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Galo e Santos fizeram a melhor partida de futebol que vi este ano, por conta das chances para os dois times. Como atleticano, achava e ainda acho o Santos favorito. Basta ganhar de 1 a 0 na Vila na próxima semana.
Galo e Santos fizeram a melhor partida de futebol que vi este ano, por conta das chances para os dois times. Como atleticano, achava e ainda acho o Santos favorito. Basta ganhar de 1 a 0 na Vila na próxima semana.
O Barcelona foi eliminado da Copa dos Campeões da Europa. O time venceu por apenas 1 a 0 sobre a Internazionale de Milão na partida de volta. Na ida, os italianos aproveitaram o apoio da torcida e venceram por 3 a 1.
O time da casa teve um gol anulado aos 40 do segundo tempo, com uma falta marcada em que a bola bateu na barriga do jogador da representação espanhola. Mas Thiago Mota, volante revelado no Juventus da Mooca, havia sido expulso ainda no primeiro tempo.
No primeiro jogo do feriado futebolístico desta quarta, deu Júlio César sobre Messi.
O melhor time da Europa não tem mais chances de vencer o principal título do Velho Continente.
Por um lado, é triste, porque ressuscita toda a ala retrógrada e reacionária dos fãs do esporte bretão que prefere a retranca a todo custo. Preferir ganhar, tudo bem. Mas optar pela retranca é dureza
Por outro lado, considerando-se que o time que apresenta o melhor futebol da América do Sul, o Santos, não está na Libertadores, pode ser melhor assim. Quem sabe marcam um amistoso entre as equipes?
PEITO VAZIO
(Cartola/ Elton Medeiros)
Cartola
Nada consigo fazer
Quando a saudade aperta
Foge-me a inspiração
Sinto a alma deserta
Um vazio se faz em meu peito
E de fato eu sinto em meu peito um vazio
Me faltando as tuas carícias
As noites são longas
E eu sinto mais frio
Procuro afogar no álcool a tua lembrança
Mas noto que é ridícula a minha vingança
Vou seguir os conselhos de amigos
E garanto que não beberei nunca mais
E com o tempo esta imensa saudade
Que sinto se esvai
(Do LP "Cartola", Discos Marcus Pereira, 1976)
Esta quarta-feira, 28 de abril, abriga quatro jogos que eu quero ver. Quatro confrontos em três competições, um à tarde e três à noite, considerando o horário de Brasília.
Às 15h45, tem Barcelona e Internazionale de Milão pela Copa dos Campeões. Ao que consta, é a primeira partida da competição transmitida pela Globo no meio da tarde. Isso dá a dimensão de quanta gente quer ver Messi, o c#$%#$#@, superar Júlio César e Lúcio – ou vice-versa.
Às 19h30, o Universitário de Lima enfrenta o São Paulo, só na TV a cabo. Com Washington e tudo. É, de longe, a partida menos interessante do dia, mas só porque o dia é incrível. O jogo também é obrigatório aos fãs do ludopédio.
Às 21h50, tem Corinthians e Flamengo pela Libertadores. O clássico de peso, o jogo da rodada (de cerveja) e todas as outras piadas que cabem com a presença de Ronaldo, o obeso, e Adriano, outrora Rei da Cocada Preta.
No mesmo horário, Santos e Atlético-MG se encontram. É a primeira partida de Vanderlei Luxemburgo contra seu ex-time. A sensação do futebol brasileiro quer inserir, goela abaixo no técnico do Galo, um bom futebol para explicar onde foi que ele errou. O um dia estrategista Luxemburgo quer fazer bonito para, à lá Zagallo, garantir a deglutição no sentido contrário.
Eu quero assistir a todos os quatro jogos. Para isso, preciso me concentrar desde já.
Quando estive no Pacaembu pela primeira vez, em janeiro, nem me lembrei de que o estádio estava prestes a completar 70 anos, o que ocorre hoje. E a comemoração acontece em grande estilo, com o belo time do Santos decidindo o Paulistão em duas partidas no estádio, contra o (ótimo) Santo André. Nem me atrevo a entrar nas histórias épicas do Pacaembu nessas sete décadas, pois isso dá mais que um livro. Anteontem, no bom programa "Grandes Momentos do Esporte", da TV Cultura, Rivellino e o ex-santista Edu relembraram passagens memoráveis de suas carreiras no estádio, com imagens raras.
Mas o que eu gostaria de recuperar nesse post é um fato político ocorrido no dia da inauguração do estádio. Considerado persona non grata no estado de São Paulo, depois de ter sufocado e vencido os paulistas na revolta "constitucionalista" de 1932, o presidente da República na época, Getúlio Vargas (levado ao poder por um golpe militar em 1930 e confirmado como ditador por novo golpe, em 1937), evitava ao máximo confrontar seus desafetos. Para se ter uma ideia da hostilização, a cidade de São Paulo é, talvez, a única capital de estado brasileira que não possui uma grande avenida ou um local importante batizado com o nome de Vargas. Mas o presidente não podia se ausentar da inauguração do Pacaembu e, a contragosto, compareceu (foto à direita).
Como ocorre em toda ditadura, seria impensável que a população vaiasse ou fizesse qualquer gesto ofensivo ao ditador - o que poderia resultar em prisões, pancadaria e até mortes. Getúlio Vargas saudou a multidão sob um silêncio forçado. Porém, a criatividade do povo deu "um tapa com luva de pelica", como se dizia antigamente, no ditador: quando a delegação do São Paulo Futebol Clube deu a volta na pista de atletismo (foto abaixo), a multidão esqueceu o futebol e, numa nítida manifestação de orgulho pelo nome de seu estado e de sua capital, aplaudiu de pé e aos gritos. Consta que Vargas entendeu a provocação, pois as pessoas berravam "São Paulo! São Paulo!" e olhavam em direção à bancada presidencial, mas permaneceu sério e não esboçou reação. Nenhuma delegação de outro clube, naquele dia, foi saudada dessa forma. Um belo exemplo de como, às vezes, a política consegue superar todos os ódios futebolísticos em torno de uma causa comum. Ah, e esta passagem deu origem ao apelido de "o mais querido" para o time do São Paulo.
Do diretor de marketing do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg, ao justificar o descarte de um terreno em Itaquera, na Zona Leste paulistana, para a construção do sonhado estádio do clube (o grifo é nosso):
- Em função do público da região, não nos permite cobrar valores como os praticados hoje no Pacaembu.
