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XOTE ECOLÓGICO
(Aguinaldo Batista/ Luiz Gonzaga)
Não posso respirar
não posso mais nadar
A terra tá morrendo
Não dá mais pra plantar
Se planta não nasce, se nasce não dá
Até pinga da boa é difícil de encontrar
Cadê a flor que estava ali?
Poluição comeu
E o peixe que é do mar?
Poluição comeu
E o verde onde que está?
Poluição comeu
Nem o Chico Mendes sobreviveu
(Do LP "Vou te matar de cheiro", 1989, Copacabana)
Lendo o livro que contém a peça de teatro "Calabar" (foto), de Chico Buarque e Ruy Guerra, proibida pela ditadura militar em 1973, encontrei detalhes curiosos sobre o polêmico espetáculo, que foi completamente abortado (só teria a primeira montagem na década de 1990). Fernando Peixoto, por exemplo, só aceitou dirigir a peça, naquela ocasião, depois de "se convencer" em dois bares paulistanos: "No fim de junho de 1973, Chico e Ruy me procuram em São Paulo. Trazem o texto de 'Calabar' e a proposta de assumir a direção do espetáculo. Já havia muitos anos de amizade antes disso, mas partimos para um verificação crítica mútua: Chico e Ruy foram para o Teatro São Pedro assistir um espetáculo meu, 'Frank V', de Dürrenmatt, enquanto eu fui para o Bar Riviera ler o texto deles. O acerto foi selado na Baiúca". Não há projeto inviável que duas mesas de bar não nos convençam do contrário...
Depois de escolherem atores e atrizes e ensaiarem a peça em Ipanema, no Rio de Janeiro, entre setembro e outubro daquele ano, veio a bomba: o texto seria revisado pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) e o prazo para solução era indeterminado. Em 13 de novembro, o projeto foi abandonado de vez, depois de fracassarem todas as tentativas dos advogados dos autores em Brasília. Trecho de uma anotação de Peixoto, na ocasião: "Nós estamos definitivamente castrados. Agora resta encontrar o elenco para encerrar tudo". Mas a cachaça sempre põe uma luz no fim do túnel. "Vim agora do Bar Luís, onde estive com Chico e Ruy", prosseguia Peixoto. "Uma última hipótese: filmar o espetáculo em Petrópolis. Me parece meio utópico. Quem sabe?". Pois é, só tomando uma (ou várias) para estimular a criatividade e tentar driblar a censura dos generais naqueles tempos bicudos.
Choco é um brother que sempre está aqui pelas redondezas do bar. Dia sim, outro também, ele vem tomar umas e outras e contar como foi seu dia salvando vidas (ele é técnico em enfermagem, trabalha num Pronto Socorro e no resgate). Daí, fugindo um pouco de todas as histórias engraçadas que já contamos aqui na coluna, trazemos o exemplo de um profissional que se depara com momentos de extrema tensão, para não dizer tristes, mesmo. E que confirmam de forma integral a frase: "-Hoje vou tomar uma pra esquecer".
Mas, voltando às coisas alegres, outro dia ele veio já muito louco e nos disse que não tinha bebido nada (mas não era o que parecia). Ele trançava as pernas e falava mole. Mas, no final das contas, ele nos convenceu que não tinha bebido mesmo, apesar da manguaceira explícita. Ficamos muito curiosos para saber como ele conseguiu tal proeza. Fomos para casa e ficamos tentando descobrir até o outro dia, quando ele voltou sóbrio e nos contou a receita dessa maravilha que nós apelidamos de Chococanadim – ou, traduzindo, "Pudim de Cana do Choco". Lá vai a receita:
CHOCOCANADIM
Ingredientes
1 envelope de gelatina de chocolate (ou qualquer outro sabor)
400ml de vodka
600ml de água
Preparo
Pegue a gelatina, despeje em um recipiente, adicione 400ml de vodka e 100 ml de água fria, ferva 500ml de água e adicione. Deixe na geladeira até ganhar a devida consistência. Sirva normalmente, sem avisar os convidados. Aproveite e dê muitas risadas depois disso. Uma boa idéia é servir durante a ceia de Natal em família...
Falando nisso, deixamos aqui um feliz Natal e um próspero Ano Novo para os queridos leitores do Futepoca e todo amor que houver nessa vida para nossos queridos irmãos de Santa Catarina – lembrando que vale mais a pena viver os momentos atuais de felicidade do que os tristes já vividos.
Assinado: Marcos Xinef, Bruno Castellan e Fernando Rodrigues (Choco).
