatro gols em que participou.

O que enfatizo é a atuação do garoto - precisa, objetiva, visando o gol. Jogando futebol. Ele teria toda a possibilidade de fazer firulas - impressionante a entrega do Remo - mas não o fez. Foi pra cima e levou porrada o quanto pôde.

E é assim que o Santos segue na busca pelos dois títulos desse semestre.

Alento contra a feiúra

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Por Moriti Neto

Jogando no Morumbi, o São Paulo assumiu a liderança do grupo 2 da Libertadores, na noite desta quinta-feira. Vencendo o Nacional do Paraguai pelo placar de 3 a 0, a equipe alcançou os 9 pontos na tabela e está 1 à frente do vice-líder, o colombiano Once Caldas.
Melhor do que a vitória sobre o fraco time paraguaio e o primeiro lugar da chave é que o Tricolor, enfim, realizou uma apresentação convincente no ano.

Ricardo Gomes foi ousado e sacou alguns medalhões. Sequer relacionou Marcelinho Paraíba para a partida e deixou Cicinho e Jorge Wagner no banco. Jean foi improvisado na lateral direita, Junior Cesar entrou na esquerda, e o meio formou com Richarlysson, Léo Lima, Cléber Santana e Hernanes.

A meia cancha ganhou equilíbrio desse jeito, pois tinha dois homens com boa velocidade (Hernanes e Richarlysson) e outros dois que jogam mais cadenciados. Pelos lados do campo, Jean ficava mais na marcação e Junior Cesar apoiava o ataque frequentemente.

O time errava alguns passes no início do jogo, mas melhorou a partir dos 20 minutos. Foi então que Washington, aos 29, tocou bem para Hernanes pela direita, o volante cruzou e Dagoberto cabeceou, a intenção, claramente, era devolver a redonda para o camisa 9, mas ela tomou efeito indo direto às redes: 1 x 0. 

32 minutos da etapa inicial e Junior Cesar avançou em velocidade pela esquerda, Washington recebeu, teve calma para tirar do goleiro Caffa, e tocou para Léo Lima fazer o segundo.

O único susto para a torcida são-paulina no primeiro tempo foi causado por Rogério Ceni, nada exigido no jogo, mas que por pouco não toma um frango ao tentar cortar bola levantada na área.

Nos derradeiros 45, o domínio são-paulino era amplo. Léo Lima, logo no começo, limpou a marcação e chutou perto da trave. E, aos 9 minutos, o São Paulo aumentou a vantagem. Dagoberto recebeu pela esquerda, conduziu até a entrada da área e fez ótimo passe para Richarlyson, que driblou o goleiro e foi derrubado. A bola sobrou para Washington e o centroavante decretou o placar final.

O Tricolor criou novas oportunidades. O lance mais bonito foi protagonizado por Fernandinho, que substituiu Washington. Ele recebeu na grande área após cobrança de escanteio e desviou de calcanhar, consciente, mas a bola estourou na trave.

Sim. Como mencionei acima, o adversário era fraco, mas o Time da Fé, mesmo atuando contra equipes de baixo nível técnico, não vinha jogando nada em 2010. Cléber Santana, Léo Lima, Alex Silva, Miranda e Junior Cesar fizeram as melhores exibições no ano. Fernandinho mostrou talento não só no lance do calcanhar, mas em ótimos dribles e arrancadas. Washington, para variar, resolveu, participando dos três gols. Dagoberto, que muitas vezes se enrola, chuta quando deve passar, passa quando deve chutar, e dribla quando deveria fazer um dos dois itens anteriores, precisa ser mais inteligente, a exemplo da assistência no terceiro tento. Habilidade e rapidez tem de sobra, contudo deve pensar mais. Fora isso, ainda há Cicinho e Jorge Wagner, que podem, entrando em forma, garantir posições entre os titulares.

Não que considere que tudo ficou lindo, porém, essa subida de produção de alguns nomes estratégicos, devolve alguma esperança de dias melhores, de talento e um esquema  sólido. Veremos, contra adversários qualificados, se poderemos parar de dizer – como bem tem observado o companheiro Marcão – que o São Paulo “tá feio”.                                                            

E a Folha explica alguma coisa?

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A Folhaonline traz hoje uma etiqueta dispensável (como toda etiqueta) sobre "como servir cada tipo de cerveja no copo certo". Manguaça que é manguaça toma cerveja até em copo de geléia Cascão, ou de requeijão Mimoso com rótulo, ou mesmo no bico, que é mais fácil. Mas é interessante o primeiro "ensinamento" da Folha:

"A cerveja pilsen (...) deve ser servida em copo pilsener."

Ah, tá. Ainda bem!

José Serra: 'Protesto de professor é trololó'

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"Não tem greve. Só tem marketing para a imprensa noticiar", arrematou o "gerente, competente e eficiente" (des)governador de São Paulo, que hoje comemora aniversário de 68 anos. Para reforçar sua posição de "iluminado" (como todo tucano se considera), pediu a anuência daqueles que conclama como "pares": "Vocês sabem. São suficientemente inteligentes e observadores". Ontem, depois de dois dias enfrentando manifestações de professores em greve, que jogaram ovo em seu carro, Serra cancelou, de última hora, a participação na inauguração de um viaduto na periferia de São Paulo, onde um grupo de professores o esperava com faixas nas mãos e gritos de "Serra, fujão! Acabou com a educação!". Na cara larga, "justificou-se": "Fui fazer uma supervisão e não deu tempo [de ir no evento]". Como se ele não tivesse interesse algum em participar de inaugurações! Pois se está até implantando terceiro turno de trabalho para apressar finalização de obras e inaugurando maquete...

Ps.: Mais propaganda que essa "materinha" aqui, impossível. Tem até o histórico do candidato. Folha, "rabo preso com o leitor". Leitor tucano.

Ps.2: E tem mais essa aqui. Será que o TSE só pune suposta propaganda do PT?

PSDB já fez Ciro 'encher a cara'

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Falando sobre o período em que rompeu com o PSDB e foi para a universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o deputado federal Ciro Gomes (PSB) revelou: "Enchia a cara de saquê, ouvindo Marisa Monte".

A declaração foi feita ontem, em debate do evento "Roda Viva" da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, no Centro Acadêmico XI de Agosto.

quinta-feira, março 18, 2010

Futebol com glamour

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Óculos escuros, meiões coloridos, maquiagem, uniforme de cores luminosas e muita música eletrônica. Esse é cenário do futebol das drags queens, que acontece na Barra Funda em São Paulo. O assunto é matéria no site da Carta Capital e rende boas risadas, como o episódio protagonizado pelo time das meninas coloridas, que pede para que a juíza não invalide um gol feito de forma pouco usual (mas que até craque de Copa do Mundo já fez parecido...):

O primeiro gol das meninas vem mais tarde, e é feito com a mão. A juíza tenta invalidar, mas quando as garotas percebem que podem usar a vantagem de seus 1,80 metro de altura para vencer os opositores, o jogo se torna mais um misto de vôlei e handebol do que futebol. Até os rapazes acabam aderindo a essa nova modalidade. Os gritos estridentes da juíza: “bola no chão, gente, bola não chão”, são completamente ignorados e as garotas marcam diversos gols com arremessos e cortadas.