(Do Lance! de hoje, coluna "De Prima", página 2)
Na página C6 do Estadão de ontem, sobre a preferência do roqueiro Lobão pela cidade de São Paulo, onde mora, uma informação peculiar:
Em 1984, perdeu a mãe, que se suicidou. No enterro, tocou bumbo com a camisa do Botafogo.
Enquanto o título da série A1 do Paulista fica mais perto do Santos, estão definidos os times que ascenderam da A2. São Bernardo, Linense, Noroeste e Guaratinguetá participam da elite paulista do futebol em 2011. A decepção foi o União São João de Araras, que terminou a primeira fase em primeiro, mas pereceu.
Os 20 clubes enfrentaram um primeiro turno em que todos jogaram contra todos uma vez só – a exemplo da A1. Oito passaram para a segunda etapa formando dois grupos para jogos em turno e returno. Aquela história, o primeiro, quarto, quinto e oitavo de um lado, e segundo, terceiro, sexto e sétimo do outro. Sobem quatro, dois líderes de cada grupo.
Curioso é que os classificados de cada grupo se enfrentam, para cumprir tabela e definir quem fica em primeiro e quem fica em segundo de cada chave na próxima rodada. Coincidência curioas.
O Linense não sabia o que era primeira divisão do estadual desde 1957. Foram cinco anos de elite, até cair – e cair, e cair. Agora, em 2010, a equipe de Lins, comandado por Vilson Tadei, terminou a primeira fase em segundo com 40 pontos. Apesar de perder para o São Bernardo, venceu por duas vezes tanto o União Barbarense quanto o Paec.
O time da cidade onde o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva surgiu para o mundo da política também subiu. A região do ABC, além de ter um representante na final da primeira divisão, tem festa com outro clube que sobe. Santo André e São Caetano já tinham equipes entre os 20 melhores do estado. O estádio 1º de Maio abrigou o empate com o Paec que garantiu a vaga para o clube fundado em 2004.
Do outro lado, o Noroeste conseguiu a vaga com um empate contra o São José, no Vale do Paraíba, no estádio Martins Pereira. Com dez pontos, o Norusca volta à A1, de onde caiu em 2009. É o ioiô caipira. Azar dos outros clubes, que vão ter de pagar muito pedágio para enfrentar a equipe bauruense.
Outro que caiu em 2009 e volta agora é o Guaratinguetá. O time goleou o União São João por 4 a 1. Para um time que ficou em primeiro da A1 em 2008, a queda no ano passado foi um golpe. Mas o clube superou e agora tem a Série B do nacional pela frente.
A definição do campeão depende da última rodada. O time de melhor retrospecto no geral entre o primeiro de cada grupo leva o caneco. Linense só precisa de um empate para confirmar o caneco.
Que venha a primeirona!
Em tempo: os mascotes estão no site da Federação Paulista de Futebol.
Há tempos estou para escrever sobre o Larica Total, programa do Canal Brasil que é um colírio para nós, manguaças e invariavelmente lariquentos das horas bizarras e desgustadores de alimentos de origem duvidosa.
O programa é mesmo a cara do companheiro Marcão, que aqui escreve assiduamente, passa pela coluna “pé redondo na cozinha”, do chef Marco Xinef e é o retrato da minha e de muitas outras cozinhas brasileiras, as cozinhas de guerrilha!
Larica Total vem arrebatando corações nos últimos meses, isso porque Paulo de Oliveira, o chef solteirão que cozinha com o que tiver na geladeira e o que o fígado aceitar, fala a nossa lingua, retrata a cozinha do manguaça, a culinária de guerrilha, o cotidiano de nós, que somos trabalhadores deste país.
Justamente por isso o Futepoca deveria propor um episódio para participarmos. E para nossa inspiração, abaixo o ótimo episódio onde Paulo de Oliveira recebe o chef Claude Troisgros. Atenção para a receita de crepe flambado com cachaça e a degustação de vinhos abaixo de 10 reais!
Para os interessados, Larica Total dá seu recado, via Twitter, para o final deste domingo: @laricatotal Hj vou curtir o Santos, tá com um futebol moleque, meu estilo. Depois tem larica total, 20h30m no canal brasil! Cesar Salad!
O Corinthians fez mais uma partida segura e sem grandes emoções na noite desta quarta, contra o Independiente de Medellin. Acabou 1 a 0, em gol contra de Valencia após desvio de William em cobrança de lateral de Roberto Carlos.
Que me desculpem os amigos colorados, mas que história é essa de nomear Marcelo Dourado como Cônsul Cultural do Inter?
Eu que assisti a vitória do Inter por 3 a 0 em cima do Deportivo Quito, pela Libertadores na noite desta quinta-feira, fiquei absolutamente indignada...
Além da polêmica se o tal do Dourado é ou não homofóbico, o que o vencededor do BBB 10 fez ou faz para, na beira do gramado do Beira-Rio, receber o título de Cônsul Cultural?
No mínimo, ter propagado a máxima que homens heterossexuais não contraem o vírus HIV.
Coisa de marketeiro mesmo, que papelão!
Campanha voluntária de 15 amigos, auto-intitulados "Amantes do Futebol Arte", em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul:
São 10 outdoors espalhados pela cidade, ao custo de R$ 7 mil. E tem tudo pra se alastrar por outras capitais. E aí, Dunga?
Praticamente definidos confrontos das quartas-de-final da Copa do Brasil. O melhor jogos deve ser entre Santos e Atlético-MG. Mas pode ter também um Grêmio e Fluminense (ou Lusa) e Vasco e Vitória.
Indefinido ainda está o adversário do Palmeiras, entre Atlético-GO e Santa Cruz. Os goianos têm vantagem depois de vencer em Recife por 2 a 1.
O Fluminense tem tudo para garantir a classificação depois de vencer por 1 a 0 no Canindé a Portuguesa paulistana. Se isso ocorrer, enfrenta o Grêmio, que perdeu para o Avaí por 3 a 2 na Ressacada, mas se classificou por ter vencido por 3 a 1 no Olímpico.
O Vasco confirmou a vaga sobre o Corinthians-PR depois de vencer por 1 a 0 no primeiro jogo em Curitiba.Enfrenta o Vitória, que tampouco precisou muito esforço para confirar a vantagem de 4 a 0 sobre o Goiás de Jorginho, Fernandão e companhia.