Abraços!
Há algumas semanas, os jogadores manguaças Pituca e Agenor, do Paraná Clube, tomaram umas a mais e se envolveram numa briga em uma casa noturna de Curitiba. A imprensa esportiva, pra variar, desceu a ripa nos dois. Por isso, quando o volante Pituca fez o primeiro gol do Paraná na goleada por 4 a 0 sobre o CRB, na terça-feira passada, imitou um brinde junto com o colega de copo Agenor. A torcida não gostou. "-Foi uma forma de protesto, pois a imprensa noticiou coisas que não eram verdade", afirmou Pituca, ao Lance!. Pois é. O que não era verdade é que eles tomaram "só uma"...
Tá lá na Agência Estado: o prefeito reeleito de São Paulo, queridinho da mídia Gilberto Kassab (foto), do ex-PFL (DEM), que arrecadou R$ 29,8 milhões na campanha deste ano, "justificou" simplesmente 95% (reforço: noventa e cinco por cento) do dinheiro como oriundos de "doações ocultas", segundo prestação de contas à Justiça Eleitoral. Gente, isso não é sério. É muito sério, pô! No total, R$ 28,5 milhões entraram na conta da campanha via partido político ou comitê partidário, operação que até é permitida pela legislação, mas dificulta a crucial identificação de quem financiou o candidato. E a mídia, pra variar, trata o assunto com total discrição.
Entenderam o golpe? Quando empresas e pessoas físicas fazem doações diretas aos candidatos, sua identidade é revelada na prestação de contas. Mas, quando a doação vai para o caixa do partido, é impossível saber quem a recebe efetivamente, pois o dinheiro pode ser repassado para mais de um candidato. E, enquanto as prestações de contas das campanhas são feitas até 30 dias após as eleições, os partidos só divulgam a lista de seus doadores no meio de 2009. Lembrete: Kassab teve a campanha mais cara entre os concorrentes e quase atingiu o teto previsto antes do início das eleições, de R$ 30 milhões. Repito o meu jargão: ah, se fosse o PT...
O alvo principal das inevitáveis acusações de fracassos no Brasileirão é o Palmeiras de Luxemburgo. Diz-se que contratou muito - especialmente a própria comissão técnica, é verdade - e que por isso a equipe deveria estar agora disputando o título. Ou estar com o caneco assegurado, o que é um flagrante exagero.
Mas se o Palmeiras é cobrado assim, o que dizer do Internacional de Tite, que gastou as burras para contratar Nilmar, Daniel Carvalho e D'Alessandro? A posição intermediária em que o time vai ficar no Brasileiro (no máximo 6º colocado, com diferença de cerca de 10 pontos para o 5º) é bastante decepcionante. A conquista do título estadual não apaga a má impressão, assim como no Palmeiras. Talvez a contratação de Gustavo Nery tenha anulado os bons investimentos, quem sabe?
Mas a temporada colorada pode ser salva pelo título da Copa Sul-americana. Não que o campeonato tenha algum prestígio no Brasil, mas um título é sempre um título, ainda mais internacional. E, além do caneco em si, nesse ano a Sulamericana pode dar de brinde ao campeão uma vaga na Libertadores, por conta da suspensão que a Fifa ameaça impor ao futebol peruano pela intervanção do governo federal na Federação de Futebol do país. Se até o meio de dezembro o imbróglio não estiver resolvido, três vagas serão abertas na Libertadores. O Inter batalha nos bastidores para que uma delas vá para o campeão da Sul-americana.
E a decisão começou muito bem para o Colorado. Na primeira partida da final, contra o Estudiantes, na Argentina, vitória por 1 a 0, mesmo depois da expulsão de Guiñazu aos 25 minutos do primeiro tempo. O gol foi marcado por Alex de pênalti, depois de falta sofrida por Nilmar. A decisão será na próxima quarta-feira, no Beira-Rio. O Inter joga pelo empate. E pela salvação do ano.
Novos apoios engrossam a campanha "Vai, Futepoca!". Eles se unem à primeira leva de apoiadores. Faça como eles e vote na gente, faltam poucas horas para o encerramento da votação. Agora vai?
Bento XVI
Com tanta gente me criticando por ser um conservador, esses fiéis aliviaram minha barra me chamando de comunista. Melhor do que chamar de capitalista. E ainda falam do vinho, que a gente tanto aprecia aqui no Vaticano. Que Deus abençoe esses meninos...