Fátima Fast Food, o reforço que a seleção brasileira precisa! E Salete Campari, paraibana de Araruna,matemática, drag queen e hostess da noite paulistana. Salete também foi candidata a deputada estadual e vereadora em SP. Foto: Luana Lina

Também vale dar uma olhada no vídeo da inusitada e colorida partida das drag queens.


O assunto me lembrou uma matéria que o companheiro Glauco e eu fizemos para a revista Fórum, "Elas são mais Corajosas", publicada logo após o Ronaldo, o "Fenômeno", dar explicações confusas sobre o fato de ter ido a um motel com três travestis e a mídia discutir a questão do atleta ter supostamente tido relações homossexuais, o que seria um absurdo, uma vez que o país do futebol é também o país da homofobia.

Aliás, uma das travestis que estavam com Ronaldo no motel, Andréa Albertini, faleceu ano passado. Tive a oportunidade de conversar com ela durante um desfile da Daspu, que também virou matéria para a Fórum e, claro, ela vestia um shortinho (curtíssimo) no melhor estilo jogador de futebol da década de 70 e fazia embaixadinhas, enquanto cuidava para que seu cabelo não desarrumasse, um luxo na "passarela-protesto" na luta contra os preconceitos.

Elis, 65 anos e um dia

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Ontem, quando faria 65 (nasceu em 17 de março de 1945), não lembrei do aniversário da maior cantora que este país teve em música popular.


A data não importa muito, fica apenas como desculpa para falar um pouco dela, de música e de algumas curiosidades.

Além da cantora, há a personalidade polêmica. Segundo as biografias, era exigente, briguenta, depressiva, bebia, usava cocaína, mas cantava como ninguém.

Na excelente biografia de Tom Jobim, Sergio Cabral conta das dificuldades da gravação de Águas de Março, nos Estados Unidos, para o disco Elis e Tom. Os dois gênios viviam às turras. E revela uma mágoa de Tom, ele teria mostrado a Elis a música Na Batucada da Vida, de Ary Barroso, que pretendia lançar num disco só com músicas do compositor. Elis ouviu e assim que chegou ao Brasil gravou, deixando Jobim magoado. O disco de Jobimc dedicado a Ary nunca saiu.

Mas a personalidade de Elis era complexa. Por outro lado pegou um Adoniran Barbosa quase no ostracismo e relançou Saudosa Maloca, resgatando o compositor na década de 1980. E lançou Tiro ao Álvaro, um dos últimos sucessos dele, além de dar "canja" no último disco que o compositor do Bixiga lançaria.

Agora, é melhor ouvir Elis do que falar dela. Vou citar apenas algumas músicas e compositores que lançou, Canção do Sal, Milton Nascimento, Romaria, Renato Teixeira, Ensaio Geral, de Gilberto Gil, e muitas outras. Vale lembrar que Elis cantou Gil quando ele ainda era executivo da Gessy Lever, com o sucesso da música defendida por ela no Festival da Record, foi convidado a gravar se primeiro disco, Louvação, e o país perderia um promisso executivo (rs).

Não vou me alongar mais, cada um que ouça sua predileta da Elis. E, por curiosidade, o vídeo postado abaixo não é com ela cantando nenhuma música, mas sim concedendo uma entrevista a Marília Gabriela, em 1980, com a filhinha estrábica, uma tal de Maria Rita.

Mauá entra na guerra contra a manguaça

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Leio no Diário do Grande ABC de hoje que em Mauá (onde nasceu o companheiro Nicolau e também o Mauro Beting) um vereador do PSDC, Professor Betinho (foto), apresentou um projeto de lei para proibir a comercialização e o consumo de bebidas alcoólicas em eventos organizados pela Prefeitura. E o negócio já foi aprovado em primeira discussão. A justificativa do vereador é lapidar: "São dezenas de jovens embriagados e em coma alcoólico nas festas". Ou seja, se dá fungo no galho de uma árvore, corte a árvore toda. É a mesma lógica das privatizações tucanas: se a estatal está com algum problema (que, por pior que seja, tem alguma solução), venda a estatal de uma vez. Por que o "democrata cristão" mauaense não propõe um programa municipal de conscientização, com jovens e seus pais, para debater o abuso do álcool, suas causas, consequências e possíveis soluções? E os que bebem e não abusam, vão fazer o que nesses eventos municipais? Tomar iogurte? Prestem atenção, manguaças, que o cerco é silencioso, mas incessante. Tudo o que é coletivo é perigoso pra essa gente. E deve ser vigiado, controlado, normatizado e proibido. Vamos assistir esse absurdo calados? E de bico seco?

Palmeiras vence por 2 a 1 mas não elimina Paysandu

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Foi magra, com oscilações e cansaço. Mas foi uma vitória no Mangueirão. Por 2 a 1, o Palmeiras venceu o Paysandu em Belém (PA) pela Copa do Brasil. Garantiu vantagem, mas não eliminou o Papão da competição. Faltou disposição para ampliar e o time da casa fez frente ao alviverde, chegando a empatar e a tentar pressionar os visitantes.

Trata-se da terceira vitória seguida, depois dos resultados sobre o lanterna Sertãozinho e o líder Santos pelo Paulista. Isso é bom, mas não assegura que o time esteja embalado. Recuperado é o termo de bom tamanho.

Ewerthon e Lincoln foram os autores dos gols. Como principais contratações do time na temporada, eles foram a campo desde o início e decidiram. Além de nomes com mais consoantes do que o necessário, mostraram que estão no nível dos outros jogadores do elenco.

Talvez possam até jogar mais bola, mas não convenceram ainda de que são melhores. Em outras palavras, não salvam a pátria, mas são opções, em muitos casos, melhores do que as existentes. Lincoln dá mais consistência ao meio campo do que Ivo e Deyvid Sacconi, que são mais ofensivos. Ewerthon pode funcionar melhor do que os períodos magros de Robert. Lenny e Marquinhos tem menos presença na área. Mais opções nas mãos do técnico.

Mas o time ainda tem muitos momentos em que os passes falham e a bola parece quente, sem que apareça alguém com tranquilidade para dominar ou fazer um passe com qualidade. Bora treinar.

Os jogadores, no segundo gol, repetiram o Armeration, uma versão particularmente engraçada do lateral-esquerdo colombiano Armero de dançar um trecho do "Segura o Tchan", ou algo do gênero. Por um lado, cansa um pouco a polêmica das dancinhas. Por outro, como foi o renegado Armero a referência, a possibilidade de comemorar dançando ganha ares de exorcismo em vez de ser visto só como deboche. Quem sabe assim arrefece a polêmica? Engula-se os xingamentos aos jogadores rivais e deixa o pessoal dançar.

