Destaques

segunda-feira, março 15, 2010

Muito feio

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Outro dia eu comentei que o futebol do São Paulo tá feio. Pois conseguiu piorar. A vitória na bacia das almas, aos 47 do segundo tempo, mais por mérito da precisão de Hernanes do que pelo oportunismo de Andre Luís (foto), que apareceu para cabecear, não salva a pele do time. O Tricolor jogou bola apenas nos 11 minutos iniciais da partida e nos dez finais, no segundo tempo. Entre um período e outro, desistiu do jogo. E ninguém explica o motivo. Pra mim, o 2 a 1 foi injusto.

Bruno Quaresma, no Lance!, começa seu texto com uma observação que justifica o meu desânimo (e o de todos os sãopaulinos): "Um time na zona de rebaixamento, com o pior ataque da competição e com salários atrasados. Este era o Rio Branco, adversário do São Paulo ontem no Morumbi". Perfeito. Não é menosprezar o time de Americana, é apenas radiografar a situação: um time quase rebaixado, com pendências financeiras, jogando fora, contra o 3º colocado da competição. Contra o São Paulo Futebol Clube.

Contra um time que fez 11 contratações, segurou Hernanes e Miranda, reforçou a zaga, o meio, as laterais e o ataque. E não consegue convencer, nem quando ganha. O que acontece? O que aconteceu com esse time? Muitos culpam Ricardo Gomes, mas o São Paulo do Brasileirão do ano passado não "apagava" desse jeito. Foi até bem, com chance de ser campeão na reta final. Já esse time que tá aí, eu não aposto um tostão nem que vá chegar ao mata-mata. E se chegar, perde. Libertadores da América, então, nem se fale...

Tá feio demais. Muito, muito feio.

As meias verdades pós-clássico

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“Ah, não falei? Esse time é só firula”. Provavelmente o torcedor do Santos ou aquele que elogia o futebol dos garotos da Vila vai escutar ou já escutou isso a essa altura do campeonato. Claro, boa parte dos que falam isso diriam a mesma coisa se o Alvinegro perdesse daqui a dez rodadas, estavam só na torcida pela óbvia contagem regressiva. Normal, até porque, se o futebol peixeiro encanta, também causa uma certa raiva em muita gente por motivos freudianos. Tanto que tem até corintiano comemorando a vitória do Palmeiras, quem diria... Mas o resultado do clássico, que para muitos apaga a série invicta (ou talvez fosse um desejo que se apagasse) e, mais que isso, obscurece as exibições dos meninos da Vila, vai ensejar uma série de meias-verdades ou teses questionáveis que vão pulular nas mesas de boteco ou mesas redondas da TV (o que é quase a mesma coisa). A algumas:

– A molecada “sentiu” o jogo – isso é um lugar comum curioso. Qualquer time, em determinados momentos de uma partida, pode “sentir” quando toma um gol ou o resultado é adverso. Os veteranos do Corinthians, por exemplo, perderam as estribeiras com os santistas. Já Ricardinho e Rogério Ceni, nas semifinais do Brasileiro de 2002, também acreditavam na instabilidade daqueles meninos. A fórmula era simples: marcar um gol logo de cara para fazê-los perder a linha na segunda partida. Fizeram o tal gol rápido e perderam mesmo assim. Ou seja, não é porque são "meninos" que vão tremer. No clássico do fim de semana, o Santos, depois de sofrer o baque da virada, passou a jogar mais que o Palmeiras, que recuou e sofreu pressão. Tanto que tomou o empate e só fez o gol quando tinha um a mais, contando com uma falha da defesa peixeira. Perder é do jogo, o futebol cansa de mostrar isso.

– Quando está ganhando, o Santos menospreza o rival – essa foi a reclamação do sensato e controlado Diego Souza, depois do jogo. Curioso é que, mesmo perdendo, Ganso deu chapéu e matou bola no peito, e Neymar pedalou e deu uma assistência para Zé Eduardo quase marcar o gol de empate. Se isso for “menosprezo”, talvez o Alvinegro menospreze o rival até quando está perdendo. Segundo, claro, o critério do sensato e controlado Diego Souza, que encontra respaldo em muita gente que acha agressão verbal pior que física.

– O Santos vai “perder o encanto” e o Palmeiras vai “desencantar” - partidas difíceis virão para o time da Vila e nem sempre vai ser possível dar show, como alertou Dorival Junior após a goleada contra o Naviraiense, embora o time, mesmo quando não encante, empolgue, como disse Mauro Beting. Isso porque sempre joga ofensivamente e produz jogadas bonitas mesmo quando a jornada não é perfeita. Já o Palmeiras faz da sua força algo que vem desde a época de Muricy Ramalho: bola alçada na área, como em dois gols que saíram contra o Peixe. Um pouco de raça, apostando no erro do adversário, mas é mais do mesmo. No ano passado, venceu o Santos na Vila e se achou campeão brasileiro. Deu no que deu. Precisa mais para se classificar no G-4.

– Neymar precisa ser mais “equilibrado” - todo craque já foi expulso de campo uma ou tantas vezes (com exceção de José Macia, o Pepe) e pernas de pau então, mais ainda, ainda que alguns sejam protegidos por árbitros sabe-se lá por que. Há ainda os que têm uma lista considerável de expulsões, nada "interpretativas", e outros que têm uma ou duas em momentos cruciais e são salvos por resultados. É só lembrar de Leonardo na Copa de 94 ou Ronaldinho Gaúcho na Copa de 2002. Ou ainda Garrincha, na Copa de 62. Neymar fez uma falta sem bola, como Pierre fez em Marquinhos com menos de um minuto de partida. Como tantas que o menino sofreu e, nem por isso, os seus marcadores tomaram o vermelho. Por isso a indignação do atacante ao ser expulso. Neymar tem a cabeça no lugar tanto quanto qualquer outro jogador brasileiro ou até mais que a média.

Mesmo com a derrota, continuo me guardando pra quando o carnaval chegar. E é bom saber que ele pode vir em qualquer partida e não só em uma final. Pra quem gosta de bola bem jogada.

domingo, março 14, 2010

Que jogo! Palmeiras para o Peixe com 4 a 3 na Vila

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O Palmeiras venceu o Santos na Vila Belmiro por 4 a 3. O gol da vitória saiu aos 42 minutos do segundo tempo, dos pés de Robert, autor de três na partida.

O time da casa abriu 2 a 0 no placar com Pará e Neymar, antes dos 30 do primeiro tempo. Parecia que seria fácil para o Peixe manter a série invicta de 12 partidas. Até então, os visitantes mal atacavam e ameaçavam lembrar outra feita. Aí, aos 41 e 42 da etapa inicial, veio o empate relâmpago, duas vezes com Robert. Bastaram duas bobeadas da defesa santista para o atacante palmeirense mostrar que estava inspirado.

Os visitantes voltaram melhor e surpreenderam aos 11, com a virada. Mergulhando de cabeça – de peixinho – Diego Souza fez o terceiro gol verde.

Foi a hora de o Santos pressionar e mostrar que tinha time para garantir, em casa, um resultado melhor. Mas foi aos 35, em uma jogada digna do que o alvinegro da Baixada vem exibindo na temporada: uma troca de passes entre Robinho e Paulo Henrique Ganso encontrou Madson, há sete minutos em campo, livre para empatar. Na hora de comemorar, manteve o padrão bem humorado que vem marcando o time e lembrou o corintiano Viola ao imitar um porco. Só o imprevisível o calaria.

Uma pista de que alguma coisa aconteceria veio na expulsão de Neymar em carrinho sobre Pierre. Mas só depois é que tudo se resolveria.

Robert, em dia de Obina, acertou um chute à lá Cleiton Xavier três minutos antes de acabar o tempo regulamentar. De fora da área e com a bola no ângulo. No ângulo!

Que coisa!
O 4 a 3 na Vila foi um jogão. O Santos foi menos do que em partidas anteriores. O Palmeiras aproveitou bobedas da defesa e uma tarde inspirada de Robert. Entrou meio perdido, protagonizou um jogo bom, um clássico. Não como o time que eu gostaria, mas como um time grande que eu pedia. Com sofrimento, como o que foi preciso para passar pelo lanterna Sertãozinho – só que com muito mais motivo –, venceu.

Antes do jogo, lembrei que, na década de 1960, o Palmeiras foi o time que impediu, por duas vezes, em 1963 e 1966, o tricampeonato paulista do Peixe.

Era uma forma diferente de "parar" o Santos, uma coisa de temporadas. E, se o time 2010 do Santos desperta comparações com aquele de Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, o Palmeiras de Antônio Carlos Zago fica a anos-luz da Academia. Bilhões de anos-luz.

Mas o Palmeiras deste domingo parou o Santos. E mantém esperanças de se classificar para a semifinal.

sábado, março 13, 2010

O debate das cotas raciais no STF

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O Supremo Tribunal Federal vive dias agitados – e dessa vez com notícias positivas. Para começar, manteve o (ex?) governador do Distrito Federal José Roberto Arruda na prisão, para espanto meu e de outros colegas deste fórum que esperavam uma rápida passagem do cara dos panetones pelo cárcere.

Além disso, o STF elegeu, no último dia 10, o ministro César Peluso para a presidência da Casa – Carlos Ayres Britto foi escolhido para vice. Peluso toma posse no dia 23 de abril, em substituição a Gilmar Dantas -  quer dizer, Mendes -, cuja atuação à frente da Suprema Corte foi marcada por opiniões emitidas antes de pareceres e julgamentos de processos, além da prestreza com que sempre atendeu pedidos de soltura de certos banqueiros. Daniel Dantas, aliás, recebeu outra má notícia da Justiça essa semana, com a decisão do Superior Tribunal de Justiça de negar o pedido de afastamento do juiz Fausto De Sanctis do processo que envolve o banqueiro.