David Beckham
Eles ajudaram a vender minhas cuecas, gostam da Victoria, e também não entendem o Luxemburgo. Vou pedir pro pessoal do Milan votar.
Hugo Chávez
Pela defesa que fizeram das partidas na altitude, na terra dos nossos hermanos bolivianos em sua batalha contra a Fifa, apóio o Futepoca. Acredito que é o início de uma mobilização contra o imperialismo ianque pela Blogosur, a integração de latinoamerica pelos blogues contra las corporaciones transnacioles!
Dunga
A mídia me persegue pelo que eu represento pela marcação de esquerda desse país. Tá certo que o Futepoca foi o primeiro veículo a querer me tirar, mas também me defendeu mais de uma
vez, além de nunca ter feito leitura labial do que eu falo. Pode ser pouco, mas luva de pelica pra quem apanha de soco inglês já é carinho.
Meio-dia. Calor. Ressaca. Dor de cabeça. Cansaço. Vontade de beber de novo. Trezentas coisas pra resolver no trabalho. Desespero. Toca o celular.
- Alô, senhor Marcos?
- Sim.
- O senhor adquiriu, recentemente, uma linha fixa pré-paga da Encrencofônica?
- Sim.
- Senhor Marcos, o senhor estaria interessado em adquirir o serviço Speeki?
- Não.
- Não? Por que, senhor?
- Não tenho computador.
- Ah! E para a TV? O senhor não gostaria de adquirir o serviço Encrencofônica TV Digital?
- Não.
- Também não?!? Por que?
- Não tenho televisão.
- ... (ouve-se um suspiro prolongado)
- Hãã... Muito bem, senhor Marcos, a Encrencofônica agradece, tenha uma boa tarde...
Fim da ligação. Com o amargo do vinho de ontem na boca, fico imaginando o rapaz do telemarketing reclamando pro colega da baia ao lado: "-Não tem computador! Não tem televisão! Nem sei como tem celular! A gente pega cada pé-rapado pra tentar vender essas porcarias que vou te contar, viu!".
A notícia vem circulando há alguns dias, mas só vi hoje no The First Post.
Martin Leguizamon Peña, advogado do atual técnico da seleção argentina de futebol, o ex-10 Diego Armando Maradona, conseguiu na Justiça argentina uma liminar que restringe resultados de busca com o nome de seu cliente. A estratégia tem um dado "inovador", que é exigir filtros também na busca em vez de apenas atacar pontualmente seus resultados. Assim, ao buscar qualquer combinação de palavras que inclua "Maradona" no Yahoo! argentino, lê-se:
Con motivo de una orden judicial solicitada por partes privadas, nos hemos visto obligados a suprimir temporalmente todos o algunos de los resultados relacionados con ésta búsqueda.Até dia 10 de novembro, consta que nem o aviso era exibido, era nenhum resultado e pronto.
Tá sobrando dinheiro por aí: sem mais o que fazer (ou propor), um partido italiano de extrema direita está oferecendo 1.500 euros para quem der aos filhos o nome do falecido ditador italiano Benito Mussolini (à direita) ou de sua mulher, Rachele. O nanico Movimento Sociale-Fiamma Tricolore argumenta candidamente que esses dois nomes são "muito agradáveis". Na cara larga, o partideco acrescenta ainda que o incentivo "não tem nenhuma intenção fascista ou racista" - Ma che! Catzo! Só que uma das condições é exatamente que pelo menos um dos pais seja italiano (xenofobia?). Para facilitar as adesões, o "Bolsa-Mussolini" é oferecido em cinco áreas pobres do Sul de Itália. Aí o manguaça vira pra mulher, com um olhar pra lá de mal intencionado: "-Chega pra cá, minha porpêta! Vamo fazer outro bagulino? Esse vai se chamar Benitinho! Mas me diz uma coisa, pêpa: quanto será que dá, em vinho tinto, 1.500 euros?".
Não, caro leitor, o título acima não é fruto de nenhum delírio ou ressaca mal curada. Pesquisando e realizando entrevistas para um material que será publicado na revista Fórum, em razão dos vinte anos da morte de Chico Mendes, surge uma revelação fantástica: o líder seringueiro encontrou um dos ícones da esquerda mundial em um estabelecimento etílico.