Pragmatismo

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Lembra aquele toquezinho infeliz em escanteio no último minuto que eu detestei na partida do Corinthians contra o Independiente Medellin semana passada? Pois é, aconteceu de novo nessa quarta, no 1 a 0 contra o Cerro Porteño, no Paraguai. E dessa vez deu pra ver o técnico alvinegro gesticulando para os jogadores como quem diz “acabou o jogo, segura aí”.

Dessa vez irritou menos, porque pelo menos o time levou uma vitória após enrolação. E, durante os 90 minutos, a proposta de jogo, ainda que meio modorrenta, foi melhor executada. Elias, Jucilei e Danilo estiveram em boa jornada, garantindo mais fluência nos passes no meio de campo. O que não quer dizer necessariamente mais chegadas ao ataque.

A opção continuou sendo manter a posse de bola e cozinhar o jogo. Mas como errava menos passes no meio, a equipe conseguiu criar uma ou outra chance de gol e praticamente anular o Cerro, que teve, se bem me lembro, duas chances reais.

O Corinthians não teve muito mais que isso, na verdade. Umas três ou quatro, digamos. Uma delas em escanteio batido por Dentinho para Danilo desviar de calcanhar e Ronaldo empurrar para as redes - encerrando um curto (mas bem comentado...) jejum de 5 jogos sem marcar. Legal do gol foi ver o marcador do Gordo olhando a bola e se assustando ao vê-lo já dois passos na sua frente, livre pra marcar.



O jogo foi bonito? Não, nem de longe. Foi empolgante? Tampouco. Mas em algum momento deu realmente preocupação de perder? Não também. Mano Menezes resumiu a atuação com um “não fomos brilhantes, mas fomos práticos”. De fato, talvez até demais.

O time vai precisar de mais ousadia mais pra frente. Poucos times terão a incapacidade ofensiva do Cerro, que não conseguiu se aproveitar o recuo do Timão no segundo tempo. Insisto: ficar jogando só no seu campo é um risco que não considero valer a pena.

Mas o treinador mosqueteiro tem outro argumento difícil de rebater. “Quatro pontos em seis fora de casa. Temos de valorizar”, disse após o jogo. Some mais três da obrigação caseira e temos a liderança isolada do grupo, com sete pontos. Precisa mais? Sim, precisa. E confio que vai ter. Mas enquanto não tem espetáculo, contento-me com o frio pragmatismo dos números.

quarta-feira, março 17, 2010

O Império Contra Ataca

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Sim, tá com todo cheiro de pizza, mas a simples abertura da CPI das Enchentes na Câmara de Vereadores de São Paulo, para investigar os contratos e convênios de serviços feitos pela Prefeitura e sua possível responsabilidade pelos danos e mortes dos alagamentos na cidade, já é um débito na fatura política do prefeito Gilberto Kassab (na foto, ao centro). Sim, sabemos que as porradas na Prefeitura, antes poupada de críticas, têm como finalidade desviar o foco do (des)governador José Erra, digo, Serra (PSDB), culpado por não limpar o leito dos rios e não soltar a água dos reservatórios. O Império Serrista, que elegeu Kassab, agora o ataca. E a Assembléia Legislativa seguirá arquivando toda e qualquer CPI contra gestões tucanas. Como diz o cínico slogan da propaganda tucana, "governo de São Paulo, cada vez melhor". Cada vez melhor para fazer as malas e fugir! De barco!

Apoio palestino engrossa rumores de Lula como secretário-geral da ONU

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A nove meses de deixar a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva pode ter de enfrentar uma nova campanha. Quem o lançou candidato foi Mohamed Edwan, porta-voz da autoridade palestina. Segundo a BBC, o funcionário afirmou, nesta quarta-feira, 17, que quer ver Lula secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), sucedendo o sul-coreano Ban Ki-moon.

Foto: Ricardo Stuckert/Pr

"Achamos que ele poderia ser um ótimo secretário-geral da ONU, pois é um homem de paz e de diálogo e sabe negociar de maneira inteligente e admirável", disse Edwan. "O próprio presidente Abbas também pensa assim", acrescentou o porta-voz. Ban Ki-moon tem mandato até 2011, mas pode se reeleger, como fizeram a maioria dos que estiveram no posto.

Antes, Mahmoud Abbas, presidente palestino, diz que veem o mandatário brasileiro como um "irmão". Lula ainda recebeu "vivas" ao inaugurar a rua Brasil, na cidade de Ramallah, capital da autoridade palestina.

Claro que é uma forma de bajular o visitante e pedir manter o apoio. Mas o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, lembrou que a ideia não é inédita, já que Nicolas Sarkozy sugeriu isso antes.

Andres Oppenheimer, jornalista gringo que escreve para o Miami Herald e para o El Nuevo Herald e vive malhando o Lula, discutiu a sério a hipótese. Ele repercute uma nota de Lauro Jardim, da Veja que registra que "a mais de uma pessoa Lula disse que foi sondado para se candidatar a secretário-geral da ONU em 2011".

Foto: Ricardo Stuckert/Pr

Ele entrevistou um ex-presidente do Conselho de Segurança da ONU, Diego Arria, que vê uma candidatura de Lula com muita força, pelo peso do Brasil e por capitalizar um certo sentimento antiestadunidense nas Nações Unidas. Apesar de crítico, Oppenheimer vê mais chances para o brasileiro na agência da organização para o combate à fome, a FAO.

Já pensou?
Por um lado, imagino que algo assim representaria um baque para os setores da sociedade que têm ojeriza a Lula. Isso representa uma parte menor dos 5%, segundo pesquisa Ibope que consideram o governo ruim.

Em especial, seria um golpe contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que veria o ex-operário alçar voos que ele, sociólogo da Sorbonne, não conseguiu. Segundo alguns, levaria o diretor do instituto de mesmo nome ao haraquiri.

Por outro lado, a depender da conformação eleitoral deste ano, com, por exemplo, uma vitória da oposição, tirar Lula do hall dos presidenciáveis poderia não ser uma má ideia. Nem que para isso fosse preciso mandá-lo para o meio da ONU. Mas essa reação é mais improvável do que corintiano vestir a camisa do Palmeiras.

A Manguaça e o Samba: a ressaca de Nelson Cavaquinho

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O post poderia estar na editoria “Som na Caixa, Manguaça”, afinal o assunto é o programa “Samba na Gaboa”, da TV Brasil, apresentado pelo sambista Diogo Nogueira.

O programa que conta com um cenário baseado em um boteco, tem em suas gravações a presença quase que constante da indispensável cervejinha, que acompanha as conversas em busca pela memória e histórias da música brasileira. Já o episódio de terça-feira, 16, o tema foi a relação entre o samba e o botequim. Com os convidados Cristina Buarque e Alfredo Del Penho, o roteiro incluiu clássicos como Eu Bebo Sim (Luiz Antônio e João do Violão) e histórias de ébrios clássicos como Nelson Cavaquinho.


Foto: Fore/Flickr

Samba e manguaça, Futepoca ainda quer discutir a estruturação da gravadora 100% independente "Manguaça Records" 

Boemio "profissional", Cavaquinho encontrava-se, no dia de produção de um álbum de Cristina Buarque profundamente “ressaqueado”. Após sucos, águas e todos os tipos de receitas para trazer vida ao corpo de sambista, alguém teve a idéia de buscar uma “caninha”. Pronto! Lá estava novamente o bom (e manguaça) Nelson Cavaquinho.

