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terça-feira, maio 12, 2009

Teste cego de cervejas do Futepoca: Libertadores da América

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Depois de muito adiar, muito enrolar e muito cair de bêbado, finalmente o Futepoca foi capaz de realizar a:

O 2º teste cego do Futepoca – Edição Libertadores da América

A definição das concorrentes é análoga à competição continental, embora não tenha havido tempo para adquirir um exemplar de marcas dos países andinos e do Paraguai. Havia representantes do Brasil, Argentina, Uruguai e México. Não fosse a inserção da convidada da América do Norte, estaria mais para Copa Mercosul.

1. No bar
Nada de churrasco de amadores. O palco do teste cego foi o Espetinho da Villa, bar que serve, como sugere o nome, espetos. O Alexandre, proprietário do estabelecimento, se encarregou de servir as cervejas, tarefa pela qual o Futepoca é muito grato. Como alguns pediram queijo coalho e outros picanha no alho, quem bancasse o somelieur da breja e percebesse notas de leite e de condimentos cairia no descrédito. Isso sem falar em outros fatores, como fumaça de cigarro.

Foto: Paulo Macari

A ascensão da carne.

2. Dez bêbados, 100 copos
Diferentemente da primeira edição do teste, o número de avaliadores alcançou a incrível marca de 10 pessoas, o dobro do teste de outubro de 2008. Outra diferença foi a opção por um copo limpo por cerveja para cada pessoa. Incluindo os copos com água para os intervalos entre uma marca e outra. Fazendo as contas, o DataFutepoca estima em mais de cem copos usados (claro que eles podem ter sido lavados entre uma rodada e outras). Os jurados foram os convidados Paulo Macari, Paulo Junqueira e Débora, além dos autores Fredi, Marcao, Glauco, Brunna, Maurício, Nicolau e a minha pessoa. A Débora chegou no meio da prova e testou apenas as seis últimas da fila.

3. Só garrafa, um só fornecedor
Todas as marcas foram adquiridas em garrafas de vidro, embora em vasilhames de tamanhos diferentes. Como algumas marcas estrangeiras chegam apenas em certos tipo de embalagem, foi o mínimo de variação possível. Nada de latinha, portanto. A opção foi por adquirir todos os exemplares de um mesmo fornecedor, com exceção da Skol, introduzida de surpresa.


O carrinho de supermercado ficou escondido atrás de uma pilha de
achocolatados na hora de posar para os fotógrafos.


4. 9 pielsen e 1 lager
Entre as cervejas brasileiras, foram escolhidas as pielsen mais bens cotadas na versão anterior do teste, no critério normal. Em relação às hermanas, a margem para escolher foi menor, já que não há tanta variedade vinda da América Latina nos supermercados paulistanos – sobram belgas, holandesas, alemãs. Além da embalagem, descrita pelo volume, há ainda informações importantes como a validade e o teor alcóolico. Na ordem de apreciação, tivemos:

Cervejas:
1. Cerpa
2. Bavária Premium
3. Eisenbahn
4. Dos Equis
5. Patrícia
6. Pilsen
7. Isenbeck
8. Quilmes
9. Norteña
10. Skol
Vol.
355ml
355ml
355ml
355ml
1L
1L
1L
1L
1L
600ml
Validade
06/08/2009
24/08/2009
03/09/2009
06/10/2009
06/08/2009
03/08/2009
19/11/2009
15/06/2009
12/09/2009
-
Teor alc.
5,3%
4,8%
4,8%
4,5%
5%
5%
4,6%
4,9%
4,1%
4,7%


5. Meio copo e demora inescapável
A dose de cada marca para degustação foi mais generosa do que na edição anterior. Entre cada uma, água para quem quisesse fingir que limpava o paladar, e lá vinha a próxima. O intervalo entre os copos variou bastante, foi o preço de contar com um serviço profissional e muito cuidadoso com as amostras. Em plena véspera de feriado, o bar estava cheio e a trabalheira impedia que o Alexandre conseguisse escapar para cumprir sua nobre função de fracionar o líquido sagrado e levar até os ávidos jurados. Isso se acentuou no final da brincadeira, o que pode ter favorecido as últimas da noite.

Foto: Paulo Macari

"Notas de sabão".

6. Uma nota, com observações
O Futepoca chegou a estudar a realização de um processo licitatório para contratar urnas eletrônicas, mas logo veio a ressaca a suplantar a bebedeira e dar água numa proposta tão divertida. Uma cartela com espaço para dar notas em diferentes quesitos e uma média geral havia sido preparada, então, como plano B. Por conta de umas questões paralelas, (ou seria escassez de sobriedade?) elas não ficaram prontas a tempo. Isso recolocava o guardanapo como bloco de notas oficial do bom boteco. "Vai molhar tudo", vetou o Alexandre. A caderneta de bar foi substituída por folhas de papel convencional, algo estranho ao ambiente. Mesmo assim, alguns dos ébrios registraram anotações. Detalhes preciosos como "cheiro de sabão" e "aguada e doce; tubaína" fazem parte da documentação – disponível para auditoria, aliás.

Foto: Paulo Macari

"Ó, ó... discordo!".

7. Mistério
Novamente, nada de venda nos olhos. Os manguaças sabiam apenas que se tratava de um teste Libertadores, mas não sabiam exatamente quais seriam as marcas. E muito menos a ordem em que eram oferecidas. Apenas um dos analistas conhecia o conjunto de marcas, este que escreve.

8. O teste é cego, não mudo
Apesar do intertítulo politicamente incorreto, os constantes comentários pejorativos sobre os exemplares oferecidos e a troca de ideias podem ter interferido na aferição de notas. A quantidade de rasuras nas anotações indica que isso influenciou. Mas agora não adianta culpar o vizinho que falou mal da que você gostava.

Feitas as observações, vamos ao:

Resultado do Teste cego Libertadores do Futepoca

a) Eis as médias.


A normal é a aritmética sem reparos. A já consagrada média carnavalesca comprova o gosto médio dos mamados naquela noite, com mudanças apenas na sexta e sétimas colocações. Um terceiro recorte traz as médias excluídas as minhas notas (o único que conhecia o leque das degustadas), que mostra a mesma ordem. Quer dizer, não tem jeito.

b) Conclusão: dobradinha argentina. Quem diria que o pessoal gostaria tanto da Quilmes em detrimento de artesanais como Isenbeck, a segunda, e premiums como a Cerpa A medalha de bronze foi para a uruguaia Norteña. A primeira brasileira foi Bavária Premium, novamente surpreendentemente bem cotada.

c) Pela ordem. Mais uma vez a oitava cerveja oferecida é a vencedora. Além de estudar a possibilidade de jogar no bicho, a informação é relevante porque foi exatamente a posição em que, da outra vez, a vencedora foi apresentada. Coincidência? Entre as primeiras, a única que se deu relativamente bem desta vez foi a Bavária Premium. O gráfico mostra que há notas mais altas. O agrupamento das brasileiras no início e das argentinas no fim podem ter beneficiado as do outro lado do rio da Prata, mas seria exagerado reduzir o resultado ao posicionamento. O fato de a antepenúltima colocada ter sido a derradeira atesta que ainda havia resquícios de capacidade gustativa armazenada.


No gráfico, curvas completamentes diferentes entre os testes.
Aparentemente, a ordem não influencia tanto assim.


d) Validade. Desta vez o prazo de validade foi anotado. A suspeita de que o sabor se altera e se perdem propriedades foi o que estabeleceu esta exigência. Curiosamente, o menor prazo de validade era o da vencedora e o mais extenso, da segunda colocada. A segunda que mais demoraria para estragar segundo o fabricante foi a última colocada. Nada conclusivo, portanto, em relação à data expressa nas embalagens.

e) Teor de álcool. A variação de 0,9 ponto percentual na concentração alcoólica das marcas parece pouco conclusiva ao se analiser o resultado. A posição ficaria como apresentado abaixo. Se alguém conseguir desenvolver uma teoria...


Cervejas:
8. Quilmes
7. Isenbeck
9. Norteña
2. Bavária Premium
6. Pilsen
5. Patrícia
1. Cerpa
10. Skol
3. Eisenbahn
4. Dos Equis
Teor alc.
4,9%
4,6%
4,1%
4,8%
5,0%
5,0%
5,3%
4,7%
4,8%
4,5%



Foto: Paulo Macari

O desgaste tomava conta dos avaliadores. Muita concentração.


f) Passou de ano. A média geral foi de 6,1, um pouco superior à do teste anterior. O nível da Libertadores está tão próximo assim do campeonato brasileiro? Pode ser. Como equipes do porte de um Real Potosí participam da competição internacional e a escolha das cervejas excluiu a Paceña e marcas de outros países, é preciso relativizar as coisas. Seria precipitado dizer que as mais bem cotadas da região estavam à mesa. Nas médias individuais, o Glauco manteve-se como o mais ranzinza dos árbitros, seguidos por mim e pelo Frédi, que da outra feita empatara como o mais rigoroso. O troféu generosidade ficou com o Maurício, por um centésimo em relação ao Marcão, o mais bondoso da outra vez.

Ébrio
Maurício
Marcao
Brunna
Nicolau
Paulo Junqueira
Paulo Macari
Débora
Anselmo
Fredi
Glauco
Geral
Média
6,9
6,9
6,7
6,6
6,0
5,9
5,8
5,4
5,4
4,7
6,1


g) Contaminação? A ansiedade etílica não foi contornada antes do teste, e mais da metade dos degustadores havia "contaminado" seu paladar com marcas que não participaram do teste. Surreal é a repetição do desempenho pifio da artesanal Eisenbahn, de Blumenau, adquirida ano passado pela Schincariol. O pessoal realmente não gosta da pielsen deles. Fez menos sucesso ainda a mexicana Dos Équis, a única lager, com ínfimos 2,7 pontos de média. Foi ela que mereceu a comparação com a Tubaína.

Discorda?

Enquanto o Futepoca estuda formas de criar outros testes cegos de cerveja, o que você achou? As cervejas argentinas são boas mesmo ou os avaliadores é que não regulam bem do paladar?

segunda-feira, maio 11, 2009

Brasil campeão sul-americano sub-17

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Ontem, o Brasil venceu a Argentina e conquistou o título do Campeonato Sul-Americano Sub-17. A vitória veio de um jeito que muita gente espera que aconteça num sonhado duelo entre as duas seleções numa decisão de Copa do Mundo: suada, sofrida, nos pênaltis.