O Santos sofreu a segunda derrota para times alviverde na temporada. Foi apenas o terceiro revés contra qualquer time, e desta vez sem os meninos da Vila em campo. Tudo bem, mesmo contra os alviverdes, foram três jogos e o saldo de gols continua com ampla margem pró-Peixe (13 marcados contra sete sofridos). Tudo bem, são poucas as possibilidades de fazer troça dos alvinegros da Baixada neste ano, a gente tem que aproveitar.
O melhor futebol jogado no Brasil atualmente vai enfrentar o time comandado por Vanderlei Luxemburgo. Os mineiros venceram por 2 a 0 o Sport na Ilha do Retiro. Tinha vencido no Mineirão por 1 a 0. Será o primeiro confronto entre o Peixe e seu ex-técnico. Diversão à vista.
Para resumir
Com os mandantes da primeira partida – definidos em sorteio – apresentados primeiro, os confrontos ficaram assim:
Chave de um lado:
Vitória x Vasco
Santa Cruz ou Atlético-GO x Palmeiras
Grêmio x Fluminense ou Portuguesa
Santos x Atlético-MG
O Atlético-PR cedeu o empate aos 43 minutos do segundo tempo e deixou a vaga nas quartas-de-final da Copa do Brasil para o Palmeiras, na Arena da Baixada. Os visitantes jogaram bem especialmente no segundo tempo, mas por preciosismo, incompetência e raça rubronegra, saiu perdendo.
Alan Bahia abriu o marcador aos 32 do segundo tempo, em pênalti inexistente de Léo sobre Bruno Mineiro. Lincoln empatou em jogada triangulada entre Márcio Araújo e Ewerthon.
Ufa!
Com um jogador a mais e pênalti perdido, o Palmeiras jogou bem e, comportamento questionável à parte, se classificou. Enfrenta o classificado entre o Atlético-GO e o Santa Cruz, sendo que o time goiano venceu a primeira partida.
A torcida do Atlético-PR foi a campo com o rosto pintado de preto em função da denúncia do zagueiro Manoel contra o ex-atleticano Danilo, por ofensa no primeiro jogo, no Palestra Itália. Ambos correm risco de suspensão pela troca de infâmias (cabeçada versus cusparada e xingamento racista).
O pior é que teve episódio de racismo no fim de semana da torcida do Coritiba contra o mesmo Manoel. Bem triste a sequência.
Sobre o jogo, o goleiro Neto do time da casa foi muito bem e evitou pelo menos três gols do Palmeiras. A começar por penalidade máxima cobrada por Robert com paradinha mal-sucedida. Na falta dentro da área, Bruno Costa tomou o segundo amarelo.
Na segunda etapa, o alviverde voltou melhor, dominou as ações, mas não tirou o zero do placar. Por preciosismo e incompetência.
Diego Souza continua ausente. É claro que ele é bom jogador, tem um domínio e visão de jogo diferenciados, mas não tem conseguido fazer isso render. Jogar como meia-meia faz o atleta render menos do que no ataque desde que chegou ao time, em 2008. Nesta quarta-feira, 21, não resolveu. E estar em campo com dois atacantes funciona melhor.
Quando Ewerthon entrou na vaga de Pierre, o time melhorou. Aliás, ele e Márcio Araújo pareciam os jogadores com a cabeça mais no lugar do time, mesmo depois de sair perdendo. O restante oscilava entre falta de fôlego e de recursos técnicos para lidar com o esférico.
Foi dos dois que saiu a jogada, meio atrapalhada, é verdade, que garantiu a igualdade e a classificação.
Um resultado que coroa a evolução do time mais em termos de disposição do que de técnica. Só precisa chutar contra a meta adversária quando a zaga abre para deixar a vida dos torcedores mais feliz. Bom, tem que acertar os chutes também, mas disso eu reclamo quando aumentar a objetividade.
Esse foi o tempo que gastei para comprar ingressos para o primeiro jogo da final do Campeonato Paulista, Santo André x Santos, que acontece nesse domingo, no Pacaembu. Entrei às 9h30 na fila que se formava nas bilheterias do Estádio Bruno José Daniel, em Santo André, e saí de lá às 13h40.
Pelo que leio na internet, o problema se repetiu em outros lugares. O UOL conta que o Pacaembu também teve gente que esperou mais de três horas. Amigos relataram de espera de mais de duas horas na Vila. E tenho certeza que o pessoal que chegou bem depois de mim ao Bruno Daniel inveja as quatro horas que permaneci lá - arrisco dizer que eles não levaram menos de seis horas para efetuar suas compras. Menos mal que hoje era feriado. Foi esse o motivo, é claro, que levou muita gente às bilheterias nos diferentes pontos de venda.
Dois registros importantes
O primeiro é que nesse tempo todo que permaneci na fila, vi poucas ou praticamente nenhuma ocorrência de "malandrões" furando fila. E nem cambistas. Essas duas pragas, inerentes aos grandes jogos de futebol, felizmente não estavam presentes no Bruno Daniel.
E o segundo é que a fila que levei quatro horas para concluir, diferentemente do que deve estar achando o leitor, não era das maiores. Não mesmo. Sim, era grande, mas jamais imaginei que ficaria ali por quatro horas. Arrisco dizer que estavam na minha frente, quando cheguei à fila, pouco mais de 65 pessoas. Ou seja: não era um contingente de pessoas que justificasse tamanha espera.
O que houve foi uma injustificável e absurda demora das pessoas nos guichês. Não por culpa dos clientes, que fique claro. A questão é que se fazia - PARA CADA COMPRADOR - um cadastro na hora. Medida correta, para evitar as cada vez mais frequentes fraudes no universo da meia-entrada. Mas que precisa ser otimizada, e em caráter de urgência. Não dá, não faz sentido um torcedor demorar tanto tempo em uma fila não das maiores. É preciso evolução.
Leiam as afirmações do goleiro (chorão) Rogério Ceni à Rede Bandeirantes:
- Com tanto juiz bom que temos por aqui, tirar um árbitro de uma suspensão para colocar para apitar aqui na Vila Belmiro contra um time leve. Era óbvio que iria chegar aqui e distribuir cartão para todo mundo.
Eu traduziria assim: "Contra um time leve, rápido e técnico, o adversário está autorizado a descer a botina, sem dó. Por isso, é preciso um juiz condescendente, estilo Libertadores, que deixa o pau quebrar e o jogo correr". É isso?
A matéria de capa de Veja traz José Serra com a mão no queixo, exibindo um sorriso de dentes clareados e prontos para a corrida eleitoral. Segundo alguns, uma cópia da Times com Barack Obama. Mas há diferenças sérias na chamada de capa. Um aponta quem vai ganhar, outro sugere quem deve ganhar – ambos os casos na opinião do respectivo veículo, frise-se.