Após ter tido participação decisiva na Revolução Cubana, Che Guevara queria "exportar" o modelo para outros países. Teria mirado a Bolívia como um dos seus alvos mas, com a CIA no seu encalço, escolheu caminhos tortuosos para chegar ao país, daí sua estada no Acre. Não são poucos os acreanos que afirmam terem cruzado com Guevara, que teria abordado algumas pessoas para chegar até a fronteira com o país vizinho. E o encontro com Chico, narrado pelo próprio ao professor Pedro Vicente em história confirmada pelo jornalista Élson Martins, se deu desta forma:
O que a gente não faz pelo Futepoca?
Campanha a 4°C - Emirates Stadium - Arsenal 1 x 0 Dínamo de Kiev - UEFA Champions League - 25/11/08
Há exatos três anos, num 25 de novembro, morria, aos 59 anos, o irlandês George Best (foto à direita) - um dos maiores jogadores de futebol (e bêbado) de todos os tempos. Em 2002, teve de receber um transplante de figado, destruído pela cirrose. Mas insistiu na manguaça e, em 3 de outubro de 2005, teve que ser internado às pressas no hospital Cromwell, em Londres, com sérios problemas nos rins. Antes do fim, no dia 20 de novembro, teve seu último gesto de nobreza: deixou-se fotografar em seu estado lamentável no quarto do hospital, com a mensagem: "Não morra como eu".
Foi então que recebeu uma carta com a seguinte assinatura: "Do segundo melhor jogador de todos os tempos, Pelé". "Este foi o último brinde da minha vida", suspirou Best, tão fanático por futebol quando criança que dormia com a bola na cama. Aos 15 anos, foi treinar no Manchester United. Estreou como profissional em 1963 e marcou 178 gols em 466 jogos pelo seu clube do coração, onde formava um lendário trio com o inglês Bobby Charlton e o escocês Denis Law. Bicampeão inglês em 1965 e 1967, Best participou da maior conquista dos Red Devils até então, a Copa dos Campeões da UEFA, em 1968, sobre o Benfica de Eusébio. E simplesmente marcou o gol da virada, já na prorrogação. O placar final foi 4 a 1.
Ao final daquela temporada, Best recebeu a Bola da Ouro da France Football, sendo, até hoje, o único irlandês a conquistar a premiação. Mas, fora do campo, sua vida era ainda mais agitada. O irlandês tinha cara de galã de cinema e cabelo de astro do rock. Por isso, a imprensa começou a tratá-lo com a mais alta honraria daquela década de 1960: "O Quinto Beatle". O problema é que ele abusava do álcool. Depois de dirigir embriagado e bater num policial, nos Estados Unidos, passou oito semanas jogando no time de uma penitenciária.
Na época, por ser protestante, convivia com ameaças do IRA (Irish Republican Army), grupo paramilitar católico e reintegralista. Curiosamente, Best jogou em duas equipes católicas: o Cork Celtic, da própria República da Irlanda, e o Hibernian, da Escócia. Aos 38 anos, em 1984, se aposentou. Casou-se duas vezes e teve quatro filhos, dois dos quais não reconheceu como dele. Em 1991, deu vexame num debate ao vivo pela BBC, completamente bêbado. Morto, deixou frases antológicas da chamada "vida zonza" assumida (e consumida). Fiquem com duas delas:
"Em 1969, eu desisti das mulheres e do álcool. Foram os 20 piores minutos da minha vida"
"Eu gastei a maior parte do dinheiro que ganhei com bebidas, mulheres e carros velozes. O resto eu desperdicei"
A mobilização do Futepoca na votação do The Bobs não pára de crescer. Agora, nomes de peso se juntaram à campanha em declarações de voto mais que extra-oficiais.
Fiquei sabendo essa semana que o Bauru Atlético Clube (BAC) fechou as portas em junho deste ano. Mais grave: virou supermercado. Com isso, o palco do nascimento para o futebol de um certo Edson Arantes do Nascimento, em 1953, ficou na memória de quem conheceu o local.
A falência do Baquinho foi um processo longo que se arrastou até as vésperas de completar 90 anos. Já na década de 60, o campo foi dividido para construir piscinas, apostando na parte social quando, hoje, o que dá dinheiro é justamente o futebol. Nada melhorou, a crise apertou e fecharam-se as portas.
Na foto, o escrete do Baquinho, com Peé sentado sobre a bola
O filho de Três Corações nasceu em 1940, mas se mudou com os pais para a cidade no interior de São Paulo quando tinha cinco anos. Aos 13, estava no BAC. Dizem ter feito partidas pelo Noroeste antes de ir para o Santos. Constam relatos até de jogador-mirim até fugiu do vestiário antes do jogo para comer amendoim.
