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Lembra aquele toquezinho infeliz em escanteio no último minuto que eu detestei na partida do Corinthians contra o Independiente Medellin semana passada? Pois é, aconteceu de novo nessa quarta, no 1 a 0 contra o Cerro Porteño, no Paraguai. E dessa vez deu pra ver o técnico alvinegro gesticulando para os jogadores como quem diz “acabou o jogo, segura aí”.
Dessa vez irritou menos, porque pelo menos o time levou uma vitória após enrolação. E, durante os 90 minutos, a proposta de jogo, ainda que meio modorrenta, foi melhor executada. Elias, Jucilei e Danilo estiveram em boa jornada, garantindo mais fluência nos passes no meio de campo. O que não quer dizer necessariamente mais chegadas ao ataque.
A opção continuou sendo manter a posse de bola e cozinhar o jogo. Mas como errava menos passes no meio, a equipe conseguiu criar uma ou outra chance de gol e praticamente anular o Cerro, que teve, se bem me lembro, duas chances reais.
O Corinthians não teve muito mais que isso, na verdade. Umas três ou quatro, digamos. Uma delas em escanteio batido por Dentinho para Danilo desviar de calcanhar e Ronaldo empurrar para as redes - encerrando um curto (mas bem comentado...) jejum de 5 jogos sem marcar. Legal do gol foi ver o marcador do Gordo olhando a bola e se assustando ao vê-lo já dois passos na sua frente, livre pra marcar.
O jogo foi bonito? Não, nem de longe. Foi empolgante? Tampouco. Mas em algum momento deu realmente preocupação de perder? Não também. Mano Menezes resumiu a atuação com um “não fomos brilhantes, mas fomos práticos”. De fato, talvez até demais.
O time vai precisar de mais ousadia mais pra frente. Poucos times terão a incapacidade ofensiva do Cerro, que não conseguiu se aproveitar o recuo do Timão no segundo tempo. Insisto: ficar jogando só no seu campo é um risco que não considero valer a pena.
Mas o treinador mosqueteiro tem outro argumento difícil de rebater. “Quatro pontos em seis fora de casa. Temos de valorizar”, disse após o jogo. Some mais três da obrigação caseira e temos a liderança isolada do grupo, com sete pontos. Precisa mais? Sim, precisa. E confio que vai ter. Mas enquanto não tem espetáculo, contento-me com o frio pragmatismo dos números.