Mas melhor criticar lendo do que sem ler. Então, bora ler e comentar, parágrafo-a-parágrafo, a matéria de capa da semanal da editora Abril. Eu até queria ler o artigo de Dilma Rousseff anunciado sobre o cabeçalho, mas é restrito a assinantes.
Leia mais
Quatro da tarde. Sábado. Bar da Graça. Cinco elementos jogam baralho.
- Ô, Valdir, para de tomar conhaque! Vai passar mal.
- Vou nada, rapaz. Aqui é só fortaleza.
Alguém surge com um prato de esfihas, não se sabe de onde. Oferecem, mas declino. A dona do bar aparece com mais uma garrafa de Dreher. Eles alternam com cerveja.
- Sabe que uma vez tomei um porre desse negócio? Quase morri.
- Foi numa pescaria, não foi?
- Não, eu tava no sítio do meu tio. Bebi três garrafas desse conhaque e fiquei passando mal. Não conseguia botar pra fora.
- E aí? Foi parar no hospital?
- Não, eu fui tentar subir no cavalo e caí. Ele me deu um coice na barriga e eu despejei toda a bebida pra fora.
Risadas gerais. Passa um cachorro e jogam um resto de esfiha pra ele. Peço a conta.
Como sempre se diz, o campeonato mineiro tem apenas dois times. Neste ano, Atlético e Ipatinga foram os que restaram para fazer a final. Isso depois de o Galo ganhar a primeira partida e empatar a segunda com o Democrata de Governador Valadares e o Cruzeiro ser eliminado com um empate (em Ipatinga) e uma derrota por 3 a 1 (Mineirão).
O clássico das semifinais entre Santos e São Paulo começou quente antes mesmo do início da partida. O Tricolor mudou o time, provavelmente por conta da segunda etapa do primeiro jogo no Morumbi, quando a equipe pressionou o Peixe mas não evitou a derrota. Além de Cicinho e Richarlyson nas laterais, Ricardo Gomes sacou Washington e pôs Fernandinho ao lado de Dagoberto no ataque, enquanto Cléber Santana começou como titular.
Dorival Júnior também mexeu para evitar que o São Paulo ganhasse o meio de campo. Colocou Pará na lateral-direita, deslocou Wesley para a meia e tirou André do time. A mudança não só fez com que Wesley jogasse em uma zona do campo onde se sente mais confortável como também sanou a marcação problemática no lado direito da defesa onde Pará, limitado tecnicamente mas eficientíssimo no posicionamento, barrou as investidas tricolores.
Mas nem por isso o Santos abdicou de atacar. As principais chances do primeiro tempo foram alvinegras, sendo uma delas fruto de um primoroso passe de Neymar para Robinho, aos 5 minutos, que desperdiçou por chutar ao invés de passar. Hernanes, principal destaque do adversário no jogo anterior, não conseguia sair da marcação de Arouca e a equipe do Morumbi não chegou a ameaçar o gol peixeiro.
Já no segundo tempo, como a toada seguia a mesma, Ricardo Gomes resolveu mudar e colocou Washington no lugar de Cléber Santana aos 10 minutos. Mas foi o Alvinegro que marcou aos 15, em uma incrível sequência de passes em que a equipe fez a bola rodar pelo campo todo e, pacientemente, achou a oportunidade de gol. Marquinhos viu Neymar livre e cruzou para o atacante que, empurrado por Alex Silva, concluiu quase no chão, com o ombro ou o braço, conforme a interpretação da imagem que nem em slow motion fica clara.
O São Paulo até tentou responder aos 19, quando Washington exigiu pela primeira vez Felipe, que se saiu bem. Contudo, com a partida quase na mão, o Santos mostrou o que já tinha evidenciado na primeira etapa: a equipe tem meninos que parecem moleques peladeiros quando pegam na bola, mas que também são adultos, maduros, apesar dos céticos e dos secadores torcerem para que não fossem. Conseguiram controlar o jogo e quem parecia imaturo era o time do Morumbi, errando jogadas de forma grotesca e fazendo faltas algo desnecessárias, algo violentas.
Foi assim que aos 26 Alex Silva de novo resolveu fazer falta em Neymar dentro da área, pênalti não marcado que renderia a expulsão do defensor. E onze minutos depois, em jogada bem mais duvidosa e cavada, pênalti de Miranda em Neymar. O garoto, que não treme, chamou a responsabilidade e, com nova parada na batida, deslocou Rogério Ceni. O arqueiro desta vez não teve moral para reclamar da cobrança.
Mesmo sem Neymar e Robinho, já no banco, o Peixe conseguiu ampliar com outro jogador que tem sido muito útil quando entra. Madson fintou pela esquerda e cruzou para Paulo Henrique Ganso fazer o dele. Um 3 a 0, a terceira vitória em três clássicos contra o São Paulo, 8 a 3 no total. Será que vão dizer de novo que o adversário era fraco?
Essa eu vi hoje no Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorim. Aproveitando o mote de que "o Brasil pode mais", do candidato tucano José Serra, e o conveniente aniversário de 45 anos da emissora (número do PSDB), a Globo perdeu totalmente o pudor e lançou uma inacreditável peça de "propaganda eleitoral". Reparem que eles dizem que querem "mais educação e saúde", o que não tem nada a ver com o aniversário ou com a programação televisiva:
Alguém tem dúvida sobre o chumbo grosso que virá sobre Dilma Rousseff?
Atualização às 17h50
Deu no terra: Globo decide suspender comercial acusado de ser pró-Serra
O vídeo original foi retirado, e a versão foi republicada por outros usuários do Youtube.
Caso saia do ar de novo, a transcrição do texto:
Nova idade com muito mais vontade de querer ainda mais qualidade. Emoção? Mais. Alegria a gente traz. E a diversão, vamos atrás. Mais informação, a gente é capaz. Todos queremos mais. Educação, saúde e, claro, amor e paz. Brasil, muito mais. É a sua escolha que nos satisfaz. É por você que a gente faz sempre mais.São sete vezes a palavra "mais" em 30 segundos, além de incluir "Brasil, muito mais". Isso dá um "mais" a cada quatro segundos.
Na sexta-feira, 16, chegou a salas de São Paulo e Rio de Janeiro o documentário Rita Cadillac, lady do povo. Em Belo Horizonte e outras praças, foi na semana anterior. O longa de Toni ventura foi produzido em 2007, teve uma versão preliminar exibida no SBT, e agora recebeu um novo corte para ir às telonas.