A prática para curar a ressaca não é novidade alguma para os ébrios de plantão, mas sempre é bom lembrar as propriedades de cura do mé.

O programa deve ser colocado em breve no site do programa. E depois de assistir dá até para discutir se o Walt Disney estava muito errado ao afirmar que o samba flui a partir da cachaça.

O líquido preto do capitalismo

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Nosso amigo fotógrafo Jesus Carlos, da Imagemlatina, costuma dizer que tem três coisas que se recusa terminantemente a consumir: comida de fast food, novela e Coca-Cola, que ele chama carinhosamente de "líquido preto do capitalismo". Porém, vemos nas fotos deste post que os camaradas cubanos Ernesto "Che" Guevara e Fidel Castro não tinham muita restrição a esse produto estadunidense. Pergunta maldosa: será que refresca greve de fome?

No tempo da cerveja arte

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Um grupo de manguaças, digo, artistas decidiu homenagear a bendita cerveja de cada dia com uma série de esculturas, quadros e arte digital inspirados na bebida. Segundo a BBC, a mostra, intitulada "Cerveja e Arte", foi aberta recentemente em Madri e segue até 11 de abril. A curadoria afirma que fez um único - e dificílimo - pedido aos artistas: escolher uma marca de cerveja e dedicar-lhe uma obra "inspirada em muitos casos em sua apreciação do sabor" (diria o camarada Anselmo DeMassad: "-Tudo desculpa pra beber"). A maior parte das cervejas homenageadas é de marcas espanholas, eleitas por artistas locais, mas também há estrangeiras imortalizadas por artistas de oito países, de Cuba a Bangladesh. Alguns optaram por usar a bebida como inspiração para obras abstratas. Pedro Grifol, por exemplo, fez uma reprodução da Última Ceia, evocando a (sugestiva) marca de cerveja Judas (acima). A exposição será itinerante e renovada nos próximos meses, quando as peças expostas forem vendidas e substituídas. Para a futura coleção já há uma promessa de uma cerveja brasileira. Um artista plástico argentino promete retratar sua paixão pela Brahma. Alguém aí se habilita a homenagear a Kaiser ou a Nova Schin? O problema é ter que "saborear" antes...

terça-feira, março 16, 2010

'- Que alívio...'

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Do twitter do senador Aloizio Mercadante:

Meu amigo Ricardo Kotscho veio me visitar depois da cirurgia. Perguntou: “- Você já tirou o apêndice?”. Eu respondi: “- Já”.

“- Você já tirou a vesícula?”, “- Já”. “- Você agora tirou um pedaço da próstata?”, “- Sim”.

“- Que alívio, ainda bem, você está nos deixando aos poucos...”, brincou Kotscho.

A ditadura da felicidade

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Uma amiga volta do almoço dizendo que foi a uma padaria onde havia uma placa advertindo: "Você está sendo monitorado por 12 câmeras". Assustador, mas não deixaram de acrescentar abaixo: "Sorria!". Na hora, me lembrei da letra de "Um sorriso nos lábios", do Gonzaguinha: "Ou então acha graça/ É tão pouca a desgraça/ Mas no fim do mês/ Lembra de pagar a prestação/ Desse sorriso nos lábios" (no final da gravação original ele imita um guarda e ordena: "Põe um sorriso aí, cidadão! Põe esse sorriso aí!"). Mas, em seguida, recordei outra letra, "Menina, amanhã de manhã", do Tom Zé:

Menina, amanhã de manhã
quando a gente acordar
quero te dizer que a felicidade vai
desabar sobre os homens, vai
desabar sobre os homens, vai
desabar sobre os homens


É isso: essa ordem para sorrir, essa felicidade desabando sem piedade sobre nós. Exagero? Pois vejam o que o site Mundo do Marketing observou sobre a "mania feliz" que também está empesteando as propagandas:


"Vem ser feliz", "A escolha feliz", "Lugar de gente feliz", "Você feliz", "A TV mais feliz". Quanta felicidade, valha-me Deus! Que inferno! Quem aguenta isso? Preciso beber. Nada mais apropriado que um vinho Santa Felicidade...

Ah, e só pra você não esquecer: SORRIA!

20 anos do plano que calou os eleitores de Collor

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Aquela foi a festa de aniversário de criança mais desanimada que já presenciei. Eu estava vestido todo de preto, mas com sorriso de orelha a orelha. No dia 16 de março de 1990, a equipe econômica do presidente Fernando Collor de Mello, empossado no dia anterior, anunciava um plano econômico que congelava depósitos do overnight, das contas correntes e das cadernetas de poupança que excedessem a 50 mil cruzados novos, o equivalente, na época, a 1.300 dólares (quase 2.300 reais na cotação atual). Dezenas de milhares de pessoas ficaram sem qualquer dinheiro ou fonte de renda, perderam o que tinham, adoeceram ou simplesmente se mataram. Até a Veja assustou (foto). Ainda hoje não fizeram um levantamento documental mais detalhado da extensão daquele desastre chamado Plano Collor.

Mas basta dizer que, no segundo semestre de 1990, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro desabaria para -7,8% e, nos dois anos seguintes, a economia perderia 2 milhões de empregos. Muito por causa disso os 35 milhões de eleitores que levaram Collor ao poder não fariam a mínima questão, em 1992, de sair às ruas para defendê-lo quando a sequência da escândalos o levou à renúncia. Uma imagem célebre do engodo que todos os eleitores do Collor se tocaram ter caído foi a inacreditável entrevista da ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de Mello, e do presidente do Banco Central, Ibrahim Eris, aos jornalistas Joelmir Betting e Lilian Witte Fibe. Ali ficou nítido que a equipe econômica do governo não fazia a menor ideia do que se tratava o plano que haviam acabado de impor ao país. Desesperador.

Pois então, foi naquele clima de estupefação geral da nação que eu fui com meus pais a uma festinha de criança na Associação do Banco do Brasil (AABB), na cidade onde nasci, em Taquaritinga (SP). Com 16 anos recém completos, eu havia acabado de tirar o título de eleitor e me preparava para votar em Plínio de Arruda Sampaio para governador. Nas eleições de 1989, Collor havia conquistado quase a totalidade de votos locais. Houve só uma passeata, dos colloridos, com metade da cidade. Eu e um amigo subimos no muro da minha casa para agitar uma bandeira do PT e levamos uns cascudos. Meu pai, que tinha um adesivo do Collor no carro, me deu uma sonora bronca. E todo mundo tirou sarro da gente quando o alagoano derrotou Lula.

Mas aí veio aquele 16 de março fatídico. Na festinha, só as crianças brincavam e eu sorria, degustando cerveja. Os convidados, em sua maioria médicos, conservadores e eleitores do Collor, nada falavam. Os semblantes eram de velório. Meu pai não perdeu nada, pois não tinha dinheiro guardado. Mas travou seu discurso político conservador por mais de dez anos. E eu, alertado previamente para não tocar no assunto, só podia sorrir. Mas sorri bastante.