Divulgação
Hoje, no lugar dos primeiros dribles deve estar a gôndola de extrato de tomate. Com um pouco de sorte, a seção de material esportivo. Com mais sorte, a de cachaça (foto), mas isso já é elocubração. Nada contra o supermercado que, ao menos, parece ter a intenção de montar um memorial ao finado Baquinho. Será que a Fifa ou a CBF deveriam ter zelado pelo local?
O PSDB caminha, em São Paulo, com sua visão voltada para 2010. O governador José Serra (à direita), depois das eleições municipais, onde chegou a ser apontado como truculento, agora está nos mostrando sua versão "paz e amor". Conversa com todos os partidos. Aquilo de ideológico ou fisiológico ficou no passado. Neste instante, tucanos enxergam, somente, as próximas eleições majoritárias, para governo e Presidência da República.
Aqui no buteco todos os freqüentadores falam abertamente sobre a eventual fusão entre PSDB e PPS. Há uma razão. O deputado federal Arnaldo Jardim, do PPS (à esquerda), é conhecido, neste momento, como "embaixador de São Paulo" em Brasília. Ele tem convidado parlamentares e delegados partidários, com votos nas convenções, para almoços, jantares e até bate-papo no Palácio dos Bandeirantes.
Lógico, as reuniões não têm sido para falar sobre o Campeonato Brasileiro ou a situação do Palmeiras. Ao abrirem os cardápios, lê-se: eleições 2010. O deputado do PPS ainda despacha à vontade com prefeitos de todo o Estado. Aliás, apoio mesmo, quem tem recebido são os vencedores das últimas eleições. Onde o apoiado do Executivo paulista perdeu, as benesses estão indo direto para os vencedores. Ao perdedor resta o consolo de dizer que é da base aliada. Não há partido que Aloysio Nunes Ferreira e Serra não papariquem.
O governador sabe que seu maior desafio é ser simpático até ao próprio PSDB. O passado deve ter servido de escola. "-E outro governador tucano, Aécio Neves", disse um novo palpiteiro no grupo, "está caminhando até no exterior para procurar apoio 'econômico'. Não está ligando para a crise". Sobre negociações da venda da Nossa Caixa, nada se fala. Pelo visto, o tucano que menos anda, voa. Já o PT, bem, o PT nada diz. Outro dia até perguntei para um deputado petista: "-Como é, vai ter eleição em 2010?". A resposta foi um sorriso.
Lembrei: qualquer hora esta pressão estoura.
Depois de quatro rebaixamentos em seqüência - três no Brasileirão, Vitória (2004), Brasiliense (2005) e Corinthians (2007), e um no Paulistão, Juventus (2008) -, Vampeta finalmente deu o braço a torcer e pendurou as chuteiras. "Tive ofertas de alguns clubes como Fortaleza e Ceará, mas, neste momento, prefiro encerrar a carreira...", reticenciou o ex-volante, célebre por ter dado piruetas na rampa do Palácio do Planalto, em Brasília (foto), completamente bêbado. Esse é um dos motivos para continuar sendo assunto no Futepoca, mas Vampeta quer dar outro: "Vou ser candidato a deputado federal nas próximas eleições", garantiu. "E logo começarei a tocar o projeto de um livro", emendou. Será que o Souza entra no enredo?
O Corinthians deu férias ao time titular após a vitória por 3 a 2 contra o Avaí, neste sábado, no Pacaembu. O último jogo do Timão em São Paulo este ano foi marcado por uma estranha vontade dos dois lados, ambos já sem objetivos a conquistar no campeonato. Até pancadaria saiu, com dois expulsos de cada lado (veja mais aqui no Retrospecto).
A vitória deixa o Corinthians com um desempenho excelente em jogos em casa nessa temporada, segundo conta do Ricardo, do Retrospecto, que eu cito: “Contando Campeonato Paulista, Copa do Brasil e Série B, o alvinegro perdeu apenas duas partidas na cidade de São Paulo em 2008: o clássico contra o Palmeiras e o jogo acidental contra o Bahia. No Pacaembu, pela Série B, foram 16 vitórias, 2 empates e 1 derrota em 19 partidas. Um desempenho invejável.”
Já não tem muito que falar do Corinthians há um tempo. Agora, vou tentar dar uma olhada no último jogo da temporada, contra o América RN, em Natal, e ver como se comportam os reservas. Tomara que o Mano escale o Marcelo Oliveira, que no ano passado parecia saber jogar bola.