Mas o que mais me agradou foi uma atitude do ministro Ricardo Lewandowski, encarregado de julgar a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 186, movida pelo partido Democratas contra a reserva de cotas raciais em universidades. O ministro decidiu convocar uma audiência pública para debater o assunto, permitindo às partes interessadas expressarem seus pontos de vista. Foram recebidos 252 requerimentos de inscrição, segundo o site do STF, mas o ministro selecionou 38 representantes para diminuir o tempo da coisa.

As audiências aconteceram entre os dias 3 e 5 de março e certamente ajudaram a explicitar posições e dar clareza aos argumentos de todos os lados, produzindo algumas pérolas. Se a ação movida pelo DEM não servir para mais nada – como de fato acho que não serve: ou é derrotada e irrelevante ou vitoriosa e danosa para o país –, vale por ter jogado o tema de forma tão pesada na discussão pública.

Uma das citadas preciosidades certamente foi o depoimento do senador Demóstenes Torres (DEM-GO, na foto ao lado), relatado em reportagem de Laura Capriglione e Lucas Ferraz, da Folha de S. Paulo. O excelentíssimo parlamentar soltou duas frases que já rodaram bastante, mas valem a lembrança (extraídas da matéria da Folha):

Disse Demóstenes sobre o tráfico negreiro: “Todos nós sabemos que a África subsaariana forneceu escravos para o mundo antigo, para o mundo islâmico, para a Europa e para a América. Lamentavelmente. Não deveriam ter chegado aqui na condição de escravos. Mas chegaram. (…) Até o princípio do século 20, o escravo era o principal item de exportação da pauta econômica africana.”
Sobre a miscigenação: “Nós temos uma história tão bonita de miscigenação… [Fala-se que] as negras foram estupradas no Brasil. [Fala-se que] a miscigenação deu-se no Brasil pelo estupro. [Fala-se que] foi algo forçado. Gilberto Freyre, que é hoje renegado, mostra que isso se deu de forma muito mais consensual.”


Ou seja, se os negros foram escravizados, a culpa é deles. Bravo! A reportagem nos deu ainda o prazer de ver um duplo absurdo no mesmo jornal: o sociólogo, ex-comunista, conviva do Instituto Milenium e recente especialista em relações raciais (sic) Demétrio Magnoli publicou na página 3 do jornal dos Frias artigo defendendo o nobre senador e atacando os repórteres, por ele chamados de “delinquentes”. Ou seja, além de defender o indefensável, o artigo aparentemente terceirizou da Folha a função de passar um pito nos repórteres "abusados" e no editor que deixou passar o texto, como avalia o Leandro Fortes.

A fala dos dois é oportuna para deixar claras as posições. Nada contra quem não gosta das cotas. O problema é quando o argumento vai na linha do Ali Kamel, manda-chuva da Globo, que diz, resumidamente, que não existe racismo no Brasil. Que somos todos iguais e que os que advogam políticas afirmativas querem “implantar” a discriminação. Ora, isso não é argumento, é negar a realidade.

Mas o que eu realmente queria destacar é a fala do historiador Luiz Felipe de Alencastro, professor da Sorbonne e autor do livro O Trato dos Viventes, obra de referências sobre a escravidão. O parecer de Alencastro traz pontos importantes dessa história para sublinhar um ponto central: a escravidão e a violência contra o negro não vitimaram apenas os negros, mas toda a sociedade brasileira, que se acostumou a um tratamento de chibata contra os desfavorecidos, distorcendo o nosso conceito de democracia. Disse ele:

(...) os ensinamentos do passado ajudam a situar o atual julgamento sobre cotas universitárias na perspectiva da construção da nação e do sistema político de nosso país. Nascidas no século XIX, a partir da impunidade garantida aos proprietários de indivíduos ilegalmente escravizados, da violência e das torturas infligidas aos escravos e da infracidadania reservada ao libertos, as arbitrariedades engendradas pelo escravismo submergiram o país inteiro. Por isso, agindo em sentido inverso, a redução das discriminações que ainda pesam sobre os afrobrasileiros -, hoje majoritários no seio da população -, consolidará nossa democracia.

A argumentação completa é excelente e leva a questão para um outro patamar. Vale muito a leitura completa.

Outro sucedâneo da discussão é muito mais surpreendente em sua origem. A economista Miriam Leitão, crítica contumaz do governo Lula e da esquerda em geral, escreveu um belo artigo em defesa das cotas. Disse ela:

A temporada da coleção de argumentos velhos que reaparecem para evitar que o Brasil faça o que sugeriu Joaquim Nabuco, morto há 100 anos, em frase memorável: “Não basta acabar com a escravidão. É preciso destruir sua obra. Diante de qualquer proposta para reduzir as desigualdades raciais, principal obra da escravidão, aparece alguém para declamar: “Todos são iguais perante a lei.” E são. Mas o tratamento diferenciado aos discriminados existe exatamente para igualar oportunidades e garantir o princípio constitucional.

Logo após, porrada no Demóstenes. Roubo de Miriam o encerramento do texto, que traduz algumas de minhas preocupações nesse debate. Bora pensar nisso:

“O que me incomoda é a incapacidade reiterada que vejo em tantos brasileiros de se dar conta do crime hediondo, do genocídio que foi a escravidão brasileira. Não creio que as ações afirmativas sejam o acerto com esse passado. Não há acerto possível com um passado tão abjeto e repulsivo, mas feliz é a Nação que reconhece a marca dos erros em sua história e trabalha para construir um futuro novo”.

sexta-feira, março 12, 2010

Para Incor, manguaçar não é vício, é 'estilo de vida'

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Ó, se até eles estão dizendo, não sou quem vai disconcordar: o Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), que está recrutando homens para uma pesquisa sobre "efeitos benéficos do vinho", observa que "podem se inscrever homens que bebem vinho tinto regularmente, como parte de seu estilo de vida". Pronto, descobri que sempre fui um homem "de estilo"!

Em tempo: os interessados em participar da pesquisa devem ter idade entre 50 e 75 anos, bebe vinho regularmente ou serem abstêmios. É oferecido um check-up cardiológico aos participantes, como parte do estudo. Informações e inscrições: (11) 3069-5510.

O humor vai resistir

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"Glauco foi um grande cronista da sociedade brasileira, entendia os usos e costumes da nossa gente e expressava isso com inteligência e humor". A frase, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, resume o choque de milhões de brasileiros que conheciam a arte e a criatividade do desenhista e cartunista Glauco (foto), criador dos personagens Geraldão, Dona Marta e tantos outros, que foi assassinado na madrugada de hoje, com o filho Raoni, em sua residência em Osasco (SP). Parece que o criminoso era frequentador da igreja que a vítima fundou, Céu de Maria. Nesse ano de eleição, o Futepoca empresta uma das artes de Glauco para homenageá-lo (abaixo). Porque imaginamos que, de alguma forma, o humor, sua paixão, vai resistir. Ou melhor: tem que resistir. E que o crime nos faça refletir, mais uma vez, que ninguém está seguro.

Tudo condizente

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Por Moriti Neto


Não vou defender Washington de novo. Embora ele mereça, já o fiz no post anterior. Enfim, foram dois gols dele que decidiram o jogo de ontem, contra o Nacional, no Paraguai, dando a vitória por 2 x 0 ao São Paulo, o que colocou o time paulista na vice-liderança do grupo 2 da Libertadores, com seis pontos em nove possíveis.

O Tricolor começou a partida esboçando pressão nos primeiros cinco minutos e, com a marcação adiantada, dava pinta de que faria uma apresentação ofensiva, ousada. Ledo engano. A empolgação durou somente até Richarlysson chutar uma bola na trave, no comecinho da etapa inicial. Depois disso, o São Paulo foi ameaçado pelo fraco Nacional e Rogério Ceni teve que fazer grande defesa para evitar o gol paraguaio após falhas de Miranda e Cicinho.

Hernanes foi omisso, parecia dormir em campo e a criação era zero. Aliás, vou parar de falar da falta de criatividade do meio de campo são-paulino, pois há tempos ela é rotina e, quando o camisa dez não joga nada, como ontem, a coisa piora drasticamente.

No início do segundo tempo, Washington, aos 13, abriu o placar da sonolenta peleja. O passe de Dagoberto.foi bom e o centroavante driblou o goleiro para marcar.

Saindo na frente, o São Paulo, mais calmo em campo, conseguiu alguma posse de bola, mas a objetividade era escassa. Então, eis que Washington, de novo, apareceu. Bem colocado, ele recebeu boa bola de Fernandinho, que entrou no lugar de Dagoberto, e só empurrou para as redes, dando números finais à partida, aos 44.

Foram três pontos conquistados, mas está chato demais ver o Tricolor atuar. Burocrático e muitas vezes disperso, o estilo do time combinou bem com o reduzidíssimo público presente ao estádio Defensores del Chaco. Somente 700 almas assistiram ao jogo e mesmo o tão decantado “clima de Libertadores” não deu as caras. Tudo condizente. Futebol ruim, pouca torcida e jeitão de partida que não vale nada.

PQFMTMNETA 10 - Furacão 2008 (2008)

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Breve introdução aos que não conhecem a série: PQFMTMNETA é abreviação para "Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim". Nesse espaço, mostraremos eventos do futebol acontecidos há, no máximo, cinco anos, que causaram polêmica na sua época, e que depois caíram no esquecimento.

Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim - Furacão 2008 (2008)
rolablog.zip.net
No romântico e cada vez mais distante futebol do passado, obter feitos memoráveis não era algo tão difícil assim. Justamente pelo conceito de "memorável". Hoje, os times só querem saber de Libertadores e, se der tempo, um Campeonato Brasileiro; por isso algo anteriormente épico como títulos estaduais, por exemplo, nos dias de hoje acabam caindo em desprezo.

Por conta disso, não é raro vermos clubes de hoje igualando ou até mesmo superando feitos do passado. É só verem esse Santos de 2010, que atingiu a marca de 10 vitórias seguidas: se esse time não for campeão de tudo o que disputar esse ano, de que valerá a marca? Nada, rigorosamente nada!

E foi exatamente isso o que aconteceu com o Atlético-PR em 2008. O Campeonato Paranaense daquele ano começou e o Atlético derrotou, de maneira initerrupta, a Rio Branco, Real Brasil, Engenheiro Beltrão, Coritiba, Cascavel, Paraná, Portuguesa Londrinense, Adap e Londrina e, finalmente, em 16 de fevereiro, enfiou inapeláveis 8x1 no Iguaçu.

A goleada igualava uma marca histórica que o Atlético havia obtido em 1949 - e que foi o que rendeu o apelido de "Furacão" ao clube. Foi justamente essa sequência que fez com que o rubro-negro paranaense obtivesse o apelido que carrega até os dias atuais.

Veio então a rodada seguinte e a diretoria atleticana, conhecida pela sua tradição marketeira, criou uma baita festa. Convidou os jogadores de 1949 para o evento, e eles entraram em campo acompanhados dos de 2008. A bola rolou e o Atlético venceu mais uma vez: tá certo que foi um magro 1x0 sobre o Cianorte, mas foi o suficiente para que aquele time alcançasse a marca e entrasse pra história do rubro-negro.

Entrar pra história mesmo? Tem certeza? Não necessariamente! Justamente pelos fatores que elenquei no começo do post: depois do "feito", o Atlético-PR de 2008 acabou não fazendo nada de muito relevante ao longo de toda a temporada. Acabou a primeira fase do estadual na liderança, mas no fim das contas perdeu o título para o arqui-rival Coritiba; foi bizarramente eliminado da Copa do Brasil pelo Corinthians do Alagoas, em plena Arena da Baixada; ficou apenas em 13º lugar no Brasileiro, quatro posições abaixo do rival coxa-branca; e na Sul-Americana, não foi além da segunda-fase.

O técnico daquele time era Ney Franco, que hoje treina curiosamente o Coritiba. E os "craques" eram nomes como Pedro Oldoni, Irênio e Danilo, hoje zagueiro do Palmeiras. No elenco atual, apenas Claiton e Netinho fizeram parte daquele grupo que "fez história" - ainda que para derrubar mitos do passado, mas fez.

O patético desespero tucano

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Sem discurso econômico ou social, nem sobre ética (após o panetone do DEM) e nem sobre gestão e eficiência (após a explosão da criminalidade, dos pedágios e das enchentes em São Paulo), os tucanos estão partindo para aquilo que eles mais conhecem: a baixaria. Depois da escrotidão em adesivos e camisetas, o desespero atinge o ápice do risível, agora, com a busca do Google: digite mentiroso e o primeiro endereço a aparecer será o perfil do presidente Lula no Wikipedia. Como diria Hebe Camargo, "que gracinha!".

quinta-feira, março 11, 2010

O cerco aos manguaças continua

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Ser um manguaça, no Brasil, está ficando cada vez mais complicado. Ter uma infinidade de estabelecimentos que oferecem bebida e um bom papo não significa, necessariamente, que você pode frequentar todos. Antigamente, o bebum podia selecionar seu reduto por questões ideológicas: sempre evitava bares com "aquela velharada tucana dos infernos" ou "aqueles estudantes petistas insuportáveis". A escolha podia ser futebolística: "como tem corintiano chato naquele buteco", "mas que barzinho bambi, não vou lá de jeito nenhum!" etc etc. Tinha aqueles que não bebiam em lugares que só vendiam Kaiser ou Nova Schin. Que não tinham nenhuma comida "segura". E outros que não suportavam bar com karaokê, ou muito iluminados, ou onde não vai mulher, ou muito lotado, enfim, havia critérios plausíveis e para todos os gostos. Hoje não há opção, há cerco. Exclusão.

Numa cidade do tamanho de São Paulo, buteco longe é problema. É caro chegar lá, o trânsito emperra e, se depender de transporte público, meia-noite é o limite. Por isso, os manguaças começaram a se afeiçoar por bares no caminho do trabalho ou de casa (e vice-versa). E nem sempre são bons ou agradáveis - apenas é menos complicado ir até eles. Essa é uma das exclusões. As outras começaram há alguns anos, com uma ofensiva conservadora que lembra regimes fascistas. Em 2008, o desgovernador de São Paulo, José Erra, digo, Serra (PSDB), proibiu o cigarro no bar. Não vamos discutir o mérito da questão, apenas concluir que, se tinha quatro bares no caminho do trabalho ou da casa para o pinguço, agora ele se obriga a ir só naquele em que é possível fumar sentado, na calçada (no meu caso, só conheço dois: o Gaspar e o da esquina da Benedito Calixto, ambos no bairro Pinheiros).

Não importa se o cachaça fuma ou não; com certeza, conhece muitos amigos (e principalmente amigas...) que fumam. E ficar levantando toda hora pra acender cigarro e interromper a conversa é, para citar o filósofo Emerson Leão, desagradável. Somando com as tradicionais idas ao banheiro, não há tempo para falar nada. E agora a seleção de bares vai ficar ainda mais trabalhosa. Além de ficar perto e de liberar a fumaça na calçada, vai ter que ser do tipo que não cobra porcentagem para o garçom ou que funcione no esquema self service (você vai até a geladeira e pega sua cerveja, como no saudoso Bar do Vavá). Porque a Comissão de Assuntos Sociais do Senado acaba de dar parecer favorável ao projeto de Marcelo Crivella (PRB) instituindo gorjeta de 20% para o garçom, após as 23h, em bares, restaurantes e similares. Ou seja: se você gastar R$ 50, por exemplo, vai ter que desembolsar mais R$ 10. O preço de duas saideiras.

Já saquei, o sistema quer nos obrigar a beber e fumar só em casa. De preferência, assistindo novela ou Big Brother. E, no país da piada pronta, a comissão que deu o tal parecer é de "Assuntos Sociais". Mas tá ficando cada vez mais difícil para nós, manguaças, se socializar...

Milan imita o Naviraiense

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Rooney, o destaque da partida. Esse vai dar trabalho na Copa . Ao fundo, o desolado goleiro Abiatti






Ops, é um pouco forçada a comparação, até porque há mais que um continente de diferença entre a Copa do Brasil e a Liga dos Campeões.
Mas se for analisado o resultado, os ingleses do Manchester fizeram 7 a 2 no placar agregado das duas partidas. No jogo de ontem, os comandados de Leonardo nem viram a bola, tiveram pouquíssimas chances de gol e vão demorar muito para engolir a lavada.

Pode-se alegar a falta do zagueiro Nesta e de Alexandre Pato, desfalques importantes, mas a situação de Leonardo à frente do time piora muito quando se nota que o time italiano, precisando da vitória, ficou atrás no placar o tempo todo, quase sem chances.

Com a desclassificação do Real Madri para o Lyon, ficou claro também que os times ingleses são favoritíssimos a esta edição da Liga (o que pode ser confirmado por nossa correspondente Thalita).

Fica claro ainda que Kaká, em má fase, dificilmente vai carregar o piano da seleção na Copa. O que, contraditoriamente, aumenta um pouco (quase nada, pelo teimosismo de Dunga) as chances de Ronaldinho Gaúcho.

Outro que ontem também não foi bem. Está certo que o Milan só cria em jogadas dele, mas ainda está longe, bem longe, do craque que já foi. O problema é que acho que não temos ninguém melhor para a Copa.

Defender tudo bem, mas desistir de ganhar não dá

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Jogo fora de casa, Libertadores, 2.600 metros de altitude, empate em 1 a 1. Aos 46 minutos do segundo tempo, com 3 de acréscimo já anunciados pelo árbitro, o visitante tem um escanteio pra cobrar. Bola na área pra ver se arranca um golzinho mágico, certo? Errado, pelo menos na estratégia do Corinthians de Mano Menezes. Jorge Henrique cobrou curto para Souza, que enrolou com a bola e jogou nas pernas do zagueiro para ganhar outro escanteio. E tome mais enrolação.

Esse é o símbolo do empate desta quarta-feira entre Corinthians e Independiente de Medellín, em Bogotá. Pela primeira vez nesse ano, a postura do time de Mano Menezes conseguiu furar o bloqueio de meu otimismo e me irritar profundamente.

O time foi para a partida fora de casa com uma estratégia declarada: não deixar o adversário jogar. Até aí, não sou entusiasta, mas respeito a cautela. Mas não sabia que também estava no pacote desistir de tentar ganhar o jogo.

A escalação já deixava clara a intenção. Com Alessandro machucado, Mano colocou Marcelo Mattos na lateral, coisa que nunca antes havia ocorrido. Aproveitou e sacou Tcheco do time e montou o meio de campo com Ralph, Elias, Jucilei e Danilo. Praticamente só volante. E o único meia ajudava a marcação, bem como o incansável Jorge Henrique.



Assim, o Corinthians passou boa parte do jogo tocando bola de lado, sem arriscar nada, e sem ser muito ameaçado pelos donos da casa. Cozinhou o jogo em fogo lento até que, numa jogada fortuita, uma bola desviada enganou Chicão e caiu no pé de César Valoyes, que abriu o placar para o Independiente, aos 30 do segundo tempo.