Ps.: Quem também deve ter sorrido naquele dia foi o aniversariante José Dirceu, integrante da coordenação da campanha de Lula em 1989.

Olha aí, é o Suplicy, olha aí...

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Ele já cantou música do Cat Stevens, do Bob Dylan e até rap no Senado. Já se empolgou no meio de torcida de futebol e tentou pegar pênalti cobrado por Zidane. Brincou com sósia do próprio filho. E melhor: deu cartão vermelho e vestiu cueca da mesma cor. Não contente, o senador Eduardo Suplicy (PT) aceitou agora fazer novo papel de palhaço no (dispensável) programa CQC - Custe o Que Custar, da TV Bandeirantes, capitaneado pelo (insuportável e desengraçadinho) Marcelo Tas.

Num quadro que pretende insinuar que políticos não trabalham e que por isso devem pegar no pesado de verdade (como se o Tas e sua equipe tivessem carpido roça a vida toda), levaram o senador a um barzinho chiquezinho da aristocrática Vila Madalena para ele bancar o garçom - e ser maltratado como os garçons geralmente costumam ser nesse dispendioso reduto.

Mas, no saldo geral do constrangimento, alguns momentos "futepoquenses", como a loira manguaçada elogiando Suplicy (6:50), que leva bronca em seguida por ficar assistindo um jogo do Santos. Buenas, vejam o "conjunto da obra" com seus próprios olhos:



Ps.: Boçalidade suprema à parte, o nefasto Paulo Francis não deixava de ter alguma razão quando chamava Eduardo Suplicy de "mogadon" - medicamento contra a insônia que deixa a pessoa meio abobalhada.

segunda-feira, março 15, 2010

Da elite nacional à A3 paulista

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Ontem, no estádio Brinco de Ouro da Princesa, o Guarani foi derrotado pelo Votoraty por 1x0, pela 17ª rodada do Campeonato Paulista da Série A2. O resultado elimina, matematicamente, o Bugre da competição. E pior: deixa o time perto, mas bem perto mesmo, da zona de rebaixamento para a A3.

O Guarani hoje é o 16º colocado. Supera o Rio Preto, o melhor entre os times da zona do rebaixamento, apenas no saldo de gols. Não pode ficar mais entre os oito times que irão para as semifinais do campeonato, que determinarão os quatro que jogarão a elite do ano que vem.

A situação seria apenas "triste", por marcar o mau momento de um time tradicional; mas passa a ser bizarra se pensarmos que a partir de maio o Guarani será um dos 20 times do Campeonato Brasileiro da primeira divisão.

Poderemos ter situações bizarras a partir daí. Botando a imaginação pra voar: imaginem se o Bugre é efetivamente rebaixado para a terceira divisão paulista mas, antes do início do Nacional, consegue montar um time mágico que o coloca entre os melhores do Brasileirão - teríamos um time em 2011 jogando a Libertadores da América e o Campeonato Paulista da Série A3!


Mas é mais provável que vejamos o Bugre se safar na A2 (o que, de qualquer maneira, já seria um vexame) e apanhar feio no Brasileiro. Talvez o recorde do América-RN de 2007 seja batido.

Os próximos duelos do Guarani serão contra Pão de Açúcar, União Barbarense e Catanduvense.

Na outra ponta da tabela, União São João, Pão de Açúcar e Linense já estão garantidos nas semifinais. As vagas restantes serão disputadas por Noroeste, Guaratinguetá, São Bernardo, Votoraty, América, São Bento, São José e União Barbarense.

Dentinho marca gol 10 mil e Roberto Carlos desencanta no Corinthians

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Não tive como assistir a Corinthians 2 x 1 Santo André, sonegado pelos detentores dos direitos de transmissão. As impressões que tenho vêm de ouvir parte do jogo pelo rádio, ver os melhores momentos e de diversas análises que vi por aí.

Parece que o time começou pressionando, marcando a saída de bola e abafando, como fazia nos melhores momentos do ano passado. Aliás, marcar a saída de bola pra mim é o que pega. Fica mais fácil chegar no gol do adversário.

A formação com três atacantes (Dentinho, Ronaldo e Jorge Henrique) serve bem pra isso. Mano resolveu proteger mais com três volantes (Elias, Ralph e Jucilei), repetindo mais ou menos o que foi feito na Colômbia no meio da semana. Curioso aí que a postura do time muda mesmo sem mudar muito os jogadores. Adianta a marcação, pressiona os caras e mesmo com três volantes o time passa a jogar mais ofensivamente.

Pena que a pressão só durou até os 20 minutos, mais ou menos, quando já estava 2 a 0. Depois disso, o time recuou e tentou sair nos contra-ataques. Ronaldo perdeu uns gols, mas deu passes preciosos, inclusive um para JH que desperdiçou na cara do gol. E passes para os dois tentos alvinegros.



O desempenho do Gordo, que participou muito mais do jogo, foi uma das coisas positivas da noite, além da vitória e da manutenção na zona de classificação. As boas novas continuam com o gol marcado por Dentinho, que fez um por jogo nas últimas cinco partidas. Foi também o gol de número 10 mil na história do Corinthians. Legal que a honra tenha ficado para o garoto, que está jogando muito.

Também valeu o golaço de Roberto Carlos, um foguete na forquilha, primeiro do lateral com a camisa do Timão. RC vem jogando cada vez melhor, e ontem parece que foi bem. Que continue na ascendente.

Na quarta-feira, o alvinegro viaja pega o Cerro Porteño-PAR, às 21h50, em Assunção, pela última rodada do primeiro turno da Taça Libertadores. Dentinho, que saiu machucado, já está liberado, bem como Tcheco, Alessandro e Danilo. Vamos ver que surpresas Mano Menezes reserva para a Fiel Torcida.

Mais uma da campanha anti manguaça

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Aconteceu na tal corrida de Fórmula Indy em São Paulo: em vez de darem a tradicinal champanhe para o vencedor Will Power, deram um litro de... leite! (acima, ao centro) Pois é, e ainda vieram com o papinho de que "a ideia da patrocinadora era fazer uma referência às 500 Milhas de Indianápolis, na qual o vencedor tradicionalmente bebe uma garrafa de leite como parte da comemoração após a corrida". Sei. Mas reproduzir ideia de mau gosto também não justifica nada. O melhor, nessa prova paulistana, foi a torcida xingando o prefeito Gilberto Kassab (DEM). Do jeito que choveu, lembraram-se do que ele (não) faz. Leite já é dose, mas Kassab ninguém engole!

'Quando foi que a direita brasileira teve qualquer apego aos direitos humanos?'

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Para quem se surpreendeu com a Miriam Leitão defendendo as cotas raciais em universidades, uma senhora resposta de Ciro Gomes, na edição de hoje da Folha de S.Paulo, sobre o posicionamento do governo Lula em relação à Cuba e Irã. De fazer o senador Eduardo Suplicy corar de vergonha...