Para o ano que vem, muita especulação. De concreto, Mano Menezes renovou o contrato para o ano que vem, segundo consta depois de discutir com a diretoria o planejamento para ter um time competitivo na próxima temporada. Também estão adiantadas as negociações para manter Herrera, mas não definidas ainda.
Enquanto isso, já falaram que Martinez (Palmeiras), Tcheco (Grêmio), Túlio (Botafogo), Domingos (Santos), Kleber Pereira (Santos) e até Ronaldo, o Gordo, foram “contratados” pela imprensa para jogar no Corinthians. Como três quartos disso deve ser balão de ensaio, não vale a pena comentar.
A diretoria do Corinthians falou um tempo atrás que tinha três jogadores fechados, que jogam no Brasil, no que não acredito muito, na verdade. Mas levando a sério, fiquei pensando e acho que os três caras que eu queria, em momento sonhador, seriam Keirrison (Coritiba), Alex (Inter) e Kleber Pereira (Santos). Poderia trocar um dos três por um bom lateral-direito (não confio muito no Alessandro), mas não lembrei de nenhum. Outro nome que me ocorreu, e que meu pai certamente aprovaria, é o do Kleber do Palmeiras, que além de ser bom reforço (será ainda melhor se controlar os nervos...), desfalcaria o rival. E você, quem queria ver jogando no Corinthians em 2009?
Bêbados não pensam no futuro e cedo ou tarde aprendem a dura lição que a vida ensina. Dona Isabel, vizinha de minha mãe, que o diga. Vive graves dificuldades financeiras e, mesmo tarde demais, parece que aprendeu. Ela hoje aconselha minha mãe: Leinad, faça uma poupança, não conte pra ninguém, não confie nos seus filhos, você não vai se arrepender.
Durante muitos anos, foi Isabel quem cuidou de seu pai, muito velhinho, já sem conseguir levantar da cama, e administrava as contas da família. Quando o decrépito morreu, o segundo filho dela, Marcio, que é administrador de empresas, foi ver o estado do patrimônio que um dia herdará, e percebeu que sua mãe basicamente se afundara em dívidas. A razão principal é que ela não tem idéia de como se administra bens, mas o filho esfrega na cara que ela quase arruinou todo mundo para sustentar a própria manguaça.
Marcio obrigou a mãe a se submeter a tratamentos, e agora acompanha de perto sua nova opção por remédios psiquiátricos no lugar da vodca, controlando cada centavo que ela gasta. Para ir almoçar com a vizinha no feriado de quinta-feira (20 de novembro, Dia da Consciência Negra), dona Isabel teve que pedir dinheiro ao filho.
No restaurante, longe das vistas de outros conhecidos, ela foi avançando de caipirinha em caipirinha, variando as frutas até completar o pomar disponível. Foi então que, num desabafo, aconselhou: Leinad, ouça o que eu estou falando, faça uma poupança e não conte a ninguém, senão um dia você vai querer beber e seus filhos não vão deixar.
Aprendamos, nós também.
E mamãe, fique tranquila, você vai beber até o último suspiro, eu prometo!
Mais que o possível rebaixamento, uma ameaça maior paira sobre São Januário. No site www.euricomiranda.com há um abaixo-assinado que diz contar com mais de "mil assinaturas" pedindo o impeachment de Roberto Dinamite e a volta dele, claro, o morto-vivo Eurico Miranda.
Ontem o Guarani venceu o Águia-PA por 2x1, em casa, e assim garantiu o segundo lugar no Campeonato Brasileiro da Série C e o consequente acesso à segunda divisão nacional. O Bugre voltará a disputar a Série B depois de dois anos consecutivos na Terceirona. Além do clube de Campinas, subiram ontem o Duque de Caxias-RJ e o Campinense-PB. O Atlético-GO, campeão por antecipação, já estava promovido. Quem se deu mal no octogonal foram Brasil-RS, Rio Branco-AC, Confiança-SE e o já citado Águia, que terão que encarar a Terceirona novamente no ano que vem.
O acesso do Bugre é algo a ser celebrado. Num futebol cada vez mais organizado como o nosso (e falo isso sem ironias, é óbvio que ainda está ruim, mas já esteve bem pior), que a partir do ano que vem terá três divisões com regulamento e participantes bem definidos, o Guarani merece estar entre os 40 participantes dos dois melhores níveis. A grandeza do clube e sua torcida justificam isso.