E essa é minha crítica a todas as retrancas do mundo: você se mata para evitar que as jogadas sejam construídas e pode ter 100% de sucesso nisso, mas tem coisas que não dá pra controlar. O atacante estava impedido? Foi por acaso que a bola enganou Chicão? Felipe quase defendeu? Pois é, essas coisas acontecem, especialmente quando você recua e faz o adversário jogar no seu campo.

Enfim, atrás no placar, Mano desfez sua barreira humana, colocando Morais no lugar de Mattos (Jucilei foi para a lateral) e Dentinho no lugar de Danilo (cansado). Para completar, sacou o inoperante Ronaldo e colocou Souza, que pelo menos corre. Percebam que eu não faço questão que Ronaldo corra. Ele pode muito bem jogar parado e fazer a diferença, mas o problema é que ontem não acertou nem passe de três metros. Faz parte, mas é bom o Gordo acordar.

O time acelerou, passou a jogar no campo do Independiente e chegou ao empate com um golaço de Dentinho, de fora da área, aos 40 minutos. Aí, o Timão foi pra cima pra virar, certo? Errado. Fiel a sua proposta de (não) jogo, segurou o empate até o fim, culminando com a palhaçada de JH e Souza nos minutos finais.

O time é líder de seu grupo na Libertadores, com 4 pontos. Tem uma vitória em casa e um empate fora, bons resultados. Mas é bom achar logo um jeito de jogar antes que o caldo entorne.

A hístória se repete?

No ano passado, no dia 12 de março, eu escrevia sobre vitória do Timão contra o São Caetano no Paulista. O clima era diferente, com a recente estréia de Ronaldo, que vinha fazendo gols e empolgando. O time ainda vacilava, sem encontrar uma formação ideal, mas parecia que as coisas estavam mais perto de se acertarem.

Por outro lado, após o empate contra o Santo André, na semana seguinte, o Maurício escrevia sobre a tendência do time de se contentar com pouco. O trecho a seguir mostra o clima do nobre autor então e também um pouco do meu hoje: “Entendo que o Mano Menezes tenha que ter cuidado e avançar passo a passo, na medida das pernas. Mas se não começar a puxar a responsabilidade da moçada de ganhar e bem os jogos, de mostrar que futebol se faz partindo pra cima e querendo o gol, vamos continuar patinando em jogos terríveis como este.”

Paradoxalmente, a mesma sensação é a que alimenta meu otimismo. Pois esse mesmo time que patinava numa excessiva preocupação defensiva, foi campeão paulista algumas semanas depois com belíssimas atuações nas finais, consolidando um jeito de jogar que foi o melhor e mais eficiente do país no primeiro semestre do ano passado. Espero que a coisa vá por esse caminho.

Primeira Lei da Política

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Lendo no Valor Econômico sobre uma possível chapa com Aloizio Mercadante (PT) para governador paulista e Paulo Skaf (PSB) como vice, um amigo jornalista comentou sobre o que, para ele, é a Primeira Lei da Política:

- Nenhum amigo é tão amigo que não possa virar seu inimigo; e nenhum inimigo é tão inimigo que não possa virar seu amigo.

O Santos e a arte do futebol

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Quem é o Naviraiense, perguntará o leitor ao saber da goleada de 10 a 0 que o Santos aplicou sobre o adversário na Vila Belmiro. É a mesma equipe que há poucos dias aguentou o time sensação do momento e perdeu apenas por 1 a 0, forçando uma partida de volta e comemorando como se fosse um título a ida para Santos.

Mas o destino às vezes é cruel, veja o exemplo da política. Se Geraldo Alckmin se sentiu vitorioso ao forçar um segundo turno contra Lula em 2006, provavelmente desejaria uma derrota logo de cara para não ter que passar pela humilhação de ter menos votos na segunda volta do que na primeira. Os jogadores do Naviraiense devem ter sentido o mesmo, refletindo que talvez tivesse sido melhor perder por dois a zero em Campo Grande para aliviar o sofrimento que viria depois.

Mas, como diriam os alemães, “Es muss sein!”, tem que ser assim! Os atletas conheceriam a praia, mas também se defrontariam com um time ávido, obsessivo por gols. Não só por gols, por espetáculo, por arte, por graça.

Há muitos times que conseguem goleadas contra adversários fracos ou desmotivados. Às vezes, nessas partidas legítimos pernas-de-pau se consagram marcando inúmeros tentos e até atletas que nunca marcaram fazem o seu. Difícil mesmo é manter um estilo de jogar, é encantar e, acima de tudo, respeitar o oponente como se ele fosse de fato um igual. Só grandes de verdade fazem isso. E o Santos fez.

E se Jorge Mautner já dizia que “quem segura o porta-estandarte tem arte, tem arte” o nosso artista-mor era Neymar. Desarmou, passou, deu assistência, tabelou, fez gols. Gol não, o sétimo do Peixe não era só um gol. Era uma improbabilidade física, um devaneio, uma epifania. Se existe algum grau acima de gênio, o garoto alcançou naquele momento, embora ele tenha feito parecer tão fácil desenhar o lance, tal qual um peladeiro de fim de semana na praia do Itararé.



Alguém que tenha conseguido chegar até aqui na leitura do texto deve estar pensando “mas que exagero!”. Santistas mesmo podem ponderar “melhor não ficar enchendo a bola dessa molecada, olha o salto alto...”. Aí devo invocar Manuel Bandeira, que dizia - ou gritava - em Poética: estou farto do lirismo comedido. Futebol quando é arte é feito para se admirar, para gozar, para sentir prazer. E se meu time faz isso, porque vou colher adversativas como “mas, porém, todavia...”. É preciso ser menos adversativo e mais assertivo com esse grupo que comemora cada feito com tanta alegria e desprendimento que um torcedor menos atento não conseguiria identificar no meio deles quem foi o autor do gol.

Se vierem títulos, ótimo, se não, vou mesmo assim ficarei feliz. Em 1995, desci a serra depois de sair do Pacaembu e fui comemorar na Praça Independência, em Santos, não um vice campeonato, mas o futebol que meu time jogou - e muito bem - durante aquele Brasileiro, com uma partida inesquecível. E é muito bom saber que viria um futebol ainda melhor do que aquele, como vi em 2002/03 e agora.

*****

Técnico mesmo, de verdade, é aquele que olha pros seus jogadores, enxerga as características de cada um e pensa: qual o melhor jeito desse time jogar? Sai de cena e deixa os artistas brilharem, mesmo tendo o seu dedo em boa parte do que acontece, como é com um bom diretor cinematográfico. Não quer aparecer mais do que os atores e vibra com cada atuação dos seus pupilos. Como santista, agradeço a Dorival Junior por ser assim.

*****

Veja também:

- Santos 10 X 0 Naviraiense - "Os maiores perdedores da noite foram corinthianos e flameguistas ocupados com suas partidas na Libertadores que não puderam ver a exibição santista que infelizmente não teve a pompa e circunstância suficiente para todo mundo assistir."

- Números - "Robinho 7, Neymar 11, PH 10, Madson 17, André 9 e Marquinhos 8. Como nos anos 60…"

Pequeno resumo de uma quarta-feira gorda. Pelo Twitter

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@pvcespn Em Bogotá, Corinthians fez primeiro tempo seguro. Mas Ronaldo... Não está Bozzano, não...

PVC, em momento de trocadalho (?) de dar inveja a alguns membros do Futepoca afeitos a tal prática. 

@ViniciusGrissi só podia ser piada o repórter perguntando pro goleiro do Naviraiense se tinha ficado "quase impossível" depois do 6 a 0. Gozador!
Fim do primeiro tempo, resultado desanimador para o Naviraiense. E repórter (foca?) ainda perturba...

@blablagol Ah... é contra o Navirainense? ... ... ... FODA-SE. O que está passando na Vila Belmiro é um show. Como foi contra o Corinthians
Concordo em absoluto. Muita gente já goleou time fraco sem dar show. Com gols de pernas de pau.

@AguiarESPN olha que irônico, o Santos tem mais gols do que o Naviraiense tem jogadores em campo 
Comentário feito após a expulsão do segundo jogador do Naviraiense, que começou a bater quando a vaca já tinha ido pro brejo há mais de 50 minutos.

@michelleast Boa vizinhança é tudo: acordei com a gritaria? Gol de quem? Do Santos? Rsrs 
Ponderação após o gol de empate do Corinthians contra o Independiente. 

@mariliaruiz Mano mexeu bem no time porque escalou a retranca da retranca. Essa é a verdade... 
A sincera corintiana que cornetou o Danilo e Mano Menezes atendeu colocando o talismã Dentinho.

@RodrigoBuenoESP Corinthians jogou para empatar, empatou. Flamengo jogou para vencer, venceu. Santos jogou para massacrar, massacrou. Fui!
Resumiu tudo. Gênio.

quarta-feira, março 10, 2010

Será que Belluzzo também quis culpar o elenco?

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Alexandre Lozetti, do Lance!, entrevistou na última sexta-feira o folclórico presidente do São Paulo F.C., Juvenal Juvêncio ("Não me acho folclórico. Às vezes falo coisas fora do diapasão" - defendeu-se, folcloricamente, o dirigente). Numa sala com ar condicionado congelante e odor de cachimbo apagado, segundo o repórter, Juvenal, o "intelectual", contou uma historinha interessante (se é verdade não se sabe) sobre o colega Luiz Gonzaga Belluzzo, presidente do Palmeiras:

- Em 2009, me perguntaram por que não ganhamos o campeonato. "Porque fomos incompetentes!". No dia seguinte o Belluzzo me telefonou: "Juvenal, você falou que o time é incompetente?". "Falei". Ele deu parabéns.

terça-feira, março 09, 2010

Do lanterna ao líder: sofrimento para vencer o último obriga Palmeiras a jogar de verdade

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Quando o garçom alviverde avisou que Lenny tinha feito 1 a 0 sobre o lanterna Sertãozinho na Arena Barueri, na noite de segunda-feira, 8, não hesitei:

– Ufa!