O Brasil fez 2x0, com Zezinho e Philippe Coutinho; os argentinos empataram, com gols de Gonzalez e Espíndola, marcados respectivamente aos 21 e 42 do segundo tempo.

Assim, vieram as penalidades. Quando o sofrimento ocorreu de maneira superior à habitual nesse tipo de decisão. Para que se tenha uma ideia, foram nada menos do que nove cobranças de cada lado. Sinceramente, não me lembro de uma quantia tão elevada de batidas em um jogo tão importante (em um menos decisivo, lembro de um Palmeiras x Inter de Limeira pelo Paulistão de 2001, quando se não me engano teve gente que até cobrou duas vezes).



Com a conquista, o Brasil celebra o título e uma hegemonia impressionante no sub-17 continental: são oito títulos em 10 campeonatos disputados. Assustador, não?

Agora os meninos se preparam para o Mundial que será disputado na Nigéria nos meses de outubro e novembro. Além do Brasil, representarão a América do Sul os argentinos, uruguaios e colombianos. Para ver a listagem completa das seleções já classificadas, clique aqui.

De olho na redonda - o bom, o inusitado e o ruim da primeira rodada

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O Brasileirão 2009 começou e já dá pinta de ser mais equilibrado do que o do ano passado, porém, com a promessa de melhor nível técnico pela amostra do fim de semana. Só o golaço de Nilmar contra o Corinthians já valeria a rodada por ser um daqueles tentos fantásticos desde o nascedouro: o lançamento de D'Alessandro, a matada do atacante e o verdadeiro desfile que ele promoveu passando por seis adversários culminando com um toque sutil. Já referenciado aqui por outro golaço e reivindicado para a seleção brasileira antes do início do campeonato, já está mais do que na hora de Dunga dar uma atenção maior ao avante.




Gol improvável

E se teve golaço, houve também a presença do imponderável na primeira rodada. Só isso pra justificar o gol de empate do Barueri contra o Sport, na ilha do Retiro. Bola mais que caprichosa...



Mais público

Na abertura do Brasileirão 2008, a média de público por partida foi de 12.197 pagantes. Agora,
foi de 14.083, a maior da era dos pontos corridos, sendo que o maior público foi o da partida entre Grêmio e Santos, com 44.528 pessoas, graças à promoção de Dia das Mães que permitiu o ingresso livre de mulheres. Já considerando somente os pagantes, o clássico no Mineirão entre Cruzeiro e Flamengo foi o campeão: 24.564 pagantes.
O menor público da rodada ficou por conta da partida entre Santos André e Botafogo, no Bruno José Daniel: 1 939 testemunhas.

Apito tosco da rodada

O absurdo da arbitragem na rodada aconteceu justamente no na peleja do ABC paulista. Wilson Souza de Mendonça não viu a penalidade escandalosa cometida por Pablo Escobar no botafoguense Túlio Souza.

Nilmar vence o Corinthians no Pacaembu

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“Alguém tinha que ter feito a falta no Nilmar”, clamava meu pai após ver pela primeira de incontáveis vezes na noite desse domingo o golaço do atacante. A derrota para o Inter por esse gol a zero marcou a reestréia do Timão na Série A e foi a primeira derrota do time no Pacaembu neste ano.

A partida que marcou a reestréia do alvinegro na Série A, um prato cheio para o marketing fazer uma festinha, foi atropelada pela praticidade de Mano Menezes, que anunciou desde quarta-feira que pouparia titulares. No entanto, não imaginava que seriam tantos: apenas Christian e Felipe entraram em campo. No meio do segundo tempo, Mano lançou Dentinho e Alessandro, mas não foi o bastante para reagir.

Pelos melhores momentos, o Inter dominou o primeiro tempo, com chances de ter ampliado. Na segunda etapa, o Corinthians teve mais chances, mas não tão boas assim, fora uma boa jogada de Lulinha na ponta direita que Alessandro bateu fraco para o gol.



Reservas – Do time que jogou, o Ricardo do Retrospecto gostou da atuação do volante Jucilei, recém chegado do J. Malucelli, a filial corintiana no Paraná. O jogo deu mostras de que o time precisa de reforços para o banco. Mas não chega a ser tão definitivo. Poucos times tem a possibilidade de ter reservas na mesma altura para todas as posições – talvez só o São Paulo, se tiver. Mas as contratações de alguns jovens, como Jucilei, mostram que o pessoal está preocupado com isso e com a possível saída de jogadores na janela do meio do ano. Falta bastante, mas eu focaria num zagueiro (Jean e Escudero não...), num lateral-direito (já que Mano parece não gostar do pouco aproveitado Diogo) e num centroavante para o lugar de Souza. No mais, eu buscaria um meia para ser titular e um atacante para disputar com Dentinho e Jorge Henrique. Se possível, para levar a vaga de um deles.

Para poucos – O Timão sentiu na pele como é enfrentar um craque. Segundo a Folha, Nilmar recebeu 15 bolas no jogo, deu sete dribles, seis passes e apenas uma finalização. Segundo ouvi por aí, driblou diretamente quatro defensores corintianos e passou por oito na jogada do gol. Driblou mais um quando deu o passe para D’Alessandro deixar Tayson na cara, em jogada desperdiçada pelo garoto. Resumindo, Nilmar fez basicamente duas jogadas na partida: uma decidiu o jogo, a outra poderia ter ampliado. Dunga, você viu?

Copa do Brasil – Agora, resta ver se o “investimento” corintiano de jogar com os reservas vai valer a pena no confronto com o Fluminense pela Copa do Brasil, nesta quarta, no mesmo Pacaembu. Flu que venceu o São Paulo, no Rio, por 1 a 0, com um belo gol (em outra rodada seria chamado de golaço, mas o de Nilmar subiu a média) do meio-campo Maurício. O Tricolor carioca fez boa partida e dominou o São Paulo, que só conseguiu pressionar no final do jogo. Achei curiosa a movimentação de Fred, que jogou bastante fora da área, quase como um meia-atacante.

Ao fim, um bom empate para o Santos

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Um empate fora de casa com um time que é tido como um dos favoritos do campeonato e tem a melhor campanha da Libertadores pode não ser um mau resultado. Mas o Santos mostrou ontem as mesmas virtudes e também as deficiências que o levaram ao vice-campeonato paulista. E, se não quiser depender de atuações individuais de alguns de seus jogadores acima da média (o que não ocorreu contra o Grêmio), terá que contratar.

A primeira etapa no Olímpico foi dominada pelo Tricolor gaúcho. Com todos os seus titulares, o interino Marcelo Rospide seguiu no 3-5-2 adotado por Celso Roth e conseguiu pressionar o Santos jogando principalmente pelas pontas. Criou mais chances, mas não marcou. Kléber Pereeira, pra variar, perdeu chance incrível diante do goleiro Vítor, em ótima enfiada de Paulo Henrique Ganso.

Vágner Mancini alterou o jeito do time jogar depois do intervalo. Prendeu um pouco mais os laterais avançou a marcação no meio-de-campo, com Roberto Brum e Germano mais presentes no campo adversário. Assim, passou a dominar as ações e forçou o até então 100% Rospide (quatro vitórias em quatro jogos) a fazer uma alteração pouco usual para quem joga em casa e quer a vitória: ele substituiu o atacante Jonas pelo volante Túlio (aquele mesmo, ex-Botafogo e Corinthians) para tentar recuperar o meio de campo.

Ainda assim, o Grêmio não conseguiu equilibrar o jogo, mas fez seu gol. O capitão e zagueiro Rever veio à frente e, aproveitando a falha de cobertura no lado direito (algo quase rotineiro nas partidas do Santos) marcou. Mancini tentou manter o esquema com três homens mais à frente e um quarto que vem de trás, mas trocou as peças: substituiu o apagado Neymar por Molina e tirou Paulo Henrique para a entrada de Maikon Leite. E foi o colombiano, em uma bela cobrança de falta, que garantiu o empate peixeiro.



Os problemas

O Santos ainda carece de reforços nas laterais. Luisinho já deixou claro que não tem condições de ser titular e Triguinho é esforçado, melhorou de rendimento, mas ainda assim não é o ideal. Sem reforços nessas duas posições, difícil imaginar o Alvinegro tentando voos mais altos no campeonato.

domingo, maio 10, 2009

Palmeiras estreia com susto, fosso, vitória e um aviso

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O Palmeiras estreiou com vitória sobre o Coritiba no Palestra Itália de virada. Os visitantes saíram na frente diante de um time sem cinco titulares no primeiro tempo. No segundo gol, com os três principais homens de frente em campo, o time da casa garantiu os três pontos apenas aos 43 minutos do segundo tempo. Esse foi o susto.

O fosso foi uma cena meio bizarra. O camisa 8 Willians marcou o gol de empate do Palmeiras em cruzamento de Jeférson, por sua vez encontrado por um lançamento de Cleiton Xavier. Tão feliz ficou o cidadão com seu segundo gol com a camisa do clube que achou melhor tirá-la. Eu não entendo bem jogador que tira a camisa do time justo quando marca o gol, mas seria bobagem querer entender as pressões por que passa um atleta profissional. O fato é que tão empolgado que estava, e a camisa foi atirada em direção à torcida. Em qualquer estádio, isso significaria procurá-la atrás das placas de publicidade, no Palestra Itália isso quer dizer procurar no fosso que separa as arquibancadas do gramado. Cartão amarelo nele. Willians não terminaria o jogo, por contusão no púbis, deixando o time com 10, porque as três substituições já tinham sido feitas por Vanderlei Luxemburgo para reverter o erro de entrar com o mistão.

O aviso é mais ou menos conhecido. Os reservas do time paulistano serviam bem para vender os times do interior de São Paulo no campeonato estadual. Não garantem o bicho no Brasileiro. O mistão parece ter sentido mais a falta de Diego Souza e Cleiton Xavier do que de Keirrison, Pierre, Danilo e Marcos. Foi só quando os três primeiros da listinha citada foram a campo que as coisas progrediram. Até houve jogadas de perigo no primeiro tempo, mas não resolveu.

Mas Keirrison fez um gol depois de quatro partidas em branco. Viva!



Ressalva
Cabe ainda uma ressalva. Está claro que Luxemburgo considera Mozart um meia, embora ele ter mais história de volante. Considerando Wendel na lateral-direita, havia quatro volantes em campo (além desses dois, Jumar e Souza). Mais Marquinhos do que Willians era o meio de criação, enquanto Ortigoza era o atacante nato em campo. Defensivo demais para um time da casa.