Folha - A política externa do Brasil está no rumo correto? Pergunto-lhe em função das últimas polêmicas sobre o relacionamento do governo brasileiro com Cuba e Irã.
Ciro Gomes - Estrategicamente o governo brasileiro está muito correto. Somos contra a intervenção em assuntos domésticos, seja de quem for, somos pela solução pacífica dos conflitos, e advogamos uma ordem mundial multipolar. Tudo o que o Lula faz guarda coerência com esses princípios. Nós consideramos que o embargo norte-americano a Cuba --e não é o governo Lula, eu estou falando --é a causa de todos os abusos que hoje ainda temos que assistir em Cuba. O embargo, essa coisa anacrônica, prepotente, e injusta dos americanos, que inacreditavelmente continua com o governo Obama, justifica a atitude defensiva de Cuba. O país está acossado por um inimigo externo iminente, a maior potência do planeta. Eu acho odiento o crime político. Mas, o embargo dá ao governo de Cuba a faculdade de dizer que aquilo não é crime de opinião, mas sabotagem, espionagem, serviço ao inimigo externo. Essa é a questão que tem que ser posta em perspectiva. De qualquer forma, não é o Brasil que vai resolver isso. O Brasil deu asilo ao [Alfredo] Stroessner, no que acho que fez muito bem. Isso tira da moral dessa gente, da direita truculenta, esse papo. Quando foi que a direita brasileira teve qualquer apego aos direitos humanos? Que dia? Em que circunstância nacional ou internacional? Esse papo furado é só para quem não tem memória. E o Irã: deixa os americanos fazerem uma aventura militar no Irã para você ver o que vai acontecer com o planeta. O Irã não é o Iraque. O Brasil não é a favor que o Irã desenvolva artefato nuclear. O Brasil tem uma posição contra armamento nuclear no mundo. Ele não é ingênuo. Queremos que o mundo se desarme.


Vale a pena ler outros trechos da entrevista. Além de dizer que sua candidatura ao governo de São Paulo seria "artificial" e de que o PT "é um desastre" no Estado (o que mereceu resposta), Ciro Gomes fala, na cara da Folha: "O Serra erra menos porque é protegido pela grande mídia."

Muito feio

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Outro dia eu comentei que o futebol do São Paulo tá feio. Pois conseguiu piorar. A vitória na bacia das almas, aos 47 do segundo tempo, mais por mérito da precisão de Hernanes do que pelo oportunismo de Andre Luís (foto), que apareceu para cabecear, não salva a pele do time. O Tricolor jogou bola apenas nos 11 minutos iniciais da partida e nos dez finais, no segundo tempo. Entre um período e outro, desistiu do jogo. E ninguém explica o motivo. Pra mim, o 2 a 1 foi injusto.

Bruno Quaresma, no Lance!, começa seu texto com uma observação que justifica o meu desânimo (e o de todos os sãopaulinos): "Um time na zona de rebaixamento, com o pior ataque da competição e com salários atrasados. Este era o Rio Branco, adversário do São Paulo ontem no Morumbi". Perfeito. Não é menosprezar o time de Americana, é apenas radiografar a situação: um time quase rebaixado, com pendências financeiras, jogando fora, contra o 3º colocado da competição. Contra o São Paulo Futebol Clube.

Contra um time que fez 11 contratações, segurou Hernanes e Miranda, reforçou a zaga, o meio, as laterais e o ataque. E não consegue convencer, nem quando ganha. O que acontece? O que aconteceu com esse time? Muitos culpam Ricardo Gomes, mas o São Paulo do Brasileirão do ano passado não "apagava" desse jeito. Foi até bem, com chance de ser campeão na reta final. Já esse time que tá aí, eu não aposto um tostão nem que vá chegar ao mata-mata. E se chegar, perde. Libertadores da América, então, nem se fale...

Tá feio demais. Muito, muito feio.

As meias verdades pós-clássico

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“Ah, não falei? Esse time é só firula”. Provavelmente o torcedor do Santos ou aquele que elogia o futebol dos garotos da Vila vai escutar ou já escutou isso a essa altura do campeonato. Claro, boa parte dos que falam isso diriam a mesma coisa se o Alvinegro perdesse daqui a dez rodadas, estavam só na torcida pela óbvia contagem regressiva. Normal, até porque, se o futebol peixeiro encanta, também causa uma certa raiva em muita gente por motivos freudianos. Tanto que tem até corintiano comemorando a vitória do Palmeiras, quem diria... Mas o resultado do clássico, que para muitos apaga a série invicta (ou talvez fosse um desejo que se apagasse) e, mais que isso, obscurece as exibições dos meninos da Vila, vai ensejar uma série de meias-verdades ou teses questionáveis que vão pulular nas mesas de boteco ou mesas redondas da TV (o que é quase a mesma coisa). A algumas:

– A molecada “sentiu” o jogo – isso é um lugar comum curioso. Qualquer time, em determinados momentos de uma partida, pode “sentir” quando toma um gol ou o resultado é adverso. Os veteranos do Corinthians, por exemplo, perderam as estribeiras com os santistas. Já Ricardinho e Rogério Ceni, nas semifinais do Brasileiro de 2002, também acreditavam na instabilidade daqueles meninos. A fórmula era simples: marcar um gol logo de cara para fazê-los perder a linha na segunda partida. Fizeram o tal gol rápido e perderam mesmo assim. Ou seja, não é porque são "meninos" que vão tremer. No clássico do fim de semana, o Santos, depois de sofrer o baque da virada, passou a jogar mais que o Palmeiras, que recuou e sofreu pressão. Tanto que tomou o empate e só fez o gol quando tinha um a mais, contando com uma falha da defesa peixeira. Perder é do jogo, o futebol cansa de mostrar isso.

– Quando está ganhando, o Santos menospreza o rival – essa foi a reclamação do sensato e controlado Diego Souza, depois do jogo. Curioso é que, mesmo perdendo, Ganso deu chapéu e matou bola no peito, e Neymar pedalou e deu uma assistência para Zé Eduardo quase marcar o gol de empate. Se isso for “menosprezo”, talvez o Alvinegro menospreze o rival até quando está perdendo. Segundo, claro, o critério do sensato e controlado Diego Souza, que encontra respaldo em muita gente que acha agressão verbal pior que física.

– O Santos vai “perder o encanto” e o Palmeiras vai “desencantar” - partidas difíceis virão para o time da Vila e nem sempre vai ser possível dar show, como alertou Dorival Junior após a goleada contra o Naviraiense, embora o time, mesmo quando não encante, empolgue, como disse Mauro Beting. Isso porque sempre joga ofensivamente e produz jogadas bonitas mesmo quando a jornada não é perfeita. Já o Palmeiras faz da sua força algo que vem desde a época de Muricy Ramalho: bola alçada na área, como em dois gols que saíram contra o Peixe. Um pouco de raça, apostando no erro do adversário, mas é mais do mesmo. No ano passado, venceu o Santos na Vila e se achou campeão brasileiro. Deu no que deu. Precisa mais para se classificar no G-4.