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) nesta quinta-feira, 15. Foi outro recorde de emprego gerado em março. Para abril, Carlos Lupi, titular da pasta, promete novo recorde.
Período | Saldo de empregos | Média anual |
1995-2002 | 796.967 | 99.621 |
2003-2009 | 8.716.082 | 1.245.154 |
Uma campanha da seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) lançou a campanha Campanha Nacional pela Memória e pela Verdade, pela abertura dos arquivos do período de ditadura militar no Brasil. Além de um abaixo-assinado, há uma série de vídeos com atores interpretando desaparecidos políticos do período autoritário.
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Anteontem, participei (a trabalho) da abertura do 21º Congresso Brasileiro do Aço, no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Presentes, os diretores de gigantes da siderurgia da China e Europa, além dos todo-poderosos nacionais, Vale, Gerdau, Usiminas, Mittal, Villares, entre outros. O clima geral era de satisfação pela maneira como o Brasil enfrentou a crise econômica e das perspectivas futuras pelos investimentos federais já comprometidos. Em seu discurso, o presidente Lula reforçou que eventos como a Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016, ambos no Brasil, vão garantir que a produção e o consumo de aço no país continuarão crescendo.
De fato, circulando pela exposição, recolhi exemplares de duas revistas que, por serem muito específicas, acabam não chegando até nós, leitores comuns: a Arquitetura & Aço (edição de janeiro) e a Metal & Metalurgia (período março/abril). Ao contrário da chamada "grande imprensa", que minimiza, distorce ou desqualifica as ações e investimentos do governo Lula, as duas publicações destacam os eventos inéditos que o Brasil vai abrigar e o desenvolvimento que isso trará ao país - a primeira revista com uma "Edição Especial Copa do Mundo 2014" e a segunda com a manchete "Gol de placa". "Demanda doméstica de aço para as obras da Copa pode atingir 700 mil toneladas", ressalta a Metalurgia & Materiais.
A reportagem da revista prossegue: "Atualmente, há cerca de R$ 2,5 bilhões autorizados para melhorias em aeroportos, segundo informação do Ministério do Esporte. Em relação aos portos, os investimentos são de R$ 677 milhões e para a mobilidade urbana, R$ 11,2 bilhões. (...) O BNDES, por sua vez, criou uma linha de financiamento com R$ 4,8 bilhões destinados aos estádios e R$ 1 bilhão para a hotelaria". Já a Arquitetura & Aço mostra que a capacidade instalada da indústria do aço no Brasil cresceu de 33,3 milhões de toneladas em 2002 para 41,4 milhões em 2008, ano em que a construção civil (setor altamente impulsionado pelo governo Lula) liderou o consumo final, com 33,4% do mercado, seguido pelo setor automotivo, com 25,5%.
Público-alvo - Ou seja: nossa indústria tem total condições de suprir as demandas desses dois megaeventos, sem sustos. As publicações estampam ainda que o governo federal prevê orçamento de R$ 48,8 bilhões para a Copa e a Olimpíada. O mais interessante, para mim, é observar que essas revistas têm como público-alvo pequenos e grandes empresários da cadeia produtiva do aço, o que comprova que a satisfação com o governo Lula não é só dos "pobres e nordestinos que vivem do Bolsa Família", como a "grande imprensa" tenta inventar. E me lembra um post do Glauco da época em que o Brasil foi definido como sede da Copa, criticando a ladainha de que sediar esse evento seria "ruim" para nós, principalmente porque "obriga o Estado a cumprir sua função, sendo que o dinheiro retorna em impostos e ganhos de outra ordem". É isso o que, felizmente, vemos agora.
E termino com as palavras do presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, em entrevista para a revista Linha Direta, do diretório do PT de São Paulo: "O importante é o legado que [a Copa] vai deixar para o Brasil. Vamos ter que reformar e melhorar aeroportos, metrôs, vias de acesso. A Copa é um detalhe. O importante é todo o investimento que vai ser feito em apenas quatro anos no país que talvez demorasse mais de oito anos". Mas é claro que o PSDB, que prometeu entregar a primeira estação da Linha Amarela do metrô paulista em janeiro de 2008 (alguém lembra ou comenta isso?), vai falar que o Brasil vai se endividar com a Copa, que não vai cumprir metas e prazos, que vai ser um desastre e numseiquelá, numseiquelá, numseiquelá. Deixa eles. Estamos muito, muito bem!
O Palmeiras venceu o Atlético-PR por 1 a 0. Vitória simples. Sem charme, sem luxo, sem goleada. Nada além de um golzinho que fez o placar. Nenhuma jogada brilhante, mas tampouco nenhuma trapalhada gigante. Pelo menos taticamente falando.
No Palestra Itália, o time da casa saiu na frente nas oitavas de final. Não é a vantagem de que o Brasil precisa, mas um empate na partida de volta garante a vaga. Conseguir a igualdade no Paraná é que vai ser dureza.
O comportamento do zagueiro Danilo do Palmeiras, acusado de ter chamado de "macaco" o também zagueiro do rubro-negro Manoel, esquenta o clima para a partida de volta.
O Palmeiras veio a campo precisando ganhar. Ganhou. Precisava ainda garantir uma vantagem considerável. Nem carecia ser algo similar ao que o Santos fez ao Guarani. Nem precisava ser um quarto do que o alvinegro da baixada impôs ao alviverde campineiro. Só precisava de uma vitória com uma atuação mediana.
Isso o time de Antônio Carlos Zago entregou. Um a zero, com gol de Robert aos 14 do primeiro tempo, foi o mínimo dos mínimos.
Não teve apagão, desconcetração, papelão. Por isso ganhou. Pela falta de vontade dos visitantes de atacar, fica difícil saber se o comportamento representa uma evolução.
O Palmeiras mostrou raça. Mostrou disposição. Mas também deixou claro que sem vontade do meio para a frente, fica difícil sonhar ir mais longe na competição.
O episódio lamentável foi a troca de infâmias entre Danilo, ex-Atlético, e Manoel. O atacante paranaense deu uma cabeçada no zagueiro palmeirense, que devolveu uma nada nobra cusparada. Junto, teria chamado Manoel de "macaco".
Se usou o termo, que pague pelo inafiançável crime de racismo. Se manifestou racismo com um colega de profissão, carece punição. E parece-me positiva apenas a consequência desse tipo de episódio se envolver discutir o racismo no Brasil.