Muito diferente de 2008, o Palmeiras começa a disputa sem fama de favorito. É que ano passado o alviverde vinha de um título estadual, este ano não. O treinador vem mais em xeque do que nunca, apesar de ainda conseguir pautar a mídia. E Diego Souza ainda corre risco de ser suspenso. Será um longo campeonato.

sábado, maio 09, 2009

O Brasileirão dos goleadores

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E o Brasileirão começa hoje. Muitos já criticaram, e com razão, o descaso da CBF com a competição, e mesmo o torcedor que ainda está com o time envolvido em outros torneios (Copa do Brasil e Libertadores) vai demorar pra se interessar de fato pela disputa. Ainda assim, é o campeonato mais importante – e longo – do país e vai monopolizar os papos de boteco do segundo semestre (ou alguém vai ficar comentando Copa Sulamericana no bar?).

A grande atração será certamente o desfile dos artilheiros. Curiosamente, três dos quatro atacantes da espezinhada seleção de 2006 estarão dando o ar de sua graça por aqui: Ronaldo, no Corinthians; Adriano, no Flamengo; e Fred, no Fluminense. Além deles, há os artilheiros da edição de 2008 que ainda estão no Brasil, Keirrison (segundo Nivaldo, apelidado de “Pipokeirrison” por palmeirenses da turma do amendoim); Kléber Pereira, o artilheiro dos gols perdidos, e o oscilante Washington, ainda em fase de aprovação no São Paulo.

Além deles, tem o rol dos “recuperados”, com Rafael Moura, o He-Man do Atlético (PR), e o renegado Diego Tardelli. Pedrão, goleador máximo do Paulista pelo Barueri, e os jovens Taison e Nilmar, do Internacional, também devem se fazer notar. Aliás, não é hora de dar uma chance a Nilmar não, Dunga?

Se tivemos edições do Brasileirão bem modorrentas nos últimos anos, pelo menos esses caras devem fazer a competição mais emocionante e talvez até consigam elevar a média de tentos do Brasileiro (no ano passado, foram 2,72 por partida, a segunda pior marca da era dos pontos corridos, só superando a edição de 2006). Ainda mais que, em função da crise econômica, a sangria da janela de transferência provavelmente vai deixar a maioria por aqui mesmo. Vibraremos com os gols deles e os xingaremos quando perderem chances absurdas (no meu caso, já estou bem acostumado a fazer isso com o Kléber Pereira).

Ronaldo?

E aí, quem vai ser o artilheiro do Brasileirão de 2009?

sexta-feira, maio 08, 2009

Mexicanos desistem e São Paulo passa às quartas da Libertadores sem jogar

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A cantada e decantada gripe suína vitimou os times mexicanos na Libertadores. Chivas e San Luis simplesmente desistiram da competição depois de São Paulo e Nacional do Uruguai terem enviado ofício à Conmebol se negando a disputar as oitavas no país "contaminado". Agora o Tricolor espera o adversário que virá do confronto entre Cruzeiro e Universidad do Chile. Ou seja, Cruzeiro.

Após vetar os jogos na terra de Zapata, a Confederação Sul-Americana de Futebol havia voltado atrás graças às garantiaas dadas pela Federação Mexicana de Futebol (FMF) de que a epidemia está controlada.

No ofício tricolor, segundo Uol, o clube brasileiro alegou que "o risco a que se expõem os atletas do São Paulo Futebol Clube e sua Comissão Técnica não configura mera suposição". Disse também que haveria problemas para o time voltar ao Brasil, já que teria que cumprir exigências das autoridades brasileiras, possivelmente uma quarentena. Não sabia que pessoas que voltam do México tem que passar por quarentena na volta ao Brasil. Talvez nem as autoridades sanitárias brasileiras saibam... A argumentação poderia ser melhorzinha, diretoria sãopaulina.

Depois que provocações baratas e bairristas fizeram um jogador mexicano tossir em um rival, parece que a tal gripe reforça mesmo preconceitos. Sarkozy chegou a sugerir que se proibissem voos da União Europeia para o México e o vice-ministro da Saúde de Israel, para evitar citar a denominação "suína" (o porco é considerado um animal impuro no judaísmo), sugeriu que a doença mudasse de nome para "gripe mexicana", parece que os hermanos da América do Norte vão sofrer mais com a discriminação do que com a doença em si.

Perguntar não ofende: porque ninguém sugere suspensão de voos e quetais para os EUA, já que comprovadamente diversos casos da doença na Europa - e um no Brasil - foram trazidos por gente que foi pra terra do tio Sam?

Atualização, 19h12: a Conmebol quer que a disputa das oitavas seja feita em partida única, nas casas de São Paulo e Nacional. Os mexicanos já avisaram que não topam, mas reviravoltas podem vir, já que esse imbróglio já teve inúmeras idas e vindas.

Pé redondo na cozinha - Um escriba da pesada

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MARCOS XINEF*

Parece mesmo que os grandes homens bebem muito. Este da história, por exemplo, tomou 18 doses de cachaças diferentes no dia em que o conheci, em meu bar. Além de ser um lutador incansavel e de um coração enorme, ele é um escrivão de policia. Bebe muito e tem como regra de vida o amor ao próximo e principalmente à sua família. O cara é de tal emoção e sinceridade que é o unico policial que já vi chorar em um dia no qual ocorreu uma tragédia com colegas seus na policia - mas não pelo fato de que a polícia seria prejudicada, e sim pelos dois pais de família que sairiam prejudicados com o ocorrido.

Um cara que ama e protege os dois enteados, o filho adotivo e a esposa como um leão. Essa história não é engraçada, como tantas outras que já contei, mas é real e, por isso, uma lição de vida, de como deveriam ser todos os grandes homens. E a nossa receita nasceu quando dei a ele um grill e ele me homenageou com meu prato mais famoso, o linguado ao molho de maracujá e vinho branco. Observação importante: a frase a seguir cabe justa na história acima: "Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos". Valeu, escriba!

LINGUADO AO MOLHO DE MARACUJÁ E VINHO BRANCO

Ingredientes:
1 posta de linguado de 300g
1 xicara de chá de açúcar
1/2 xícara de chá de vinho branco
1/2 xícara de chá de suco de maracujá concentrado
amido de milho
farinha de trigo
limão
sal

Modo de preparo:
Tempere o linguado com suco de limão e sal a gosto, passe na farinha de trigo e reserve. Em uma frigideira, derreta o açúcar até formar um caramelo, acrescente o vinho e o suco e deixe ferver bem. Depois, engrosse o molho levemente com amido de milho. Frite o peixe coloque em uma travessa cubra com o molho e sirva.


*Marcos Xinef é chef internacional de cozinha, gaúcho, torcedor fanático do Inter de Porto Alegre e socialista convicto. Regularmente, publica no Futepoca receitas que tenham bebidas alcóolicas entre seus ingredientes.

Gíria manguaça deriva da cerveja

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Aproveitando a volta do bôemio Adriano (foto) ao Flamengo e ainda ressaqueado do roteiro etílico madrugada afora (conexão Gaspar-Espetinho da Villa-666-Padrogas com os camaradas Glauco e Luciano), descobri um interessante detalhe cervejístico na origem de um termo bem utilizado pelos manguaças:

birita
Origem: Wikcionário

Substantivo feminino - bi.ri.ta

cachaça, pinga, aguardente ou bebida forte

Etimologia
Do Inglês beer

Copa do Brasil: jogos pra lá de interessantes

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Começam na próxima terça os confrontos das quartas-de-final da Copa do Brasil (veja abaixo). Destaque para os jogos entre Flamengo e Internacional e Corinthians e Fluminense. Quem passar dá grande passo para a final e o título, como diria o Conselheiro Acácio.

Na outra ponta, Coritiba e Ponte Preta fazem o confronto dos improváveis, aquelas zebras que sempre dão colorido à CB, mas tiveram suas vidas facilitadas para chegar aqui pelos tropeços de Botafogo (contra o Americano-RJ) e Santos (contra CSA-AL), que poderiam estar fazendo esse confronto no lugar dos classificados. Mas Inês é morta. 

Vasco e Vitória fazem um confronto de times no mesmo nível, embora os baianos estejam na primeira divisão. O Vasco tem de aproveitar o primeiro jogo em São Januário e fazer o mesmo que o Vitória na fase anterior. Na Bahia, vai ser difícil ganhar.

Quase ataque cardiáco no Galo X Vitória

Ainda bem que venho fazendo check-ups e tomando remédio para pressão, senão não aguentaria o jogo entre o Galo e o Vitória, no Mineirão, na última quarta-feira. Depois do vexame no Barradão, de ter tomado de 3 a 0 e praticamente decretado a queda do Leão, o Galo entrou com ânimo e buscou os mesmo placar. Nos pênaltis, errou a última cobrança, o que decretou a eliminação. Foi bom e ruim ao mesmo tempo. Bom por ter jogado bem, buscado o resultado e provado que o que aconteceu na Bahia foi um acidente. O ruim não preciso explicar para quem já teve time eliminado.

12/05

Ponte Preta X Coritiba             Moisés Lucarelli

13/05 

Vasco X Vitória                       São Januário         

Corinthians X Fluminense          Pacaembu

Flamengo X Internacional         Maracanã

Jogos de volta                                                    

19/05 

Coritiba X Ponte Preta  Couto Pereira

20/05  

Vitória X Vasco Barradão

Fluminense X Corinthians Maracanã

Internacional X Flamengo Beira-Rio

 

Manguaça evolutiva

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É sempre um prazer vagar sem rumo certo pela internet e achar preciosidades manguaças. Esse texto, do blogueiro Reinaldo José Lopes, do Visões da Vida, traz à luz alguns dos motivos evolutivos que fazem com que sejamos aprecisadores da marvada.

A primeira informação interessante é de que é normal que animais tomem a sua dosezinha de álcool, conseguida de maneira absolutamente natural (ao contrário do bichano aí ao lado), como resultado da fermentação de frutos. Afinal, açúcar e calor normalmente dão em fermentação, o que significa que álcool não falta na natureza. O exemplo do texto é o simpático musaranho-arborícola, um parente dos primatas que se alimenta do néctar fermentado de uma palmeira. O teor alcoólico da comida do bicho é de cerca de 4%, praticamente uma cerveja.