Era só o lanterna, é verdade. Mas duas derrotas seguidas não ajudam. De repente, parecia que perder para o último ia se tornar cina, depois da derrota para o Rio Claro. O Sertãozinho empatou e, de pênalti inexistente, virou para 2 a 1.

Cleiton Xavier por duas vezes desvirou e garantiu a vitória para a representação de Palestra Itália. Com gol aos 49 do segundo tempo. Tem técnico que ensinou que não é todo dia que o Xavier acerta. Mas quando o faz, salva.



O estádio Palestra Itália não pôde receber a partida no sábado porque o sofrível gramado estava alagado, mais ou menos como a rua Turiassu fica quando chove mais ou menos meia hora (é batata, não demora). A Federação Paulista de Futebol (FPF) concordou que o polo aquático não se joga na grama e transferiu a partida para segunda. Como o estádio do Palmeiras se prepara para receber a show do Guns N' Roses (hein?) desde domingo, o certame teve de ir à Arena Barueri, ex-sede do Grêmio Prudentino.

Mas parece que o técnico Antônio Carlos Zago gostou. É que a torcida anda impacientada e os jogadores, nervosos de atuar em casa sem conseguir resolver logo a fatura. Tanto assim, que o elenco seguiu via Castelo Branco, pagando todos os R$ 80 de pedágios pelo caminho, para Itu. Treinar para o clássico de domingo.

Depois de encarar e vencer sofridamente o lanterna, enfrentar o líder do campeonato, invicto há 11 jogos, é uma tarefa pesadíssima. Mas depois da partida entre Santos e Portuguesa, em que as duas equipes atuaram como time grande e protagonizaram um jogo e tanto, fiquei pensando.

O torcedor mais pessimista está pensando que, se para passar pelo Sertãozinho foi tão difícil, enfrentar o melhor ataque da competição exigiria uma retranca à lá Oswaldo de Oliveira – ou Carlos Alberto Parreira. E para perder de pouco.

Eu acho o contrário.

O Palmeiras tem uma chance de mostrar para cada palestrino que é e sempre será um time grande. Que merece respeito, antes de tudo, de sua própria torcida. E só jogando bola, enfrentando o líder como time grande e produzindo, junto do Peixe, um verdadeiro clássico – mesmo se for para perder – é que o time conssegue isso.

Mulher que bebe engorda menos

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Lu Wang, epidemiologista do Hospital das Mulheres em Boston, Estados Unidos, comprovou em uma pesquisa que as mulheres que bebem de um a dois drinques por dia são 30% menos propensas a ganhar peso. O universo de estudo foi considerável: 19.200 mulheres a partir de 39 anos, que responderam sobre seus hábitos de bebida e o ganho de peso nos últimos 13 anos. Em média, apesar de todas terem engordado à medida que envelheciam, as mulheres que ganharam mais peso foram as que nada bebiam. E o total de quilos adquiridos diminuía de acordo com o consumo alcoólico de cada uma. "Aquelas que consomem uma quantidade moderada de álcool costumam ter uma ingestão calórica menor de outras fontes não-alcoólicas, particularmente de carboidratos", diz Wang. "Por outro lado, a ingestão de álcool tende a acelerar o metabolismo das mulheres, significando um maior gasto calórico", acrescenta.

Na pesquisa, cerca de 38% das mulheres (7,3 mil) afirmaram que não bebiam álcool, enquanto quase 6% bebiam moderadamente - ou seja, duas taças de 150 ml de vinho por dia. Outras 3% bebiam mais do que isso, cerca de 30 gramas de álcool por dia. Os pesquisadores afirmam que os resultados estavam associados a quatro tipos de bebidas: vinho tinto, vinho branco, cerveja e licor. O estudo afirma ainda que a melhor relação entre peso e consumo de álcool ocorreu com as mulheres que bebiam vinho tinto. Não vou deixar passar o grito de guerra: - Bora beber, mulherada!

O que é uno em essência a política não separa

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Outro dia, comentando num post sobre os DEMOcratas, sugeri que o melhor caminho para eles seria se unir de vez ao P-Sol. Pois agora leio duas notinhas que comprovam minha intuição: o DEM pretende lançar Kiko (à esquerda), da bandinha mela-cueca KLB, a deputado federal por São Paulo. E o P-Sol tem planos eleitorais para seu novo filiado, Jean Wyllys (à direita), professor baiano que venceu uma das edições do vomitável programa Big Brother Brasil. Como se vê, os direcionamentos políticos dos dois partidos são gêmeos siameses. E ainda poderemos ver um possível D-Mol (Democratas Libertários). Não é um nome apropriado?

Casamento e pindaíba fazem idosos beberem mais

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O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo fez uma pesquisa com 1.563 pessoas de 60 anos ou mais e concluiu que, na capital paulista, 9,1% deles ingerem bebidas alcoólicas em excesso. Até aí, o índice nem é tão alarmante, mesmo porque muitos idosos ficam na mão de familiares inescrupulosos que os impedem de beber. Mas o índice dobra na análise do poder aquisitivo: 18,3% dos idosos da classe E, a mais miserável, são alcoólatras. A proporção vai baixando à medida que a grana vai subindo.

Na classe D são 13,6% os velhinhos chegados na cachaça braba; na classe C, 8,8% e na classe B, 3,1%. Mas volta a subir entre os ricos, que, naturalmente, tem mais dinheiro para comprar um goró: 7% dos idosos da classe A enxugam além da conta. Outro dado curioso é que, em relação ao estado civil, o levantamento revelou que o maior índice de alcoolismo está entre os casados, com 13% de velhinhos alcoólatras. Já entre os solteiros, o índice cai pela metade: 6,6%. Ou seja, falta de grana e casamento são os principais tormentos que levam a velharada a cair de cabeça na manguaça. E estamos falando essencialmente do público masculino, pois o índice de alcoolismo entre os homens idosos atinge 20%, enquanto, entre as mulheres, não passa de 3,1%. Como não sou mais casado, só a pindaíba me motivará no futuro...

Ê Globo, até quando?

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Já estou cansado de discutir a parcialidade da grande imprensa, mas esta foi um pouco demais.


O Brasil entrou com processo na Organização Mundial do Comércio, OMC, ainda no governo FHC, em 2002, por conta de subsídios dos Estados Unidos que dava vantagens indevidas aos produtores estadunidenses de algodão, o que prejudicava os exportadores brasileiros.

Numa rara decisão, a OMC decidiu que o Brasil tinha razão e autorizou que os Estados Unidos fossem retaliados em mais de R$ 800 milhões de dólares.

Ou seja, o Brasil poderá adotar medidas para para onerar produtos norte-americanos com taxas que podem chegar a 100% no imposto de importação, praticamente inviabilizando a compra desses produtos. O que permite maior espaço para produtores nacionais ou para outros países.

E é uma cacetada na política de subsídios a produtos agrícolas, feita pelos EUA e pela Europa. Tanto que os EUA mandaram correndo alguém para negociar.

Explicado isso, vem o motivo do post.

Sabe como o Jornal Nacional deu a "matéria", insinuando que o governo brasileiro vai "aumentar impostos", e que no caso do trigo americano isso pode aumentar os preços dos produtos derivados aqui.

Para provar a "tese", pega uma declaração de uma associação de importadores dizendo que se a produção brasileira não der conta de suprir o mercado, se faltar trigo argentino, aí os preços podem subir.

Se era para manipular, não dava para achar nada melhor. Parece que eles realmente acreditam que todo mundo é Homer Simpson.

Para não dizerem que estou inventando, segue a matéria.

Não tem responsabilidade? Como assim?

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No final de semana ocorreu um dos fatos mais chocantes do esporte brasileiro e a repercussão tem sido pífia. O jogador de futsal Robson Rocha Costa disputava uma partida no ginásio municipal de Guarapuava (PR), defendendo o Atlético Desportivo local contra o Palmeiras/Jundiaí, no sábado, quando deu um carrinho na linha de fundo e uma lasca de madeira do piso entrou em sua coxa, se partiu em três pedaços e atingiu o intestino e órgãos internos. As imagens são de arrepiar. Robson foi atendido com vida (foto) e levado consciente para o hospital, mas morreu de hemorragia interna no dia seguinte, aos 22 anos. Absurdo? Sim, totalmente absurdo.

Mas o que me deixou ainda mais perplexo, hoje, foi ler as seguintes - e inacreditáveis - informações no jornal Lance! (o grifo é nosso):

Segundo informações da Secretaria de Esportes e Recreação de Guarapuava, um laudo emitido pela Defesa Civil em janeiro permitia a realização de jogos no ginásio Joaquim Prestes. A polícia paranaense acredita que são remotas as chances de alguém ser responsabilizado pela morte do jogador.
- Fazendo uma análise da conservação do piso para a morte do rapaz, a gente não encontra um nexo - disse Maria Nysa Moreira, delegada responsável pelo caso.
Em nota oficial, a Prefeitura de Guarapuava se isentou de culpa no acidente.