O mais triste é surgir o episódio sob o comando de um treinador que já teve uma experiência lamentável do mesmo jeitinho. O resultado é que um triste episódio como esse vai ter mais projeção do que as parcas melhorias que o elenco exibiu.
Pela terceira vez o site do PT foi invadido por hackers que, desta vez, postaram mensagens de apoio ao pré-candidato a presidência pelo PSDB, José Serra. A ação dá uma dimensão da guerra virtual que está instalada e o futuro, nada amistoso, das relações entre militantes do PT e do PSDB. Além disso, o fato também mostra até onde podem ir as práticas obscuras no desenrolar destas eleições.
O ataque ocorreu no final da tarde de ontem, quando no portal petista foi postada uma imagem de Serra, com os dizeres “Vote 45”. A mensagem também trazia o slogan da campanha tucana “O Brasil Pode Mais” seguido de “PSDB Hackers". Depois disso, os usuários que acessavam o site eram redirecionados para a página oficial do partido tucano.
A primeira invasão ocorreu em novembro de 2009, quando o portal foi atacado por defacers (especialistas em invadir sites e alterar suas páginas principais com mensagens de protesto) que trocaram a página principal por uma mensagem ao presidente Lula que dizia "Lula você é o cara, mas apenas um no país não vai resolver milhões de problemas. Armas não fazem o destino de um homem, mas pode por em risco toda a humanidade". A invasão foi filmada e pode ser vista aqui. Na última segunda-feira, 12 o site ficou fora do ar por mais de 24 horas após uma nova invasão.
Mídia e guerra virtual
A invasão virou notícia nos jornalões do país. A Folha de S.Paulo publicou matéria nada tendenciosa com o seguinte titulo “Site do PT é invadido, e partido insinua que a culpa é da oposição”. Se o site tucano fosse invadido por pessoas se intitulando petistas, certamente o tratamento seria o mesmo... Já O Globo deu a nota “Pirataria Virtual invade site do PT”, enquanto O Estado de S.Paulo publicou a melhor matéria sobre o assunto, intitulada “Partidário de petista e de tucano se digladiam na web”, a matéria dá dimenssão da guerra virtual que está acontecendo e chama atenção para ação de hackers que andam realizando o “google bombing”, para associar o termo de busca “mentiroso” a Lula. Fora isso, existe o tal dossiê virtual que circula por e-mails contra a petista Dilma Rousseff, atribuindo a ela crimes como formação de quadrinha na época da ditadura.
Por fim, o Correio Braziliense não deu uma linha sobre o assunto, mas antecipou que a página virtual da ex-ministra do governo Lula, será lançada na próxima segunda-feira. Segundo a matéria “Mais uma frente virtual”, o site tem como proposta “tornar o endereço uma fonte direta de interação entre militantes e simpatizantes de sua figura”. O lançamento acontecerá uma semana após Dilma ter aderido ao microblogue Twitter e chegar, após cinco dias do lançamento, a quase 25 mil seguidores.A candidata Dilma Rousseff em sua sua estréia no twitter. O uso do navegador "Internet Explorer" para a tuitagem foi alvo de polêmica e criticas da comunidade Software Livre. Foto: Roberto Stuckert Filho/Flick
Já do lado dos tucanos, nem só de ataques apócrifos está se estruturando a campanha. José Serra, que tem mais de 200 mil seguidores no Twitter, lançou sua candidatura no último sabado em Brasília e além da “militancia cheirosa” se utilizou da web para fazer barulho. Foram mais de 20 computadores conectados à internet, para apresentação de espaços da militância tucana em mídias sociais como Twitter, Orkut, Facebook e YouTube e a utilização de um telão de LED, que exibia a página no ex-governador no Twitter, com as postagens mais recentes, e a transmissão ao vivo da cerimônia. A mesma tática foi usada pelo PT, em seu Congresso de 25 anos, onde postagens com a tag #congressopt eram selecionadas e projetadas em um telão, além da transmissão do lançamento da candidatura de Dilma.
Se o presidente Lula bebe ou não, isso não me diz respeito e não influencia em absolutamente nada em seu excelente governo e em sua ótima avaliação, minha e de 76% da população brasileira. Mas penso que o companheiro poderia prestar mais atenção nos butecos que costuma frequentar...
Leio hoje sobre a entrega do polêmico troféu Copa Brasil (foto), ou "taça das bolinhas", para o São Paulo. Já escrevi sobre o que penso aqui e aqui, não vou me estender mais sobre o mérito da questão. Mas a decisão da CBF acabou causando ainda mais confusão. Afinal, o São Paulo conquistou seu quinto título brasileiro há quase dois anos e meio e, na época, a entidade até ameaçou entregar a taça ao clube, mas voltou atrás e calou-se. E a entrega para o time paulista só acontece agora, como possível represália de seu presidente, Ricardo Teixeira, contra o Flamengo, que votou a favor de Fábio Koff na eleição do presidente do Clube dos 13, há três dias. Kléber Leite, o candidato de Teixeira, foi derrotado por 4 votos. Curioso é que o São Paulo também votou contra o candidato da CBF, o que levanta a hipótese de picuinha de foro carioca ou, como preferem outros teóricos da conspiração, mais um episódio da novela "Morumbi na Copa", pois a Fifa insinuou novamente que a participação do estádio não está garantida. Disposta a apoiar a construção de um novo estádio na capital paulista, a CBF estaria dando a "taça das bolinhas" como "prêmio de consolação". Não creio. Acho que foi pancada no Flamengo, mesmo.
Buenas, confusões à parte e apesar de ser sãopaulino, fico chateado com o desfecho desta saga. Sim, porque dou valor à história do futebol brasileiro e objetos como esse troféu deveriam servir como chancela de tradição e continuidade, como acontece com a taça da Copa Libertadores. Acho que o grande erro foi a determinação de que a Copa Brasil fosse entregue ao clube que primeiro conquistasse cinco títulos, ao contrário da Libertadores, cuja posse é transitória e nunca será de ninguém. Porque a Copa Brasil tem sua história, estava lá no Maracanã quando o Atlético-MG derrotou o Botafogo, em 1971, passou pelas mãos dos gloriosos bicampeões do Palmeiras e do Inter-RS, nos anos seguintes, presenciou a batalha do Mineirão, em 1977, premiou o Flamengo de Zico, o Grêmio de Baltazar, o Fluminense de Washington e Assis. O mesmo objeto, em todas essas decisões. Deveria estar em disputa até hoje. E agora leva a pecha jocosa de "taça das bolinhas" e vai empoeirar numa sala qualquer do Morumbi, como pivô de intrigas das quais não tem absolutamente nada a ver.