– Neymar precisa ser mais “equilibrado” - todo craque já foi expulso de campo uma ou tantas vezes (com exceção de José Macia, o Pepe) e pernas de pau então, mais ainda, ainda que alguns sejam protegidos por árbitros sabe-se lá por que. Há ainda os que têm uma lista considerável de expulsões, nada "interpretativas", e outros que têm uma ou duas em momentos cruciais e são salvos por resultados. É só lembrar de Leonardo na Copa de 94 ou Ronaldinho Gaúcho na Copa de 2002. Ou ainda Garrincha, na Copa de 62. Neymar fez uma falta sem bola, como Pierre fez em Marquinhos com menos de um minuto de partida. Como tantas que o menino sofreu e, nem por isso, os seus marcadores tomaram o vermelho. Por isso a indignação do atacante ao ser expulso. Neymar tem a cabeça no lugar tanto quanto qualquer outro jogador brasileiro ou até mais que a média.

Mesmo com a derrota, continuo me guardando pra quando o carnaval chegar. E é bom saber que ele pode vir em qualquer partida e não só em uma final. Pra quem gosta de bola bem jogada.

domingo, março 14, 2010

Que jogo! Palmeiras para o Peixe com 4 a 3 na Vila

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O Palmeiras venceu o Santos na Vila Belmiro por 4 a 3. O gol da vitória saiu aos 42 minutos do segundo tempo, dos pés de Robert, autor de três na partida.

O time da casa abriu 2 a 0 no placar com Pará e Neymar, antes dos 30 do primeiro tempo. Parecia que seria fácil para o Peixe manter a série invicta de 12 partidas. Até então, os visitantes mal atacavam e ameaçavam lembrar outra feita. Aí, aos 41 e 42 da etapa inicial, veio o empate relâmpago, duas vezes com Robert. Bastaram duas bobeadas da defesa santista para o atacante palmeirense mostrar que estava inspirado.

Os visitantes voltaram melhor e surpreenderam aos 11, com a virada. Mergulhando de cabeça – de peixinho – Diego Souza fez o terceiro gol verde.

Foi a hora de o Santos pressionar e mostrar que tinha time para garantir, em casa, um resultado melhor. Mas foi aos 35, em uma jogada digna do que o alvinegro da Baixada vem exibindo na temporada: uma troca de passes entre Robinho e Paulo Henrique Ganso encontrou Madson, há sete minutos em campo, livre para empatar. Na hora de comemorar, manteve o padrão bem humorado que vem marcando o time e lembrou o corintiano Viola ao imitar um porco. Só o imprevisível o calaria.

Uma pista de que alguma coisa aconteceria veio na expulsão de Neymar em carrinho sobre Pierre. Mas só depois é que tudo se resolveria.

Robert, em dia de Obina, acertou um chute à lá Cleiton Xavier três minutos antes de acabar o tempo regulamentar. De fora da área e com a bola no ângulo. No ângulo!

Que coisa!
O 4 a 3 na Vila foi um jogão. O Santos foi menos do que em partidas anteriores. O Palmeiras aproveitou bobedas da defesa e uma tarde inspirada de Robert. Entrou meio perdido, protagonizou um jogo bom, um clássico. Não como o time que eu gostaria, mas como um time grande que eu pedia. Com sofrimento, como o que foi preciso para passar pelo lanterna Sertãozinho – só que com muito mais motivo –, venceu.

Antes do jogo, lembrei que, na década de 1960, o Palmeiras foi o time que impediu, por duas vezes, em 1963 e 1966, o tricampeonato paulista do Peixe.

Era uma forma diferente de "parar" o Santos, uma coisa de temporadas. E, se o time 2010 do Santos desperta comparações com aquele de Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, o Palmeiras de Antônio Carlos Zago fica a anos-luz da Academia. Bilhões de anos-luz.

Mas o Palmeiras deste domingo parou o Santos. E mantém esperanças de se classificar para a semifinal.

sábado, março 13, 2010

O debate das cotas raciais no STF

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O Supremo Tribunal Federal vive dias agitados – e dessa vez com notícias positivas. Para começar, manteve o (ex?) governador do Distrito Federal José Roberto Arruda na prisão, para espanto meu e de outros colegas deste fórum que esperavam uma rápida passagem do cara dos panetones pelo cárcere.

Além disso, o STF elegeu, no último dia 10, o ministro César Peluso para a presidência da Casa – Carlos Ayres Britto foi escolhido para vice. Peluso toma posse no dia 23 de abril, em substituição a Gilmar Dantas -  quer dizer, Mendes -, cuja atuação à frente da Suprema Corte foi marcada por opiniões emitidas antes de pareceres e julgamentos de processos, além da prestreza com que sempre atendeu pedidos de soltura de certos banqueiros. Daniel Dantas, aliás, recebeu outra má notícia da Justiça essa semana, com a decisão do Superior Tribunal de Justiça de negar o pedido de afastamento do juiz Fausto De Sanctis do processo que envolve o banqueiro.

Mas o que mais me agradou foi uma atitude do ministro Ricardo Lewandowski, encarregado de julgar a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 186, movida pelo partido Democratas contra a reserva de cotas raciais em universidades. O ministro decidiu convocar uma audiência pública para debater o assunto, permitindo às partes interessadas expressarem seus pontos de vista. Foram recebidos 252 requerimentos de inscrição, segundo o site do STF, mas o ministro selecionou 38 representantes para diminuir o tempo da coisa.

As audiências aconteceram entre os dias 3 e 5 de março e certamente ajudaram a explicitar posições e dar clareza aos argumentos de todos os lados, produzindo algumas pérolas. Se a ação movida pelo DEM não servir para mais nada – como de fato acho que não serve: ou é derrotada e irrelevante ou vitoriosa e danosa para o país –, vale por ter jogado o tema de forma tão pesada na discussão pública.

Uma das citadas preciosidades certamente foi o depoimento do senador Demóstenes Torres (DEM-GO, na foto ao lado), relatado em reportagem de Laura Capriglione e Lucas Ferraz, da Folha de S. Paulo. O excelentíssimo parlamentar soltou duas frases que já rodaram bastante, mas valem a lembrança (extraídas da matéria da Folha):

Disse Demóstenes sobre o tráfico negreiro: “Todos nós sabemos que a África subsaariana forneceu escravos para o mundo antigo, para o mundo islâmico, para a Europa e para a América. Lamentavelmente. Não deveriam ter chegado aqui na condição de escravos. Mas chegaram. (…) Até o princípio do século 20, o escravo era o principal item de exportação da pauta econômica africana.”
Sobre a miscigenação: “Nós temos uma história tão bonita de miscigenação… [Fala-se que] as negras foram estupradas no Brasil. [Fala-se que] a miscigenação deu-se no Brasil pelo estupro. [Fala-se que] foi algo forçado. Gilberto Freyre, que é hoje renegado, mostra que isso se deu de forma muito mais consensual.”