E há outro ponto para reflexão. Em 2006, o Guarani foi rebaixado no Brasileiro (da Série B para a C) e no Paulista (da A1 para a A2). Não foram poucos que chegaram a decretar a "morte" do Burge. A avaliação à época era que a queda à Série C era um abismo muito grande para ser superado. Além da humilhação óbvia de jogar a terceira divisão, o que se dizia era que o formato da Série C, com seus participantes definidos em cima da hora e com um regulamento que favorece a imprevisibilidade, dificultaria o ressurgimento de qualquer equipe.
Pois bem, ainda em 2006 o Brasil viu uma mostra de que a queda à Série C é algo reversível. Naquele ano, Vitória e Criciúma, times que haviam jogado a Série A dois anos antes, conseguiram avançar da Terceira para a Segunda divisão. No ano seguinte, foi a vez do Bahia subir. Agora, quem avança é o Guarani.
Acredito que o que fica dessas histórias é justamente a referência de que os rebaixamentos devem, sim, ser respeitados, e que a queda não é algo que represente necessariamente o término do "passado de glórias" de alguma equipe. Cair não é bom, claro que não, mas com um bom trabalho é possível se recuperar e reverter o quadro.
A seleção brasileira feminina de futebol sub-20 (sim, isso existe) está no Chile disputando o Mundial da categoria. Ao fim da segunda rodada, o Brasil já está classificado para as quartas-de-final, depois de ter vencido a Coréia do Norte, atuais campeãs, e o México.
O que já chama a atenção nesse time são os laterais de ataque cobrados no lado esquerdo do campo. A lateral Leah (uma brasileira que viveu dos 2 anos de idade até esse ano nos EUA e ainda está aprendendo a falar português) inventou uma maneira de jogar a bola dentro da área com força, coisa que, se já é difícil para homens, imagina para mulheres.
Ela simplesmente faz uma acrobacia (que na ginástica se chama - ou se chamava na minha época - reversão) apoiando a bola no chão para pegar impulso e jogar a bola com força. Muito criativo. A moça diz que o pai a ajudou a treinar a tática, aproveitando seu treinos de ginástica olímpica da infância.
E a jogada não começou a ser usada agora, no Sulamericano ela já fazia a mesma jogada. E, o que é mais incrível, ela cria mesmo uma chance de gol com isso. Adorei.
Mais uma vez era domingo e, pra variar, eu e o hermano Luciano descemos para a Padrogas (apelido "carinhoso" de uma padaria/buteco de Pinheiros, em São Paulo) para tomar umas brejas e jogar conversa fora. Lá pelas tantas, o camarada deu um pulo e quase caiu da cadeira. E falou: "-Velho, um rato passou no meu pé! Ele se enfiou embaixo da geladeira!". Confesso que não vi a abominável criatura, mas confio no amigo. Só que, e daí, fazer o quê? Se o rato foi embora, assunto encerrado. O problema é que, dez minutos depois, o bicho voltou.
Era uma ratazana grande, cinzenta, peluda. Ficou patinando sob nossa mesa e depois voltou para a geladeira, passando em seguida por baixo do balcão onde a Padrogas comercializa pães, queijos e presuntos (eca!). Bom, mas a vontade de beber era maior do que o nojo e simplesmente mudamos de mesa. Com isso, o rato ficou desimpedido para atingir seu objetivo: saltar pela janela que dá para a calçada da Rua Cardeal Arcoverde. Acontece que, nesse trajeto, tinha mais uma mesa ocupada - e por duas moças que, entretidas no papo de bar, não tinham notado nossas desventuras com o roedor.
Foi aí que eu vi o rato quase em cima do pé de uma delas e dei o alerta. Não sei se já meio de pileque ou por ser lerda, mesmo, a moça que estava de frente pra mim não conseguia compreender o que eu queria dizer com: "-Olha o rato! Olha o rato aí debaixo da mesa!". Ela se levantou e, confusa, acertou um chute no animal, que voou para a parede e subiu pelo batente da janela (que estava fechada). Aí foi a confusão, gritaria, gente derrubando cadeira, aquele fuzuê. Todo mundo viu o bicho grudado no batente da janela, no alto, tentando desesperadamente uma rota de fuga para a rua. Quando notou que não existia, deu um salto de volta para o chão e, dali, para o balcão de pães e frios.
O pior da história é que a Padrogas é uma daquelas padarias metidas a besta, que passam por uma reforma visual só pra cobrar mais caro por tudo o que vendem. E foi isso que revoltou o colega Luciano (foto à direita). "-Eu quero desconto, não é possível ficar bebendo aqui com um rato passando! Eu quero o desconto-rato!". Na mesa ao lado, dois manguaças escutaram o protesto e aderiram na hora. "-É isso aí! Desconto-rato! Tem que subtrair o rato na conta!".