A outra descoberta que fiz nesse texto foi que 10% das enzimas do fígado humano servem para transformar o álcool em energia. O que significa que não é só a cerveja que merece ser chamada de pão líquido. Qualquer birita vira energia no nosso corpo. Isso me fez finalmente entender os manguaças que chegavam às seis da matina na padoca do Sr. Thalitão - também conhecido como meu pai - e pediam um café preto com pinga. E só. E precisa de mais o quê? Cafeína, açúcar e álcool eram o suficiente pra começar o dia, ou pelo menos pra aguentar a viagem de busão até o trabalho, que sempre era longe.

Claro que o efeito do álcool nos nossos cérebros, a embriaguez, também é um atrativo e tanto. Mas por esse tema Reinaldo quase passa batido, dizendo que é um efeito lateral da birita. Aí já não dá pra concordar. O tema certamente merece mais pesquisas - financiadas pelo Manguaça Cidadão? -, porque todos nós do Futepoca sabemos que sem cachaça, ninguém segura esse rojão.

quinta-feira, maio 07, 2009

O bom Corinthians - e o bom corintiano

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Mais uma vez, Ronaldo Nazário calou a boca dos críticos e classificou o Corinthians para as quartas-de-final da Copa do Brasil, marcando os dois gols da vitória sobre o Atlético-PR. Mas o post não é sobre a partida, deixemos a função com o Nivaldo e o DeMarcelo. Narro aqui a forma como vi (ou quase) o jogo. Eram sete e meia da noite quando a fome bateu, pois não tinha almoçado, e resolvi gastar meus únicos dez reais num salgado ou cachorro quente. Quando me encaminhava para a porta, o dono do apartamento entrou, esbaforido, e intimou:

- E aí, véio pinguço, vamo bebê? - e já foi sacando uma garrafa de vinho.

Buenas, desisti do cachorro quente e busquei o saca rolhas. O manguaça voltava de uma aula particular de latim (estudo necessário para seu trabalho de mestrado) e contou várias coisas interessantes que, posteriormente, pretendo reproduzir aqui no blogue. Mas, como era de se esperar, a garrafa não durou 50 minutos. Resolvemos descer para buscar mais uma "ampôla" e, no caminho, eu tentaria comer um salgado ou o que quer que fosse. Quando saímos do prédio na calçada da Avenida Paulista, porém, uma enxurrada de corintianos descia em direção ao Pacaembu.

- Ê, véio, que zona é essa? Tem jogo hoje? - perguntou o manguaça, que, apesar de ser corintiano, consegue ser mais alheio e desinformado de futebol do que eu.

- Tem sim, palestino. O Corinthians precisa só de um gol pra seguir na Copa do Brasil.

- Ah, então a gente tem que ver esse jogo! E comprar duas garrafas, não uma! Quanto cê tem aí?

Me lembrei do vinho de mesa argentino Santa Ana (foto), honesto, por R$ 9,88, e dei adeus aos projetos alimentícios. Mas fiquei me perguntando em que raio de lugar a gente ia assistir esse jogo, pois não há televisão no apartamento. Ou melhor, tem, mas está enconstada num canto, empoeirada e abandonada há séculos. Não perguntei nada: compramos as garrafas, um maço de cigarro e rumamos pra casa.

- Agora é rezar pra essa porcaria funcionar, senão a gente escuta pelo rádio - comentou o manguaça, dirigindo-se para o desgastado aparelho, que, de tão velho, é daqueles que tinham uma abertura para fita VHS, um videocassete acoplado (como a da foto à direita). Uma relíquia dispensada ali por algum habitante longínquo daquele apartamento, que chamamos hoje de "Lar de Repouso José de Anchieta", acostumados que estamos com nossa decrepitude.

Pensei que a televisão ia explodir assim que fosse ligado na tomada, mas resistiu bem e, ao toque do botão, apareceu uma mancha azulada no centro da tela, o negócio deu três engasgadas e apareceu uma imagem do Pacaembu bem chuviscada, em branco e preto e sem som. Dane-se, já era um milagre! O corintiano ainda tentou melhorar a coisa mas, a cada vez que mexia nos botões de troca de canal, a imagem sumia, o espectro azulado voltava e, dois minutos depois, ressurgia a chuvisqueira. Resolvemos deixar como estava. No mais, tínhamos som "ao vivo", pois a gritaria da torcida, no Pacaembu, chegava até o recinto como se estivesse a uma quadra dali.

Mas não deu nem dez minutos de jogo (ou do que conseguíamos enxergar dele) para que o papo regado a vinho fosse retomado - e a TV, ignorada. O corintiano não tava nem aí pra coisa. Bebemos, fumamos, contamos nossos causos e, quando vimos, o jogo já tava no segundo tempo. Nisso, o manguaça levantou pra ir à cozinha ou ao banheiro e eu pude prestar atenção nuns dois ou três minutos de jogo. Vi o camisa 7 do Atlético-PR perder um gol incrível, na pequena área, e pensei que, se tivesse assistindo o jogo no Minhoca's, a bola teria entrado. Mas, na sequência, o Corinthians engatou um ataque e eu pensei, involuntariamente: "-Vai ser gol. E o palestino nem vai ver". Dito e feito: houve um passe até a entrada da grande área, um jogador corintiano dominou, cortou o zagueiro e bateu no canto. Não dava pra identificá-lo, mas, no momento em que deram um close no Ronaldo comemorando, o manguaça voltou pra sala e perguntou, espantado:

- Foi gol do Timão? Gol do gordo? - repetia, atônito.

- Foi sim. Filhodaputa, esse cara é foda! - respondi, resignado.

O corintiano não gritou, não comemorou e nem esboçou reação. Permanceu abismado, com os olhos esbugalhados, sem dizer palavra. E, pouco depois, o gordo sofreu um pênalti e marcou mais um gol, numa paradinha humilhante. Matei o último copo de vinho, apaguei o último cigarro e me despedi do manguaça.

- Vou dormir, véio. Fica aí com teu time, que tá jogando muito bem, e com o Ronaldo, que é mesmo "o cara".

Foi então que, mesmo antes do apito final, a TV enguiçou, o espectro azulado voltou na tela e o corintiano despertou do transe hipnótico.

- Vai, véio, vai dormir. E vaaaaiiii Curíntiaaaaaaaa!!!

Pois é. Se continuar jogando desse jeito, o Corinthians vai mesmo. Os adversários que se cuidem. E o meu fígado que segure as pontas...

Tipos de cerveja 35 - As European Strong Lager

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Segundo o site parceiro Cervejas do Mundo, a maior parte das cervejarias do planeta procura produzir uma bebida mais forte e alcoólica, baseada na lager normal. O efeito pretendido é obtido com o aumento da quantidade de malte e de álcool, o que, por outro lado, reduz a presença do lúpulo no aroma e no sabor. São facilmente distinguidas das Malt Liquors, que são apenas elaboradas com malte, o que dá um toque mais acentuado a este cereal. As European Strong Lager são bastante comuns e é um estilo que se encontra em franco crescimento. Exemplos: Carlsberg Elephant, Clipper City Heavy Seas Small Craft Warning (foto) e Tuborg Royal Danish Strong Beer (engarrafada pela Unicer, sob licença da Tuborg).

Ps.: Aguardem, para breve, o resultado do mais recente teste cego de cervejas do Futepoca, realizado em 30 de abril no glorioso Espetinho da Villa.

quarta-feira, maio 06, 2009

Duelos distintos definem a final da Champions League

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Os jogos que definiram os finalistas da Copa dos Campeões da Europa não poderiam ter sido mais diferentes. Manchester United e Barcelona vão a Roma no dia 27 deste mês depois de eliminarem Arsenal e Chelsea, respectivamente.

No duelo entre Manchester e Arsenal, não deu nem para o cheiro. Os Gunners bem que tentaram engrossar o primeiro jogo, que terminou 'só' 1 a 0 para o Manchester. No jogo de volta, no entanto, todo o apoio da torcida não fez qualquer diferença para o time londrino. Aos 11 minutos de jogo os Red Devils - que jogaram de azul, um horror - já ganhavam de 2 a 0, acabando com qualquer esperança de zebra.

Mas não tinha como, mesmo. O Arsenal ainda é um time em formação, e um dos jogadores que está fazendo a diferença na Premier League, o russo Arshavin, não estava inscrito na competição continental. Já o Manchester tem o Cristiano Ronaldo, o mala decisivo (fez 3 dos 4 gols do MU no confronto), além de Rooney e Van der Sar. O Arsenal pode vir a ser um time muito melhor na próxima temporada, com a completa adaptação de Arshavin, o craque Fabregas e Van Persie. Quem sabe no ano que vem?

Já o outro confronto não poderia ter final mais emocionante. Depois de um empate sem gols no jogo de ida, em Barcelona, o resultado estava em todo aberto. A vantagem do Chelsea de jogar em casa era anulada pelo fato que a equipe não conseguiu marcar fora de casa, a tarefa mais importante nesse tipo de decisão. Antes perder por 3 a 2, por exemplo, que empatar em 0 a 0.

Aos 9 minutos do primeiro tempo do jogo de volta, o Chelsea marcou um golaço com Essian e se fechou na defesa, usando os contra-ataques. O Barcelona não ameaçou seriamente o gol de Cech, apesar de ter o ataque de 100 gols com Messi e Eto'o (Henry estava machucado e não jogou). Mas aos 47 minutos do segundo tempo, quando a torcida do Chelsea já comemorava a classificação, Iniesta acertou um chute do meio da rua no ângulo e deu a vaga aos Blaugranas - que jogaram de amarelo, outro horror. Foi o castigo que Guus Hiddink merecia, pois colocou o time na defensiva depois de sair na frente e não mudou a postura nem quando o Barcelona perdeu Abidal, expulso em lance bastante polêmico.

Vão decidir o título europeu as duas equipes que estão jogando mais bola hoje no mundo. Só posso dizer que trabalho bem na hora da decisão... e já estou pensando na doença que vou pegar para poder assistir.

Melhor escola estadual de SP é a 2.596ª do país

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Alertado pelo camarada DeMarcelo, dei uma espiada na entrevista que a Folha de S.Paulo (argh) fez com Camilo da Silva Oliveira, diretor da melhor escola da rede estadual de São Paulo no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a E.E. Lúcia de Castro Bueno, em Taboão da Serra (Grande São Paulo). Detalhe principal: ela foi apenas a 2.596ª no ranking geral do país (média 58,5, em 100 pontos). Não há melhor raio-x para o desmonte que o PSDB do (des)governador José Serra (foto) conseguiu fazer em terras paulistas. Para se ter ideia da discrepância, a melhor escola estadual do país, o Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira, mantido pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), teve média 75,11 - ficando na 19º posição no ranking geral. Convenhamos que a diferença entre a 19ª e a 2.596ª colocação, não só pela gigantesca distância numérica, mas por tratar-se de estabelecimentos de ensino da mesma região (Sudeste), é pra lá de gritante. Pior ainda quando lembramos que São Paulo é o estado mais rico do Brasil.