Se isentou? Simples assim? Ninguém será responsabilizado? Não se encontra "nexo"? Como assim?!? Como assim??? Como assim?!!??!!? Hã?!???!!???

segunda-feira, março 08, 2010

Se chegar redonda, ele decide

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Por Moriti Neto

Duas vezes Washington. No estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, num campo que conhece bastante, pois foi artilheiro também por lá, como em tantos outros lugares, o centroavante confirmou, ontem, a vitória do São Paulo sobre a Ponte Preta.

No primeiro gol, aos 14 minutos de jogo, de frente para o goleiro Eduardo Martini, ele chutou até fraco, mas a bola passou por entre as pernas do adversário. Coisa de quem pode não primar pela técnica, porém sabe, e muito, se posicionar na área.

Aos 41, vem o segundo tento. Hernanes cruza da direita, Washington finaliza e Martini rebate. Mas centroavante que é centroavante não desiste e o artilheiro, quase sentado, se estira para tocar e concluir para as redes da Macaca. Isso, ao estilo que lhe é peculiar, com raça.

Etapa inicial e partida resolvida. Alias, graças também a Rogério Ceni, que pegou pênalti mal marcado para a Ponte Preta.

Com Jean e Richarlyson de volantes, Hernanes mais na organização, Cicinho de lateral (e não inventado no meio) o São Paulo jogou bem melhor do que contra o Oeste, com qualidade na saída de bola e nos cruzamentos. Assim, o técnico Ricardo Gomes, de volta ao banco de reservas após o acidente vascular cerebral que o afastou do comando da equipe desde o confronto com o Palmeiras, viu o time do Morumbi subir na tabela, indo à terceira posição na classificação.



O curioso é que a Ponte Preta sofreu com as conclusões, principalmente pelos erros do ex-corintiano Finazzi, que tem pouca técnica e está  longe da média de gols de Washington, que para a alegria dos são-paulinos, matou a peleja e é o artilheiro do Clube da Fé na temporada. Com cinco tentos no Paulista e dois na Libertadores, o centroavante lidera a tábua de goleadores do São Paulo em ambos. Não dá para reclamar. Quando a bola chega redonda, o cara faz o que sabe. E decide.

Eu não gostaria de um Dia Internacional do Homem

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Corro o risco, aqui, de ser linchado virtualmente (ou quiçá até fisicamente) por discordar em público do Dia Internacional da Mulher. Exatamente por valorizar, respeitar e admirar as mulheres como alicerce fundamental e força motriz da humanidade, considero a data ofensiva. Tá, eu sei que tem um enorme valor simbólico, que serve para pontuar a luta feminina, chamar a atenção para o machismo, a violência contra as mulheres, o preconceito, bla, bla, bla. Eu sei. Mas sou contra por um ponto de vista particular e não arredo o pé: como resumiu muito bem um colega meu há 15 anos, Eli Fernandes, num artigo intitulado "A mulher vai acabar virando Papai Noel", essa efeméride, por mais justa e bem intencionada que tenha sido sua criação, virou puro comércio, banalidade e marco explícito de que os outros 364 dias são, de fato, dos homens. Banaliza a luta feminina no que tem de mais sério e funciona como uma espécie de "concessão cordial". E elas ainda tem que sorrir e agradecer as rosas e lembrancinhas que, burocraticamente, os homens compram e distribuem nessa data, como no Natal ou no Dia dos Namorados. No dia seguinte, os machos voltam normalmente a excluí-las e menosprezá-las. Mentira? Algum "sensível" aí gostaria de se ver obrigado a distribuir sorrisos e obrigados num Dia Internacional do Homem, criado em um mundo hipoteticamente dominado pelas mulheres? De ser desprezado e ter de agradecer pela migalha do "seu dia"? É fácil analisar do lado opressor.

Bom, se a maioria pensa o contrário e está muito feliz e satisfeita hoje, com um sorriso nos lábios, como diria o finado Gonzaguinha, também sei que muitas partilham no todo ou em parte com minha visão e que sabem, para além disso, que a valorização da mulher é no dia a dia, e não em um só dia. Que a mudança de atitude é mais importante que meia dúzia de rosas e discursos demagógicos. Por que tantos beijos e parabéns se, no Brasil, as mulheres tem mais escolaridade mas ganham 72,3% a menos que os homens? Se as que tem nível superior ganham ainda menos? Se são excluídas de profissões ditas "masculinas"? Ou bem pior que isso: se no Brasil a violência contra a mulher aumentou quase 50%, entre 2008 e 2009? Tem rosas e parabéns que amenizem essa situação? Sei lá, tudo me parece ainda mais hipócrita e agressivo do que nas datas manjadas (e impostas) do calendário comercial - Dia das Mães, dos Pais, das Bruxas etc. Às mulheres, meu modo pessoal de expressar toda a gratidão e reconhecimento é justamente dizer que vocês são trilhões de vezes maiores e mais importantes do que essa data burocrática e banalizada. Todos os dias são seus. Enquanto, como disse Gilberto Gil, os homens seguem vivendo a ilusão de que ser homem basta e que o mundo masculino tudo lhes dá. Reverências sinceras a todas vocês.

Estadão 'militante' põe faca no pescoço de Serra

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Como o (des)governador de São Paulo, José Erra, digo, Serra, não sai mesmo da moita, o jornal Estadão, impaciente para dar início à sua incansável militância tucana, chamou o cabra na chincha em pleno editorial da edição de domingo, intitulado, com indignação indisfarcável, de "O candidato clandestino". Além de citar (e com isso reforçar) "a arrogância de lideranças políticas (José Serra e Fernando Henrique) que pressionam Aécio para aceitar a vice", o texto reconhece, com temor, que "o contraste entre a desenvoltura de longa data da operação Dilma e o tardio despertar da oposição para o imperativo de tirar Serra do lusco-fusco em que escolheu permanecer serviram até agora para debilitar eleitoralmente o governador".

E o Estadão ainda toca na delicada hipótese de Serra desistir de disputar a Presidência da República para tentar a reeleição em São Paulo, advertindo que "essa hipótese é desonrosa para o governador". O grand finale é faca no pescoço total: "A esta altura, ou ele (Serra) disputa o Planalto ou sai da vida pública. Como a sua escolha está feita, já passou da hora de ser coerente com ela. A oposição precisa de um candidato que vá para a batalha pela porta da frente" (parece pai chamando a atenção de filho!). A pergunta de Carlos Drummond de Andrade nunca foi tão apropriada: - E agora, José?

'Com todo o respeito'?!??

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Tentando descobrir o que tinha acontecido na rodada do Paulistão no final de semana, sintonizei o programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, bem no momento em que o apresentador Flávio Prado (foto) dizia o seguinte:

- Imperador da favela! Imperador da favela! E o Adriano ainda quer disputar a Copa. O Dunga não vai tomar uma providência? E a disciplina? O Ronaldinho (Gaúcho) também é baladeiro, mas é diferente, a balada dele é em Milão. A do Adriano é na favela da Chatuba! Com todo o respeito...

domingo, março 07, 2010

Portuguesa 1 X 1 Santos - o melhor jogo do Paulista

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Quem assistiu ao empate entre Santos e Portuguesa viu o melhor e mais emocionante jogo do campeonato paulista. Poucas vezes a expressão “tudo pode acontecer” deixou de ser um mero chavão de locutor e se materializou de forma tão clara em 90 minutos nos quais foram criadas inúmeras chances de gol para cada lado.

A Lusa entrou em campo com a proposta de jogar no contra-ataque e, para isso, jogou com três zagueiros e somente um atacante no ofício. Ao contrário de outros rivais do Santos que tentaram sem sucesso marcar o time da Vila Belmiro no seu próprio campo, os rubro-verdes ficaram atrás e resolveram povoar o meio de campo para que pudessem roubar a bola e sair rapidamente para o ataque. No primeiro tempo, deu certo, e aos 14 a Portuguesa chegava ao 1 a 0.

Com o Santos voltando de forma lenta para a marcação e Roberto Brum e Wesley batendo cabeça no lado direito da intermediária peixeira, Dorival Junior mexeu aos 35 da primeira etapa, tirando Brum e fixando Wesley na lateral, colocando Marquinhos em campo. O meia passou a revezar a armação – e também a marcação na meia – com Ganso.

Na segunda etapa, o Santos voltou elétrico e empurrando a Lusa pra trás. Mesmo assim, o time da casa não deixava de levar perigo nos contra-ataques e criou ao menos três grandes chances durante o tempo complementar. F ábio, o goleiro rubro-verde, vivia uma grande tarde e mesmo com um volume impressionante de jogadas ofensivas santistas, parecia ao torcedor ser um daqueles dias em que a bola não entra mesmo.

Com Zé Eduardo no lugar de André e Madson fazendo a ala esquerda no lugar de Pará, o Alvinegro tinha apenas um volante, Arouca, e meias ofensivos nas laterais. A ousadia do técnico santista foi recompensada e Zé Eduardo marcou aos 44, em um lance com sete jogadores de linha da Portuguesa dentro da grande área.



Se a sequência de vitórias foi quebrada, a invencibilidade perdura. A se destacar na partida, um coadjuvante que brilhou pela entrega e também pela capacidade de marcar todas as tentativas de contra-ataque luso. Arouca se desdobrou em campo, marcou em velocidade, conduziu a bola à frente e teve uma atuação daquelas que incentiva o resto do time a correr também. Discreto, foi fundamental ontem e já se torna peça fundamental para Dorival Junior.

Por outro lado, André, com atuação apenas razoável, se perdeu no primeiro tempo ao sofisticar de forma desnecessária alguns lances, como já havia feito na peleja contra o Paulista. É bom jogador, tem muito a evoluir, mas não pode achar que joga mais do que sabe, até porque sua técnica é nitidamente inferior à de seus companheiros de ataque (o que, aliás, não é nenhum demérito). A entrada e o gol de outro coadjuvante que sempre entra bem, Zé Eduardo - lance de raça e não de técnica -, devem fazer o garoto acordar.