Eu só ri, mas o Luciano tava falando sério. Na hora de pagar, ele intimou a mulher do caixa: "-Como? 26 reais?!? E o desconto-rato?". A mulher nos olhava meio incrédula e até tentou engatar uma desculpa esfarrapada do tipo "-Rato tem em todo lugar, sai do esgoto". Mas se tocou de que a nossa posição era irredutível. "-Desconto-rato, minha senhora! Ou não vou pagar nada!", decretou o compadre Luciano. Pois a mulher eliminou não-sei-que-lá e fechou em 17 pilas. O desconto-rato colou! E eu arrematei para o Luciano: "-Da próxima vez, pode deixar que eu mesmo trago o bicho numa bolsa...".
EU E MINHA EX
(Júpiter Maçã)
Eu e minha ex, no botequim, falando sobre nossas vidas
As novas amizades, relações, experiências, sacações
Foi quando eu percebi, me incomodava a intimidade da ex
As novas idéias, discos, filmes
Diferentes de quando eu opinava
Eu e minha ex queremos amizade
Mas acho que eu não superei
Talvez ainda goste dela
Eu e minha ex, na tempestade, sob o mesmo guarda-chuva
Pelas alamedas de Porto Alegre, do Mercadão até o Bonfim
Eu e minha ex queremos amizade
Mas acho que eu não superei
Talvez ainda goste dela
Eu e minha ex, talvez um dia sejamos um só outra vez
Em outro planeta, dimensão, circunstância, situação...
Eu e minha ex queremos amizade
Mas acho que eu não superei
Talvez ainda goste dela
(Do CD "A sétima efervescência intergaláctica", Antídoto, 1997)
Ganhar do lanterna em casa era só obrigação. Foi por 2 a 0, placar do primeiro tempo. Quando os alviverdes paulista e mineiro entraram em campo, o Palmeiras já não tinha chances matemáticas de sonhar com o título e o Ipatinga agonizava.
Sem Diego Souza e com Denílson no segundo tempo, a torcida viu um time menos apático, mas bem fraquinho. Também não houve xingamentos ao Vanderlei Luxemburgo, mas parece que poucos permanecem com moral por ali – tirando Marcos. É um time Kleber-dependente. Note-se que Diego não entrou por opção tática (ou seria técnica?).
O resultado trouxe o time de volta para a zona de classificação para a Libertadores, mas tem o Vitória, em Salvador no próximo domingo. Só depende de si para se classificar para a competição continental, mas não terá ajuda do time baiano de Vagner Mancini, que praticamente soterrou as pretensões gremistas de correr atrás do campeão.
A sensação ao fim da 36ª rodada do Brasileirão foi um grande "como assim?". Como assim o Grêmio toma uma sacolada do Vitória? Como assim o Cruzeiro vence o Flamengo com um pênalti não marcado para os cariocas (não vi, mas estou lendo nos sites que foi pênalti mesmo)? Como assim deu tudo certo para o São Paulo?
Toda a teoria da decisão na última rodada foi por água abaixo depois dessa. A suada vitória do São Paulo sobre o Vasco abriu um abismo de 5 pontos entre líder e vice-líder. Só duas combinações de resultados tiram o título do Tricolor paulista, e nas duas o Grêmio tem que ganhar os dois jogos restantes. Já o São Paulo precisaria perder as duas ou perder uma e empatar outra. Difícil... o São Paulo já é 80% campeão.
Rebaixamento
Assim como na parte de cima da tabela, lá na rabeira tem time se aferrando à matemática para acreditar que ainda dá. O Ipatinga perdeu para o Palmeiras, como era esperado, e viu a diferença para o Náutico chegar a 6 pontos. A única possibilidade para time mineiro é vencer as duas próximas partidas e torcer para que nenhum dos companheiros na zona da degola ultrapassem os 40 pontos. Mais difícil do que o São Paulo perder o título.
Portuguesa e Vasco, com 37 pontos cada, também têm tudo para deixar as colônias portuguesas decepcionadas. Até dá para escapar, mas os times são ruins demais para dar esperança aos torcedores. Repetindo o que já é senso comum por aí, pena que o Vasco vá cair com Roberto Dinamite na presidência. Deve ser praga do Eurico.
Figueirense e Náutico disputam a última "vaga" na Segundona, mas o Atlético-PR e até o Santos ainda têm chances.