Ou seja, se os negros foram escravizados, a culpa é deles. Bravo! A reportagem nos deu ainda o prazer de ver um duplo absurdo no mesmo jornal: o sociólogo, ex-comunista, conviva do Instituto Milenium e recente especialista em relações raciais (sic) Demétrio Magnoli publicou na página 3 do jornal dos Frias artigo defendendo o nobre senador e atacando os repórteres, por ele chamados de “delinquentes”. Ou seja, além de defender o indefensável, o artigo aparentemente terceirizou da Folha a função de passar um pito nos repórteres "abusados" e no editor que deixou passar o texto, como avalia o Leandro Fortes.

A fala dos dois é oportuna para deixar claras as posições. Nada contra quem não gosta das cotas. O problema é quando o argumento vai na linha do Ali Kamel, manda-chuva da Globo, que diz, resumidamente, que não existe racismo no Brasil. Que somos todos iguais e que os que advogam políticas afirmativas querem “implantar” a discriminação. Ora, isso não é argumento, é negar a realidade.

Mas o que eu realmente queria destacar é a fala do historiador Luiz Felipe de Alencastro, professor da Sorbonne e autor do livro O Trato dos Viventes, obra de referências sobre a escravidão. O parecer de Alencastro traz pontos importantes dessa história para sublinhar um ponto central: a escravidão e a violência contra o negro não vitimaram apenas os negros, mas toda a sociedade brasileira, que se acostumou a um tratamento de chibata contra os desfavorecidos, distorcendo o nosso conceito de democracia. Disse ele:

(...) os ensinamentos do passado ajudam a situar o atual julgamento sobre cotas universitárias na perspectiva da construção da nação e do sistema político de nosso país. Nascidas no século XIX, a partir da impunidade garantida aos proprietários de indivíduos ilegalmente escravizados, da violência e das torturas infligidas aos escravos e da infracidadania reservada ao libertos, as arbitrariedades engendradas pelo escravismo submergiram o país inteiro. Por isso, agindo em sentido inverso, a redução das discriminações que ainda pesam sobre os afrobrasileiros -, hoje majoritários no seio da população -, consolidará nossa democracia.

A argumentação completa é excelente e leva a questão para um outro patamar. Vale muito a leitura completa.

Outro sucedâneo da discussão é muito mais surpreendente em sua origem. A economista Miriam Leitão, crítica contumaz do governo Lula e da esquerda em geral, escreveu um belo artigo em defesa das cotas. Disse ela:

A temporada da coleção de argumentos velhos que reaparecem para evitar que o Brasil faça o que sugeriu Joaquim Nabuco, morto há 100 anos, em frase memorável: “Não basta acabar com a escravidão. É preciso destruir sua obra. Diante de qualquer proposta para reduzir as desigualdades raciais, principal obra da escravidão, aparece alguém para declamar: “Todos são iguais perante a lei.” E são. Mas o tratamento diferenciado aos discriminados existe exatamente para igualar oportunidades e garantir o princípio constitucional.

Logo após, porrada no Demóstenes. Roubo de Miriam o encerramento do texto, que traduz algumas de minhas preocupações nesse debate. Bora pensar nisso:

“O que me incomoda é a incapacidade reiterada que vejo em tantos brasileiros de se dar conta do crime hediondo, do genocídio que foi a escravidão brasileira. Não creio que as ações afirmativas sejam o acerto com esse passado. Não há acerto possível com um passado tão abjeto e repulsivo, mas feliz é a Nação que reconhece a marca dos erros em sua história e trabalha para construir um futuro novo”.

sexta-feira, março 12, 2010

Para Incor, manguaçar não é vício, é 'estilo de vida'

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Ó, se até eles estão dizendo, não sou quem vai disconcordar: o Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), que está recrutando homens para uma pesquisa sobre "efeitos benéficos do vinho", observa que "podem se inscrever homens que bebem vinho tinto regularmente, como parte de seu estilo de vida". Pronto, descobri que sempre fui um homem "de estilo"!

Em tempo: os interessados em participar da pesquisa devem ter idade entre 50 e 75 anos, bebe vinho regularmente ou serem abstêmios. É oferecido um check-up cardiológico aos participantes, como parte do estudo. Informações e inscrições: (11) 3069-5510.

O humor vai resistir

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"Glauco foi um grande cronista da sociedade brasileira, entendia os usos e costumes da nossa gente e expressava isso com inteligência e humor". A frase, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, resume o choque de milhões de brasileiros que conheciam a arte e a criatividade do desenhista e cartunista Glauco (foto), criador dos personagens Geraldão, Dona Marta e tantos outros, que foi assassinado na madrugada de hoje, com o filho Raoni, em sua residência em Osasco (SP). Parece que o criminoso era frequentador da igreja que a vítima fundou, Céu de Maria. Nesse ano de eleição, o Futepoca empresta uma das artes de Glauco para homenageá-lo (abaixo). Porque imaginamos que, de alguma forma, o humor, sua paixão, vai resistir. Ou melhor: tem que resistir. E que o crime nos faça refletir, mais uma vez, que ninguém está seguro.

Tudo condizente

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Por Moriti Neto


Não vou defender Washington de novo. Embora ele mereça, já o fiz no post anterior. Enfim, foram dois gols dele que decidiram o jogo de ontem, contra o Nacional, no Paraguai, dando a vitória por 2 x 0 ao São Paulo, o que colocou o time paulista na vice-liderança do grupo 2 da Libertadores, com seis pontos em nove possíveis.

O Tricolor começou a partida esboçando pressão nos primeiros cinco minutos e, com a marcação adiantada, dava pinta de que faria uma apresentação ofensiva, ousada. Ledo engano. A empolgação durou somente até Richarlysson chutar uma bola na trave, no comecinho da etapa inicial. Depois disso, o São Paulo foi ameaçado pelo fraco Nacional e Rogério Ceni teve que fazer grande defesa para evitar o gol paraguaio após falhas de Miranda e Cicinho.

Hernanes foi omisso, parecia dormir em campo e a criação era zero. Aliás, vou parar de falar da falta de criatividade do meio de campo são-paulino, pois há tempos ela é rotina e, quando o camisa dez não joga nada, como ontem, a coisa piora drasticamente.

No início do segundo tempo, Washington, aos 13, abriu o placar da sonolenta peleja. O passe de Dagoberto.foi bom e o centroavante driblou o goleiro para marcar.

Saindo na frente, o São Paulo, mais calmo em campo, conseguiu alguma posse de bola, mas a objetividade era escassa. Então, eis que Washington, de novo, apareceu. Bem colocado, ele recebeu boa bola de Fernandinho, que entrou no lugar de Dagoberto, e só empurrou para as redes, dando números finais à partida, aos 44.

Foram três pontos conquistados, mas está chato demais ver o Tricolor atuar. Burocrático e muitas vezes disperso, o estilo do time combinou bem com o reduzidíssimo público presente ao estádio Defensores del Chaco. Somente 700 almas assistiram ao jogo e mesmo o tão decantado “clima de Libertadores” não deu as caras. Tudo condizente. Futebol ruim, pouca torcida e jeitão de partida que não vale nada.