Mas essas comparações nem a Folha e nem ninguém da "grande imprensa" se dispõe a fazer (pra variar). Pré-candidato assumido à Presidência da República em 2010, José Serra e seu governo catastrófico no estado de São Paulo continuam blindados pelos mais influentes meios de comunicação. Mas, de vez em quando, sai alguma coisa interessante. Como essa entrevista de Camilo Oliveira, diretor da escola de Tabão da Serra, que desabafa, com todas as letras: "O governo do Estado só me atrapalha". E prossegue: "Aqui é uma escola maldita, que vai contra os modismos de cada secretário. Depois da Rose Neubauer [gestão Mario Covas], em que as escolas perdiam aulas para treinamento de professores em horário de serviço, veio um que nem sabe o que é rol de conteúdos [Gabriel Chalita, gestão Geraldo Alckmin]. A escola, que já não funcionava, ficava uma semana em feira de ciências ou excursões para zoológico. Melhora o ensino? Vi que era fria e tirei a escola disso. No governo Serra, temos o terceiro secretário em dois anos e meio. Se o meu projeto dependesse do governo, estaria esfacelado".

E Oliveira diz mais: "O governo não tem a menor ideia do que fazer com as escolas. Deveríamos nos preocupar com o que realmente interessa, que é a aprendizagem dos alunos. Depois se acerta a burocracia. Hoje, os diretores ficam mais preocupados com as atinhas, e o aluno não tem aula. É uma inversão. É triste (...) esse caos em São Paulo". Questionado sobre o novo secretário paulista de Educação, o ex-ministro (de triste memória) Paulo Renato Souza, o diretor escolar já suspeita de suas intenções. "Ele [Paulo Renato] se tornou político. O problema é saber se o objetivo dele é eleger o Serra presidente ou melhorar o ensino. Se ele chegou apenas com visão política, as escolas vão seguir esfaceladas, sem conteúdos. Ele vai ser mais um". A Secretaria da Educação do governo Serra não respondeu as críticas.

Som na caixa, manguaça! - Volume 38

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TRIBUNAL DE BAR
(Herbert Vianna/ Bi Ribeiro)

Os Paralamas do Sucesso

Foi julgado, condenado, executado
Sem direito a apelação
Foi dissecado, comentado e açoitado
Pelas línguas no Leblon

Descontrolou-se porque algo estava errado
Mas ninguém deu atenção
E finalmente foi traído
E viu seu nome publicado num jornal

É o veneno que sai
É o veneno que sai
E te faz o pior entre os iguais
Nos tribunais de qualquer bar

(Do LP "Os Grãos", EMI Odeon, 1991)

Viva o Coalhada! Palmeiras vence o Sport

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Lancenet

Com um gol do atacante paraguaio Ortigoza de cabeça, o Palmeiras venceu o Sport por 1 a 0 na primeira partida das oitavas-de-final da Libertadores. Em cobrança de falta de Cleiton Xavier, o herói da classificação, o sósia do Coalhada, personagem do humorista Chico Anísio colocou o time paulista a um empate da classificação. Ortigoza sofreu a falta que deu origem ao tento palestrino e resultou no segundo cartão amarelo de Hamilton.



Escrevendo assim, parece pouca coisa. A vitória do alviverde na Ilha do Retiro na primeira fase da competição teve como destaques, de um lado, a aplicação dos visitantes e, de outro, o fato de que para o Sport o jogo não era de vida ou morte. Também por méritos defensivos do Palmeiras, o time da casa não conseguiu criar abafa na ocasião. Agora será tudo diferente.

Espero que Marcos saiba do que está falando e que o Palmeiras realmente tenha aprendido a jogar a Libertadores. Mas é claro que não basta saber o que é necessário, falta realizar.

Jogo
O jogo não foi simples, ao contrário foi uma luta de boxe repleta de estratégia e aplicação. O time entrou errado, com Pierre, Cleiton Xavier, Marquinhos e Diego Souza no meio e Keirrison e Willians no ataque. Bem ofensivo no papel, mas não funcionou.

O único reforço para as oitavas-de-final da Libertadores, foi Mozart, e nenhum reforço mais. Ele estreou no segundo tempo, no lugar de Marquinhos, praticamente perseguido pela torcida, ao mesmo tempo em que o autor do gol entrava no posto de Willians. A mexida, no papel, foi tirar dois meias-atacantes para colocar um atacante nato e um segundo volante. Nada de ofensiva no papel, mas funcionou melhor porque o paraguaio entrou bem.

No primeiro tempo, Keirrison havia mandado mais uma bola na trave. Diego Souza fez o mesmo, de cabeça. Talvez com mais tranquilidade, o placar pudesse ser mais favorável. De qualquer forma, a decisão iria para o Recife e é pedreira. E antes disso, ainda tem a estreia do time no Brasileirão, contra o Coritiba, o mesmo adversário de 2008.

DataFutepoca
Pelos cálculos do DataFutepoca (DataBar teria mais apelo), são 35 partidas em que os treinadores se enfrentaram do banco de reservas. Foram 11 vitórias de Nelsinho Baptista, 10 de Luxemburgo e 14 empates. Ainda valeria a pena uma recontagem.

terça-feira, maio 05, 2009

Por que não bebo refrigerante

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O camarada Olavo vai achar que é perseguição, mas desde já esclareço que suas Coca-colas não estão entre os refrigerantes que foram testados e apresentaram a presença de Benzeno, uma substância cancerígena em testes.


Nada de alarmar, as doses são pequenas e na maioria dos casos dentro dos limites permitidos pela legislação, mas quem puder trocar drogas à base de açúcar (ou adoçantes) e corantes por, por exemplo, sucos naturais (não necessariamente de cevada), esta é a hora...

A Folha de S.Paulo de hoje afirma que sete refrigerantes têm substância a cancerígena benzeno, segundo o Pro Teste --Associação Brasileira de Defesa do Consumidor-- , que surge da reação de um conservante, o benzoato de sódio, com a vitamina C. Como não há regra para a quantidade do composto em refrigerantes, usou-se o limite para água potável: 5 microgramas por litro.

São eles a Sukita Zero, que tinha 20 microgramas, e o da Fanta Light, com 7,5 microgramas. Os outros cinco produtos estavam abaixo desse limite. São eles: Dolly Guaraná, Dolly Guaraná Diet, Fanta Laranja, Sprite Zero e Sukita.

A Coca-Cola, responsável pela Fanta, afirmou, em nota, que cumpre a lei e que os corantes de bebidas são descritos no rótulo. Afirma, ainda, que o benzeno está presente em alimentos e bebidas em níveis muito baixos.

A AmBev, que fabrica a Sukita, informou à Folha que trabalha "sob os mais rígidos padrões de qualidade e em total atendimento à legislação brasileira".

O ébrio e o respeito ao princípio da propriedade

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Em 2008, senti-me sinceramente envergonhado pelo pouco caso do Brasil em relação ao centenário de um de seus filhos mais célebres, o escritor carioca Machado de Assis (foto) - seguramente, um dos maiores da língua portuguesa e da literatura mundial. Fora uma ou outra palestra, exposição ou exibição de obras suas adaptadas para o cinema ou teatro, a data, que merecia justa comoção nacional, passou em lamentáveis e brancas nuvens. Chateado com isso e aproveitando que no próximo 21 de junho completam-se 170 anos de seu nascimento, decidi render minhas próprias homenagens da forma como acredito que Machado mais apreciaria: relendo três de seus livros mais fascinantes, "Memórias póstumas de Brás Cubas", "Quincas Borba" e "Dom Casmurro". O mais interessante em rever esses trabalhos, além do sarcástico bom humor e da absoluta avacalhação do ser humano e dos costumes sociais, é notar que, nas entrelinhas ou em capítulos aparentemente desconexos, o escritor encobriu pepitas que dificilmente encontramos nas primeiras leituras. Uma delas segue abaixo:

"Era uma vez uma choupana que ardia na estrada; a dona - um triste molambo de mulher - chorava o seu desastre, a poucos passos, sentada no chão. Senão quando, indo a passar um homem ébrio, viu o incêndio, viu a mulher, perguntou-lhe se a casa era dela.
- É minha, sim, meu senhor; é tudo o que eu possuía neste mundo.
- Dá-me então licença que acenda ali o meu charuto?
O padre que me contou isto certamente emendou o texto original, não é preciso estar embriagado para acender um charuto nas misérias alheias. Bom Padre Chagas! - Chamava-se Chagas. - Padre mais que bom, que assim me incutiste por muitos anos essa ideia consoladora, de que ninguém, em seu juízo, faz render o mal dos outros; não contando o respeito que aquele bêbado tinha ao princípio da propriedade, a ponto de não acender o charuto sem pedir licença a dona das ruínas. Tudo ideias consoladoras."


(in "Quincas Borba", Capítulo CXVII - Livraria Garnier, 1891)

segunda-feira, maio 04, 2009

Quer saber? Eu gostei

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A imagem abaixo circula pela rede. Segundo consta, foi feita pela Nike, fornecedora de material esportivo do Corinthians, em comemoração ao título paulista de ontem.


Muitos santistas se iraram. Há os que propõem boicote à empresa e os que anunciaram que jamais comprarão nada da Nike até que apareça um pedido de desculpas oficial (imagino o quanto as ações da Nike devam ter caído depois dessas declarações).

Santista que sou, também triste com a perda do título, sigo em mão diametralmente oposta. Achei legal a imagem, e por dois motivos: futebol tem mais é que ter brincadeira; tô fora de fazer parte de uma cultura futebolística que não inclua a tiração de sarro como cláusula pétrea. 

O outro motivo é que ser alvo de uma zoação é algo que apenas traduz a sua grandeza. Sou de um tempo - que não faz tantos anos assim - que o Santos era motivo de piedade e compaixão por parte dos rivais. Lembro de quando torcedores dos outros times falavam, de coração aberto, que torceram pelo Peixe na final de 1995. E vocês não têm noção do quanto isso é danoso, do quanto dilacera a auto-estima de um torcedor. Por isso, fico muito feliz quando vejo provocações desse tipo, assim como me agradou ver na torcida corintiana faixas com os dizeres "7x1 eterno", numa alusão à tragédia de 2005.