Triste isso, mas puro reflexo da bagunça que era o futebol brasileiro antes da era dos pontos corridos. Ainda temos inúmeros problemas no torneio nacional, privilégios de certos clubes, manobras de bastidores, arbitragens polêmicas, prioridade do poder econômico, injustiças etc etc. Mas antes era muito pior. A lambança de 1987, centro das discussões sobre a "taça das bolinhas", é um exemplo. O torneio foi organizado pelo Clube dos 13, excluindo times como o Guarani, vice-campeão de 1986. Daí, entregraram o comando para a CBF, que mudou o regulamento no meio do campeonato. Ridículo, absurdo, estapafúrdio. Os times deveriam ter paralisado a competição. Mas se calaram e, no ano seguinte, voltaram alegres e contentes para os braços da CBF. É por isso que eu comemoro a era dos pontos corridos, apesar de tantos problemas. E é sintomático que essa democracia (quem faz mais pontos é campeão e quem faz menos é rebaixado, ponto final) tenha sido estabelecida a partir do primeiro ano de mandato do presidente Lula. Quer saber? Deem a taça para ele!
O Corinthians está oficialmente classificado para as oitavas de final da Libertadores. Com 13 pontos conquistados em 15 disputados, invicto, o Timão não pode mais ser ultrapassado por nenhum de seus fracos concorrentes.
Cair num grupo que se mostrou fraco pode dar ainda ao Timão a vantagem de sair com a melhor campanha da primeira fase, o que dá certos privilégios no resto da competição. Nada que decida, mas dizem que era importante.
Muito bem, mas e o futebol? Bom, esse aparece de vez em quando. No jogo desta quarta, contra o Racing, no Uruguai, tivemos um primeiro tempo muito seguro, com toque de bola tranquilo, algumas chances nossas (numa delas o gol de Dentinho) e poucas do adversário.
O segundo começou melhor ainda, com marcação na saída de bola dos caras, boas tabelas e pressão total. Mas, depois de uns 10 minutos, o time recuou inteiro e levou calor do fraco Racing – que naõ chegou a ter nenhuma chance clara de gol, que eu me lembre, mas ficou aquela bendita bola rodando a área, esperando a zica bater. Mas dessa vez um contra-ataque bem encaixado levou ao gol de Elias, de cabeça, fazendo 2 a 0 e batendo o prego no caixão.
Dentinho jogou muito, fez um gol e algumas jogadas bem legais. Devia ir mais pra cima dos adversários, tentar mais o drible. Mas foi o destaque alvinegro. Cresceu bastante sem as obrigações de marcar o lateral, fechar o meio e outras que o esquema do ano passado reservava ao camarada.
Nessas eu entendo e apóio o 4-4-2 que o Mano está tentando botar pra funcionar. Mas ainda acho que o time precisa de um meia de verdade na direita, pra aproximar mais do ataque. Elias rende alguns bons passes na meia, faz gols e tal, mas vai melhor vindo de trás como volante. Quem na meia? Se o multi-homem Jorge Henrique encarar, é dele. Mas eu apostaria em Defederico – se ele não for para o River, como diz nessa notícia do Lance...
Mas o fato é que, quando decide pressionar, parece que o time funciona. Talvez o que falte mesmo seja Ronaldo voltar a jogar bola. Ou o treinador parar com essa mania de recuar tanto quando em vantagem. Vamos ver contra adversários mais fortes como a coisa anda - o que ainda não vai ser o caso contra o Independiente de Medellin, dia 22, no Pacaembu, último jogo da primeira fase.
Há coisas que podem acontecer exatamente do jeitinho que esperávamos, sem que nos surpreendam em nenhum instante. E, mesmo assim, sejam mágicas, encantadoras, inesquecíveis.
Já comemoramos aqui aniversários do Santos, literalmente minha razão de existir. Agora, três links que valem a pena ser lidos para celebrar mais um hoje. Parabéns ao Alvinegro!
- Fatos Etc - E assim começava, há 98 anos, a gloriosa história do time de Araken Patusca (campeão paulista em 1935); de Zito, Ramiro e Formiga Vasconcelos (idem, 1955); de Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe, entre outros (como o goleiro Gilmar, os zagueiros Mauro Ramos de Oliveira, Ramos Delgado...); do grande goleiro argentino Agustín Mario Cejas (meu ídolo na infância) nos anos 70 - (mais aqui)
-Mauro Beting - “O time que ficou 45 minutos sem tocar os pés no chão”, na célebre definição da imprensa portuguesa para o esquadrão que goleou o Benfica, em 1962, no Estádio da Luz. A melhor imagem do maior time do mundo então. Quem sabe o melhor de todos os tempos e campos… Mas, se não for, e daí? Comparar tamanhos é questão menor. Se achar o tal é se perder como tal. - (mais aqui)
- Santista Roxo - uma palavra é suficiente para o ex-jogador definir o atual time santista. "Brilhante", elogia Pepe, que no entanto teve problemas para acompanhar a equipe do jeito que ela merece. "Comprei até uma TV de 42 polegadas para ver um Santos maior, pois com este futebol que está jogando, não dá pra assistir em qualquer TV", brincou o ídolo. (mais aqui)
Foto com dedicatória para o atual técnico da seleção sul-africana, de 18 de julho de 1971, data em que Pelé se despediu definitivamente da seleção brasileira, no empate de 2 a 2 com a Iugoslávia, no Maracanã. Será que o (jovem) Emerson Leão, à direita, estava achando alguma coisa "desagradável"? Talvez os paletós nos cabides pendurados pelas janelinhas do avião...
O fato me lembrou o bordão de Glauber Rocha, "uma câmera na mão e uma ideia na cabeça", mas não à toa. Afinal o “grupo de praticantes de esportes radicais e circenses que usam suas habilidades para desafiar o cotidiano e distorcer a realidade da urbana”, o Rizoma, botou a câmera na mão e um guarda-chuva na cabeça, para desbravar as ruas alagadas do Rio de Janeiro. Só que sobre um bote inflável.
O resultado está no vídeo de quase dez minutos, gravado na madrugada do dia 6 de abril, onde somos telespectadores de pessoas ilhadas e capazes de reunir uma quantidade de xingamentos impensáveis em tão poucos minutos. Já as cenas de carros e mais carros submersos ou boiando, não perde em nada para aquelas mega produções cinematográficas que falam sobre o fim do mundo ou de enormes catástrofes naturais, ou as duas coisas juntas.