*****
Confira a visão rubro-verde da partida aqui.

sábado, março 06, 2010

Adolf Obama ou Barack Hitler - para quem reclama da mídia brasileira

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Os conservadores nos Estados Unidos estão em guerra declarada contra o presidente Barack Obama. Desde que assumiu, em 2009, o democrata (não confundir com os democratas daqui) promove investidas para aprovar um programa público de saúde. Não está claro se o projeto cria um Sistema Único de Saúde para os gringos ou se faz um arremedo disso, mas o objetivo é garantir acesso a tratamento por parte das pessoas que não tem o que no Brasil seria chamado de convênio médico.

Os planos de saúde geram distorções no atendimento e um superpoder às seguradoras de negar tratamento por questões descritas nas letras miúdas dos contratos.

A forma mais razoável de atacar uma proposta assim seria com argumentos, críticas, apontando contradições na proposta. Mas o jeito mais fácil é outro: comparar Obama a Adolf Hitler e o plano de saúde pública à eugenia e ao holocausto. Claro!

A revista Extra! e o Media Matters fazem levantamentos exaustivos do que a mídia – especialmente a neoconservadora – produz. E são inúmeras as recorrências, desde 2008 até agora, e com viés de alta.

Para os conservadores da terra do Tio Sam, colocar o Estado na função significa tirar poder das empresas para entregá-lo ao Leviatã. E um Estado maior é tudo o que essa turma não quer, seja por interesses econômicos pontuais, seja por ideologia, por acreditar que é mesmo um risco fazer o setor público crescer, nem que seja um pouquinho.

Em 2009, radicais de direita – Deus, Jeová, Alá e Buda nos livrem disto! – saíram em marcha com cartazes que fundiam as figuras de Obama e Hitler, com os dizeres: "Barack Hussein Obama, a nova face de Hitler". "Mas esses radicais não inovaram nas comaprações. Eles receberam a fúria e as analogias ao Fuehrer principalmente dos comentaristas de direita das rádios e televisões", escreve Noah Lederman.

(Que conste, com George W. Bush o mesmo tipo de montagem foi feito, e muitas, muitas vezes.)

Com destaque para as TVs e rádios associadas à Fox News, são listados comentários e referências ao ditador nazista. Uma das mais surreais comparações foi assinada por Glenn Beck, um aspirante a político ultrarreacionário dos mais raivosos que tem certeza da existência de elos entre a o mandatário na Casa Branca e a Al Qaeda.

Quando Obama justificou a escolha de Sonia Sotomayor para a Suprema Corte – a primeira mulher de origem latino-americana – por levar inteligência e empatia ao tribunal, Beck não se aguentou. Ele foi pesquisar nos livros de história da Segunda Guerra Mundial para concluir que Hitler usou a "empatia" para decidir pela eutanázia de crianças com deficiência, "o que levou ao genocídio por toda parte". Simples assim. Mais adiante emendou: "Empatia leva você muitas vezes a decisões bastante ruins".

Mas onde isso toca o plano de saúde? Beck não preservou para isso sequer sua filha, que teve paralisia cerebral ao nascer. Segundo o comentarista, o tratamento que a filha receberia caso fosse aprovado o programa público de saúde de Obama seria igual ao dado pelos nazistas às pessoas com deficiência.

Cal Thomas, que escreve em diferentes jornais, também mostrou que tem talento para ficção. Sugeriu que as medidas apresentadas ao Congresso levariam o país pelo mesmo caminho que levou Hitler à Lei da esterilização – sem citar as normas semelhantes adotadas do outro lado de cá do Atlântico. Em outro artigo, escreveu que poderia ser dada carta branca a cientistas para promover estudos sem preocupações éticas como tinha Josef Mengele, o Anjo da Morte nazista.

De novo Glenn Beck, em outra ocasião, explicou que não queria comparar os dois líderes, mas pedia que o público lesse o livro Minha Luta, ou Mein Kampf no original, autobiografia de Hitler. Esta merece citação na íntegra:

– Se você lê isso (Mein Kampf) agora, vê que Hitler lhe disse o que ele ia fazer. Ele contou aos alemães. Vendeu mais do que a Bíblia. Os alemães leram Mein Kampf, mas o que fizeram? Não deram ouvidos. "Ah, ele não está falando sério." "Ah, ele só está dizendo para ganhar o público X, Y, Z." Todas as mesmas mentiras estamos dizendo a nós mesmos. "Não, isso é loucura. Ninguém realmente faria isso (as medidas previstas no programa de saúde dos democratas)". Eles enterraram suas cabeças na areia e, então, tornou-se tarde demais. Por favor, America, levem a sério o que este homem (Obama) diz.

Incrível como ele parece ter certeza do que diz. E a gente ainda reclama da mídia brasileira. Tem muito colunista que precisaria comer muito arroz com feijão (ou seria x-burguer com fritas?) para produzir ilações assim.

sexta-feira, março 05, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 50

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FALANDO DA VIDA
(Rodger Rogério/ Dedé)

Rodger Rogério

No meio do dia não venha tentar quebrar meu encanto
Não venha chorar, por enquanto
Meus olhos de olhar, de olhar querem ver o que há
Não venha me encher de mistérios
Não vou prometer ficar sério

Não venha, não venha tentar quebrar meu encanto
Não venha chorar, por enquanto
Não venha me encher de mistérios
Não, não vou prometer ficar sério
Não venha estragar meu prazer
Não, não vou prometer
Não venha estragar
Enquanto durar

No meio da noite não posso deixar
Não posso deixar de sair
Se você quiser, pode vir
Não quero mudar minha sorte
No meio da noite não posso deixar
Não posso deixar de sair
Se você quiser, pode vir
Não quero mudar minha sorte

Se a morte, se a morte vier me encontrar
Ela sabe que estou entre amigos
Se a morte, se a morte vier me encontrar
Ela sabe que estou entre amigos
Falando da vida, falando da vida
Falando da vida e bebendo num bar
Falando da vida, falando da vida
Falando da vida e bebendo num bar

(Do LP "Meu corpo, minha bagagem, todo gasto na viagem", Continental, 1973)

Decisões importantes, fóruns adequados

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O PT paulista ainda aguarda novidades sobre a chapa que disputará o governo do Estado. Mas não perde por esperar:

O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) participa nesta segunda-feira, dia 8, a partir das 17h30, do Programa do Ratinho, no SBT, comandado pelo apresentador Carlos Massa.

Isso é que é debate político em alto nível! Quem procura, acha!

10, e contando

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O Santos venceu ontem o Paulista por 3x2, no Jaime Cintra, lá em Jundiaí. Não assisti ao jogo. Fiquei na base do rádio, então os comentários que se seguirão sobre a partida têm como principal referência a transmissão da Rádio Bandeirantes, capitaneada por José Maia e Antonio Petrin.

Segundo eles, o que se viu no interior foi uma boa partida. Apesar da péssima campanha que faz, o Paulista foi pra cima do Peixe e buscou sufocar o adversário - o que conseguiu de maneira ainda mais precoce do que o esperado, com um gol logo aos dois minutos. Ainda no primeiro tempo o Santos empatou com Wesley; virou, já na segunda etapa, com Paulo Henrique Ganso, sofreu o empate por intermédio de Julinho e viu Robinho decretar a vitória aos 23 do segundo tempo, com um belo gol.



Já que não posso falar muita coisa sobre o jogo propriamente dito, discorro sobre suas consequências. A primeira é o fato desta ter sido a décima vitória consecutiva do Santos. É um recorde histórico. Mais que isso, só conseguiu o time de Pelé, em 1968, quando ganhou por 12 vezes initerruptas.


É aquele tipo de marca que muita gente vai contestar: "pô, ganhando do Naviraiense e do Jundiaí, até eu". Questiono, então: se é "até eu", por que só o Santos detém a marca? Todos os grandes estão jogando campeonatos regionais e enfrentando times inexpressivos, e só o Santos conseguiu esse feito. E vale ressaltar que na lista dos derrotados pelo Peixe estão os rivais São Paulo e Corinthians. Ou seja: pode não ser nada "decisivo", mas também não é pouca coisa.

O que também não é pouca coisa é o fato do Santos estar praticamente assegurado nas semifinais do Paulistão. Hoje, o Peixe tem 11 pontos a mais que o São Caetano, o quinto colocado. Pode-se dizer que apenas uma hecatombe tira o clube da fase decisiva. O exemplo do Palmeiras, que voou na fase classificatória e depois sucumbiu diante do próprio Santos no ano passado, não deve ser esquecido; então, a partir do momento em que se iniciarem as semifinais, começa outro campeonato. Mas a melhor decorrência dessa classificação antecipada - e talvez até mesmo o primeiro lugar, que possivelmente se confirmará - é a possibilidade de testar outras formações e dar descanso a jogadores muito exigidos. Bom saber que o Santos terá liberdade para tal.

'Nunca fui muito de grupo'

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Chego ao escritório agora pela manhã e me deparo com a notícia da morte do músico, cantor e compositor Johnny Alf, aos 80 anos. Quando o entrevistei, há menos de dois anos, em Santo André (cidade na qual se recuperava em tratamento de câncer e onde veio a falecer), já notava-se que não teria muito tempo de vida. Mas o que mais me impressionou, na ocasião, foi o misto de tristeza, orgulho e resignação de seu olhar cansado e de suas respotas lacônicas. Ele sabia quem era, não precisava dizer.