Que o Santos faça, dentro de campo, algo que motive uma resposta à altura dessa provocação.

Cruzeiro campeão e a história se repete

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Não há novidade no título do Cruzeiro. Neste mesmo Futepoca o time azul já foi declarado campeão quando venceu a primeira partida das finais por 5 a 0, com mérito por ter um time melhor que o do Galo.


Na partida de ontem, que terminou 1 a 1, ocorreu o que sempre acontece. Se o jogo está um pouco mais difícil, marcam-se pênalties e jogadores do Galo são expulsos. Não estou reclamando da expulsão do Welton Felipe, que foi justa...

Podem dizer que é choradeira, e é mesmo. Mas não reclamei nada nos 5 a 0, achei a arbitragem correta. Ontem, foi controversa. Faz tempo que o Gaciba não atua bem. Os Perrela devem ser muito "carinhosos" com determinados árbitros.

Mas o que importa é que a derrota para os azuis criou nova crise no Galo, que acabou demitindo o Leão e vai começar o brasileirão do zero.

Gosto do Leão e nem um pouco de seu substituto, Celso Roth, mas o Leão vem cometendo erros sistemáticos, como manter time que é goleado e beneficiar determinados jogadores que não vêm atuando bem, como o goleiro, Juninho, e não dar chances ou ficar de birra com jogadores jovens de quem não gosta, como Tchô e Marcos Rocha. Sem contar que quer mandar mais que o presidente do clube.

Para ele, parece que aos amigos, tudo. De quem não gosta, ... A justificativa para manter seus preferidos é sempre o que produzem nos treinos, que só ele vê. Se quiser continuar como técnico terá de rever certas atitudes.

As cartas estão lançadas, torcerei como sempre, mas temo pelo meu Galo neste Brasileiro. 

Campeão! Invicto! É nóis! Corinthians!!!

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Senhoras e senhores, o Corinthians é pela 26ª vez campeão paulista, numa campanha digna de sua história: invicto, com brilho e garra nas semifinais e finais, superando os rivais em suas casas. Consolidou sua defesa ao longo da fase de classificação, a menos vazada do campeonato, e garantiu, com a incorporação do astro planetário Ronaldo ao elenco, lances de beleza ímpar, que marcaram a história do futebol nacional e viraram manchete em todo o planeta.

Todos os meus vivas ao Chicão – infelizmente fora da finalíssima, logo ele que levou a faixa de capitão por todo o campeonato e mais do que ninguém simboliza com sua raça e espírito esta vitória do Timão –, e ao Felipe – mesmo instável, brilhou e muito nos momentos decisivos. Minha alegria de ver Dentinho amadurecendo seu futebol e também belos gols do André Santos, que apesar de arrogante ainda pode render muita coisa boa ao futebol. Vivas ainda à presença marcante de Alessandro e Cristian, que apoiaram e deram corpo à equipe, assim como William, Douglas, Jorge Henrique, Boquita e tantos outros que lutaram conosco, por nós.

Mano Menezes consolida um retrospecto estatístico bastante positivo à frente do Corinthians, com mais de 60% de vitórias e apenas cerca de 10% de derrotas. A julgar que ele tem que trabalhar com o que tem – e o elenco, salvo exceções, está longe de ser genial –, a vitória estadual está aí para provar que, no cômputo geral, suas opções ao longo do campeonato estavam corretas. Soube aproveitar (e poupar) a presença de Ronaldo, soube se defender, soube virar jogo. No ano passado, liderou o Timão à final da Copa do Brasil, e pipocou. Agora mostra que aprendeu a lição e soube lutar com seu elenco por esse resultado de lavar a alma.

Para mim, como para muitos corintianos, essa taça vem pôr um ponto final à pior crise do Corinthians que eu tive o azar de presenciar. Não que o time – e mesmo o clube – esteja estruturado para jogar com consistência os próximos campeonatos – que dirá os próximos anos... Mas tínhamos um dever e o cumprimos. E com classe: in-vic-tos!

Agora é festejar, pra desopilar o fígado, depois respirar fundo e centrar o pensamento no próximo desafio. O Atlético Paranaense não vai facilitar nada pela Copa do Brasil. Mas o Timão é mais!!! É nóis!!!

PS:

E não é que o Fogão, que sumiu no Rio, foi querer participar da festa do Timão!

sábado, maio 02, 2009

Bebo enquanto espero

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Depois de uma infindável sequência de finais de semana trabalhando, inclusive o feriado do Dia do Trabalho, e perfeitamente convencido de que esse período em nada me dignificou, finalmente tirei um momento para almoçar com a família num restaurante alemão. Resolvi então praticar um pequeno luxo, tomar aquela cervejinha importada de uma vez na vida. Primeiro, uma Erdinger escura, sensacional. Depois, uma cerveja que já tinha visto em alguns lugares, mas que ainda não tinha provado: Weihenstephaner, produzida na cervejaria mais antiga do mundo. É de um daqueles mosteiros da Baviera, onde, por falta do que fazer e desejo de elevar-se a Deus, os frades e freiras medievais aprimoravam-se na arte de servir ao Senhor pela fermentação do cereal. No rótulo diz "Desde 1040" – quase mil anos de tradição cervejeira. O paladar comprova que freira velha é que faz cerveja boa.

Aproveito o mote pra pôr na roda um debate que outro dia tive com o Frédi a respeito das tais cervejas de trigo, identificadas por ele com as cervejas brancas. Eu não consegui checar isso com um alemão confiável, mas acho que há aí uma confusão de ordem linguística. Acontece que branco em alemão é Weiß (pronuncia-se [vais]), donde as cervejas brancas se chamam Weißbier ou Weissenbier (que me corrijam os germanistas); já trigo é Weizen (que se pronuncia [vaitsen]), donde as cervejas de trigo se chamam Weizenbier. De Weissenbier para Weizenbier, convenhamos, a diferença de grafia é mínima, mas entre o branco e o trigo, vai já uma distância semântica razoável.

Ajuda na confusão o fato de que (me corrijam as freiras cervejistas) as cervejas brancas são feitas de trigo. Mas hoje mesmo tomei uma Weizenbock da Erdinger, uma cerveja de trigo escura, o que elimina de cara a hipótese de igualar os dois termos.

No mais, Pacaembu, 16h.

Muricy dá outra espetada em Luxemburgo

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Mais uma vez, o técnico do São Paulo, Muricy Ramalho (foto), não perdeu a chance de dar mais um cutucão no colega de profissão Vanderlei Luxemburgo, técnico do Palmeiras. Depois de opinar polemicamente que "a Libertadores é mais fácil que o Brasileirão", Muricy deu a irônica justificativa:

"A Libertadores é mais fácil de ganhar do que campeonato de seis meses com pontos corridos. Não depende muito do técnico, mas sim de o Xavier (Cleiton, jogador do Palmeiras) acertar um chute do meio-de-campo."

Ps.: Falando em Libertadores, a gripe suína fez com que a Conmebol adiasse o jogo de ida do São Paulo contra o Chivas Guadalajara, pelas oitavas de final, em uma semana. O México é o foco original da doença e, por isso, a partida não será realizada lá. Nesta semana, as autoridades sanitárias de Bogotá (Colômbia) e Santiago (Chile) proibiram a recepção do jogo. Tudo indica que será disputado no Uruguai ou no Paraguai.

O Corinthians como 'cupido' de Pepe e Pelé

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No encarte especial "Paixão alvinegra", do Lance! de hoje, o eterno Pepe, "Canhão da Vila", descreve os bastidores do romance com sua esposa Lélia:

"O clássico mais especial que eu disputei em Santos e Corinthians aconteceu no dia 7/12/1958, na Vila Belmiro. Nós goleamos por 6 a 1 e eu marquei um dos gols. Fiquei tão empolgado com a vitória e com o meu gol que depois da partida eu estava passeando em São Vicente e criei coragem para ir falar pela primeira vez com a Lélia. Hoje estamos casados há 45 anos e a nossa primeira troca de palavras aconteceu naquela noite, mais precisamente na Biquinha (local famoso de São Vicente). Eu sempre fui muito tímido e a Lélia sempre passava em frente à mercearia que o meu pai tinha. Existia aquela troca de olhares, porém eu nunca tinha coragem de puxar papo. Aquela vitória contra o Corinthians eu diria que foi o pontapé inicial para o meu relacionamento. Por isso tenho certeza que aquele clássico é o mais importante que disputei."

O mais curioso é que o Corinthians também interferiu na aproximação de Pelé com sua primeira esposa, Rosemeri. Ambos assistiam a um jogo de basquete e o jogador abordou a moça, que revelou ser corintiana e perguntou se ele tinha bronca do clube, pois sempre marcava gols pelo Santos nesse clássico.

sexta-feira, maio 01, 2009

F-Mais Umas - A homenagem que Senna não fez

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CHICO SILVA*

Quem me conhece sabe que nunca fui admirador do corintiano Ayrton Senna (foto). Acho isso uma coisa curiosa. Pois quem me conhece sabe também que sou um renhido defensor das coisas e tipos da Zona Norte, região onde nasci e vivo até hoje. Dizem, aliás, que os moradores da ZN são os paulistanos que mais defendem seu pedaço. Não sei se isso é regra. Mas seguramente não sou a exceção. Todo esse prólogo é para falar que Senna, assim como eu, era um sujeito da ZN. Passou a infância na Vila Maria e parte da adolescência na Serra da Cantareira, onde seu pai comprou uma casa grande e confortável. Em algumas ocasiões o vi circulando por aqui a bordo de uma Audi Station Wagon azul.

Uma delas ficou na memória. Em uma tarde chuvosa de verão, ele parou seu carrão para que eu atravessasse a Alfredo Pujol, uma das avenidas mais conhecidas do bairro Santana. Mas a ironia, o deboche e o jeito escrachado, além do imenso talento, me aproximaram de Nelson Piquet. A cruzada da Globo e especialmente do Galvão Bueno para torná-lo um santo na Terra e o seu pouco caso com jornalistas que não fossem do plim-plim me desagradavam. Era novo para estar na ativa, mas ouvi várias histórias de colegas que foram tratados com descaso pelo piloto. E até hoje não engulo aquela conversa de que ele viu Deus na saída do túnel de Mônaco. Mas, fazer o quê?