A produção do coletivo Rizoma é tão completa que mostra até a épica intervenção sonora de um policial tentando coagir o grupo a parar de filmar, além, obviamente, do momento heróico do grupo, resgatando sete pessoas.
Quanto às cenas que seguem abaixo, apenas uma ressalva.... Atenção manguaças de plantão, não tentem realizar nada parecido. Se beber, nada de dirigir ou navegar!
Brincadeira à parte, para debatermos as crises nas cidades, a responsabilização das vítimas em tragédias como a do Rio de Janeiro e o modelo de desenvolvimento, vale uma passadinha pelo blogue da Raquel Rolnik, urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e relatora especial da Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada e ler a entrevista concedida à revista Fórum do mês de janeiro deste ano.
Essa eu decidi postar só para o deleite e as considerações do Glauco:
- "Eu não sei se essa molecada do Santos consegue segurar a pressão. O São Paulo levou dois gols, e na volta para o segundo tempo eu vi o Hernanes cobrando um colega. Foi uma atitude de quem tem experiência e eu não sei se o Santos, caso leve um gol do São Paulo [na partida de volta], vai conseguir segurar a bronca", disse Vanderlei Luxemburgo, técnico do Atlético-MG.
- "Não sei se o Robinho aguenta, se o Edu Dracena, que é o capitão, aguenta", reforçou o treinador, confundindo o capitão santista [na verdade é Robinho].
O futebol que o Santos vem mostrando neste 2010 tem despertado muitas paixões - no sentido mais amplo da palavra, aquele que define paixão não somente pelo "gostar muito", mas sim pelo "ter um sentimento forte". Ou se admira muito o que o Santos faz, ou se ataca o time com rótulos que começam com "firuleiro" e terminam em palavras impublicáveis.
Já escrevi, aqui mesmo no Futepoca, que o que o Santos mostra não é fruto de uma "opção pela arte", e sim resultado de uma maneira de jogar criada pelo técnico Dorival Júnior. Nada de muito complexo. Ele tem em suas mãos Robinho, Neymar, André, Ganso e cia., e acha que com eles é melhor montar o time dessa maneira. Com outros jogadores, sua estratégia seria outra. Ele faz nada mais do que identificar como pode extrair o melhor dos seus atletas.
Aí vem o jogo desse domingo. Um jogo em que o Santos faz 3x2 sobre o São Paulo em pleno Morumbi, e assim dá um baita passo para chegar à final do Paulistão - pode até mesmo perder por um gol de diferença domingo que vem, na Vila, que ainda assim fica com a vaga. E a gente fica sem saber como analisar o que fez o Peixe.
Quando vi o vídeo da jornalista Eliane Cantanhêde, falando sobre o encontro do PSDB, que oficializou a candidatura do ex-governador de São Paulo, José Serra ao Planalto, desacreditei. Fui até o portal da “empresa jornalistica” para checar se era ou não uma montagem. E para surpresa, não era...
Cantanhêde, toda eufórica e serelepe, realmente anunciava que o Congresso do PSDB estava “diferente”, com muita “gente", "muita bagunça", "muita confusão" e, citando um off qualquer, disse que até parecia que o PSDB "estava virando um partido popular, de massa". Só que com aquela diferença... “Partido de massa, mas uma massa cheirosa".
Taí, depois o pessoal reclama que a “patrulha da lama” tá perseguindo...
Vale a pena assistir!
Deu na Reuters. As escolas públicas argentinas vão garantir o direito humano de assitir aos jogos da Copa do Mundo de futebol de 2010. Os estudantes da rede vão acompanhar a participação da seleção comandada por Diego Armando Maradona, com direito a material didático preparado especialmente para o restante do dia.
Quando morei na Irlanda, uma das cervejas que eu mais apreciava era a dinamarquesa Carlsberg. Pois hoje leio que centenas de funcionários de sua fábrica, em Copenhague (na foto, a fachada), entraram em greve por causa da proibição de beber cerveja na hora do trabalho. Nada mais justo! A direção da empresa restringiu a cerveja apenas para a hora do almoço (a piada pronta é que as novas regras entraram em vigor no dia 1º de abril). Antes dessa medida arbitrária, existiam várias geladeiras com garrafas de cerveja espalhadas pela fábrica e os manguaças podiam se fartar à vontade - com a única condição de que não ficassem bêbados.
"Cabia a cada um ser responsável", observou Jens Bekke, porta-voz da Carlsberg. Novamente, nada mais justo! De acordo com o porta-voz, 800 funcionários não trabalharam na quarta-feira e 250 na quinta-feira. Os motoristas da Carlsberg aderiram à greve em apoio aos funcionários da fábrica, ainda que, pelas novas regras, continuem a ter direito a retirar diariamente três garrafas de cerveja da cantina (segundo o porta-voz, há um cadeado na ignição dos caminhões que impede que os motoristas dirijam embriagados). Quero dizer duas coisas: 1) os grevistas estão corretíssimos, pois, se aceitarem beber cerveja só na hora do almoço, daqui a pouco, nem isso; 2) alguém sabe onde dão aulas de dinamarquês aqui em São Paulo e se, por algum acaso, a Carlsberg está precisando de assessor de imprensa?
Já há algum tempo venho destacando aqui o movimento silencioso que, aos poucos, vai cercando, vigiando, policiando, proibindo e destruindo o nosso fórum mais adequado: o bar. Aqui em São Paulo, além de não poder mais fumar em paz nas mesas dos butecos, estamos ameaçados de ter que pagar 20% de caixinha para o garçom e de ir embora pra casa à meia noite. É incongruente. A gente sai de casa exatamente para beber, fumar e voltar bem tarde - e, de preferência, gastando pouco. E agora vem outra ação anti-manguaça: acabar com o bate papo. Isso mesmo, querem extinguir qualquer som ambiente nos butecos. Já tem lugar onde, se você quer dançar ou curtir uma música, tem que ouvir num fone. Imagine um monte de gente dançando, cada um num ritmo, e o bar em completo silêncio. "É meio ridículo, olhando de fora", resumiu Vinicius Ferreira à Folha de S.Paulo. E o pior é que, com os ouvidos ocupados, fica impossível conversar. Pois é, já não podemos fumar, conversar ou esticar além da meia noite. Repito: só falta proibir a venda de bebida alcoólica no bar. Ou, como diria o De Massad, "não dá ideia".