Na época, Alf ensaiava com um maestro e um coral improvisado no auditório do Hospital Estadual Mário Covas, onde faria uma pequena apresentação com o também músico (e fã) Toquinho. Apareceu em uma cadeira de rodas, com um colete protetor (reproduzo acima imagem daquele dia feita pelo amigo fotógrafo Luciano Vicioni, do jornal ABCD Maior). Estava sereno, calmo, como quem achasse curioso que mesmo o espetáculo do próprio declínio despertasse a avidez da mídia e dos holofotes, coisas que haviam sido rotina em um passado muito longínquo. Na matéria que fiz depois para a Revista Fórum, contrapondo o sucesso e endeusamento de João Gilberto com o decadente ostracismo de seu amigo e ídolo Johnny, tentei passar um pouco daquela impressão que Alf me deixou. Quando perguntei se o fato de ter vindo trabalhar em São Paulo em 1955, pouco antes de a Bossa Nova explodir, poderia ter ofuscado sua importância histórica, respondeu:

“Não creio que houve um desencontro”, defende-se o artista, como se perdoasse, com uma dose de parcimônia, a curiosidade dos jovens que o cercam no auditório do hospital. “Eu achava o pessoal do Rio meio confuso e quando caí em São Paulo vi organização. Fiquei por aqui mesmo”, diz Alf, com simplicidade.

No livro "Chega de Saudade", de 1990, Ruy Castro diz que Ronaldo Bôscoli ainda tentou resgatar Johnny Alf para o movimento, como quando, no primeiro show oficial da turma, em maio de 1960, no Rio, o apresentou como alguém que fazia Bossa Nova "há dez anos". Mas a juventude presente ali na Faculdade de Arquitetura da Praia Vermelha queria mesmo era ouvir João Gilberto, daí explica-se que, segundo Castro, o desconhecido - e assustado - Alf tenha aparecido de porre (o que justifica o marcador "cachaça" neste post) e desafinado um pouco em sua tímida apresentação - o que não contribuiu em nada para sua aceitação. "Não me juntei com eles. O fato é que me chamavam, eu não ia lá. Nunca fui muito de grupo", justificou, quando o entrevistei.

Nas décadas seguintes, apesar do absoluto reconhecimento no cenário internacional e de ser unanimidade entre os colegas músicos, Alfredo José da Silva (esse era seu verdadeiro nome) seguiu uma trajetória discreta e excluída do consumo de massa. O que nunca vão dizer com todas as letras é que o fato de ser negro e homossexual contribuiu decisivamente para sua exclusão no mercado brasileiro. Um fato emblemático foi o escândalo provocado pelo disco "Nós", lançado pela EMI em 1974, em plena transição entre os truculentos governos dos generais Emílio Médici e Ernesto Geisel, em que Alf aparece na capa com uma roupa colorida e, ao fundo, caminhando em sua direção, um homem.

De qualquer forma, sinto agora uma espécie de "dever cumprido" por ter destacado sua importância, em uma revista de circulação nacional, antes das manjadas condolências que toda a mídia deverá prestar na hora de sua morte. E termino o post com o trecho de uma canção pouco conhecida de Vinicius de Moraes e Toquinho, de 1975, que fala de um solitário com o mesmo nome de batismo de Johnny Alf. E que descanse, finalmente, em paz.

Um homem chamado Alfredo

O meu vizinho do lado
Se matou de solidão
Abriu o gás, o coitado
O último gás do bujão
Porque ninguém o queria
Ninguém lhe dava atenção
Porque ninguém mais lhe abria
As portas do coração
Levou com ele seu louro
E um gato de estimação

Há tanta gente sozinha
Que a gente mal adivinha
Gente sem vez para amar
Gente sem mão para dar
Gente que basta um olhar
Quase nada
Gente com os olhos no chão
Sempre pedindo perdão
Gente que a gente não vê
Porque é quase nada


quinta-feira, março 04, 2010

É de matar...

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O mais perigoso de ler jornais é acreditar neles. Até bem pouco tempo, a imprensona brasileira fazia ilações estapafúrdias entre Lula e o venezuelano Chávez para garantir aos incautos, com todas as letras, que nosso presidente também daria o golpe do terceiro mandato. Sim, nosso presidente já ultrapassou os 80% de popularidade, mas essa ideia nunca o atraiu, como ele fez questão de declarar. Aliás, muito antes de se falar em terceiro mandato, quem deu o golpe da reeleição foi outro presidente, aquele que fala francês (e diz muita besteira em português, mesmo). Bom, pra encurtar, creio que houve alguém que leu sobre o terceiro mandato de Lula, acreditou e imaginou uma ficção sobre o assunto, para ser lançada, convenientemente, no ano das eleições - e que fica agora meio patética, com a confirmação da candidatura da ministra Dilma Rousseff. Não bastasse o furo n'água, pois Lula não é candidato a nada, o livro, que será lançado dia 17, em Florianópolis, não prima pelo bom gosto do título nem pela pérfida sugestão do enredo:

"Quem Matou Lula da Silva?", de Ubaldo C. Balthazar (Cia dos Livros). Sinopse: Mistério. Suspense. Intrigas. Um candidato à Presidente da República é assassinado às vésperas das eleições. Mesmo assim, ele ganha as eleições... Ou não será ele? Ubaldo César Balthazar envolve o leitor a cada página desse romance policial moderno e brasileiríssimo, tecido com inteligência e refinado humor! "Até hoje, muita gente (de esquerda, principalmente) não perdoa o atual Presidente brasileiro pela transformação sofrida. Daí que uma explicação possível tenha sido uma troca por um sósia fisicamente perfeito, mas de ideologia nem tão igual. Por isso, meus agradecimentos ao Presidente Lula, pela ideia..." (o autor)

"Quem matou Lula?". Como diria DeMassad, "não dá ideia, não dá ideia..."

Ps.: E difamam a manguaça, na capa, sugerindo que Lula seria morto no bar.

Foi de broxar

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Por Moriti Neto

Broxante. Não tenho outra palavra. Bar, cerveja gelada, boa companhia e um jogo do time de coração. Espera por gritar um golzinho que fosse. E nada. Isso, contra um adversário fraco e que jogou com um a menos em boa parte do tempo. Resultado: 0 x 0 e uma “exibição” de matar a criatividade de vergonha. Nada mais desestimulante para um amante da bela modalidade que se chama futebol.

Oeste e São Paulo, disputada ontem, em Araraquara, foi das piores partidas que vi em muito. Chata de assistir e de deficiência técnica gritante. O Tricolor foi lento, sem inventividade e os jogadores mais se assemelhavam a lesmas, se arrastando pelo gramado.



A defesa, simplesmente, não teve trabalho, pois o ataque adversário inexistia. No meio de campo, fora Jean, que jogou bem e merece mesmo ser o primeiro volante titular, não se salvou ninguém. Cléber Santana foi um horror nos passes e, lento, pouco colaborava na marcação. O trio de atacantes formado por Washington, Fernandinho e Dagoberto, ao menos correu, e só correu. Faltou tudo: velocidade, ousadia, movimentação, recuperação de bola rápida no meio, ultrapassagens dos laterais, chutes de fora da área.

Agora, quanto aos defeitos, sobraram. E dos principais apresentados pelo time e que vem se tornando recorrente na temporada, a incompetência de manter a bola no campo de ataque, perto da área adversária, sobressaiu-se. Os jogadores que tentaram quebrar o estilo cintura dura e moroso da equipe foram Dagoberto e Fernandinho, que saíram extenuados ao fim da partida. Washington perdeu boas chances, mas, também, a bola chegou quadrada na maioria das vezes. Aí, o centro-avante, que é “grosso”, porém sabe fazer gols, tem que ajeitar driblar, enfim, raras vezes recebe a redonda em condições ideais, seja em passes por baixo ou em bolas aéreas.

O jogo foi broxante. Ainda bem que a cerveja gelada e a ótima companhia prevaleceram e permaneceram apesar da ruindade demonstrada em campo.

Palocci e a Confecom de direita

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Chega a ser difícil comentar qualquer coisa a respeito do Fórum Democracia (sic) e Liberdade de Expressão (de empresa?). O excelente texto de Gilberto Maringoni sobre os debates é bastante claro a respeito do que já se chama de "Confecom da Direita", data venia o fato de que, na Conferência realizada em dezembro, houve um processo de participação da sociedade e inclusive de empresários, enquanto no convescote do Instituto Millenium só havia espaço para poucos "escolhidos".

Mas o que surpreendeu de fato foi a presença do ex-ministro da Fazenda do governo Lula, Antonio Palocci, referendando a grita contra qualquer tentativa de democratizar a comunicação do país. O petista (?) escutou toda sorte de impropérios contra seu partido e o governo do qual fez parte e ainda fez questão de engrossar o coro dos descontentes com uma declaração, no mínimo, surpreendente para alguém "de esquerda":

"Há concentração na comunicação, mas há em várias atividades econômicas no Brasil. Considero normal e uma característica do amadurecimento das economias a concentração e também a formalização das atividades econômicas. Acho que são duas características que têm marcado a economia e não acho nenhuma delas negativa".

O que Palocci esqueceu é que o "amadurecimento" no caso das comunicações veio bem antes do que em outras atividades econômicas, tendo sido moldado em regimes autoritários da história tupiniquim. E também ignorou o fato de estar em construção hoje o conceito do direito à comunicação como um direito humano, não podendo este ser submetido às leis do mercado ou à vontade de meia dúzia de famílias monopolistas.

Ao fim, fica uma reflexão. Se Palocci tivesse saído do PT no prazo regulamentar, talvez José Serra não tivesse hoje tantos problemas para contar com um vice de peso...