Pois nesse momento em que se completam 15 anos de sua morte descubro uma história que me tocou. Não a conhecia. E imagino que muitos de vocês também não. Por isso acho legal contá-la. Não quero com isso limpar minha barra com ele. Pelo contrário, não mudo uma vírgula do que penso a seu respeito. Mas aí vai: como todos sabem, Senna morreu no GP de San Marino, disputado no 1º de maio de 1994. Na véspera, o piloto austríaco Roland Ratzenberger (acima, à direita) teve o mesmo destino. Foi a primeira morte em oito anos na categoria. O acidente mexeu com Senna, que foi para a corrida do dia seguinte claramente abalado. Contrariando seu instinto midiático, resolveu prestar uma emotiva e silenciosa homenagem ao colega morto.

Durante a autópsia do brasileiro no Instituto Médico Legal de Bolonha, uma jovem legista encontrou uma bandeira da Áustria dobrada no bolso de seu macacão. Senna desfraldaria a flâmula na volta da vitória. Seria a primeira vez que exibiria uma bandeira que não fosse à brasileira. A curva Tamburello não deixou. O episódio está no blog do Flávio Gomes. Na época do acidente, Flávio cobria o GP pela Folha de S.Paulo e assinou um sensacional texto sobre os acontecimentos daquele trágico final de semana. O título do post é "Ímola, 1994" e pode ser lido no mesmo endereço. Vale a visita.


*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

Pai de Pelé marcou um gol no São Paulo

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No feriado de 1º de maio de 1950, o São Paulo viajou até Bauru para um jogo amistoso contra uma equipe local. O Bauru Atlético Clube (BAC) tinha como artilheiro Dondinho (à direita), pai de um garoto de nove anos chamado Edson, que mais tarde viria a ser conhecido como Pelé. E foi Dondinho quem abriu o placar para os donos da casa, aos 21 minutos do primeiro tempo. Mas Bóvio, aos 37, e Marin, aos 39 do primeiro tempo, viraram o placar. Ponce de León completaria a vitória do São Paulo por 3 a 1, aos 15 da segunda etapa. Curioso é que o ponta direita Marin é o mesmo José Maria Marin que, décadas mais tarde, seria vereador, deputado estadual, vice-governador e, por dez meses, governador de São Paulo - quando Paulo Maluf deixou o cargo para concorrer nas eleições de 1982.

Dondinho, o pai do Rei do Futebol, nasceu João Ramos do Nascimento na cidade mineira de Campos Gerais, em 1917, e faleceu em Santos (SP), em 1996, aos 79 anos. Começou a carreira como jogador na década de 1930, passando pelo Atlético (de Três Corações-MG), Fábrica de Armas (de Itajubá-MG), Esporte Clube Hepacaré (de Lorena-SP) e Vasco da Gama (de São Lourenço-MG), entre outros, antes de encerrar a carreira em Bauru. Chegou a fazer uma partida pelo Atlético-MG, contra o carioca São Cristóvão, mas machucou o joelho em um lance com o zagueiro Augusto (futuro zagueiro do Vasco e da seleção brasileira na Copa de 1950) e teve que voltar para Três Corações, cidade onde nasceu Pelé. Na foto acima, o neto Edinho, Pelé e Dondinho, com uma antiga camisa do BAC. Em 18 anos de carreira, Pelé marcou 33 gols no São Paulo.

quinta-feira, abril 30, 2009

El Huerequeque

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JOSÉ ANDRÉS MURILLO*

Em janeiro de 2004, fui à Amazônia peruana com um grande amigo, José Manuel Simián (neto de um lendário goleiro dos anos 30 e 40: Eduardo “Pulpo” Simián [pulpo é polvo]). Depois de percorrer a selva durante alguns dias, chegamos a Iquitos. Nesta cidade foi filmada parte de um filme que ambos admiramos muito: Fitzcarraldo (1982), de Werner Herzog.

Perguntamos a um moto-taxista, que nos havia levado a vários pontos da cidade (como o mercado, onde vendiam jiboias vivas, óleo de bicho-preguiça, famoso por ser afrodisíaco, e cascos de tartaruga em extinção para fazer um prato típico da região: sopa de tartaruga), se seria possível, talvez, conhecer o barco de Fitzcarraldo. “Claro!” E partimos. No caminho, o motorista nos perguntou se queríamos conhecer Huerequeque, que havia atuado como cozinheiro do filme e que agora mantinha o bar El Huerequeque, próximo ao porto de Iquitos. Foi emocionante saber que poderíamos entrar em contato diretamente com o que havia sido a vida desse filme, registrada, aliás, em um caderno autobiográfico de Herzog e em pelo menos dois documentários, um do próprio Herzog, sobre sua relação com Klaus Kinski, que vive o protagonista (Meu inimigo íntimo), e outro sobre as filmagens (Burden of Dreams, de Michael Goodwin).

“Só temos que comprar algumas garrafas de cerveja e ir a sua casa”, nos disse o motorista, “é meu amigo”.

Huerequeque abre a porta e nos saúda como se já nos conhecesse. Nos levou ao salão, que mais parecia uma barraca de uma feira de antiguidades. Tinha, entre outros milhares de tesouros absurdos, um enorme aquário feito de cimento e um para-brisas de automóvel. Dentro, nadavam diferentes espécies de peixes amazônicos. O motorista nos deixou aí e se foi. Huerequeque em nenhum momento nos perguntou por que chegamos em sua casa, o que procurávamos, nem sequer se gostáramos do filme. Parecia evidente que tínhamos que chegar aí, sentarmo-nos à sua mesa e manguaçarmos os três, diante dos olhares dos peixes. José Manuel e eu brindamos por estar aí com Huerequeque, e escutamos o que ele queria nos contar.


Quando começou a falar, foi como se retomasse uma conversa conosco, como se fôssemos velhos amigos. Contou da filmagem de Fitzcarraldo, de como ele chegou ao filme. Nunca atuou, nos confessou, só chegava bêbado e fazia o que lhe diziam que tinha que fazer, sem conflitos. Não teve problemas nem mesmo com Kinski, que era intratável. Os próprios índios que participam, uma vez finalizada a filmagem, se ofereceram a Herzog para matar Kinski. Herzog disse que não. Depois, conta ele mesmo, se arrependeu, mas já era tarde.

Queriam alguém para fazer o cozinheiro do barco, alguém que parecesse bêbado. “Eu não sou cozinheiro nem pareço bêbado. Eu sou bêbado!” Depois do sucesso do filme, Huerequeque percorreu toda a Europa dando entrevistas, e a única coisa que aprendia de cada país era como dizer “saúde”, para poder brindar adequadamente. Contou que agora era poeta e escrevia contos. Narrou ali vários de seu contos, pois era o que mais gostava de fazer, sobre sua juventude, de quando era militar na selva. Nos hipnotizou durante várias horas com seus mágicos relatos, como aquele sobre o desejo irrefreável de um militar e uma índia, que em pleno furor do amor caem ao rio e são devorados pelas piranhas. E tantos outros.

“Há quatro coisas importantes na vida”, concluiu, solene: “a amizade, o esporte, o sexo e a cerveja. Se falta alguma dessas coisas, você apodrece por dentro”. Tivemos que ir, pois José Manuel tomava o avião de volta ao Chile. Fomos embora de moto-taxi, silenciosos, talvez pensando em cada um dos pilares da vida de Huerequeque, guardando bem na memória para que nunca nos faltem. Pensei naquele momento e penso agora novamente: preciso praticar esporte.

* José Andrés Murillo é chileno, vive em Paris, onde faz um doutorado em filosofia, e, por questão de sobrevivência, vem periodicamente ao Brasil buscar algumas garrafas de cachaça.

Corinthians "rebola" e perde invencibilidade

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“O time entrou rebolando”, reclamou Mano Menezes no intervalo da partida Atlético PR 3 x 2 Corinthians, na Arena da Baixada. No momento do comentário do treinador gaúcho, o jogo estava 2 a 0 para o Furacão, fora o baile. E pra fechar a tragédia, quem dava os melhores passos no salão era Rafael Moura, o famigerado He-Man (que já fez comentários sobre economia aqui), autor de um gol de cabeça e do passe para o tento de Wallyson (o filho de Wally, que foi encontrado em um boteco obscuro de Curitiba, segundo fontes).

A tal “rebolada”, traduzida do gauchês, é o tal do salto alto. E Mano tinha razão de reclamar. O Corinthians entrou nitidamente desconcentrado, o que bateu com minha própria atitude: liguei a TV pra ver uma vitória, com gols de Ronaldo, não para ver um jogo difícil. Quando percebi, já tava 3 a 0 no início do segundo tempo e a classificação estava indo pro saco. Pra piorar, a notícia de que Ronaldo, que não voltou para a segunda etapa, tinha suspeita de haver quebrado uma costela. Perdia-se a classificação, a moral e o craque do time.

O time só acordou a partir da metade do segundo tempo, quando colocou a bola no chão e tocou a bola. As chances começaram a aparecer. Chicão bateu penalti questionável sofrido por Morais e a bola bateu nas duas traves e voltou, coilocando o fator zica na noite já trágica.

Depois de apresentar o pior cenário possível, a sorte começou a virar. Mas só aos 41 minutos. Christian acertou um petardo numa bela cobrança de falta e tornou mais possível buscar o resultado no Pacaembu. E aos 47 minutos, Dentinho aproveitou cruzamento de Alessandro para fazer 3 a 2 e deixar a classificação a uma vitória simples em casa de distância. Ufa!

Atuações

Duas coisas ficaram claras pra mim no jogo dessa noite. Primeiro, que Chicão, que é um baita zagueiro, não sabe marcar bola cruzada na área. É a terceira vez que vejo ele olhar só para a bola, tentando cortar o cruzamento, e deixar o atacante sozinho pra cabecear. Hoje o presenteado foi o He-Man, nas ioutras vezes foi o zagueiro Miranda, no primeiro jogo da semi-final do Paulista contra o São Paulo.

A outra constatação é que Alessandro faz falta ao time. Com Fabinho em seu lugar, não tem saída de bola pela direita, a bola fica menos tempo rodando no meio campo, as jogadas pelo lado funcionam bem menos e mesmo a marcação fica prejudicada. Não imaginava que o lateral viria a ter essa importância, que talvez venha mais da noção tática do que da habilidade do jogador.

Isso me leva a terceira constatação: o time só funciona quando está muito focado. A força do Corinthians vem da aplicação, da entrega dos jogadores. Se entra fora de foco, não funciona. Não tem craque no Timão, com a exceção do Gordo. Que, aliás, não quebrou nada e pega o Santos domingo.

O lado bom

Se o jogo tivesse terminado 3 a 0 não teria como dizer isso, mas sendo otimista, é possível dizer que a derrota veio em bom momento. Entrar com esse salto alto na decisão contra o Santos seria suicídio. O time da Baixada é bom e tem condições de ganhar da gente no Pacaembu. Vamos precisar de toda essa concentração pra garantir o título.

Falando no Santos, não pude ver a partida passada por motivos profissionais e preferi não fazer post em cima dos melhores momentos. Mas vale uns comentários. O Santos massacrou o Corinthians quase o tempo todo, pelo que vi. E ainda tem corintiano detonando Felipe pelo falha no gol. Se trocasse o goleiro, dava pra ter sido 5 a 3 para o Santos.

Mas o fato é que, novamente, o time jogou recuado e quase leva um chocolate. Quem salvou a pele de Mano Menezes, além de Felipe, foi Ronaldo. Não dá para não falar dos dois golaços feitos pelo centroavante. A matada de bola no primeiro e toda a jogada do segundo são alguns degraus acima do que se vê no futebol brasileiro. O craque fez a diferença e espero que continue fazendo.

Domingo é entrar jogando sério e pressionando o Santos, fazendo valer o fator casa. Mano Menezes que dê um jeito do pessoal não ficar “rebolando” de novo. E que bote o time pra frente. Outras idéias podem custar.

Cleiton Xavier, Cleiton Xavier, Cleiton Xavier!

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O jogo do Corinthians tinha acabado e a transmissão da TV aberta passou para os dez minutos finais do tempo regulamentar de Palmeiras e Colo Colo. O zero a zero davam a vaga para o time chileno, que tinha vantagem de saldo de gols. Nem sempre os grupos da morte são tão de matar. Aos 41 minutos e 42 segundos da segunda etapa, o desespero jã tomava conta do time depois de uma partida bem jogada, mas sem efetividade. Duas bolas na trave no primeiro tempo não valem gol. E eram 10 em campo, porque o zagueiro Marcão havia sido expulso.

Então, o camisa 10, jogando como segundo volante, pega a bola na intermediária, finta o zagueiro e arrisca um chute que ele não vai acertar tão cedo. Tão cedo, realmente não precisa. Cleiton Xavier colocou a bola no ângulo esquerdo do arqueiro Munhoz.

Em meio aos gritos de gol da vizinhança, o mais exautado sai à janela e resume:

– Cleiton Xavier, Cleiton Xavier, Cleiton Xavier!


Era o que bastava. O Colo Colo ainda perdeu duas chances claras de gol, Marcos, o Goleiro teve de sair em cada escanteio batido, e o placar foi assegurado. A vitória simples era o que bastava para mudar a configuração do grupo. Ao fim da partida, os jogadores chilenos se reúnem no centro do gramado e parecem não acreditar.

É por essas coisas que o futebol é genial. Melhor quando é a favor do nosso time.

Em tempos de gripe suína, estou me contendo para evitar as piadas abaixo da crítica.

Sorte e acerto
Vanderlei Luxemburgo arriscou ao escalar três zagueiros, Wendel e Souza no meio e Diego Souza no ataque. Arriscou um esquema muito defensivo. Mas se deu bem, porque o time entrou aplicado, mandou duas na trave. Depois, era seguir sua própria cartilha (ou sua própria mesmice): sai o lateral, entra um meia-atacante, Willians, no caso. Depois, tirou Diego Souza, zonzo depois de uma trombada em campo. Pierre, contundido, deu lugar a Evandro, não conta.

E teve muita sorte, porque um chute daqueles é antiesquema tático. 

Só sei que quando o Kléber Machado começou a elogiar o treinador, eu deixei a TV sem som até acabar o jogo. Recomendo.

Bom para os brasileiros
Com isso, os cinco times brasileiros se classificaram para a próxima fase da Libertadores. Não quero dizer com isso que eles sejam "o Brasil na Libertadores" e muito menos que os torcedores de outros times devam torcer por essas equipes. Mas é melhor.

No grupo 7, o Grêmio é dono da melhor campanha, mas todos os outros brasileiros, à exceção do Palmeiras, são primeiros de seus grupos. Sport, no 1, Cruzeiro, no 5, São Paulo, no 4. Como ainda faltam quatro partidas, realizadas nesta quinta, e as chaves das oitavas-de-final são definidas por pontuação entre primeiros e segundos, não é possível saber a combinação.

quarta-feira, abril 29, 2009

Gripe suína acaba com o 1° de maio e deixa estádios vazios

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O medo de uma epidemia de gripe suína no México provoca efeitos assustadores, maiores do que os da própria doença até agora. Como há casos em outros países, a possibilidade de pandemia é o maior temor, principalmente porque 64 estadunidenses foram contaminados.

As escolas e universidades na capital do país suspenderam as aulas até dia 6 de maio para evitar aglomerações propícias à contaminação da Influenza, como dizem os mexicanos. Isso tem levado a uma redução no trânsito caótico da cidade.









Saúde! Mas
espirre para
o outro lado,
da próxima...



Outros efeitos dizem respeito à vida política e esportiva da nação. As partidas de futebol do fim de semana serão realizadas sem torcida. Chivas de Guadalajara e Pumas será uma dessas partidas.

Foram suspensas pelas centrais sindicais as comemorações do Dia do Trabalhador, nesta sexta-feira, 1° de maio, , também para evitar multidões. Desde 1923, é a segunda vez que as comemorações são canceladas. Isso coloca a data como uma das mais tradicionais do mundo. A suspensão só ocorreu antes em 1996, em meio à crise econômica.

Origem
Enquanto alguns denunciam que a origem da doença seriam fazendas de porcos de uma multinacional estadunidense, outros afirmam que a mutação do vírus surgiu inicialmente no Texas e no sul da Califórnia, como Laurie Garrett, jornalista especializada em saúde.

Foto: hmerinomx/Flickr
Diante do noticiário sobre a gripe suína, a eminência ruiva Brunna Rosa vem denunciando o risco de criminalização dos porcos (ou seria dos porcos).

No bar
O mundo inteiro não fala de outra coisa. Ninguém mais se lembra do Obama, do "o cara", da lei seca.

Se, por um lado, a informação pode ser uma aliada no combate ao risco de epidemia, o alarmismo também gera coisas tão incríveis quanto esta, testemunhada em um posto de gasolina, às 23h. Dois manguaças conversam:

– Viu aí a gripe suína?
– É... Primeiro, foi a gripe aviária, depois, a gripe bovina (?!?!?!), agora a suína.
– (Silêncio e olhar perdido no horizonte).
– Quero ver é quando estourar a gripe humana, aí acaba tudo...

A conversa me lembrou um diálogo que tive com uma senhora que afirmava e garantia que a asma era provocada pelo contágio da gripe dos gatos. Ela não se referia a alergia, achava que era algum tipo de vírus mesmo, embora se trate de uma doença crônica – pelo menos foi o que ela me explicou, mas nem sei se ela entendia o que a própria defendia.

E a definição mais elaborada do que seria "gripe bovina" diz que se trata daquela que "transforma todos [os humanos contaminados] em gado manso e obediente".

Humana, não é suína
Sobre a gripe humana, eu fico com a objetividade do governo português: "Nos humanos não existe gripe suína mas sim gripe humana". Bravo!

Corintiano manguaça: 'Só tem safado na diretoria'

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Como era de se esperar, milhares de corintianos se acotovelaram nas bilheterias do Pacaembu, hoje pela manhã, na desesperada tentativa de assegurar um lugar na segunda partida decisiva do clube pelo Campeonato Paulista, contra o Santos, no próximo domingo (a foto à esquerda é de Reinaldo Marques/Terra). Segundo o site Terra, "havia gente esperando desde sábado". "Quando a bilheteria foi aberta, às 9h (de Brasília)", prossegue o texto de Maurício Duarte, "os fãs comemoraram como um gol de Ronaldo. Fogos, pessoas se levantando de suas cadeiras de praia, muita bebida e gritaria. Mas a festa durou pouco. Às 10h30 (de Brasília) as bilheterias foram fechadas. Quando os corintianos foram avisados pela polícia e pelos orientadores de que os ingressos estavam esgotados, houve princípio de confusão, uma tensão muito grande entre a Tropa de Choque e os torcedores revoltados, que provocavam os policias com hinos ofensivos, atirando pedras e garrafas de plástico". Mas o melhor depoimento foi de "um dos fãs mais exaltados, que admitiu ter consumido vinho, vodka e cerveja na fila durante a espera". Segundo a reportagem, o rapaz chorava compulsivamente, batia no peito e reclamava dos dirigentes corintianos, da polícia e até da política nacional: "Só tem safado na diretoria do Corinthians, que não disponibiliza ingresso. Por isso a política desse país não vai pra frente, porque somos tratados desse jeito. Mas isso aqui é Corinthians, é amor, sentimento, não dá pra controlar". Tava demorando para alguém botar a culpa no (corintiano) Lula...

Gripe suína ataca cérebro de governador

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Porquinhos
"Ela é transmitida dos porquinhos para as pessoas só quando eles espirram.
Portanto, a providência elementar é não ficar perto de porquinho nenhum"
José Serra, governador de São Paulo e candidato a presidente, sobre a gripe suína

É triste a sina de homens públicos que têm de falar sobre tudo o que não conhecem, mas o governador de São Paulo e quase candidato a presidente pelo PSDB exagerou ao falar da gripe suína.

Primeiro porque não há nenhum registro de transmissão da gripe de porcos para humanos até agora. Nem o vírus foi encontrado em nenhum porco até o momento. O contágio é de humano para humano, diferentemente da gripe aviária.

O próprio nome gripe suína, que deve ter inspirado a opinião do governador, é inadequado. Podia ser gripe mexicana, onde apareceu, ou mesmo aviária 2, porque a mutação do influenza, vírus da gripe comum, pode ter ocorrido em qualquer um desses animais.

Mas há dois agravantes:
Primeiro, Serra já foi ministro da Saúde, deveria saber que não se deve comentar nem dar opinião em questões de saúde sobre coisas sérias ou sobre as quais não se tem conhecimento.

Segundo, como palmeirense não deveria disseminar preconceito contra os pobres porquinhos que espirram.

Imagine o que aconteceria se a gafe tivesse sido de um tal presidente manguaça e analfabeto segundo nossa grande mídia?